CTIEJN
Curso
de Teologia da Igreja Evangélica Jesus para as Nações
Nível Básico
Apostila:
Livros históricos - AT
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INTRODUÇÃO
Os
Livros Históricos começam descrevendo a conquista da terra prometida
(Josué). Então, essa parte da Bíblia
continua com o relato do período antes de Israel ter reis, quando os
juízes governavam o povo (Juízes, Rute).
Eles também cobrem o período da monarquia. O reino unido de Saul, Davi e
Salomão acabou sendo dividido em Israel, ao norte, e Judá, ao sul (1-2 Sm, 1-2
Rs). Crônicas, Esdras e Neemias contam a história de uma perspectiva teológica
posterior e continuam a narração até o período de restauração pós-exílio. Ester
ilustra o papel do povo de Deus sob o domínio persa.
Além
de seu valor histórico, esses livros também são importantes por aquilo que
ensinam teologicamente. Eles descrevem a história de Israel, mas são mais que
uma simples história ou um mero registro de fatos históricos. Eles são a
palavra de Deus nos dias de hoje para os cristãos. A igreja sempre afirmou o
valor desses livros "para o ensino, para a repreensão, para a correção,
para a educação na justiça" (2Tm 3.16). Lemos esses livros por motivos que
vão além do seu valor histórico. Eles traçam a história do relacionamento de
Deus com sua nação, revelando seu amor fiel e imutável por seu povo, mesmo
quando eles quebraram a aliança. Esses
são acontecimentos importantes dos quais devemos tirar lições e não apenas ouvir falar.
Quanto
ao conteúdo dos livros históricos podemos dizer que o livro de Josué foi
escrito para mostrar o valor insuperável da obediência. Ele cria um retrato do
sucesso de Israel na conquista da terra prometida, destacando a importância do
comprometimento total com a palavra de Deus e dependência de seu poder. Apesar
de haver alguns exemplos de desobediência, de um modo geral, o livro de Josué
não contrasta a obediência com a desobediência como fazem os livros de
Reis.
Juízes,
por outro lado, relata o estado quase irremediável de Israel depois da
conquista. A nação foi vítima de transigência religiosa. Israel parecia incapaz
de manter períodos prolongados de obediência à vontade de Deus e parecia
condenada ao fracasso. Períodos temporários de obediência traziam paz e sucesso,
mas sempre de novo a nação caía em pecado. O livro de Juízes foi escrito para
justificar a necessidade de um rei para Israel. O livro de Rute está inserido
depois do livro de Juízes, pois os acontecimentos nele relatados ocorreram
durante o mesmo período. Esse pequeno livro ilustra o cuidado soberano de Deus
por indivíduos fiéis que viviam em um tempo de apostasia religiosa. Deus usou a
fidelidade de uma única família para realizar um milagre e dar a Israel seu
maior rei, Davi.
Os
livros de Samuel traçam a história do início da monarquia em Israel. Samuel foi
um profeta e juiz que liderou Israel na transição do governo dos juízes para a
monarquia. Os livros contam a história dos dois primeiros reis: Saul e Davi. O segundo
livro de Samuel dedica-se especialmente a descrever os principais acontecimentos
do reinado de Davi. Os livros de Reis contam em detalhes a história da
monarquia de Salomão até a queda de Jerusalém. Eles contrastam a obediência e a
desobediência para ilustrar os resultados de ambas. A princípio, tudo corria
bem para Salomão. Mas quando ele deixou de ser fiel a Javé, o resultado foi um
reino dividido, Israel ao norte e Judá ao sul.
Os
demais Livros Históricos são do período pós-exílio. Os livros de Crônicas
constituem o primeiro comentário das Escrituras. Esses livros relatam as
histórias de Davi, Salomão e do reino de Judá, histórias já conhecidas dos
livros de Samuel e Reis. Mas o cronista não estava simplesmente relembrando
notícias antigas. Ele ressaltou a obra de Deus em meio ao seu povo por meio da
linhagem de Davi. Ele desejava seguir uma linha reta de fé e salvação, sem os
desvios dos fracassos do passado. Seus leitores no exílio sabiam muito bem a história
do colapso moral e da derrota de sua nação. Sua geração precisava ser lembrada
das vitórias da herança de Israel como meio de terem esperança no futuro.
Os
livros de Esdras e Neemias, que provavelmente foram escritos como uma só obra,
apresentam os acontecimentos da restauração, na metade do século 5 a.C. Sob o
governo persa, os judeus que viviam na Babilônia receberam permissão para
voltar para sua terra natal e reconstruí-Ia. A liderança capaz de Esdras e
Neemias, juntamente a certos profetas que eram ativos naquela época, ajudou o
povo de Israel a reconstruir o templo e os muros de Jerusalém. Além de
descrever essas estruturas físicas, esses livros também relatam a reconstrução das fundações sociais e religiosas do povo de Deus. O pequeno e fascinante livro de Ester
demonstra o cuidado soberano de Deus e a proteção dele sobre seu povo, mesmo
quando eles estavam vivendo no exílio persa. O livro é um conto histórico sobre a rainha Ester e
seu primo Mordecai. Ao contrário de qualquer outro livro bíblico, Ester mostra
que mesmo quando Deus está em silêncio, ele está trabalhando para cumprir suas
promessas para o seu povo.
UNIDADE
1
Josué,
Juízes e Rute
JOSUÉ
Versículo-chave:
Meu
servo Moisés está morto. Agora, pois, você e todo este povo preparem-se para
atravessar o rio Jordão e entrar na terra que eu estou para dar aos israelitas.
Js. 1.2
O
livro começa com Israel às portas de entrada da Terra Prometida. Politicamente,
Canaã se dividia em várias cidades-estados, cada uma com seu governo
autocrático e todas hostis umas com as outras. Moralmente, as pessoas eram
corruptas; a anarquia e a brutalidade eram comuns. A religião Cananéia
enfatizava a fertilidade, o sexo, a adoração à serpente, o sacrifício de
crianças e o sincretismo religioso. Estes eram alguns dos males pelos quais
Deus ordenou aos israelitas a destruição completa dos cananeus. O cenário
estava estabelecido e a terra propícia para a conquista. Em contrapartida, o
povo de Israel estava animado com a direção de Josué; embora imperfeitamente,
continuavam fiéis ao único e verdadeiro Deus e se apegavam à promessa que ele
tinha feito aos seus antepassados: Abraão, Isaque e Jacó. Séculos antes, Deus
havia prometido transformar Abraão e seus descendentes em uma grande nação e
dar-lhes Canaã como pátria sob a condição de que eles continuassem fiéis e
obedientes a ele (Gênesis 17). Agora, eles estavam prestes a vivenciar o
cumprimento dessa promessa. Calebe e Josué foram os únicos, dentre aqueles que
se encontrava com mais de vinte anos a entrarem na terra prometida. Josué foi
escolhido como sucessor de Moisés. Este livro registra seu sucesso e sua
submissão a Deus.
O nome do Livro
O livro
é universalmente designado pelo nome do seu herói maior, que domina o cenário do começo ao fim
do conteúdo. O nome no original significa "Salvação de Iavé" ou
"Iavé é Salvador". Equivale
ao nome "Jesus", proveniente do grego (através do latim) que dependia
do aramaico, que por sua vez dependia do hebraico. Tanto na Bíblia Hebraica
como na Septuaginta o nome do livro é o
mesmo, Josué.
Autor
O
autor é anônimo, entretanto a tradição judaica atribui a Josué a paternidade da
maior parte do livro. Algumas passagens desse livro não poderiam ter sido
escritas por Josué. Sua morte é registrada no capítulo final (24.29-32), bem
como vários outros acontecimentos que ocorreram após a sua morte são
mencionados: A conquista de Hebrom por Calebe (14.6-15); a vitória de Otniel
(15.13-17); e a migração para Dã (19.47). Passagens paralelas em Juízes 1.10-16
e Juízes 18 confirmam que esses acontecimentos ocorreram após a morte de Josué.
