sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Evangelhos e Atos


CTIEJN
Curso de Teologia da Igreja Evangélica Jesus para as Nações
Nível Básico

Apostila


Evangelhos e Atos dos Apóstolos

Curso de Teologia da Igreja Evangélica Jesus para as Nações
 Nível Básico
Apostila dos Evangelhos e Atos dos Apóstolos

Organizadores:
Diretor Pr. José Iracet
Profª  Dra. Adriana Röhrig



Sumário

Introdução aos evangelhos e atos

UNIDADE 1  Evangelho Segundo Marcos

UNIDADE 2  Evangelho Segundo Mateus

UNIDADE 3 . Evangelho Segundo Lucas

UNIDADE 4 Evangelho Segundo João

UNIDADE 5 Atos dos Apóstolos


BIBLIOGRAFIA





Introdução aos evangelhos e atos dos apóstolos



O que é o Evangelho

As   boas-novas   a   respeito   de   Jesus   Cristo,   o   Filho   de   Deus   são-nos apresentadas  por  quatro  autores:  Mateus,  Marcos,  Lucas  e  João,  embora exista  só  um Evangelho, a  bela história  da salvação  por Jesus Cristo,  nosso Senhor. 
A palavra “Evangelho” nunca é usada no Novo Testamento para referir-se a um livro. Significa sempre “boas-novas”. Quando falamos do Evangelho de Lucas, devemos compreender que se trata das boas-novas de Jesus Cristo conforme foram  registradas  por  Lucas.  Entretanto,  desde  os  tempos  antigos  o  termo, “evangelho,” tem sido usado com referência a cada uma das quatro narrativas da vida de Cristo. 
Originalmente  essas  boas-novas  eram  transmitidas  pela  palavra  falada.  Os homens  iam  de  lugar  em  lugar,  contando  a  velha  história.  Depois  de  algum tempo fez-se necessário um registro escrito. Mais de uma pessoa tentou fazê-lo,  mais  sem  êxito.  Veja  o  que  Lucas  diz:  “Visto  que  muitos  houve  que empreenderam   uma   narração   coordenada   dos   fatos   que   entre   nós   se realizaram,  conforme  nos  transmitiram  os  que  desde  o  principio  foram  deles testemunhas oculares, e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de a curada investigação de tudo desde a sua origem, dar-te por escrito,  excelentíssimo  Teófilo,  uma  exposição  em  ordem,  para  que  tenhas perfeita certeza das verdades em que foste instruído” (Lc 1.1-4). 
“Evangelho”  é  uma  palavra  de  origem  grega  que  significa  “boa  notícia”.  Do ponto de vista da fé cristã, só há um evangelho: o de Jesus Cristo. Porque ele mesmo, o Filho de Deus encarnado na natureza humana (Jo 1.14) e autor da vida  e  da  salvação  (At  3.15;  Hb  2.10;  12.2),  é  a  boa  notícia  que  constitui  o coração  do  Novo  Testamento  o  fundamenta  a  pregação  da  Igreja  desde  os tempos apostólicos até os nossos dias.

