sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Livros Históricos do Antigo Testamento

CTIEJN
Curso de Teologia da Igreja Evangélica Jesus para as Nações
Nível Básico


Apostila: Livros históricos - AT
  
         Curso de Teologia da Igreja Evangélica Jesus para as Nações
            Nível Básico
                   Apostila Livros Históricos AT

                                Organizadores:

                               Diretor Pr. José Iracet
                              Profª  Dra. Adriana Röhrig

 









INTRODUÇÃO

Os Livros Históricos começam descrevendo a conquista da terra prometida (Josué).   Então, essa parte da Bíblia continua com o relato do período antes de Israel ter reis, quando os juízes  governavam o povo (Juízes, Rute). Eles também cobrem o período da monarquia. O reino unido de Saul, Davi e Salomão acabou sendo dividido em Israel, ao norte, e Judá, ao sul (1-2 Sm, 1-2 Rs). Crônicas, Esdras e Neemias contam a história de uma perspectiva teológica posterior e continuam a narração até o período de restauração pós-exílio. Ester ilustra o papel do povo de Deus sob o domínio persa.  
Além de seu valor histórico, esses livros também são importantes por aquilo que ensinam teologicamente. Eles descrevem a história de Israel, mas são mais que uma simples história ou um mero registro de fatos históricos. Eles são a palavra de Deus nos dias de hoje para os cristãos. A igreja sempre afirmou o valor desses livros "para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça" (2Tm 3.16). Lemos esses livros por motivos que vão além do seu valor histórico. Eles traçam a história do relacionamento de Deus com sua nação, revelando seu amor fiel e imutável por seu povo, mesmo quando eles quebraram a aliança.   Esses são acontecimentos importantes dos quais devemos tirar lições  e não apenas ouvir falar.  
Quanto ao conteúdo dos livros históricos podemos dizer que o livro de Josué foi escrito para mostrar o valor insuperável da obediência. Ele cria um retrato do sucesso de Israel na conquista da terra prometida, destacando a importância do comprometimento total com a palavra de Deus e dependência de seu poder. Apesar de haver alguns exemplos de desobediência, de um modo geral, o livro de Josué não contrasta a obediência com a desobediência como fazem os livros de Reis.  
       Juízes, por outro lado, relata o estado quase irremediável de Israel depois da conquista. A nação foi vítima de transigência religiosa. Israel parecia incapaz de manter períodos prolongados de obediência à vontade de Deus e parecia condenada ao fracasso. Períodos temporários de obediência traziam paz e sucesso, mas sempre de novo a nação caía em pecado. O livro de Juízes foi escrito para justificar a necessidade de um rei para Israel. O livro de Rute está inserido depois do livro de Juízes, pois os acontecimentos nele relatados ocorreram durante o mesmo período. Esse pequeno livro ilustra o cuidado soberano de Deus por indivíduos fiéis que viviam em um tempo de apostasia religiosa. Deus usou a fidelidade de uma única família para realizar um milagre e dar a Israel seu maior rei, Davi.  
          Os livros de Samuel traçam a história do início da monarquia em Israel. Samuel foi um profeta e juiz que liderou Israel na transição do governo dos juízes para a monarquia. Os livros contam a história dos dois primeiros reis: Saul e Davi. O segundo livro de Samuel dedica-se especialmente a descrever os principais acontecimentos do reinado de Davi. Os livros de Reis contam em detalhes a história da monarquia de Salomão até a queda de Jerusalém. Eles contrastam a obediência e a desobediência para ilustrar os resultados de ambas. A princípio, tudo corria bem para Salomão. Mas quando ele deixou de ser fiel a Javé, o resultado foi um reino dividido, Israel ao norte e Judá ao sul.
Os demais Livros Históricos são do período pós-exílio. Os livros de Crônicas constituem o primeiro comentário das Escrituras. Esses livros relatam as histórias de Davi, Salomão e do reino de Judá, histórias já conhecidas dos livros de Samuel e Reis. Mas o cronista não estava simplesmente relembrando notícias antigas. Ele ressaltou a obra de Deus em meio ao seu povo por meio da linhagem de Davi. Ele desejava seguir uma linha reta de fé e salvação, sem os desvios dos fracassos do passado. Seus leitores no exílio sabiam muito bem a história do colapso moral e da derrota de sua nação. Sua geração precisava ser lembrada das vitórias da herança de Israel como meio de terem esperança no futuro.  
Os livros de Esdras e Neemias, que provavelmente foram escritos como uma só obra, apresentam os acontecimentos da restauração, na metade do século 5 a.C. Sob o governo persa, os judeus que viviam na Babilônia receberam permissão para voltar para sua terra natal e reconstruí-Ia. A liderança capaz de Esdras e Neemias, juntamente a certos profetas que eram ativos naquela época, ajudou o povo de Israel a reconstruir o templo e os muros de Jerusalém. Além de descrever essas estruturas físicas, esses livros também   relatam a reconstrução   das fundações   sociais e religiosas do povo de Deus.   O pequeno e fascinante livro de Ester demonstra o cuidado soberano de Deus e a proteção dele sobre seu povo, mesmo quando eles estavam vivendo no exílio persa. O livro  é um conto histórico sobre a rainha Ester e seu primo Mordecai. Ao contrário de qualquer outro livro bíblico, Ester mostra que mesmo quando Deus está em silêncio, ele está trabalhando para cumprir suas promessas para o seu povo.


  
UNIDADE 1
Josué, Juízes e Rute

JOSUÉ

Versículo-chave: Meu servo Moisés está morto. Agora, pois, você e todo este povo preparem-se para atravessar o rio Jordão e entrar na terra que eu estou para dar aos israelitas. Js. 1.2

O livro começa com Israel às portas de entrada da Terra Prometida. Politicamente, Canaã se dividia em várias cidades-estados, cada uma com seu governo autocrático e todas hostis umas com as outras. Moralmente, as pessoas eram corruptas; a anarquia e a brutalidade eram comuns. A religião Cananéia enfatizava a fertilidade, o sexo, a adoração à serpente, o sacrifício de crianças e o sincretismo religioso. Estes eram alguns dos males pelos quais Deus ordenou aos israelitas a destruição completa dos cananeus. O cenário estava estabelecido e a terra propícia para a conquista. Em contrapartida, o povo de Israel estava animado com a direção de Josué; embora imperfeitamente, continuavam fiéis ao único e verdadeiro Deus e se apegavam à promessa que ele tinha feito aos seus antepassados: Abraão, Isaque e Jacó. Séculos antes, Deus havia prometido transformar Abraão e seus descendentes em uma grande nação e dar-lhes Canaã como pátria sob a condição de que eles continuassem fiéis e obedientes a ele (Gênesis 17). Agora, eles estavam prestes a vivenciar o cumprimento dessa promessa. Calebe e Josué foram os únicos, dentre aqueles que se encontrava com mais de vinte anos a entrarem na terra prometida. Josué foi escolhido como sucessor de Moisés. Este livro registra seu sucesso e sua submissão a Deus.

O nome do Livro
  O livro  é universalmente designado pelo nome do seu herói   maior, que domina o cenário do começo ao fim do conteúdo. O nome no original significa "Salvação de Iavé" ou "Iavé é   Salvador". Equivale ao nome "Jesus", proveniente do grego (através do latim) que dependia do aramaico, que por sua vez dependia do hebraico. Tanto na Bíblia Hebraica como na Septuaginta o nome do livro é   o mesmo, Josué.   