Portanto, é mais provável que o livro tenha sido composto em sua forma final
por um escriba ou editor posterior, mas foi baseado em documentos escritos por
Josué.
Tema
A conquista da Terra prometida. Após a morte
de Moisés, Deus comissionou Josué para continuar sua promessa que havia feito
aos patriarcas, ou seja, de conquista e ocupação da terra prometida. O povo que
acabara de sair do exílio é recordado da responsabilidade pela “herança” que
recebeu de Deus. Portanto os israelitas não deviam se acovardar, mas avançar
com coragem para tomar posse daquilo que lhes pertencia por herança. Josué
recebeu a garantia do êxito de sua missão, condicionado com o cuidado de seguir
as instruções contidas no livro da lei que lhes haviam sido entregue por
Moisés. O livro relata a fidelidade de Deus em cumprir suas promessas. Josué é
livro de vitória e de possessão, ensina na prática que um povo que outrora era
rebelde, pode ser transformado num grande exército vitorioso por tão somente
seguir a liderança teocrática do Senhor.
Esfera de ação
Cobre
um período de aproximadamente 24 anos, que vai desde a morte de Moisés até a
morte de Josué.
Pessoas-chave
Josué,
Raabe, Acã, Finéias e Eleazar.
Esboço de Josué
I. Preparação da herança (1.1-5.15).
A. Mediante a escolha
do líder do exército (1.1-18).
a) Josué ouve o chamado
(1.1-9).
b) Josué dá o
mandamento (1.10-15).
c) Josué recebe
estímulo (1.16-18).
B. Mediante o preparo
do exército para a batalha (2.1-5.15).
a) Procurando a moral
do inimigo (2.1-24).
b) Posicionando o povo
para a batalha (3.1-5.1).
c) Fortalecendo as
tropas para a guerra (5.2-12).
d) Convencendo um líder
a servir (5.13-15).
II. Possuindo a herança
(6.1-12.24).
A. O território central
(6.1-8.35).
a) A obediência traz a
conquista (6.1-27).
b) O pecado traz a
derrota (Acã 7.1-26).
c) O arrependimento
traz a vitória (8.1-29).
d) A lei traz a bênção
(8.30-35).
B. O território do Sul
(9.1-10.43).
a) O engano traz o
cativeiro (9.1-27).
b) Os milagres trazem a
liberação (10.1-43).
C. O território do
Norte (11.1-15).
D. Revisando os
territórios conquistados (11.16—12.24).
a) Os territórios
(11.16-23).
b) Os reis (12.1-24).
III. Compartilhando a
herança (13.1-22.34).
A. Distribuindo a herança (13.1-21.45).
a) Partes ainda não
conquistadas (13.1-7).
b) Partes para Ruben,
Gade e Manasses (13.8-33).
c) Dividindo as partes
a oeste da Jordânia (14.1-5).
d) Uma parte para
Calebe (14.6-15).
e) Uma parte para Judá
(15.1-63).
f) Uma parte para
Efraim e Manassés (16.1-17.18).
g) Partes para as
tribos restantes (18.1-19.48).
h) Uma parte para Josué
(19.49-51).
i) Cidades de refugio e
para os levitas (20.1-6.21.42).
j) Epílogo (22.1-34).
B. Discutindo o futuro
(22.1-34).
a) Uma benção para as
tribos do Leste (22.1-9).
b) Uma explicação para
o altar (22.10-34).
IV. O discurso final de
Josué e sua morte (23.1—24.33).
a) Josué aconselha os
líderes (23.1-16).
b) Josué desafia o povo
(24.1-28).
c) Josué morre
(24.29-33).
JUÍZES
Versículos-chave: Naqueles dias não havia rei em
Israel; cada um fazia o que parecia bem aos seus olhos. Juízes 17:6 e 21.25
Os israelitas estavam de posse da
terra que Deus lhes havia prometido, eles por outro lado formalizaram seu
compromisso de permanecerem fiéis a Ele com uma aliança firmada em Siquém
(Josué 24). Sob a liderança de Josué, Israel conquistou e ocupou de forma geral
a terra de Canaã, mas grandes áreas ainda permaneceram por ser conquistadas
pelas tribos individualmente. Depois da morte de Josué, houve decadência
generalizada e Israel aumentou consideravelmente aquilo que era mau aos olhos
do Senhor, de modo que “não havia rei em Israel, porém cada um fazia o que
parecia reto aos seus olhos” (21.25). Ao servirem de forma deliberada a deuses
estranhos, o povo de Israel quebrava continuamente a sua aliança com o Senhor
seu Deus. Em consequência, Deus os entregava nas mãos dos opressores, como uma
forma de castigo por não ouvirem a sua voz. Porém, cada vez que o povo clamava
ao Senhor, este, com fidelidade, levantava um juiz a fim de prover libertação
ao seu povo. Estes juízes, a quem o Senhor escolheu e ungiu com o seu Espírito,
eram os porta-vozes de Deus na terra, enquanto eles viviam, havia paz na terra,
mas era só eles morreram para o povo voltar ao seu estado de desobediência. A
conclusão que temos do livro é que enquanto Josué é um livro de vitórias, juízes
é um livro de derrotas.
O nome do Livro
O nome é extraído dos juízes, cujos
feitios são registrados pelo livro. O livro é fragmentado e não cronológico na
sua disposição. Os eventos registrados são mais locais e tribais do que
nacionais. Todavia, são de grande valor para mostrar a condição e caráter do
povo. A palavra hebraica traduzida por "Juízes" significa "os
que julgam ou governam" (líderes), "libertadores", ou
"salvadores". O livro recebeu o nome de Juízes por causa do caráter
do trabalho dos seus heróis, pessoas levantadas por Deus para salvar as tribos
de Israel dos seus (2.16). Essas pessoas, além da sua função em alguns casos de
julgar o povo (4.4-5), executavam o julgamento de Deus sobre os opressores de
Israel (11.27). De modo geral os juízes eram líderes e libertadores (3.9-10).
Os juízes (treze deles são mencionados
neste livro) vieram de várias tribos e funcionavam como chefes militares e
magistrados civis. Muitos se limitavam à sua própria tribo quanto à esfera de
influência, ao passo que alguns serviam a toda a nação de Israel.
Autor
O livro é anônimo, entretanto, a tradição
judaica o atribui a Samuel, mas ninguém o sabe com certeza. O que se sabe é que
foi escrito depois da coroação de Saul, pois se encontra quatro vezes a expressão;
“naqueles dias não havia rei em Israel...” (17.6; 18.1; 19.1; 21.25).
Tema
Semeando e colhendo. A lei da semeadura é
real, aquilo que plantamos colhemos. Assim se sucedeu depois da morte de Josué.
Deixaram de observar a palavra de Deus e eram guiados pela razão, “Naqueles
dias, não havia rei em Israel; cada um fazia o que achava mais reto” (Juízes
21.25). Que tragédia! Dois males cometeram o povo escolhido: deixaram seu Deus,
“o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não
retêm as águas” (Jeremias 2.13). Portanto a mensagem central do livro é que o
problema não foi causado pelo Senhor, mas pela desobediência insistente de
Israel, como é caracterizado pelos constantes refrãos: “Então, fizeram os
filhos de Israel o que era mau perante o SENHOR...” (2.11; 3.7, 12; 4.1; 6.1;
10.6; 13.1). Duas histórias são acrescentadas ao Livro de Juízes (17.1—21.15)
na forma de um epílogo. O propósito desses apêndices não é estabelecer um final
ao período dos juízes, mas descrever a corrupção religiosa e moral existente
nesse período. A primeira história ilustra a corrupção na religião de Israel.