Os Evangelhos Sinóticos 

A simples leitura  dos  Evangelhos  conduz  logo  a  uma  primeira  classificação, que  é  resultante  da  constatação,  de  um  lado,  de  que  existe  uma  ampla coincidência  da  parte  de  Mateus,  Marcos  e  Lucas  quanto  aos  temas  de  que tratam e quanto à disposição dos elementos narrativos que introduzem; e por outro,  o  Evangelho  de  João,  cuja  aparição  foi  posterior  à  dos  outros  três, parece  ter  sido  escrito  com  o  propósito  de  suplementar  os  relatos  anteriores com uma nova e distinta visão da vida de Jesus. Porque, de fato, com exceção dos acontecimentos que formavam a história da paixão de Jesus, apenas três dos fatos referidos por João (1.19-28; 6.1-13 e 6.16-21) encontram-se também consignados nos outros Evangelhos.
Daí se   conclui   que,   assim   como   o   Evangelho   Segundo   João   requer   uma consideração   à   parte,   os   de   Mateus,   Marcos   e   Lucas   estão   estreitamente relacionados.  Seguindo  vias  paralelas,  oferecem  nas  suas  respectivas  narrações três  enfoques  diferentes  da  vida  do  Senhor.  Por  causa  desse  paralelismo,  pelas muitas analogias que aproximam esses Evangelhos tanto na matéria exposta como na forma de dispô-la, vêm sendo designados desde o  séc.  XVIII  como  “os  sinóticos”,  palavra  tomada  do  grego  e  equivalente  a “visão simultânea” de alguma coisa. 
Os  sinóticos  começaram  a  aparecer  provavelmente  em  torno  do  ano  70. Depois da publicação do Evangelho segundo Marcos, escreveu-se primeiro o de  Mateus  e  depois  o  de  Lucas.  Ambos  serviram-se,  em  maior  ou  menor medida,   da   quase   totalidade   dos   materiais   incorporados   em   Marcos, relembrando-os  e  ampliando-os  com  outros.  Por  essa  razão,  Marcos  está quase integralmente representado nas páginas de Mateus e de Lucas. Quanto aos novos materiais mencionados, isto é, os que não se encontram em Marcos, uma parte foi aproveitada simultaneamente por Mateus e Lucas, e a outra foi usada por cada um deles de maneira exclusiva.  
Apesar de que os autores sinóticos tenham redigido textos paralelos, fizeram-no de  pontos  de  vista  diferentes  e  contribuindo  cada  qual  com  a  sua  própria personalidade, cultura e estilo literário. Por isso, a obra dos evangelistas não surge como o produto de uma elaboração conjunta, mas como um feito singular. Quanto aos objetivos, também são diferentes em cada caso: enquanto Mateus contempla a Jesus  de  Nazaré  como  o  Messias  anunciado  profeticamente,  Marcos  o  vê como  a  manifestação  do  poder  de  Deus,  e  Lucas,  como  o  Salvador  de  um mundo perdido por causa do pecado. 

Por que quatro Evangelhos? 