Autor
O autor é anônimo, entretanto a tradição judaica atribui a Josué a paternidade da maior parte do livro. Algumas passagens desse livro não poderiam ter sido escritas por Josué. Sua morte é registrada no capítulo final (24.29-32), bem como vários outros acontecimentos que ocorreram após a sua morte são mencionados: A conquista de Hebrom por Calebe (14.6-15); a vitória de Otniel (15.13-17); e a migração para Dã (19.47). Passagens paralelas em Juízes 1.10-16 e Juízes 18 confirmam que esses acontecimentos ocorreram após a morte de Josué. Portanto, é mais provável que o livro tenha sido composto em sua forma final por um escriba ou editor posterior, mas foi baseado em documentos escritos por Josué.

Tema
 A conquista da Terra prometida. Após a morte de Moisés, Deus comissionou Josué para continuar sua promessa que havia feito aos patriarcas, ou seja, de conquista e ocupação da terra prometida. O povo que acabara de sair do exílio é recordado da responsabilidade pela “herança” que recebeu de Deus. Portanto os israelitas não deviam se acovardar, mas avançar com coragem para tomar posse daquilo que lhes pertencia por herança. Josué recebeu a garantia do êxito de sua missão, condicionado com o cuidado de seguir as instruções contidas no livro da lei que lhes haviam sido entregue por Moisés. O livro relata a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas. Josué é livro de vitória e de possessão, ensina na prática que um povo que outrora era rebelde, pode ser transformado num grande exército vitorioso por tão somente seguir a liderança teocrática do Senhor.

Esfera de ação
            Cobre um período de aproximadamente 24 anos, que vai desde a morte de Moisés até a morte de Josué.

            Pessoas-chave
Josué, Raabe, Acã, Finéias e Eleazar.



Esboço de Josué
 I. Preparação da herança (1.1-5.15).
A. Mediante a escolha do líder do exército (1.1-18).
a) Josué ouve o chamado (1.1-9).
b) Josué dá o mandamento (1.10-15).
c) Josué recebe estímulo (1.16-18).
B. Mediante o preparo do exército para a batalha (2.1-5.15).
a) Procurando a moral do inimigo (2.1-24).
b) Posicionando o povo para a batalha (3.1-5.1).
c) Fortalecendo as tropas para a guerra (5.2-12).
d) Convencendo um líder a servir (5.13-15).
II. Possuindo a herança (6.1-12.24).
A. O território central (6.1-8.35).
a) A obediência traz a conquista (6.1-27).
b) O pecado traz a derrota (Acã 7.1-26).
c) O arrependimento traz a vitória (8.1-29).
d) A lei traz a bênção (8.30-35).
B. O território do Sul (9.1-10.43).
a) O engano traz o cativeiro (9.1-27).
b) Os milagres trazem a liberação (10.1-43).
C. O território do Norte (11.1-15).
D. Revisando os territórios conquistados (11.16—12.24).
a) Os territórios (11.16-23).
b) Os reis (12.1-24).
III. Compartilhando a herança (13.1-22.34).
 A. Distribuindo a herança (13.1-21.45).
a) Partes ainda não conquistadas (13.1-7).
b) Partes para Ruben, Gade e Manasses (13.8-33).
c) Dividindo as partes a oeste da Jordânia (14.1-5).
d) Uma parte para Calebe (14.6-15).
e) Uma parte para Judá (15.1-63).
f) Uma parte para Efraim e Manassés (16.1-17.18).
g) Partes para as tribos restantes (18.1-19.48).
h) Uma parte para Josué (19.49-51).
i) Cidades de refugio e para os levitas (20.1-6.21.42).
j) Epílogo (22.1-34).
B. Discutindo o futuro (22.1-34).
a) Uma benção para as tribos do Leste (22.1-9).
b) Uma explicação para o altar (22.10-34).
IV. O discurso final de Josué e sua morte (23.1—24.33).
a) Josué aconselha os líderes (23.1-16).
b) Josué desafia o povo (24.1-28).
c) Josué morre (24.29-33).


JUÍZES

Versículos-chave: Naqueles dias não havia rei em Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos. Juízes 17:6 e 21.25

Os israelitas estavam de posse da terra que Deus lhes havia prometido, eles por outro lado formalizaram seu compromisso de permanecerem fiéis a Ele com uma aliança firmada em Siquém (Josué 24). Sob a liderança de Josué, Israel conquistou e ocupou de forma geral a terra de Canaã, mas grandes áreas ainda permaneceram por ser conquistadas pelas tribos individualmente. Depois da morte de Josué, houve decadência generalizada e Israel aumentou consideravelmente aquilo que era mau aos olhos do Senhor, de modo que “não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que parecia reto aos seus olhos” (21.25). Ao servirem de forma deliberada a deuses estranhos, o povo de Israel quebrava continuamente a sua aliança com o Senhor seu Deus. Em consequência, Deus os entregava nas mãos dos opressores, como uma forma de castigo por não ouvirem a sua voz. Porém, cada vez que o povo clamava ao Senhor, este, com fidelidade, levantava um juiz a fim de prover libertação ao seu povo. Estes juízes, a quem o Senhor escolheu e ungiu com o seu Espírito, eram os porta-vozes de Deus na terra, enquanto eles viviam, havia paz na terra, mas era só eles morreram para o povo voltar ao seu estado de desobediência. A conclusão que temos do livro é que enquanto Josué é um livro de vitórias, juízes é um livro de derrotas.

O nome do Livro
O nome é extraído dos juízes, cujos feitios são registrados pelo livro. O livro é fragmentado e não cronológico na sua disposição. Os eventos registrados são mais locais e tribais do que nacionais. Todavia, são de grande valor para mostrar a condição e caráter do povo. A palavra hebraica traduzida por "Juízes" significa "os que julgam ou governam" (líderes), "libertadores", ou "salvadores". O livro recebeu o nome de Juízes por causa do caráter do trabalho dos seus heróis, pessoas levantadas por Deus para salvar as tribos de Israel dos seus (2.16). Essas pessoas, além da sua função em alguns casos de julgar o povo (4.4-5), executavam o julgamento de Deus sobre os opressores de Israel (11.27). De modo geral os juízes eram líderes e libertadores (3.9-10). Os juízes (treze deles são   mencionados neste livro) vieram de várias tribos e funcionavam como chefes militares e magistrados civis. Muitos se limitavam à sua própria tribo quanto à esfera de influência, ao passo que alguns serviam a toda a nação de Israel.
Autor
 O livro é anônimo, entretanto, a tradição judaica o atribui a Samuel, mas ninguém o sabe com certeza. O que se sabe é que foi escrito depois da coroação de Saul, pois se encontra quatro vezes a expressão; “naqueles dias não havia rei em Israel...” (17.6; 18.1; 19.1; 21.25).