Mica estabeleceu em Efraim uma forma pagã de culto ao Senhor, a qual foi
adotada pelos danitas quando estes abandonaram o território que lhes coube por
herança e migraram para o norte de Israel. A segunda história no epílogo
ilustra a corrupção moral de Israel ao relatar a infeliz experiência de um
levita em Gibeá, no território de Benjamim, e a consequente guerra benjamita.
Aparentemente, o propósito desta seção final do livro é ilustrar as consequências
da apostasia e anarquia nos dias em que “não havia rei em Israel”. Com suas
precisas e preciosas palavras, Myer Pearlman conclui que “a história do livro
pode resumir-se em quatro palavras: Pecado, Servidão, Arrependimento,
Salvação”.
Esfera de ação
Abrange o período que vai da morte de Josué à
magistratura de Samuel, sendo um período de aproximadamente 300 anos, de 1400 a
1100.
Pessoas-chave
Otniel, Eude, Débora, Gideão, Abimeleque,
Jefté, Sansão, e Dalila.
Esboço de Juízes
I. Prólogo: As condições em Canaã após a morte
de Josué (1.1-3.6).
a) Continuação das
conquistas pelas tribos de Israel (1.1-26)
b) Conquista
incompletas da terra (1.27-36).
c) A aliança do Senhor
é quebrada (2.1 -5).
d) Introdução ao
período dos juízes (2.6 -3.6).
II. História de opressões
e libertações durante o período dos juízes (3.7-16.31).
a) Opressão
mesopotâmica por meio de Otniel (3.7-11).
b) Opressão moabita por
meio de Eúde (3.12-30).
c) Opressão filistéia e
libertação por meio de Sangar (3.31).
d) Opressão cananita e
libertação por meio de Débora e Baraque (4.1-5.31).
e) Opressão midianita e
libertação por meio de Gideão (6.1- 8.35).
II. Breve reinado de
Abimeleque (9.1-57).
a) Carreira de Tola
como Juiz (10.1-2).
b) Carreira de Jair
como Juiz (10.3-5).
c) Opressão amonita e
libertação por meio de Jefté (10.6 -12.7).
d) Carreira de Ibsã
como juiz (12.8-10).
e) Carreira de Elom
como juiz (12.11,12).
f) Carreira de Abdom
como juiz (12.13-15).
g) Opressão filistéia e
libertação por meio de Sansão (13.1-16.31).
III. Epílogo: Condições
que ilustram o período dos juízes (17.1-21.25).
a) Apostasia: A
idolatria de Mica e a migração dos danitas (17.1 -18.31).
b) Imoralidade:
Atrocidade em Gibeá e a guerra benjamita (19.1-21.15).
RUTE
Versículo-chave: Disse, porém, Rute: Não me instes para que te
abandone, e deixe de seguir-te; porque aonde quer que tu fores irei eu, e onde
quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu Deus é o meu
Deus; Rute 1:16
Foi escrito no tempo dos juízes, num
período de desobediência, idolatria e violência. Conta à história de uma mulher
viúva que decide seguir o povo de Deus que se toma a bisavó de Davi e ancestral
do Messias.
Autor
A autoria do livro é desconhecida. Devido à
genealogia no capítulo 4 que vai até Davi, mas não até Salomão, alguns têm
sugerido que este livro tenha sido escrito depois de Davi ser ungido rei, mas
antes de ele subir ao trono, quando Samuel ainda era vivo, sendo assim uma
tradição judaica posterior atribui a Samuel a autoria desse livro.
Tema
Providência divina. Se de um lado, Deus em
seus profundos desígnios, permite que os justos sofram para trazer o bem em seu
favor. Por outro, deixa evidente a recompensa daqueles que frente às
adversidades da vida, permanece fiel. Diante da tragédia ocorrida na família de
Elimeleque, Deus recompensou amplamente a piedade de Noemi e a lealdade de
Rute.
Esfera de ação
Os episódios relatados no Livro de Rute se
passam durante o período dos juizes. Segundo Pearlman “o livro abrange um
período de dez anos, provavelmente durante a época de Gideão”.
Cristo no livro de
Rute
Boaz
representa uma das mais dramáticas figuras do Antigo Testamento que antecipa a
obra redentora de Jesus. A função de
"parente remidor" cumprida de
forma tão elegante nas ações que
promoveram a restauração pessoal de Rute, dá
testemunho eloquente a respeito disso. As ações de Boaz efetuam a
participação de Rute nas bênçãos de
Israel e a incluem na linhagem familiar do Messias (Ef 2.19). Eis aqui uma
magnífica silhueta do Mestre, antecipando em muitos séculos a sua graça redentora. Como nosso "parente
chegado", ele se torna carne - vindo como um ser humano (Jo 1.14; Fp
2.5-8).
Pessoas-chave:
Rute,
Noemi, Boaz.
Esboço de Rute
I. Uma família hebraica
em Moabe 1.1-22
a) Sofrimento de Noemi (1.1-5).
b) Dedicação e promessa de Rute (1.6-18).
c) Retomo a Belém (1.19-22).
II. Uma mulher humilde
no campo da colheita (2.1-23).
a) Rute no campo de
Boaz (2.1-3).
b) Generosidade e proteção de Boaz (2.4-17).
c) Noemi reconhece a
bondade de Deus (2.18-23).
III. Um matrimônio
planejado (3.1-18).
a) Orientação de Noemi
(3.1-5).
b) Obediência de Rute
(3.6-13).
c) Recompensa pela
obediência (3.14-18).
IV. Parente e remidor
(4.1-22).
a) Boaz, o remidor escolhido por Deus (4.1-12).
b) Casamento de Boaz com Rute (4.13).
c) Benção de Deus sobre
Noemi (4.14-17).
d) Genealogia de Davi
(4.18-22).
UNIDADE
2
Samuel,
Reis e Crônicas
PRIMEIRO LIVRO DE SAMUEL
Versículo-chave: Agora, pois, vedes aí o rei que elegestes e que
pedistes; e eis que o Senhor tem posto sobre vós um rei. 1 Samuel 12:13
Israel
havia sido governado por juízes que Deus levantou em momentos cruciais da
história da nação; no entanto, a nação havia se degenerado moralmente e
politicamente. Havia estado sob a investida violenta e desumana dos filisteus.
O templo de Siló estava profanado e o sacerdócio se mostrava corrupto e imoral.
Em meio a essa confusão política e religiosa surge Samuel, o milagroso filho de
Ana. De uma forma notável, a renovação e a alegria que esse nascimento trouxe à
sua mãe prefiguram o mesmo para a nação. Os próprios filhos de Samuel não
refletiam seu caráter piedoso. O povo não tinha confiança nos seus filhos; mas
à medida que Samuel envelhecia, pressionavam-no para que lhes desse um rei. Com
relutância, ele acaba cedendo. Saul, homem vistoso e carismático, é escolhido
para tomar-se o primeiro rei. O seu ego era tão grande quanto a sua estatura.
Pela sua impaciência, exerceu funções sacerdotais, em vez de esperar por
Samuel. Depois de desprezar os mandamentos de Deus, foi rejeitado por ele.
Depois dessa rejeição, Saul tomou-se uma figura trágica, consumida por ciúme e
medo, perdendo gradualmente a sua sanidade. Gastou os seus últimos anos numa
incansável perseguição a Davi através das regiões montanhosas e desérticas do
seu reino, num desesperado esforço para eliminá-lo. Davi, no entanto, encontrou
um aliado em Jônatas, filho de Saul. Ele advertiu Davi sobre os planos do seu
pai para matá-lo. Finalmente, depois que Saul e Jônatas são mortos em batalha,
o cenário está pronto para que Davi se tome o segundo rei de Israel.