A  pergunta  que  naturalmente  surge  é  a  seguinte:  Por  que  quatro?  Não  teria bastado  uma  só  narrativa  direta  e  contínua?  Não  teria  sido  mais  simples  e claro? Isso não nos teria poupado algumas das dificuldades surgidas em torno do que alguns têm chamado de narrativas divergentes? A resposta é simples: Uma  ou  duas  pessoas  não  nos  teriam  dado  um  retrato  completo  da  vida  de Cristo.   O   Dr.   Van   Dyke   disse:   “Suponhamos   que   quatro   testemunhas comparecessem perante um juiz para depor sobre certo acontecimento e cada uma delas usasse as mesmas palavras. O juiz provavelmente, concluiria, não que o testemunho delas era de valor excepcional, mas que a única coisa certa, sem sombra de dúvida, é que haviam concordado em contar a mesma história. Todavia, se cada uma tivesse contado o que tinha visto e como o tinha visto, aí então a prova seria digna de crédito.
Há  quatro  ofícios  distintos  de  Cristo  apresentados  nos  Evangelhos.  Ele  é apresentado  como:  Rei  em  Mateus,  Servo  em  Marcos,  Filho  do  homem  em Lucas  e  Filho  de  Deus  em  João.  É  verdade  que  os  quatro  Evangelhos  têm muita coisa em comum. Todos eles tratam do ministério terreno de Jesus, sua morte  e  ressurreição,  seus  ensinos  e  milagres,  porém  cada  Evangelho  tem suas diferenças. É fácil ver que cada um dos autores procura apresentar um quadro diferente de nosso único Salvador. Mateus, de propósito, acrescenta à sua narrativa o que Marcos omite. Nenhum dos Evangelhos contém a narração completa da vida de Cristo. João diz em 21.25: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que  nem  no  mundo  inteiro  caberiam  os  livros  que  seriam  escritos”.  Existem vazios  propositados  que  nenhum  dos  evangelistas  pretendeu  preencher.  Por exemplo: todos omitem um registro de dezoito anos da vida de Cristo, entre os doze  e  os  trinta  anos.  Embora  sejam  completos  em  si  mesmo,  cada  um registrou aquilo que era relevante ao seu tema.  
Os   quatro   Evangelhos   compreendem   cerca   de   46   por   cento   no   Novo Testamento.  A  igreja  primitiva  colocou  os  Evangelhos  no  início  do  Cânon  do Novo  Testamento,  não  por  serem  eles  os  primeiros  livros  escritos,  mas  por serem  o  fundamento  sobre  o  qual  Atos  e  as  Epístolas  são  edificados.  Os Evangelhos ao mesmo tempo se originam do Antigo Testamento e o cumprem, bem como fornecem um cenário histórico e teológico para o restante do Novo Testamento. 
A  palavra  grega  euaggelion  se  refere  às  “boas  novas”  ou  “alegres  novas” acerca de Jesus Cristo, que foi oralmente proclamado. Mais tarde veio a ser também  sido  escrito  depois,  a  igreja  primitiva  considerou  somente  os  quatro Evangelhos,  da  forma  que  os  conhecemos,  como  dotados  de  autoridade  e divinamente  inspirados.  Foram  distinguidos  uns  dos  outros  pela  preposição grega kata (segundo), acompanhada pelo nome do escritor. A presente ordem dos quatro Evangelhos remonta pelo menos ao final do segundo século, e cria- se ser esta a ordem em que eles foram escritos. Embora haja quem teorize que os  Evangelhos  foram  originalmente  escritos  em  Aramaico,  não  há  evidência real para tal posição. Os habitantes da Palestina eram primariamente bilíngues (aramaico e  grego),  e  muitos  eram  trilíngues  (hebraico  ou  latim).  O  grego, porém,  era  o  idioma  comum  de  todo  o  império,  e  por  isso  o  mais  adequado veículo para as narrativas evangélicas. 