Tema
 Semeando e colhendo. A lei da semeadura é real, aquilo que plantamos colhemos. Assim se sucedeu depois da morte de Josué. Deixaram de observar a palavra de Deus e eram guiados pela razão, “Naqueles dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto” (Juízes 21.25). Que tragédia! Dois males cometeram o povo escolhido: deixaram seu Deus, “o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jeremias 2.13). Portanto a mensagem central do livro é que o problema não foi causado pelo Senhor, mas pela desobediência insistente de Israel, como é caracterizado pelos constantes refrãos: “Então, fizeram os filhos de Israel o que era mau perante o SENHOR...” (2.11; 3.7, 12; 4.1; 6.1; 10.6; 13.1). Duas histórias são acrescentadas ao Livro de Juízes (17.1—21.15) na forma de um epílogo. O propósito desses apêndices não é estabelecer um final ao período dos juízes, mas descrever a corrupção religiosa e moral existente nesse período. A primeira história ilustra a corrupção na religião de Israel. Mica estabeleceu em Efraim uma forma pagã de culto ao Senhor, a qual foi adotada pelos danitas quando estes abandonaram o território que lhes coube por herança e migraram para o norte de Israel. A segunda história no epílogo ilustra a corrupção moral de Israel ao relatar a infeliz experiência de um levita em Gibeá, no território de Benjamim, e a consequente guerra benjamita. Aparentemente, o propósito desta seção final do livro é ilustrar as consequências da apostasia e anarquia nos dias em que “não havia rei em Israel”. Com suas precisas e preciosas palavras, Myer Pearlman conclui que “a história do livro pode resumir-se em quatro palavras: Pecado, Servidão, Arrependimento, Salvação”.

Esfera de ação
 Abrange o período que vai da morte de Josué à magistratura de Samuel, sendo um período de aproximadamente 300 anos, de 1400 a 1100.

 Pessoas-chave
 Otniel, Eude, Débora, Gideão, Abimeleque, Jefté, Sansão, e Dalila.

Esboço de Juízes
 I. Prólogo: As condições em Canaã após a morte de Josué (1.1-3.6).
a) Continuação das conquistas pelas tribos de Israel (1.1-26)
b) Conquista incompletas da terra (1.27-36).
c) A aliança do Senhor é quebrada (2.1 -5).
d) Introdução ao período dos juízes (2.6 -3.6).
II. História de opressões e libertações durante o período dos juízes (3.7-16.31).
a) Opressão mesopotâmica por meio de Otniel (3.7-11).
b) Opressão moabita por meio de Eúde (3.12-30).
c) Opressão filistéia e libertação por meio de Sangar (3.31).
d) Opressão cananita e libertação por meio de Débora e Baraque (4.1-5.31).
e) Opressão midianita e libertação por meio de Gideão (6.1- 8.35).
II. Breve reinado de Abimeleque (9.1-57).
a) Carreira de Tola como Juiz (10.1-2).
b) Carreira de Jair como Juiz (10.3-5).
c) Opressão amonita e libertação por meio de Jefté (10.6 -12.7).
d) Carreira de Ibsã como juiz (12.8-10).
e) Carreira de Elom como juiz (12.11,12).
f) Carreira de Abdom como juiz (12.13-15).
g) Opressão filistéia e libertação por meio de Sansão (13.1-16.31).
III. Epílogo: Condições que ilustram o período dos juízes (17.1-21.25).
a) Apostasia: A idolatria de Mica e a migração dos danitas (17.1 -18.31).
b) Imoralidade: Atrocidade em Gibeá e a guerra benjamita (19.1-21.15).

RUTE

Versículo-chave: Disse, porém, Rute: Não me instes para que te abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu Deus;  Rute 1:16

Foi escrito no tempo dos juízes, num período de desobediência, idolatria e violência. Conta à história de uma mulher viúva que decide seguir o povo de Deus que se toma a bisavó de Davi e ancestral do Messias.
 Autor
 A autoria do livro é desconhecida. Devido à genealogia no capítulo 4 que vai até Davi, mas não até Salomão, alguns têm sugerido que este livro tenha sido escrito depois de Davi ser ungido rei, mas antes de ele subir ao trono, quando Samuel ainda era vivo, sendo assim uma tradição judaica posterior atribui a Samuel a autoria desse livro.

Tema
 Providência divina. Se de um lado, Deus em seus profundos desígnios, permite que os justos sofram para trazer o bem em seu favor. Por outro, deixa evidente a recompensa daqueles que frente às adversidades da vida, permanece fiel. Diante da tragédia ocorrida na família de Elimeleque, Deus recompensou amplamente a piedade de Noemi e a lealdade de Rute.

 Esfera de ação
 Os episódios relatados no Livro de Rute se passam durante o período dos juizes. Segundo Pearlman “o livro abrange um período de dez anos, provavelmente durante a época de Gideão”.

Cristo no livro de Rute  
Boaz representa uma das mais dramáticas figuras do Antigo Testamento que antecipa a obra redentora de Jesus. A função  de "parente   remidor" cumprida de forma tão   elegante nas ações que promoveram a restauração pessoal de Rute, dá   testemunho eloquente a respeito disso. As ações de Boaz efetuam a participação  de Rute nas bênçãos de Israel e a incluem na linhagem familiar do Messias (Ef 2.19). Eis aqui uma magnífica silhueta do Mestre, antecipando em muitos séculos a sua graça  redentora. Como nosso "parente chegado", ele se torna carne - vindo como um ser humano (Jo 1.14; Fp 2.5-8).
 
Pessoas-chave:
Rute, Noemi, Boaz.

Esboço de Rute
I. Uma família hebraica em Moabe 1.1-22
 a) Sofrimento de Noemi (1.1-5).
 b) Dedicação e promessa de Rute (1.6-18).
 c) Retomo a Belém (1.19-22).
II. Uma mulher humilde no campo da colheita (2.1-23).
a) Rute no campo de Boaz (2.1-3).
 b) Generosidade e proteção de Boaz (2.4-17).
c) Noemi reconhece a bondade de Deus (2.18-23).
III. Um matrimônio planejado (3.1-18).
a) Orientação de Noemi (3.1-5).
b) Obediência de Rute (3.6-13).
c) Recompensa pela obediência (3.14-18).
IV. Parente e remidor (4.1-22).
 a) Boaz, o remidor escolhido por Deus (4.1-12).
 b) Casamento de Boaz com Rute (4.13).
c) Benção de Deus sobre Noemi (4.14-17).
d) Genealogia de Davi (4.18-22).






UNIDADE 2
Samuel, Reis e Crônicas

PRIMEIRO LIVRO DE SAMUEL

Versículo-chave: Agora, pois, vedes aí o rei que elegestes e que pedistes; e eis que o Senhor tem posto sobre vós um rei. 1 Samuel 12:13