Na
Bíblia hebraica esses dois livros constituem um só volume, compreendendo o
período de transição dos juízes à instituição da monarquia, incluindo os
reinados de Saul e Davi. O longo período de desordem nacional vai terminar com
Samuel, que era ao mesmo tempo juiz e profeta.
Samuel foi o último e o maior dos juízes de
Israel. Os textos bíblicos não o mostram como um comandante à frente de um
exército, liderando homens em batalhas memoráveis. Samuel era um juiz
diferente, embora Deus o usasse para libertar o povo também. Seu principal
ofício era exercer a liderança civil e religiosa de Israel. Ele era sacerdote e
profeta. Conduzia o povo de Deus, e transmitia ao povo as palavras do Senhor. A
estatura moral e espiritual de Samuel dá-lhe credenciais de um dos maiores
vultos da história israelita e do Antigo Testamento.
O que podemos aprender com Samuel se de fato
desejamos realizar um bom ministério?
Precisamos
dar prioridade a proclamação da vontade do Senhor;
Precisamos dar
prioridade ao ministério
da intercessão;
Precisamos
exercitar a disciplina da gratidão a Deus;
Precisamos
desenvolver o princípio da dedicação;
Precisamos
manter viva a chama da devoção a Deus.
Autor
Tanto o primeiro quanto e segundo livros de
Samuel são de autoria desconhecida. Segundo a tradição rabínica, ambos os
livros teriam saído das mãos do profeta Samuel, sendo completados
posteriormente pelos profetas Natã e Gade, por serem mencionados juntamente com
Samuel em 1 Crônicas 29.29.
Tema
A monarquia em Israel. Os acontecimentos descritos
nos dois livros cobrem o período do nascimento de Samuel até o fim do reinado
de Davi. Samuel exerceu a grande função transicional entre o período dos juízes
e a monarquia, quando a nação deixa de ser governada por juízes e passa a ser
governada por reis. Até aqui tudo normal, entretanto a nação escolhida por Deus
para ser seu representante na terra decide trocar o governo teocrático (governo
de Deus) pelo governo dos homens. Foi o que aconteceu em Israel! “O povo podia
escolher reis, como escolheu Saul, mas Deus escolhe dinastias”.
O
principal assunto de 1 Samuel é a ascensão de Saul ao poder e a sua subsequente
rejeição.
Esfera de ação
Inicia-se com o nascimento Samuel terminado com
a morte de Saul, perfazendo mais ou menos 115 anos.
Pessoas-chave
Ana, Samuel, Saul, Jônatas e Davi.
Cristo no Livro de 1º Samuel
As
semelhanças entre Jesus e o pequeno Samuel são surpreendentes. Ambos são filhos da promessa. Ambos foram dedicados a
Deus antes do nascimento. Ambos forma pontes de transição de um estágio da
história da nação para outro. Samuel acumulou os ofícios de profeta e
sacerdote; Cristo é profeta, sacerdote e rei. O fim trágico de Saul ilustra o
destino final dos reinos terrenos. A única esperança é um Reino de Deus na
terra, cujo soberano seja o próprio Deus. Em Davi começa a linhagem terrena do
Rei de Deus. Em Cristo, Deus vem como Rei e virá novamente como Rei dos
reis.
Davi,
o pequeno e humilde pastor, prefigura a Cristo, o bom pastor. Jesus torna-se o
Rei pastor definitivo.
O Espírito Santo citado
O
livro de 1º Samuel contém notáveis exemplos da vinda do Espírito Santo sobre os
profetas, bem como sobre Saul e seus servos. Em 10.6, o Espírito Santo vem sobre
Saul, que profetiza e "se transforma
em outro homem", isto é, é equipado
pelo Espírito para cumprir o chamado de Deus.
Depois
de ser ungido por Samuel, "desde aquele dia em diante, o Espírito do
SENHOR se apoderou de Davi" (16.13). O fenômeno do Espírito inspirando a
adoração ocorre no cap. 10 e em 19.20. Esse fenômeno não é como o frenesi
impregnado de emotividade dos pagãos, mas verdadeira adoração e louvor a Deus
pela inspiração do Espírito, em semelhança ao ocorrido no dia de Pentecostes
(At 2). Mesmo nos múltiplos usos do Éfode, Urim e Tumim, esperamos ansiosamente
pelo momento em que o "Espírito da Verdade" nos irá guiar em
"toda a verdade", nos falará sobre "o que há de vir" e
"há de
receber do que é meu
(de Jesus)" e vo-lo "há de anunciar" (Jo 16.13,14)
Esboço de 1º Samuel
I. Renovação sob Samuel (1.1-7.17).
A. Nascimento e
infância de Samuel (1.1-2.36).
a) Nascimento e
dedicação de Samuel (1.1-2.11).
b) Crescimento de
Samuel e a corrupção dos filhos de Eli (2.12-36).
B. Começo do ministério
profético de Samuel (3.1-4.1).
a) Seu chamado por Deus
(3.1-9).
b) Sua palavra para Eli
(3.10-18).
c) Seu ministério a
todo Israel (3.19-4.1).
II. O ministério de
Samuel como juiz (4.2-7.17).
a) A captura da arca
pelos filisteus (4.2-11).
b) A morte de Eli
(4.12-22).
c) Recuperação da arca
por Israel (5.1-7.1).
d) Samuel exorta ao
arrependimento (7.2-6).
e) Derrota dos filisteus (8.1- 15.35).
III. O reinado de Saul
(8.1 -15.35).
A. Estabelecimento de
Israel por um rei (8.1-12.25).
a) A Exigência de
Israel por um rei (8.1-22).
b) Saul é escolhido e
ungido rei (9.1-12.25).
c) As guerras de Saul
(13.1-14.52).
d) Saul é rejeitado por
Deus (15.1-35).
IV. Declínio de Saul e
ascensão de Davi (16.1-31.13).
A. Acrescente
proeminência de Davi (16.1-17.58).
a) Sua unção por Samuel
(16.1-13).
b) Sua música diante de
Saul (16.14-23).
c) O conflito de Davi
com os filisteus e os amelequitas (29.1-30.31).
d) A morte de Saul
(31.1-13).
SEGUNDO LIVRO DE SAMUEL
Versículos-chave: Agora, pois, assim dirás ao meu servo Davi: Assim
diz o Senhor dos Exércitos: Eu te tomei da malhada, de detrás das ovelhas, para
que fosses o soberano sobre o meu povo, sobre Israel. 9. E fui contigo, por
onde quer que foste, e destruí a teus inimigos diante de ti; e fiz grande o teu
nome, como o nome dos grandes que há na terra. 2 Samuel 7:8-9
O livro enfoca a ascendência de Davi
ao trono e dos quarenta anos do seu reinado. Inicia-se com a morte de Saul e
Jônatas na batalha do monte Gilboa. Davi é, então, ungido rei sobre Judá, sua
própria tribo. Há uma disputa pelo poder entre a casa de Saul representada por
Isbosete, filho de Saul em maquinação com Abner comandante- chefe dos exércitos
de Saul (2 Samuel 2.8). Embora a rebelião tenha sido sufocada, esse relato
sumário descreve os sete anos e meio anteriores à unificação do reino por Davi.
“E houve uma longa guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; porém Davi se
ia fortalecendo, mas os da casa de Saul se iam enfraquecendo” (2 Samuel 3.1).