Atos dos  Apóstolos

O título do livro de “Atos dos Apóstolos” tal como o conhecemos não fazia parte do livro original, mas sim foi lhe dado depois do ano 200 da era cristã. O Evangelho de Lucas e Os Atos são dois volumes de uma só obra. Isso fica claro comparando Lc 1.1-4 com At 1.1-4. O livro dos Atos contém a história do estabelecimento e desenvolvimento da igreja cristã, e da proclamação do evangelho ao mundo então conhecido na época (At 1.8).  Atos foi escrito particularmente a Teófilo, um nobre cristão, mas de um modo geral a toda a igreja.  Quanto aos propósitos do livro de Atos podemos destacar: Informativo/ Evangelístico, Apologético (defesa da fé), Político, Jurídico.






Unidade 1

evangelho segundo marcos

Evangelho Segundo Marcos

Visto que os títulos somente mais tarde foram adicionados aos evangelhos, dependemos da tradição antiga e das evidências internas no que tange a questões de autoria. O primeiro dos evangelhos a ser escrito deriva seu nome de João Marcos, o qual figura como companheiro de Paulo, Barnabé e Pedro, no livro de Atos e nas epístolas. Papias, pai da Igreja antiga, segundo se sabe, disse na primeira metade do século II D. C. que Marcos anotou cuidadosamente, em seu evangelho, as reminiscências de Pedro sobre a vida e os ensinamentos de Jesus, embora nem sempre em ordem cronológica ou retórica, porquanto seu propósito era o da instrução espiritual, e não fazer uma crônica artística dos acontecimentos. Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes e Jerônimo confirmam a autoria de Marcos, em associação com Pedro.
Embora a ordem do material de Marcos pareça ser cronológica em suas linhas gerais, palavras chaves e similaridade de assunto com frequência formam o princípio de arranjo no que concerne a relatos e declarações isolados. Por exemplo, Marcos 2:1 3:6 contém as seguintes narrativas: a cura do paralítico e o perdão de seus pecados, com a subsequente discussão sobre a autoridade que Jesus tem de perdoar pecados; o argumento acerca do fato que Jesus comia com publicanos, após o chamamento de Levi (Mateus); o debate por causa do jejum; as críticas contra os discípulos por terem colhido e comido espigas em dia de sábado, e a defesa dos mesmos por parte de Jesus; e a cura de um homem de mão mirrada, contra as objeções dos fariseus. Marcos reúne essas narrativas aparentemente porque tratam de controvérsias de Jesus com os escribas e os fariseus. 
Marcos,  o  mais  breve  e  mais  simples  dos  quatro  Evangelhos,  apresenta  um relato   conciso   e   de   cenas   rápidas   da   vida   de   Cristo.   Com pequenos comentários, Marcos deixa a narrativa falar por si só, quando conta a história do servo que está constantemente em movimento, ao pregar, curar, ensinar e, por fim, morrer pelos pecadores. Seu ministério começa com as massas, logo restringindo-se aos doze discípulos, e por fim culmina na cruz. Ali o Servo que “não  veio  para  ser  servido,  mas  para  servir”  faz  o  supremo  sacrifício  de serviçal,  dando  “sua  vida  em  resgate  de  muitos”  (10.45).  E  esse  padrão  de serviço  altruísta  se  torna  o  modelo  para  aqueles  que  seguem  os  passos  do Servo. 
Com raras exceções, Marcos é o evangelho da ação, e não dos longos discursos. Em uma narrativa de movimentos rápidos, Marcos narra as atividades de Jesus na qualidade do poderoso e autorizado Filho de Deus, particularizando Seus milagres de curas e exorcismos. O reino de Deus invade o reino do mal, enquanto Jesus combate as forças satânicas e demoníacas. Marcos  é  o  menor  dos  Evangelhos,  e  não  contém  nenhuma  genealogia  e explicação   do   nascimento   e   antigo  ministério   de   Jesus   na  Judéia.   É   o evangelho  da  ação,  movendo-se  rapidamente  de  uma  cena  para  outra.  O Evangelho  de  João  é  um  retrato  estudado  do  Senhor,  Mateus  e  Lucas apresentam o que poderia ser descrito como uma série de imagens coloridas, enquanto  que  Marcos  é  como  um  filme  da  vida  de  Jesus.  Ele  destaca  as atividades dos registros mediante o uso da palavra grega “euteos” que costuma ser  traduzida  por  “imediatamente”. Ou seja, um advérbio, usualmente traduzido por "imediatamente" ou "logo", ou alguma expressão semelhante, é a palavra chave. Marcos gostava tanto de usar o termo que nem sempre ele quis dizer "imediatamente" no sentido estrito, tendo-o usado simplesmente como elemento de transição para transmitir a ideia que Jesus mostrava-se constantemente atarefado, na qualidade de Servo trabalhador.  A  palavra  ocorre  quarenta  e  duas  vezes, mais do que em todo o resto do NT. O uso frequente do imperfeito por Marcos denotando ação contínua, também torna a narrativa rápida.  A atividade redentora de Jesus culmina na narrativa da paixão, da morte e da ressurreição de Jesus, à qual Marcos devota um espaço desproporcionalmente grande - tanto, na realidade, que seu evangelho tem sido chamado de pouco mais que a narrativa da paixão, com um prólogo. A confissão de Pedro a respeito do caráter messiânico de Jesus, em Cesaréia de Filipe (8:27-30), forma um ponto nevrálgico nesse evangelho. Dali por diante Jesus começou a predizer Seus sofrimentos e Sua morte, como o Filho do homem, e a narrativa se movimenta inexoravelmente para o seu fim.
O romano era o povo dominador do mundo daquele tempo. Marcos escreveu especialmente  para  ele.  O  romano  não  sabia  nada do  Antigo  Testamento.  O cumprimento  de  profecias  não  lhe  interessava.  Mas  estava  profundamente interessado  em  um  líder  notável  que  surgira  na  Palestina.  A  esse  líder  se atribuía  autoridade  fora  do  comum  e  possuía  poderes  extraordinários.  Eles queriam ouvir mais a respeito de Jesus -que tipo de pessoa ele realmente era, o que tinha dito e o que tinha feito. Os romanos gostavam da mensagem direta de alguém como Marcos. Mil e tantas vezes Marcos usa a conjunção “e”. É o Evangelho  do  ministério  de  Jesus.  O  romano  dos  dias  de  Jesus  era  um  tipo semelhante  ao  homem  de  negócios  de  hoje.  Ele  não  está  interessado  na genealogia de um rei, mas num Deus capaz de suprir as necessidades diárias do indivíduo. Marcos é o Evangelho do homem de negócios.