Israel havia sido governado por juízes que Deus levantou em momentos cruciais da história da nação; no entanto, a nação havia se degenerado moralmente e politicamente. Havia estado sob a investida violenta e desumana dos filisteus. O templo de Siló estava profanado e o sacerdócio se mostrava corrupto e imoral. Em meio a essa confusão política e religiosa surge Samuel, o milagroso filho de Ana. De uma forma notável, a renovação e a alegria que esse nascimento trouxe à sua mãe prefiguram o mesmo para a nação. Os próprios filhos de Samuel não refletiam seu caráter piedoso. O povo não tinha confiança nos seus filhos; mas à medida que Samuel envelhecia, pressionavam-no para que lhes desse um rei. Com relutância, ele acaba cedendo. Saul, homem vistoso e carismático, é escolhido para tomar-se o primeiro rei. O seu ego era tão grande quanto a sua estatura. Pela sua impaciência, exerceu funções sacerdotais, em vez de esperar por Samuel. Depois de desprezar os mandamentos de Deus, foi rejeitado por ele. Depois dessa rejeição, Saul tomou-se uma figura trágica, consumida por ciúme e medo, perdendo gradualmente a sua sanidade. Gastou os seus últimos anos numa incansável perseguição a Davi através das regiões montanhosas e desérticas do seu reino, num desesperado esforço para eliminá-lo. Davi, no entanto, encontrou um aliado em Jônatas, filho de Saul. Ele advertiu Davi sobre os planos do seu pai para matá-lo. Finalmente, depois que Saul e Jônatas são mortos em batalha, o cenário está pronto para que Davi se tome o segundo rei de Israel.
Na Bíblia hebraica esses dois livros constituem um só volume, compreendendo o período de transição dos juízes à instituição da monarquia, incluindo os reinados de Saul e Davi. O longo período de desordem nacional vai terminar com Samuel, que era ao mesmo tempo juiz e profeta.
 Samuel foi o último e o maior dos juízes de Israel. Os textos bíblicos não o mostram como um comandante à frente de um exército, liderando homens em batalhas memoráveis. Samuel era um juiz diferente, embora Deus o usasse para libertar o povo também. Seu principal ofício era exercer a liderança civil e religiosa de Israel. Ele era sacerdote e profeta. Conduzia o povo de Deus, e transmitia ao povo as palavras do Senhor. A estatura moral e espiritual de Samuel dá-lhe credenciais de um dos maiores vultos da história israelita e do Antigo Testamento.
 O que podemos aprender com Samuel se de fato desejamos realizar um bom ministério?  
Precisamos dar prioridade a proclamação da vontade do Senhor;
Precisamos  dar  prioridade  ao  ministério  da  intercessão;
Precisamos exercitar a disciplina da gratidão a Deus;
Precisamos desenvolver o princípio da dedicação;
Precisamos manter viva a chama da devoção   a Deus.


Autor
 Tanto o primeiro quanto e segundo livros de Samuel são de autoria desconhecida. Segundo a tradição rabínica, ambos os livros teriam saído das mãos do profeta Samuel, sendo completados posteriormente pelos profetas Natã e Gade, por serem mencionados juntamente com Samuel em 1 Crônicas 29.29.

Tema
 A monarquia em Israel. Os acontecimentos descritos nos dois livros cobrem o período do nascimento de Samuel até o fim do reinado de Davi. Samuel exerceu a grande função transicional entre o período dos juízes e a monarquia, quando a nação deixa de ser governada por juízes e passa a ser governada por reis. Até aqui tudo normal, entretanto a nação escolhida por Deus para ser seu representante na terra decide trocar o governo teocrático (governo de Deus) pelo governo dos homens. Foi o que aconteceu em Israel! “O povo podia escolher reis, como escolheu Saul, mas Deus escolhe dinastias”.
O principal assunto de 1 Samuel é a ascensão de Saul ao poder e a sua subsequente rejeição.

Esfera de ação
 Inicia-se com o nascimento Samuel terminado com a morte de Saul, perfazendo mais ou menos 115 anos.

Pessoas-chave
 Ana, Samuel, Saul, Jônatas e Davi.

Cristo no Livro de 1º Samuel  
As semelhanças entre Jesus e o pequeno Samuel são surpreendentes. Ambos são   filhos da promessa. Ambos foram dedicados a Deus antes do nascimento. Ambos forma pontes de transição de um estágio da história da nação para outro. Samuel acumulou os ofícios de profeta e sacerdote; Cristo é profeta, sacerdote e rei. O fim trágico de Saul ilustra o destino final dos reinos terrenos. A única esperança é um Reino de Deus na terra, cujo soberano seja o próprio Deus. Em Davi começa a linhagem terrena do Rei de Deus. Em Cristo, Deus vem como Rei e virá novamente como Rei dos reis.  
Davi, o pequeno e humilde pastor, prefigura a Cristo, o bom pastor. Jesus torna-se o Rei pastor definitivo.  

            O Espírito Santo citado
            O livro de 1º Samuel contém notáveis exemplos da vinda do Espírito Santo sobre os profetas, bem como sobre Saul e seus servos. Em 10.6, o Espírito Santo vem sobre Saul, que profetiza e "se  transforma em outro homem", isto é,  é equipado pelo Espírito para cumprir o chamado de Deus.  
Depois de ser ungido por Samuel, "desde aquele dia em diante, o Espírito do SENHOR se apoderou de Davi" (16.13). O fenômeno do Espírito inspirando a adoração ocorre no cap. 10 e em 19.20. Esse fenômeno não é como o frenesi impregnado de emotividade dos pagãos, mas verdadeira adoração e louvor a Deus pela inspiração do Espírito, em semelhança ao ocorrido no dia de Pentecostes (At 2). Mesmo nos múltiplos usos do Éfode, Urim e Tumim, esperamos ansiosamente pelo momento em que o "Espírito da Verdade" nos irá guiar em "toda a verdade", nos falará sobre "o que há de vir" e "há de
receber do que é meu (de Jesus)" e vo-lo "há de anunciar" (Jo 16.13,14)  

Esboço de 1º Samuel
 I. Renovação sob Samuel (1.1-7.17).
A. Nascimento e infância de Samuel (1.1-2.36).
a) Nascimento e dedicação de Samuel (1.1-2.11).
b) Crescimento de Samuel e a corrupção dos filhos de Eli (2.12-36).
B. Começo do ministério profético de Samuel (3.1-4.1).
a) Seu chamado por Deus (3.1-9).
b) Sua palavra para Eli (3.10-18).
c) Seu ministério a todo Israel (3.19-4.1).
II. O ministério de Samuel como juiz (4.2-7.17).
a) A captura da arca pelos filisteus (4.2-11).
b) A morte de Eli (4.12-22).
c) Recuperação da arca por Israel (5.1-7.1).
d) Samuel exorta ao arrependimento (7.2-6).
 e) Derrota dos filisteus (8.1- 15.35).
III. O reinado de Saul (8.1 -15.35).
A. Estabelecimento de Israel por um rei (8.1-12.25).
a) A Exigência de Israel por um rei (8.1-22).
b) Saul é escolhido e ungido rei (9.1-12.25).
c) As guerras de Saul (13.1-14.52).
d) Saul é rejeitado por Deus (15.1-35).
IV. Declínio de Saul e ascensão de Davi (16.1-31.13).
A. Acrescente proeminência de Davi (16.1-17.58).
a) Sua unção por Samuel (16.1-13).
b) Sua música diante de Saul (16.14-23).
c) O conflito de Davi com os filisteus e os amelequitas (29.1-30.31).
d) A morte de Saul (31.1-13).


 SEGUNDO LIVRO DE SAMUEL

Versículos-chave: Agora, pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para que fosses o soberano sobre o meu povo, sobre Israel. 9. E fui contigo, por onde quer que foste, e destruí a teus inimigos diante de ti; e fiz grande o teu nome, como o nome dos grandes que há na terra. 2 Samuel 7:8-9