Davi unifica tanto a vida religiosa quanto política da nação ao trazer a arca do
Testemunho da casa de Abinadabe, onde havia estado deste que fora recuperada
das mãos dos filisteus (6.1-7.1). Davi derrota com sucesso os inimigos de
Israel, e inicia-se um período de estabilidade e prosperidade. Tristemente,
porém, a sua vulnerabilidade e fraqueza o levam ao pecado com Bate-Seba e ao
assassinato de Urias, esposo dela. Apesar do arrependimento de Davi depois de confrontado
com o profeta Natã, as consequências da sua ação são declaradas com todas as
letras: “Agora, pois, não se apartará a espada jamais de tua casa” (12.10).
Absalão, filho de Davi, depois de uma longa separação de seu pai, instiga uma
rebelião contra o rei, e Davi foge de Jerusalém. A rebelião termina quando
Absalão, pendurado numa árvore pelos cabelos, é morto por Joabe (2 Samuel
18.9-14). O livro termina com dois belos poemas, uma lista dos valentes de Davi
e com o pecado de Davi em fazer o censo dos homens de guerra de Israel. Davi se
arrepende, compra a eira de Araúna e apresenta oferendas ao Senhor no altar que
constrói.
Autor
Sua autoria é desconhecida. Segundo a
tradição rabínica, ambos os livros teriam saído das mãos do profeta Samuel,
sendo completados posteriormente pelos profetas Natã e Gade, por serem
mencionados juntamente com Samuel em 1 Crônicas 29.29.
Tema
O ungido de Deus (Reinado de Davi). O
autor deixa evidente o estabelecimento da aliança davídica por Deus. Davi ao
ser coroado como rei, não usurpou o trono, antes preferiu sofrer a ser
considerado um usurpador. Da sua unção em 1 Samuel 16 à entronização em 2
Samuel 5, a preocupação do narrador era demonstrar que mesmo destinado pelo
Senhor a governar Israel, Davi soube esperar com paciência no Senhor. Poeta,
músico, guerreiro valente e estadista nacional, Davi se destacou como um dos
maiores homens de Deus. Nas decisões julgou com sabedoria e equidade. Na
solidão, escreveu com transparente vulnerabilidade e confiança. Na amizade foi
fiel até o fim. Quer como pastor humilde ou como rei de Israel, Davi permaneceu
fiel e digno de confiança. Através do reinado de Davi, Deus consolidou o reino,
unificando tanto a vida religiosa quanto a política da nação.
Esfera de ação
Desde
a morte de Saul até a compra do local do templo - a eira de Araúna, abrangendo
um período de 37 anos.
Pessoas-chave
Davi,
Joabe, Bate-Seba, Natã e Absalão.
Esboço de 2o Samuel
I. Os triunfos de Davi
(1.1-10.19).
A. Os triunfos
políticos de Davi (1.1-5.25).
a) O reino de Davi em
Hebrom (1.1-4.12).
b) O reino de Davi em
Jerusalém (5.1-25)
B. Os triunfos
espirituais de Davi (6.1-7.29)
a) Mudando a arca
(6.1-23).
b) Aliança de Deus com
Davi (7.1-29).
C. Os triunfos
militares de Davi (8.1-10.19).
a) Triunfos sobre os
seus inimigos (8.1-12).
b) O governo Justo de
Davi (8.13-9.13).
c) Triunfos sobre Amom
é Síria (10.1-19).
II. As transgressões de
Davi (11.1-27).
a) O pecado do
adultério (11.1-5).
b) O pecado do
Assassinato (11.6-27).
c) Lealdade de Urias a
Davi (11.6-13).
d) Ordem de Davi para
assassinar Urias (11.14-25).
e) Casamento de Davi
com Bate-Seba (11.26,27).
III. Os problemas de
Davi (12.1-13.36).
A. Problemas na casa de
Davi (12.1-13.36).
a) Profecia de Natã
(12.1-14).
b) Morte do filho de
Davi (12.15-25).
c) Lealdade de Joabe a
Davi (12.26-31).
d) Incesto na casa de
Davi (13.1-20).
e) Absalão mata Amom
(13.21-36).
B. Problemas no reino
de Davi (13.37—24.25).
a) Rebelião de Absalão (13.37— 17.29).
b) Joabe mata Absalão
(18.1-33).
c) Restauração de Davi
como rei (19.1- 20.26).
d) Comentários sobre o
reino de Davi (21.1—24.25).
PRIMEIRO LIVRO DE REIS
Versículo-chave: E, se andares nos meus caminhos, guardando os meus
estatutos, e os meus mandamentos, como andou Davi teu pai, também prolongarei
os teus dias. 1 Reis 3:14
Os dois livros de Reis documentam a
história da aliança de Israel desde a morte do rei Davi e a sucessão de Salomão
até a destruição dos reinos de Israel e Judá. Os acontecimentos descritos nesse
primeiro livro abrangem um período de aproximadamente 120 anos. Recorda as
turbulentas experiências do povo de Deus desde a morte de Davi até ao reinado
de Josafá (o quarto rei do Reino de Judá) e o reinado de Acazias (o nono rei do
Reino de Israel). Esse foi um período muito difícil para o povo eleito, marcado
por muitas transformações e rebeliões. Havia luta interna e pressão externa. O
resultado foi um momento tenebroso, em que um reino estável, dirigido por um
líder forte, dividiu-se em dois: Judá (Sul) e Samaria (Norte).
Autor
Como a maioria dos livros históricos do Antigo
Testamento, os autores dos registros dos Reis são desconhecidos. A tradição
judaica atribui ao profeta Jeremias a autoria dos livros, devido a semelhança
encontrada entre Jeremias 52 e 1 Reis 24 e 25.11 Entretanto, tem sido ainda
atribuída a autoria a Ezequiel, enquanto outros apontam para Isaías e ainda a
um profeta desconhecido do cativeiro babilônico·
Tema
A divisão do reino. Em seu leito de morte,
Davi aconselha seu filho: “Coragem, pois, e sê homem! Guarda os preceitos do
SENHOR, teu Deus, para andares nos seus caminhos, para guardares os seus
estatutos, e os seus mandamentos, e os seus juízos, e os seus testemunhos, como
está escrito na Lei de Moisés, para que prosperes em tudo quanto fizeres e por
onde quer que fores...” (1 Reis 2.2-3). Davi morre tranquilamente e seu filho
Salomão herdou o reino que seu pai havia consolidado. Salomão expande com
extraordinária sagacidade comercial o império que Davi construiu. Foi no seu
reinado que se construiu um suntuoso palácio para si, outro para a filha de
faraó e o mais importante de todos: o templo para Deus. A construção do templo
leva sete anos e a dos palácios reais, treze. Em face disso, ele não consegue
custear tamanho programa de obras públicas e mais a opulência da corte - 700
esposas e mais 300 concubinas. O descontentamento cresce. Seu filho Roboão
assume a monarquia, e não atende o clamor público para que os impostos fossem
reduzidos culminando. Sua inexperiência combinada com a arrogância destrói
assim, irremediavelmente a obra de Saul, Davi e Salomão, monarcas que durante um
século, tinham reinado sobre uma nação unida. Inconformados, Norte e Sul
aclamam, uns, Jeroboão, rei de Israel, enquanto outros confirmam, Roboão, rei
de Judá.
Esfera de ação
Ocorre
desde a morte de Davi até o reinado de Acazias sobre Israel, cobrindo um
período de 120 anos.
Pessoas-chave
Davi, Salomão, Roboão, Jeroboão,
Elias, Acabe e Jezabel.
Esboço de 1º Reis
I. O reino unido (1.1-11.43).
a) O estabelecimento de
Salomão como rei (1.1.-2.46).
b) A consagração de
Salomão como rei (3.1-8.66)
c) O erro de Salomão como rei (9.1-11.43).
II. O reino dividido
(12.1-22.53).