ESBOÇO SUMÁRIO DE MARCOS 
Tema: as atividades remidoras de Jesus 
INTRODUÇÃO
 A. Ministério de João Batista (1:1-8)
 B. O batismo de Jesus (1:9-I I ) 
C. A tentação de Jesus (1:12,13)

I. ATIVIDADES REMIDORAS DE JESUS, NA GALILÉIA E ARREDORES (1:14 - 9:50)
 A. A primeira pregação (1:14,15)
 B. Chamada de Simão, André, Tiago e João (1:16-20)
 C. Um grupo de milagres (1:21-45)
 1. Exorcismo na sinagoga de Cafarnaum (1:21-28)
 2. Cura da sogra de Pedro e outros (1:29-39)
 3. Purificação de um leproso (1:40-45)
 D. Um grupo de controvérsias (2:1 - 3:35)
 1. Perdão e cura de um paralítico (2:1-12)
 2. Chamada de Levi (Mateus) e o fato que Jesus comia com publicamos e pecadores (2:13-17)
3. A questão do jejum (2:18-22)
4. Colheita e ingestão de cereal em dia de sábado (2:23-27)
5. Cura da mão mirrada em dia de sábado (3:1-6)
6. Jesus retira-se e escolhe os Doze (3:7-19a)
7. Acusações de que Jesus era insano e possesso por Belzebu (3:19b-35) 
E._Um grupo de parábolas (4:1-34)
1. A semente e os solos: mais comumente, o semeador (4:1-20)
2. A lâmpada (4:21-25)
3. O grão em desenvolvimento (4:26-29)
4. A semente de mostarda e outras (4:30-34)
F. Mais milagres (4:35 - 5:43)
1. Jesus acalma a tempestade (4:35-41)
2. Exorcismo da legião do endemoninhado geraseno (5:1-20)
3. Cura da mulher hemorrágica e ressurreição da filha de Jairo (5:21-43)
G. Rejeição de Jesus em Nazaré (6:1-6)
H. Missão dos Doze pela Galiléia (6:7-13)
I. Decapitação de João Batista (6:14-29)
J. Multiplicação dos pães para os cinco mil homens (6:30-44)
L. Jesus anda por sobre as águas (6:45-52)
M. Ministério em Genezaré, com controvérsia sobre a contaminação cerimonial (6:53 - 7:23)
N. Mais milagres (7:24 - 8:26;
1. Exorcismo de um demônio da filha da mulher siro-fenícia (7:24-30)
2. Cura do surdo-mudo (7:31-37)
3. Multiplicação dos pães para os quatro mil homens (8:1 - 10)
4. Os fariseus exigem um sinal, em meio a milagres (8:11-21)
5. Cura do cego (8:22-26)
O. Pedro confessa ser Jesus o Messias (8:27-30)
P. Conceito de Pedro sobre o caráter messiânico de Jesus e o discipulado corrigido pela predição de Jesus sobre seus sofrimentos, morte e ressurreição (8:31 -9:1)
Q. A transfiguração (9:2-13)
R. Exorcismo de um demônio de um menino (9:14-29)
S. Outra predição de Jesus sobre Sua morte e ressurreição (9:30-32)
T. Jesus faz uma criança ser exemplo para Seus discípulos (9:33-50)

 II. A ATIVIDADE REMIDORA DE JESUS NO CAMINHO PARA JERUSALÉM ATRAVÉS DA TRANSJORDÂNI.A E DA JUDÉIA (10:1-52)
A. A questão do divórcio (10:1-12)
B. Jesus abençoa as crianças (10:13-16)
C. O jovem rico (10:17-31)
D. Uma nova predição por Jesus da Sua morte e ressurreição (10:32-34)
E. O pedido de Tiago e João de lugares de honra e a resposta de Jesus acerca do serviço sacrificial (10:35-45)
F. A cura do cego Bartimeu (10:46-52)