O livro enfoca a ascendência de Davi ao trono e dos quarenta anos do seu reinado. Inicia-se com a morte de Saul e Jônatas na batalha do monte Gilboa. Davi é, então, ungido rei sobre Judá, sua própria tribo. Há uma disputa pelo poder entre a casa de Saul representada por Isbosete, filho de Saul em maquinação com Abner comandante- chefe dos exércitos de Saul (2 Samuel 2.8). Embora a rebelião tenha sido sufocada, esse relato sumário descreve os sete anos e meio anteriores à unificação do reino por Davi. “E houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi se ia fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo” (2 Samuel 3.1). Davi unifica tanto a vida religiosa quanto política da nação ao trazer a arca do Testemunho da casa de Abinadabe, onde havia estado deste que fora recuperada das mãos dos filisteus (6.1-7.1). Davi derrota com sucesso os inimigos de Israel, e inicia-se um período de estabilidade e prosperidade. Tristemente, porém, a sua vulnerabilidade e fraqueza o levam ao pecado com Bate-Seba e ao assassinato de Urias, esposo dela. Apesar do arrependimento de Davi depois de confrontado com o profeta Natã, as consequências da sua ação são declaradas com todas as letras: “Agora, pois, não se apartará a espada jamais de tua casa” (12.10). Absalão, filho de Davi, depois de uma longa separação de seu pai, instiga uma rebelião contra o rei, e Davi foge de Jerusalém. A rebelião termina quando Absalão, pendurado numa árvore pelos cabelos, é morto por Joabe (2 Samuel 18.9-14). O livro termina com dois belos poemas, uma lista dos valentes de Davi e com o pecado de Davi em fazer o censo dos homens de guerra de Israel. Davi se arrepende, compra a eira de Araúna e apresenta oferendas ao Senhor no altar que constrói.
Autor
Sua autoria é desconhecida. Segundo a tradição rabínica, ambos os livros teriam saído das mãos do profeta Samuel, sendo completados posteriormente pelos profetas Natã e Gade, por serem mencionados juntamente com Samuel em 1 Crônicas 29.29.
Tema
O ungido de Deus (Reinado de Davi). O autor deixa evidente o estabelecimento da aliança davídica por Deus. Davi ao ser coroado como rei, não usurpou o trono, antes preferiu sofrer a ser considerado um usurpador. Da sua unção em 1 Samuel 16 à entronização em 2 Samuel 5, a preocupação do narrador era demonstrar que mesmo destinado pelo Senhor a governar Israel, Davi soube esperar com paciência no Senhor. Poeta, músico, guerreiro valente e estadista nacional, Davi se destacou como um dos maiores homens de Deus. Nas decisões julgou com sabedoria e equidade. Na solidão, escreveu com transparente vulnerabilidade e confiança. Na amizade foi fiel até o fim. Quer como pastor humilde ou como rei de Israel, Davi permaneceu fiel e digno de confiança. Através do reinado de Davi, Deus consolidou o reino, unificando tanto a vida religiosa quanto a política da nação.

Esfera de ação
Desde a morte de Saul até a compra do local do templo - a eira de Araúna, abrangendo um período de 37 anos.

Pessoas-chave
            Davi, Joabe, Bate-Seba, Natã e Absalão.

Esboço de 2o Samuel
I. Os triunfos de Davi (1.1-10.19).
A. Os triunfos políticos de Davi (1.1-5.25).
a) O reino de Davi em Hebrom (1.1-4.12).
b) O reino de Davi em Jerusalém (5.1-25)
B. Os triunfos espirituais de Davi (6.1-7.29)
a) Mudando a arca (6.1-23).
b) Aliança de Deus com Davi (7.1-29).
C. Os triunfos militares de Davi (8.1-10.19).
a) Triunfos sobre os seus inimigos (8.1-12).
b) O governo Justo de Davi (8.13-9.13).
c) Triunfos sobre Amom é Síria (10.1-19).
II. As transgressões de Davi (11.1-27).
a) O pecado do adultério (11.1-5).
b) O pecado do Assassinato (11.6-27).
c) Lealdade de Urias a Davi (11.6-13).
d) Ordem de Davi para assassinar Urias (11.14-25).
e) Casamento de Davi com Bate-Seba (11.26,27).
III. Os problemas de Davi (12.1-13.36).
A. Problemas na casa de Davi (12.1-13.36).
a) Profecia de Natã (12.1-14).
b) Morte do filho de Davi (12.15-25).
c) Lealdade de Joabe a Davi (12.26-31).
d) Incesto na casa de Davi (13.1-20).
e) Absalão mata Amom (13.21-36).
B. Problemas no reino de Davi (13.37—24.25).
 a) Rebelião de Absalão (13.37— 17.29).
b) Joabe mata Absalão (18.1-33).
c) Restauração de Davi como rei (19.1- 20.26).
d) Comentários sobre o reino de Davi (21.1—24.25).


PRIMEIRO LIVRO DE REIS

Versículo-chave: E, se andares nos meus caminhos, guardando os meus estatutos, e os meus mandamentos, como andou Davi teu pai, também prolongarei os teus dias. 1 Reis 3:14

Os dois livros de Reis documentam a história da aliança de Israel desde a morte do rei Davi e a sucessão de Salomão até a destruição dos reinos de Israel e Judá. Os acontecimentos descritos nesse primeiro livro abrangem um período de aproximadamente 120 anos. Recorda as turbulentas experiências do povo de Deus desde a morte de Davi até ao reinado de Josafá (o quarto rei do Reino de Judá) e o reinado de Acazias (o nono rei do Reino de Israel). Esse foi um período muito difícil para o povo eleito, marcado por muitas transformações e rebeliões. Havia luta interna e pressão externa. O resultado foi um momento tenebroso, em que um reino estável, dirigido por um líder forte, dividiu-se em dois: Judá (Sul) e Samaria (Norte).
Autor
 Como a maioria dos livros históricos do Antigo Testamento, os autores dos registros dos Reis são desconhecidos. A tradição judaica atribui ao profeta Jeremias a autoria dos livros, devido a semelhança encontrada entre Jeremias 52 e 1 Reis 24 e 25.11 Entretanto, tem sido ainda atribuída a autoria a Ezequiel, enquanto outros apontam para Isaías e ainda a um profeta desconhecido do cativeiro babilônico·
Tema
 A divisão do reino. Em seu leito de morte, Davi aconselha seu filho: “Coragem, pois, e sê homem! Guarda os preceitos do SENHOR, teu Deus, para andares nos seus caminhos, para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus testemunhos, como está escrito na Lei de Moisés, para que prosperes em tudo quanto fizeres e por onde quer que fores...” (1 Reis 2.2-3). Davi morre tranquilamente e seu filho Salomão herdou o reino que seu pai havia consolidado. Salomão expande com extraordinária sagacidade comercial o império que Davi construiu. Foi no seu reinado que se construiu um suntuoso palácio para si, outro para a filha de faraó e o mais importante de todos: o templo para Deus. A construção do templo leva sete anos e a dos palácios reais, treze. Em face disso, ele não consegue custear tamanho programa de obras públicas e mais a opulência da corte - 700 esposas e mais 300 concubinas. O descontentamento cresce. Seu filho Roboão assume a monarquia, e não atende o clamor público para que os impostos fossem reduzidos culminando. Sua inexperiência combinada com a arrogância destrói assim, irremediavelmente a obra de Saul, Davi e Salomão, monarcas que durante um século, tinham reinado sobre uma nação unida. Inconformados, Norte e Sul aclamam, uns, Jeroboão, rei de Israel, enquanto outros confirmam, Roboão, rei de Judá.
Esfera de ação
            Ocorre desde a morte de Davi até o reinado de Acazias sobre Israel, cobrindo um período de 120 anos.