A. A revolta e o
reinado de Jeroboão em Israel (12.1-14.20).
a) O reinado de Roboão em Judá (14.21-31).
b) O reinado de Abdias
em Judá (15.1-8).
c) O reinado de Asa em
Judá (15.9-24).
d) O reinado de Nadabe
em Israel (15.25-32).
e) O reinado de Baasa
em Israel (15.33-16.7).
f) O reinado de Elá em
Israel (16.8-14).
g) O reinado de Zinri
em Israel (16.15-20).
h) O reinado de Onri em
Israel (16.21-28).
i) O reinado de Acabe
em Israel (16.29-22.40).
j) O reinado de Josafé
em Judá (22.41-50).
k) O reinado de Acazias
em Israel (22.51-53).
SEGUNDO LIVRO DOS REIS
Versículos-chave:
E os
filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram retas, contra o
Senhor seu Deus; e edificaram altos em todas as suas cidades, desde a torre dos
atalaias até à cidade fortificada. 2 Reis 17:9
E o Senhor advertiu a Israel e a
Judá, pelo ministério de todos os profetas e de todos os videntes, dizendo:
Convertei-vos de vossos maus caminhos, e guardai os meus mandamentos e os meus
estatutos, conforme toda a lei que ordenei a vossos pais e que eu vos enviei
pelo ministério de meus servos, os profetas. 2 Reis 17:13
Por isso o Senhor rejeitou a toda
a descendência de Israel, e os oprimiu, e os deu nas mãos dos despojadores, até
que os expulsou da sua presença. 2 Reis 17:20
Este livro é uma continuação do
primeiro, prossegue relatando a história da monarquia unida e dividida em
”desobediência a aliança”. Depois da divisão, ambos os reinos começaram a se
envolver com idolatria e corrupção. Este livro relata as sórdidas histórias dos
reis que vieram depois de Acazias - total de 12 reis - do reino do Norte
(chamado de Israel) e dos últimos 16 reis do Reino do Sul (chamado Judá),
abrangendo um período de aproximadamente 300 anos. Alguns desses 28 governantes
são mencionados em apenas poucos versículos, enquanto que capítulos inteiros
são dedicados a outros. A atenção maior é dirigida àqueles que ou serviram de
modelo de integridade ou que ilustram por que essas nações finalmente entraram
em colapso. O livro em si, recorda as turbulentas experiências do povo de Deus
desde o reinado de Acazias (o nono rei Israel) ao redor de 853 a.C., incluindo
a queda de Israel para a Assíria em 722 a.C., passando pela deportação de Judá
para a Babilônia em 586 a.C., e terminando com a libertação do rei Joaquim.
Autor
Assim como no primeiro livro, os autores dos
registros dos Reis são desconhecidos. A tradição judaica atribui ao profeta
Jeremias a autoria do livro. 12 Entretanto, tem sido ainda atribuída a autoria
a Ezequiel, enquanto outros apontam para Isaías e ainda a um profeta desconhecido
do cativeiro babilônico.
Tema
O
reino dividido. O reino do Sul ficou composto pelos territórios de Judá mais o
de Benjamim. O Reino do Norte é formado pelas tribos setentrionais e as
assentadas nas terras férteis do além-jordão, desde o Mar Morto até o Mar da
Galiléia. A rivalidade entre esses dois reinos por vezes os conduz a lutas
fratricidas, outras vezes os leva a se unirem contra algum inimigo comum. Em
meio a tanta idolatria, apostasia e corrupção, este período foi marcado pela
presença dos profetas, sendo Elias e Eliseu os mais conhecidos entre os
precursores do profetismo clássico. Durante 130 anos Israel sofreu uma sucessão
de governantes ímpios até ser conquistada por Salmanasser, da Assíria e ter seu
povo levado cativo em 722 a.C. (2 Reis 17.6). Por causa de sua obediência a
Deus, o Reino do Sul permaneceu por mais 136 anos até a sua queda em 586 a.C.
Esfera de ação
Ocorre desde o reinado de Acazias, abrangendo um
período de 308 anos.
Pessoas-chave
Elias, Eliseu, a Sunamita, Naamã, Jezabel,
Ezequias, Senaqueribe, Isaías, Manassés, Josias, Zedequias e Nabucodonosor.
Esboço de 2º Reis
I. O reino dividido
(1.1-17.41).
a) O reinado de Acazias
em Israel (1.1-18).
b) O reinado de Jorão
em Israel (2.1-8.15).
c) O reinado de Jeorão
em Judá (8.16-24).
d) O reinado de Acazias
em Judá (8.25-9.29).
e) O reinado de Jeú em
Israel (9.30-10.36).
f) O reinado da rainha
Atalia em Judá (11.1-16).
g) O reinado de Joás em
Judá (11.17-12.21).
h) O reinado de Jeocaz
em Israel (13.1-9).
i) O reinado de Jeoás
em Israel (13.10-25).
j) O reinado de Amazias
em Judá (14.1-22).
k) O reinado de Jeroboão
II em Israel (14.23-29).
l) O reinado de Azarias
em Judá (15.1-7).
m) O reinado de
Zacarias, Salum, Menaém, Pecaías e Peca em Israel (15.8-31).
n) O reinado de Jotão em Judá (15.32-38).
o) O reinado de Acaz em
Judá (16.1-20).
p) O reinado de Oséias
em Israel (17.1-5).
q) O cativeiro de
Israel para a Assíria (17.6-41).
II. Somente o reino de
Judá 18.1-25.30
a) O reinado de Ezequias (18.1-20.21).
b) O reinado de
Manassés (21.1-18).
c) O reinado de Amon
(21.19-26).
d) O reinado de Josias
(22.1-23.30).
e) O reinado de Joacaz
(23.31-34).
f) O reinado de
Jeoaquim (23.35-24.7).
g) O reinado de Joaquim (24.8-16).
h) O reinado de Zedequias (24.17-20).
i) A queda de Jerusalém
(25.1-7).
j) O cativeiro de Judá
pra a Babilônia (25.8-26).
k) A libertação de
Joaquim (25.27-30).
PRIMEIRO E SEGUNDO LIVRO DAS CRÔNICAS
(acontecimentos dos dias)
E se o meu povo, que se chama
pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha face e se converter dos
seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e
sararei a sua terra. 2 Crônicas 7:14
Estes livros eram originalmente um
único volume na Bíblia hebraica. Para fins de análise, eles serão considerados
juntos. Crônicas é um complemento dos registros de Samuel e Reis, repetindo a
história de Israel desde os patriarcas (por meio de genealogias) até a derrota
do Reino do Sul para a Babilônia, ou seja, abrange o mesmo período coberto
pelos primeiros 10 livros do Antigo Testamento, de Gênesis até 2 Samuel.
Durante essa época, o mundo antigo estava sob o controle do poderoso Império
Persa. Tudo o que restou dos gloriosos reinados de Davi e Salomão foi à pequena
província de Judá. Os persas substituíram o rei por um governador provincial.
Apesar de que o povo de Deus tenha recebido licença pra voltar para Jerusalém e
reconstruir o templo, a sua situação era muito diferente da dos anos dourados
de Davi e Salomão.
Autor
Os autores dos livros de Samuel, Reis e
Crônicas não fizeram como os profetas, que deram seus nomes aos livros de sua
autoria, portanto não se sabe ao certo quem foi o autor de Crônicas. A tradição
judaica atribui a Esdras, o escriba a autoria dos livros.
Tema
O retomo do exílio. Como cumprimento
da profecia de Jeremias, Crônicas é uma testemunha viva da palavra de Deus por
meio de seus servos, os profetas (Jeremias 29.10). Escrito depois do cativeiro,
o livro recorda a história de Israel, nas genealogias e as histórias dos reis
do ponto de vista da aliança, desde Adão até Davi, com atenção especial nos
patriarcas e nos doze filhos de Jacó. Portanto, “os livros de Crônicas, foram
escritos para explicar às pessoas o significado da história, levando em conta o
presente e o futuro”.