Pessoas-chave
Davi, Salomão, Roboão, Jeroboão, Elias, Acabe e Jezabel.
Esboço de 1º Reis
 I. O reino unido (1.1-11.43).
a) O estabelecimento de Salomão como rei (1.1.-2.46).
b) A consagração de Salomão como rei (3.1-8.66)
 c) O erro de Salomão como rei (9.1-11.43).
II. O reino dividido (12.1-22.53).
A. A revolta e o reinado de Jeroboão em Israel (12.1-14.20).
 a) O reinado de Roboão em Judá (14.21-31).
b) O reinado de Abdias em Judá (15.1-8).
c) O reinado de Asa em Judá (15.9-24).
d) O reinado de Nadabe em Israel (15.25-32).
e) O reinado de Baasa em Israel (15.33-16.7).
f) O reinado de Elá em Israel (16.8-14).
g) O reinado de Zinri em Israel (16.15-20).
h) O reinado de Onri em Israel (16.21-28).
i) O reinado de Acabe em Israel (16.29-22.40).
j) O reinado de Josafé em Judá (22.41-50).
k) O reinado de Acazias em Israel (22.51-53).


SEGUNDO LIVRO DOS REIS

Versículos-chave: E os filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram retas, contra o Senhor seu Deus; e edificaram altos em todas as suas cidades, desde a torre dos atalaias até à cidade fortificada. 2 Reis 17:9
E o Senhor advertiu a Israel e a Judá, pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo: Convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei pelo ministério de meus servos, os profetas. 2 Reis 17:13

Por isso o Senhor rejeitou a toda a descendência de Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até que os expulsou da sua presença. 2 Reis 17:20

Este livro é uma continuação do primeiro, prossegue relatando a história da monarquia unida e dividida em ”desobediência a aliança”. Depois da divisão, ambos os reinos começaram a se envolver com idolatria e corrupção. Este livro relata as sórdidas histórias dos reis que vieram depois de Acazias - total de 12 reis - do reino do Norte (chamado de Israel) e dos últimos 16 reis do Reino do Sul (chamado Judá), abrangendo um período de aproximadamente 300 anos. Alguns desses 28 governantes são mencionados em apenas poucos versículos, enquanto que capítulos inteiros são dedicados a outros. A atenção maior é dirigida àqueles que ou serviram de modelo de integridade ou que ilustram por que essas nações finalmente entraram em colapso. O livro em si, recorda as turbulentas experiências do povo de Deus desde o reinado de Acazias (o nono rei Israel) ao redor de 853 a.C., incluindo a queda de Israel para a Assíria em 722 a.C., passando pela deportação de Judá para a Babilônia em 586 a.C., e terminando com a libertação do rei Joaquim.
Autor
 Assim como no primeiro livro, os autores dos registros dos Reis são desconhecidos. A tradição judaica atribui ao profeta Jeremias a autoria do livro. 12 Entretanto, tem sido ainda atribuída a autoria a Ezequiel, enquanto outros apontam para Isaías e ainda a um profeta desconhecido do cativeiro babilônico.

 Tema
O reino dividido. O reino do Sul ficou composto pelos territórios de Judá mais o de Benjamim. O Reino do Norte é formado pelas tribos setentrionais e as assentadas nas terras férteis do além-jordão, desde o Mar Morto até o Mar da Galiléia. A rivalidade entre esses dois reinos por vezes os conduz a lutas fratricidas, outras vezes os leva a se unirem contra algum inimigo comum. Em meio a tanta idolatria, apostasia e corrupção, este período foi marcado pela presença dos profetas, sendo Elias e Eliseu os mais conhecidos entre os precursores do profetismo clássico. Durante 130 anos Israel sofreu uma sucessão de governantes ímpios até ser conquistada por Salmanasser, da Assíria e ter seu povo levado cativo em 722 a.C. (2 Reis 17.6). Por causa de sua obediência a Deus, o Reino do Sul permaneceu por mais 136 anos até a sua queda em 586 a.C.



Esfera de ação
 Ocorre desde o reinado de Acazias, abrangendo um período de 308 anos.
Pessoas-chave
 Elias, Eliseu, a Sunamita, Naamã, Jezabel, Ezequias, Senaqueribe, Isaías, Manassés, Josias, Zedequias e Nabucodonosor.
Esboço de 2º Reis
I. O reino dividido (1.1-17.41).
a) O reinado de Acazias em Israel (1.1-18).
b) O reinado de Jorão em Israel (2.1-8.15).
c) O reinado de Jeorão em Judá (8.16-24).
d) O reinado de Acazias em Judá (8.25-9.29).
e) O reinado de Jeú em Israel (9.30-10.36).
f) O reinado da rainha Atalia em Judá (11.1-16).
g) O reinado de Joás em Judá (11.17-12.21).
h) O reinado de Jeocaz em Israel (13.1-9).
i) O reinado de Jeoás em Israel (13.10-25).
j) O reinado de Amazias em Judá (14.1-22).
k) O reinado de Jeroboão II em Israel (14.23-29).
l) O reinado de Azarias em Judá (15.1-7).
m) O reinado de Zacarias, Salum, Menaém, Pecaías e Peca em Israel (15.8-31).
 n) O reinado de Jotão em Judá (15.32-38).
o) O reinado de Acaz em Judá (16.1-20).
p) O reinado de Oséias em Israel (17.1-5).
q) O cativeiro de Israel para a Assíria (17.6-41).
II. Somente o reino de Judá 18.1-25.30
 a) O reinado de Ezequias (18.1-20.21).
b) O reinado de Manassés (21.1-18).
c) O reinado de Amon (21.19-26).
d) O reinado de Josias (22.1-23.30).
e) O reinado de Joacaz (23.31-34).
f) O reinado de Jeoaquim (23.35-24.7).
 g) O reinado de Joaquim (24.8-16).
 h) O reinado de Zedequias (24.17-20).
i) A queda de Jerusalém (25.1-7).
j) O cativeiro de Judá pra a Babilônia (25.8-26).
k) A libertação de Joaquim (25.27-30).


PRIMEIRO E SEGUNDO LIVRO DAS CRÔNICAS
(acontecimentos dos dias)


Versículos-chave: Assim Davi, filho de Jessé, reinou sobre todo o Israel. 1 Crônicas 29:26
E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra. 2 Crônicas 7:14

Estes livros eram originalmente um único volume na Bíblia hebraica. Para fins de análise, eles serão considerados juntos. Crônicas é um complemento dos registros de Samuel e Reis, repetindo a história de Israel desde os patriarcas (por meio de genealogias) até a derrota do Reino do Sul para a Babilônia, ou seja, abrange o mesmo período coberto pelos primeiros 10 livros do Antigo Testamento, de Gênesis até 2 Samuel. Durante essa época, o mundo antigo estava sob o controle do poderoso Império Persa. Tudo o que restou dos gloriosos reinados de Davi e Salomão foi à pequena província de Judá. Os persas substituíram o rei por um governador provincial. Apesar de que o povo de Deus tenha recebido licença pra voltar para Jerusalém e reconstruir o templo, a sua situação era muito diferente da dos anos dourados de Davi e Salomão.
Autor
 Os autores dos livros de Samuel, Reis e Crônicas não fizeram como os profetas, que deram seus nomes aos livros de sua autoria, portanto não se sabe ao certo quem foi o autor de Crônicas. A tradição judaica atribui a Esdras, o escriba a autoria dos livros.
Tema
O retomo do exílio. Como cumprimento da profecia de Jeremias, Crônicas é uma testemunha viva da palavra de Deus por meio de seus servos, os profetas (Jeremias 29.10). Escrito depois do cativeiro, o livro recorda a história de Israel, nas genealogias e as histórias dos reis do ponto de vista da aliança, desde Adão até Davi, com atenção especial nos patriarcas e nos doze filhos de Jacó. Portanto, “os livros de Crônicas, foram escritos para explicar às pessoas o significado da história, levando em conta o presente e o futuro”.
Esfera de ação
 Registra um longo período da história que se estende desde a morte de Saul até o decreto de Ciro, abrangendo um período de 520 anos.

Pessoas-chave
Davi e Salomão.

Esboço de 1ª Crônicas
 I. As raízes do povo de Deus (1.1- 9.44).
a) A herança dos filhos de Jacó (1.1-2.2).
 b) A herança da linhagem de Davi em Judá (2.3-3.24).
c) A herança das doze tribos (4.1-8.40).
d) A herança do remanescente (9.1-34).
e) A herança do rei Saul em Benjamim (9.35-44).
II. O reinado do rei Davi (10.1-29.30).
a) A confirmação de Davi como rei (10.1-12.40).
b) A aquisição da arca por Davi (13.1-17.27).
c) Progressos militares de Davi (18.1-20.8).
d) Preparativos de Davi para a construção do templo (21.1-27.34).
e) Últimas declarações de Davi (28.1 -29.30).

Esboço de 2ª Crônicas
I. O período de governo do rei Salomão (1.1-9.31).
a) A ascensão de Salomão como rei (1.1 -17).
b) A realização da construção do tempo (2.1-7.22).
c) A riqueza de Salomão (8.1-9.31).
II. Os governos dos reis de Judá (10.1-36.16).
a) O reinado de Roboão (10.1-12.16).
b) Abias (13.1-22). c) Asa (14.1-16.14).
d) Josafá (17.1-20.37).
e) Jeorão (21.1-20).
f) Acazias (22.1-9).
g) Atalia (22.10-23.15).
h) Joás (23.16-24.27).
i) Amazias (25.1-28).
j) Uzias (26.1-23).
k) Jotão (27.1-9).
l) Acaz (28.1-27).
m) Ezequias (29.1-32.33).
n) Manassés (33.1-20).
o) Amon (33.21-25).
p) Josias (34.1-35.27).
q) Joacaz (36.1-3).
r) Jeoaquim (36.4-8).
s) Joaquim (36.9-10).
t) Zedequias (36.11-16).
u) Cativeiro e retomo de Judá (36.17-23).
v) O cativeiro de Judá por Babilônia (36.17-21).
w) O decreto de Ciro para o retomo de Judá (36.22-23).

Observação: O conteúdo histórico de I Crônicas é semelhante ao de I e II Samuel, e o de II Crônicas ao de I e II Reis, no entanto os objetivos e ênfases são distintos devido ao objetivo de cada livro.



UNIDADE 3
Esdras, Neemias e Ester

ESDRAS-NEEMIAS

Versículo-chave: Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a lei do Senhor e para cumpri-la e para ensinar em Israel os seus estatutos e os seus juízos. Esdras 7:10
E disse ao rei: Se é do agrado do rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique. Neemias 2:5


O retomo dos israelitas para sua pátria ocorreu em três fases. Em 538 a.C., Ciro, o persa, emitiu decreto que deu liberdade aos judeus para regressarem a Jerusalém e reconstruir o templo, liderados por Zorobabel. Em 458 a.C., outro grupo voltou sob liderança de Esdras para reconstruí a Casa do Senhor (Esdras 7.27). Por fim, em 445 a.C., Neemias, alto funcionária da corte persa, recebeu permissão par reconstruir os muros da cidade (Neemias 2). Esdras, escriba hábil, versado no conhecimento das Escrituras e zeloso entregou-se à sublime tarefa de ensinar à Lei ao povo. Ele foi o primeiro sofer (sofer é uma palavra hebraica que significa escriba).
Autor
 Esdras e Neemias formam um só volume no Antigo Testamento hebraico. Uma grande maioria dos estudiosos atribui os livros de Esdras-Neemias ao cronista pós-exílico Esdras. Embora não se possa afirmar com certeza absoluta se foi o próprio Esdras quem escreveu o livro ou se foi um autor compilador anônimo. A tradição judaica considera Esdras, o escriba, o cronista da história narrada em 1 e 2 Crônicas e Esdras-Neemias.

Tema
 A reconstrução do templo. O livro registra como Deus cumpriu as promessas feitas aos profetas, ao fazer regressar seu povo do cativeiro. Relata a restauração material, moral e religiosa da nação depois do cativeiro. A fidelidade de Deus é contrastada com a infidelidade do povo. Pouco tempo depois de terem regressado à sua pátria, cercados de várias promessas divinas, o povo se deixou influenciar pelos inimigos e interromperam temporariamente a reconstrução da Casa de Deus (4.24). Para animar o povo, Deus levantou Ageu e Zacarias (520-518 a.C.), aquele vaticinando-lhes que “A glória desta última casa será maior do que a da primeira...” (2.9). Mesmo assim a obra é embargada só retomando a construção com a vinda de Esdras em 458 a.C.
Esfera de ação
 O livro de Esdras registra dois períodos distintos. Do capítulo 1 ao 6 transcorre cerca de 23 anos, iniciando pelo decreto de Ciro, rei da Pérsia (538 a.C.) permitindo o retomo do primeiro grupo de exilados à Jerusalém sob a liderança de Zorobabel para a reedificação do templo. Há um intervalo de quase sessenta anos entre os fatos narrados nos caps. 6 e 7. Sessenta anos depois, em 458 a.C., outro grupo de exilados, liderados pelo escriba Esdras retoma a Jerusalém. Em linhas gerais, os livros relatam a história pós-exílica desde, aproximadamente, 538 a.C., até depois de 433 a.C. - um período de cerca de cem anos.
Pessoas-chave
Ciro, Zorobabel, Ageu, Zacarias, Dario, Artaxerxes e Esdras.
Esboço de Esdras
I. O retorno sob a liderança de Zorobabel (1.1-2.70).
a) Ciro proclama o retomo de Israel (1.1-4).
b) O povo se prepara para o retomo (1.5-11).
c) Os nomes e a numeração dos primeiros que voltaram (2.1-67).
d) Ofertas voluntárias dos que retomaram (2.68-70)
II. O processo de reconstrução do templo (3.1 -6.22).
a) A reconstrução do altar e o começo dos sacrifícios (3.1-7).
b) Os alicerces são colocados em meio a choro e louvor (3.8-13).
c) Os inimigos desencorajam o projeto do templo (4.1-5).
d) Bislão e seus companheiros se queixam a rei Artaxerxes (4.6-16).
e) Artaxerxes ordena a interrupção da obra (4.17-24).
f) Tetenai tenta para a construção do templo (5.1-17).
g) Dario assegura a Tatenai que o projeto é legal (6.1-12).
h) Conclusão e dedicação do templo (6.13-18).
i) Celebração da Páscoa (6.19-22).
III. O retorno sob a liderança de Esdras (7.1-8.36).
a) Esdras parte da Babilônia com outro grupo de exilados (7.1-10).
b) Artaxerxes escreve uma carta de apoio a Esdras (7.11-28).
c) Os nomes e a numeração do segundo grupo que retomou (8.1-20).
d) Retomo dos exilados para Jerusalém (8.21-36).
IV. A reforma de Esdras (9.1-10.44).
a) Esdras confessa as transgressões de Israel (9.1-15).
b) Os líderes de Israel concordam com a reforma (10.1-44).