Esfera de ação
Registra um longo período da história que se
estende desde a morte de Saul até o decreto de Ciro, abrangendo um período de
520 anos.
Pessoas-chave
Davi
e Salomão.
Esboço de 1ª Crônicas
I. As raízes do povo de Deus (1.1- 9.44).
a) A herança dos filhos
de Jacó (1.1-2.2).
b) A herança da linhagem de Davi em Judá
(2.3-3.24).
c) A herança das doze
tribos (4.1-8.40).
d) A herança do
remanescente (9.1-34).
e) A herança do rei
Saul em Benjamim (9.35-44).
II. O reinado do rei
Davi (10.1-29.30).
a) A confirmação de
Davi como rei (10.1-12.40).
b) A aquisição da arca
por Davi (13.1-17.27).
c) Progressos militares
de Davi (18.1-20.8).
d) Preparativos de Davi
para a construção do templo (21.1-27.34).
e) Últimas declarações
de Davi (28.1 -29.30).
Esboço de 2ª Crônicas
I. O período de governo
do rei Salomão (1.1-9.31).
a) A ascensão de
Salomão como rei (1.1 -17).
b) A realização da
construção do tempo (2.1-7.22).
c) A riqueza de Salomão
(8.1-9.31).
II. Os governos dos
reis de Judá (10.1-36.16).
a) O reinado de Roboão
(10.1-12.16).
b) Abias (13.1-22). c)
Asa (14.1-16.14).
d) Josafá (17.1-20.37).
e) Jeorão (21.1-20).
f) Acazias (22.1-9).
g) Atalia
(22.10-23.15).
h) Joás (23.16-24.27).
i) Amazias (25.1-28).
j) Uzias (26.1-23).
k) Jotão (27.1-9).
l) Acaz (28.1-27).
m) Ezequias
(29.1-32.33).
n) Manassés (33.1-20).
o) Amon (33.21-25).
p) Josias (34.1-35.27).
q) Joacaz (36.1-3).
r) Jeoaquim (36.4-8).
s) Joaquim (36.9-10).
t) Zedequias
(36.11-16).
u) Cativeiro e retomo
de Judá (36.17-23).
v) O cativeiro de Judá
por Babilônia (36.17-21).
w) O decreto de Ciro
para o retomo de Judá (36.22-23).
Observação: O conteúdo
histórico de I Crônicas é semelhante ao de I e II Samuel, e o de II Crônicas ao
de I e II Reis, no entanto os objetivos e ênfases são distintos devido ao
objetivo de cada livro.
UNIDADE
3
Esdras,
Neemias e Ester
ESDRAS-NEEMIAS
Versículo-chave: Porque Esdras tinha preparado o seu coração para
buscar a lei do Senhor e para cumpri-la e para ensinar em Israel os seus
estatutos e os seus juízos. Esdras 7:10
E disse ao rei: Se é do agrado do
rei, e se o teu servo é aceito em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à
cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique. Neemias 2:5
O retomo dos israelitas para sua
pátria ocorreu em três fases. Em 538 a.C., Ciro, o persa, emitiu decreto que
deu liberdade aos judeus para regressarem a Jerusalém e reconstruir o templo,
liderados por Zorobabel. Em 458 a.C., outro grupo voltou sob liderança de
Esdras para reconstruí a Casa do Senhor (Esdras 7.27). Por fim, em 445 a.C.,
Neemias, alto funcionária da corte persa, recebeu permissão par reconstruir os
muros da cidade (Neemias 2). Esdras, escriba hábil, versado no conhecimento das
Escrituras e zeloso entregou-se à sublime tarefa de ensinar à Lei ao povo. Ele
foi o primeiro sofer (sofer é uma palavra hebraica que significa escriba).
Autor
Esdras e Neemias formam um só volume no Antigo
Testamento hebraico. Uma grande maioria dos estudiosos atribui os livros de
Esdras-Neemias ao cronista pós-exílico Esdras. Embora não se possa afirmar com
certeza absoluta se foi o próprio Esdras quem escreveu o livro ou se foi um
autor compilador anônimo. A tradição judaica considera Esdras, o escriba, o
cronista da história narrada em 1 e 2 Crônicas e Esdras-Neemias.
Tema
A reconstrução do templo. O livro registra
como Deus cumpriu as promessas feitas aos profetas, ao fazer regressar seu povo
do cativeiro. Relata a restauração material, moral e religiosa da nação depois
do cativeiro. A fidelidade de Deus é contrastada com a infidelidade do povo.
Pouco tempo depois de terem regressado à sua pátria, cercados de várias
promessas divinas, o povo se deixou influenciar pelos inimigos e interromperam
temporariamente a reconstrução da Casa de Deus (4.24). Para animar o povo, Deus
levantou Ageu e Zacarias (520-518 a.C.), aquele vaticinando-lhes que “A glória
desta última casa será maior do que a da primeira...” (2.9). Mesmo assim a obra
é embargada só retomando a construção com a vinda de Esdras em 458 a.C.
Esfera de ação
O livro de Esdras registra dois períodos
distintos. Do capítulo 1 ao 6 transcorre cerca de 23 anos, iniciando pelo
decreto de Ciro, rei da Pérsia (538 a.C.) permitindo o retomo do primeiro grupo
de exilados à Jerusalém sob a liderança de Zorobabel para a reedificação do
templo. Há um intervalo de quase sessenta anos entre os fatos narrados nos
caps. 6 e 7. Sessenta anos depois, em 458 a.C., outro grupo de exilados,
liderados pelo escriba Esdras retoma a Jerusalém. Em linhas gerais, os livros
relatam a história pós-exílica desde, aproximadamente, 538 a.C., até depois de
433 a.C. - um período de cerca de cem anos.
Pessoas-chave
Ciro, Zorobabel, Ageu, Zacarias,
Dario, Artaxerxes e Esdras.
Esboço de Esdras
I. O retorno sob a
liderança de Zorobabel (1.1-2.70).
a) Ciro proclama o retomo
de Israel (1.1-4).
b) O povo se prepara
para o retomo (1.5-11).
c) Os nomes e a
numeração dos primeiros que voltaram (2.1-67).
d) Ofertas voluntárias
dos que retomaram (2.68-70)
II. O processo de
reconstrução do templo (3.1 -6.22).
a) A reconstrução do
altar e o começo dos sacrifícios (3.1-7).
b) Os alicerces são
colocados em meio a choro e louvor (3.8-13).
c) Os inimigos
desencorajam o projeto do templo (4.1-5).
d) Bislão e seus
companheiros se queixam a rei Artaxerxes (4.6-16).
e) Artaxerxes ordena a
interrupção da obra (4.17-24).
f) Tetenai tenta para a
construção do templo (5.1-17).
g) Dario assegura a
Tatenai que o projeto é legal (6.1-12).
h) Conclusão e
dedicação do templo (6.13-18).
i) Celebração da Páscoa
(6.19-22).
III. O retorno sob a
liderança de Esdras (7.1-8.36).
a) Esdras parte da
Babilônia com outro grupo de exilados (7.1-10).
b) Artaxerxes escreve
uma carta de apoio a Esdras (7.11-28).
c) Os nomes e a
numeração do segundo grupo que retomou (8.1-20).
d) Retomo dos exilados
para Jerusalém (8.21-36).
IV. A reforma de Esdras
(9.1-10.44).
a) Esdras confessa as
transgressões de Israel (9.1-15).
b) Os líderes de Israel
concordam com a reforma (10.1-44).