Esboço de Neemias
I. Neemias: do exílio à reconstrução das muralhas de Jerusalém (1.1-7.73)
a) Autorização de Artaxerxes para reconstruir as muralhas (1.1-2.8).
b) Planejando o trabalho, motivando e organizando os trabalhos (2.9-3.32).
c) Oposição e defesa (4.1-23).
            A Oposição (4.1-6.14):
 •   Escárnio (4.1-6)  •   Conspiração (4.7-23)  • Extorsão (5.1-19)
 • Conivência (6.1-4)  •   Difamação (6.5-9)  • Traição (6.10-14).  
d) Rechaço contra a extorsão e usura pelo exemplo piedoso de Neemias (5.1-9).
e) As muralhas são completadas apesar das intrigas maldosas (6.1-7.3).
f) Restabelecimento dos cidadãos de Jerusalém (7.3-73).
II. Esdras e Neemias trabalham juntos para estabelecer o povo (8.1-10.39).
a) Lendo a Bíblia (8.1-12).
b) Celebração da Festa dos Tabernáculos (8.13-18).
c) Confissão de pecado pessoal e coletivo (9.1-37).
d) Compromisso de guardar a lei e manter o templo (9.38- 10.39).
III. Verdadeiro arrependimento produz justificação (11.1 -12.26).
a) Censo de Jerusalém e vilas vizinhas (11.1 -12.26).
b) Dedicação das muralhas e provisão para as finanças do templo (12.27-13.3).
 c) Segundo período de governo de Neemias, incluindo reformas posteriores e uma oração final (13.4-31).



ESTER

Versículo-chave: (Mordecai a Ester) Porque, se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal tempo como este chegaste a este reino? Ester 4:14

O Livro de Ester relata a história de uma moça judia que saiu da condição de exilada e desconhecida para a posição de rainha e mulher mais influente do reino da Pérsia. E a história da libertação dos judeus pela rainha Ester do complô de Hamã, o homem mais importante depois do rei, deseja a aniquilação dos judeus. Ele manipula o rei para que execute os judeus. Ester é introduzida em cena e Deus faz uso dela para salvar seu povo. Hamã é enforcado; e Mardoqueu, líder dos judeus no Império Persa, se toma primeiro ministro. A festa de Purim é instituída para marca a libertação dos judeus. O nome da festa advém da palavra persa “pur”, que significa “sorte” Nesse livro que relata com detalhes a história de Purim explica: “Por isso, àqueles dias chamam Pur (sortes)” por causa da sorte que Hamã havia lançado, determinando o dia em que os judeus seriam aniquilados.
 Um aspecto peculiar no Livro de Ester é que o nome de Deus (YHWH) não é mencionado. No entanto, vestígios de Deus e seus caminhos transparecem em todo o livro, especialmente na vida de Ester e Mardoqueu. Da perspectiva humana, Ester e Mardoqueu foram as duas pessoas do povo menos indicadas pras desempenhar funções importantes na formação da nação. Ele era um judeu benjamita exilado; ela era prima órfã de Mardoqueu, adotada por este (2.7). A maturidade espiritual de Ester se percebe na virtude dela saber esperar pelo momento que Deus julgou adequado, para, então, pedir ao rei a salvação do povo e denunciar Hamã (5.6-8; 7.3-6). Mardoqueu também revela maturidade para aguardar que Deus lhe indicasse a ocasião correta e lhe orientasse. Em consequência, ele soube o tempo certo de Ester desvendar sua identidade judaica (2.10). Esta espera divinamente orientada provou se crucial (6.1-14; 7.9,10) e comprova a base espiritual do livro.

A importância da rainha Ester  
A importância da rainha Ester vê-se, não somente no fato de ela salvar o seu povo da destruição, mas também por conseguir para esse povo, segurança e respeito num país estrangeiro (Et 8.17; 10.3). Esse ato providencial tornou possível o cargo de Neemias na corte do rei, por décadas seguidas, e sua escolha para reconstruir os muros de Jerusalém. Se Ester e os judeus (inclusive Neemias) tivessem perecido na Pérsia, o remanescente em crise em Jerusalém talvez nunca tivesse reconstruído a sua cidade. O resultado da história judaica pós-exílica certamente teria sido outra muito diferente.  

 Autor
 O livro não dá indício de sua autoria, porém Mordecai (Mardoqueu) tem sido considerado como possível autor do livro, bem como Esdras e Neemias. Entretanto há poucas evidências para promover quaisquer teorias.

Tema
 O cuidado de Deus. O livro de Ester é uma demonstração da soberania e do cuidado amoroso de Deus para com seu povo. Este é o único livro da Bíblia que não aparece qualquer menção ao nome de Deus, entretanto sua influência é, contudo, indiscutível. Esfera de ação. Houve um intervalo de quase sessenta anos entre os caps. 6 e 7. Nesse período, Ester tornou-se rainha da Pérsia, por volta de 478 a.C.
Pessoas-chave
 Assuero, Vasti, Hamã, Mordecai, Ester.


Esboço de Ester
 I. Uma nova rainha é escolhida (1.1-2.17).
a) O rei Assuero mostra seu poder e celebra uma festa (1.1-8).
b) A rainha Vasti e deposta (1.9-22).
c) Ester é escolhida para ser rainha (2.1-18).
II. A vida do rei é salva (2.19-23).
a) Mardoqueu descobre uma conspiração (2.19-21).
b) Ester informa o rei (2.22-23).
III. E feito um plano contra os judeus (3.1-4,17).
a) Hamã planeja destruir os judeus (3.1-15).
b) Mardoqueu persuade Ester a intervir (4.1-14).
 c) Ester solicita a ajuda de Mardoqueu (4.15-17).
IV. Mardoqueu é exaltado (5.1-6.14).
 a) Ester prepara um banquete (5.1-8).
b) Hamã planeja destruir Mardoqueu (5.9-14).
c) Hamã é forçado a honrar Mardoqueu (6.1-14).
V. Hamã é enforcado (7.1-10).
a) Ester revela sua identidade e expõe Hamã (7.1-6).
b) Hamã e enforcado na forca preparada para Mardoqueu (7.7-10).
VI. Os judeus são salvos (8.1 -9.17).
a) Ester leva seu pedido ao rei (8.1-6).
b) O rei emite um decreto a favor dos judeus (8.7-17).
c) Os judeus derrotam seus inimigos (9.1-17).
VII. A Festa de Purim é estabelecida (9.18-10.3).
a)Os judeus celebram o primeiro Purim (9.18-32).
 b) O rei eleva Mardoqueu (10.1-3).


Significado dos nomes:

Josué – Deus é salvação
Juízes – líderes executivos
Rute – amizade, virtuosa, rosa
Ester – estrela
Samuel – pedido a Deus
Esdras – ajuda
Neemias – consolo do Senhor  

Obras consultadas


BORGER, Hans. Uma História do Povo Judeu. Vol. 1. São Paulo: Editora Sefer, 1999.
DOOLAN.   A. O pequeno Companheiro  da Bíblia. Livr. Esperança. PORTO. S/D

HALLEY, Henry Hampton. Manual Bíblico de Halley. São Paulo: Editora V ida, 2001.
HILL, Andrew E; WALTON, J. H. Panorama do Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida, 2006, p.228-229.
MILLARD, Alan. Descobertas dos tempos bíblicos. São Paulo: Vida, 1999.


PEARLMAN, Myer. Através da Bíblia Livro por Livro. São Paulo: Editora Vida, 1999.
PHILLIPS, John. Explorando as Escrituras - Uma Visão Geral de Todos os Livros da Bíblia. 2° ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2005.
SILVA, Antônio Gilberto da. A Bíblia através dos séculos : uma introdução. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus, 1986.


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