Esboço de Neemias
I. Neemias: do exílio à
reconstrução das muralhas de Jerusalém (1.1-7.73)
a) Autorização de
Artaxerxes para reconstruir as muralhas (1.1-2.8).
b) Planejando o
trabalho, motivando e organizando os trabalhos (2.9-3.32).
c) Oposição e defesa
(4.1-23).
A
Oposição (4.1-6.14):
•
Escárnio (4.1-6) • Conspiração (4.7-23) • Extorsão (5.1-19)
• Conivência (6.1-4) • Difamação
(6.5-9) • Traição (6.10-14).
d) Rechaço contra a
extorsão e usura pelo exemplo piedoso de Neemias (5.1-9).
e) As muralhas são
completadas apesar das intrigas maldosas (6.1-7.3).
f) Restabelecimento dos
cidadãos de Jerusalém (7.3-73).
II. Esdras e Neemias
trabalham juntos para estabelecer o povo (8.1-10.39).
a) Lendo a Bíblia
(8.1-12).
b) Celebração da Festa
dos Tabernáculos (8.13-18).
c) Confissão de pecado
pessoal e coletivo (9.1-37).
d) Compromisso de
guardar a lei e manter o templo (9.38- 10.39).
III. Verdadeiro
arrependimento produz justificação (11.1 -12.26).
a) Censo de Jerusalém e
vilas vizinhas (11.1 -12.26).
b) Dedicação das
muralhas e provisão para as finanças do templo (12.27-13.3).
c) Segundo período de governo de Neemias,
incluindo reformas posteriores e uma oração final (13.4-31).
ESTER
Versículo-chave: (Mordecai a Ester) Porque,
se de todo te calares neste tempo, socorro e livramento de outra parte sairá
para os judeus, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal
tempo como este chegaste a este reino? Ester 4:14
O
Livro de Ester relata a história de uma moça judia que saiu da condição de
exilada e desconhecida para a posição de rainha e mulher mais influente do
reino da Pérsia. E a história da libertação dos judeus pela rainha Ester do
complô de Hamã, o homem mais importante depois do rei, deseja a aniquilação dos
judeus. Ele manipula o rei para que execute os judeus. Ester é introduzida em
cena e Deus faz uso dela para salvar seu povo. Hamã é enforcado; e Mardoqueu,
líder dos judeus no Império Persa, se toma primeiro ministro. A festa de Purim
é instituída para marca a libertação dos judeus. O nome da festa advém da
palavra persa “pur”, que significa “sorte” Nesse livro que relata com detalhes
a história de Purim explica: “Por isso, àqueles dias chamam Pur (sortes)” por
causa da sorte que Hamã havia lançado, determinando o dia em que os judeus
seriam aniquilados.
Um aspecto peculiar no Livro de Ester é que o
nome de Deus (YHWH) não é mencionado. No entanto, vestígios de Deus e seus
caminhos transparecem em todo o livro, especialmente na vida de Ester e
Mardoqueu. Da perspectiva humana, Ester e Mardoqueu foram as duas pessoas do
povo menos indicadas pras desempenhar funções importantes na formação da nação.
Ele era um judeu benjamita exilado; ela era prima órfã de Mardoqueu, adotada
por este (2.7). A maturidade espiritual de Ester se percebe na virtude dela
saber esperar pelo momento que Deus julgou adequado, para, então, pedir ao rei
a salvação do povo e denunciar Hamã (5.6-8; 7.3-6). Mardoqueu também revela
maturidade para aguardar que Deus lhe indicasse a ocasião correta e lhe
orientasse. Em consequência, ele soube o tempo certo de Ester desvendar sua
identidade judaica (2.10). Esta espera divinamente orientada provou se crucial
(6.1-14; 7.9,10) e comprova a base espiritual do livro.
A importância da rainha
Ester
A
importância da rainha Ester vê-se, não somente no fato de ela salvar o seu povo
da destruição, mas também por conseguir para esse povo, segurança e respeito
num país estrangeiro (Et 8.17; 10.3). Esse ato providencial tornou possível o
cargo de Neemias na corte do rei, por décadas seguidas, e sua escolha para
reconstruir os muros de Jerusalém. Se Ester e os judeus (inclusive Neemias)
tivessem perecido na Pérsia, o remanescente em crise em Jerusalém talvez nunca
tivesse reconstruído a sua cidade. O resultado da história judaica pós-exílica
certamente teria sido outra muito diferente.
Autor
O livro não dá indício de sua autoria, porém
Mordecai (Mardoqueu) tem sido considerado como possível autor do livro, bem
como Esdras e Neemias. Entretanto há poucas evidências para promover quaisquer
teorias.
Tema
O cuidado de Deus. O livro de Ester é uma
demonstração da soberania e do cuidado amoroso de Deus para com seu povo. Este
é o único livro da Bíblia que não aparece qualquer menção ao nome de Deus,
entretanto sua influência é, contudo, indiscutível. Esfera de ação. Houve um
intervalo de quase sessenta anos entre os caps. 6 e 7. Nesse período, Ester tornou-se
rainha da Pérsia, por volta de 478 a.C.
Pessoas-chave
Assuero, Vasti, Hamã, Mordecai, Ester.
Esboço de Ester
I. Uma nova rainha é escolhida (1.1-2.17).
a) O rei Assuero mostra
seu poder e celebra uma festa (1.1-8).
b) A rainha Vasti e
deposta (1.9-22).
c) Ester é escolhida
para ser rainha (2.1-18).
II. A vida do rei é
salva (2.19-23).
a) Mardoqueu descobre
uma conspiração (2.19-21).
b) Ester informa o rei
(2.22-23).
III. E feito um plano
contra os judeus (3.1-4,17).
a) Hamã planeja
destruir os judeus (3.1-15).
b) Mardoqueu persuade
Ester a intervir (4.1-14).
c) Ester solicita a ajuda de Mardoqueu
(4.15-17).
IV. Mardoqueu é
exaltado (5.1-6.14).
a) Ester prepara um banquete (5.1-8).
b) Hamã planeja
destruir Mardoqueu (5.9-14).
c) Hamã é forçado a
honrar Mardoqueu (6.1-14).
V. Hamã é enforcado
(7.1-10).
a) Ester revela sua
identidade e expõe Hamã (7.1-6).
b) Hamã e enforcado na
forca preparada para Mardoqueu (7.7-10).
VI. Os judeus são
salvos (8.1 -9.17).
a) Ester leva seu
pedido ao rei (8.1-6).
b) O rei emite um
decreto a favor dos judeus (8.7-17).
c) Os judeus derrotam
seus inimigos (9.1-17).
VII. A Festa de Purim é
estabelecida (9.18-10.3).
a)Os judeus celebram o
primeiro Purim (9.18-32).
b) O rei eleva Mardoqueu (10.1-3).
Significado dos nomes:
Josué
– Deus é salvação
Juízes
– líderes executivos
Rute –
amizade, virtuosa, rosa
Ester
– estrela
Samuel
– pedido a Deus
Esdras
– ajuda
Neemias
– consolo do Senhor
Obras consultadas
BORGER,
Hans. Uma História do Povo Judeu. Vol. 1. São Paulo: Editora Sefer, 1999.
DOOLAN. A. O
pequeno Companheiro da Bíblia. Livr.
Esperança. PORTO. S/D
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Henry Hampton. Manual Bíblico de Halley. São Paulo: Editora V ida, 2001.
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Andrew E; WALTON, J. H. Panorama do Antigo Testamento. São Paulo: Editora Vida,
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Alan. Descobertas dos tempos bíblicos.
São Paulo: Vida, 1999.
PEARLMAN,
Myer. Através da Bíblia Livro por Livro. São Paulo: Editora Vida, 1999.
PHILLIPS,
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Antônio Gilberto da. A Bíblia através dos
séculos : uma introdução. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias
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