III. ATIVIDADES REMIDORAS DE JESUS DURANTE A SEMANA DE SUA PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO (11:1 - 16:8)
 A. Entrada triunfal em Jerusalém (11:1-11)
 B. A figueira estéril é amaldiçoada (11:12-14)
 C. Purificação do templo (11:15-19)
 D. Ressecamento da figueira (11:20-26)
 E. Debates no templo (11:27 - 12:44)
 1. Requisitado um sinal da parte de Jesus (11:27-33)
 2. Parábola da vinha (12:1-12)
 3. Questão do tributo pago a César (12:13-17)
 4. Questão sobre a ressurreição (12:18-27)
 5. Questão sobre o mais importante mandamento (12:28-34)  
 6. Pergunta de Jesus sobre a descendência do Messias de Davi, e Seu senhorio (12:35-37)
 7. Jesus adverte sobre os escribas (12:38-40)
 8. Moedinha da viúva versus polpudas ofertas dos ricos (12:41-44)
 F. O discurso do monte das Oliveiras (13:1-37)
G. O Sinédrio conspira contra Jesus (.14:1.2)
H. Unção de Jesus por Maria de Betânia (14:3-9)
I. Barganha de Judas para trair a Jesus (14:10,11)
J. A última Ceia (14:12-31)
L. Jesus ora no horto do Getsêmani (14:32-52)
M. Detenção de Jesus (14:43-52) 
N. Julgamento de Jesus (14:53 - 15:20)
1. Audição ante o sinédrio, com negativas de Pedro (14:53-72)
2. Audição ante Pôncio Pilatos, com soltura de Barrabás (15:1-20)
O. Crucificação, morte e sepultamento de Jesus (15:21-47)
P. Ressurreição de Jesus (16:1-8).


Unidade 2


evangelho segundo mateus


Evangelho Segundo Mateus

Os  profetas  do  Antigo  Testamento  predisseram  e  ansiaram  pela  vinda  do Ungido que entraria na história para trazer redenção e livramento. O primeiro versículo  de  Mateus  anuncia  aquele  evento  há  muito  esperado:  “Livro  da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. Mateus fornece a ponte  essencial  entre  o  Antigo  e  o  Novo  Testamento.  Através  de  uma  série cuidadosamente   selecionada   de   citações   do   Antigo   Testamento,   Mateus documenta a reivindicação de Jesus Cristo de ser o Messias, Jesus possui as credenciais   do   Messias,   ministra   no   modelo   predito   do   Messias,   prega mensagens que somente o Messias poderia pregar, e finalmente morre a morte que somente o Messias poderia morrer.  Por essa razão esse evangelho inaugura o Novo Testamento. Outrossim, se Mateus valeu-se do evangelho de Marcos, e este é do período de 45-55 d.C., então provavelmente Mateus pertence a data levemente posterior, dentro daquele mesmo período, entre 60 d.C e 70 d.C.

Os Cinco Discursos
Os discursos constantes em Mateus são "sermões" mais ou menos longos, aos quais foram acrescentados ditos isolados de Jesus, em lugares apropriados. Cada discurso termina com esta fórmula: "Quando Jesus acabou de proferir estas palavras
..." Os discursos e seus temas respectivos são conforme mostramos abaixo: (1) O Sermão da Montanha (capítulos 5 - 7): Significado da Verdadeira (Interna) Retidão. (2) A Comissão dos Doze (capítulo 10): Significado do Testemunho em Prol de Cristo (Perseguição e Galardões). (3) As Parábolas (capítulo 13): Significado do Reino. (4) Sem qualquer título geral (capítulo 18): Significado da Humildade e do Perdão. (5) A Denúncia contra os Escribas e Fariseus (capítulo 23) e o Discurso do monte das Oliveiras, frequentemente chamado "O Pequeno Apocalipse" (capítulos 24 e 25): Significado da Rejeição de Israel. Deus rejeitou a Israel, por haver a nação rejeitado a Jesus, O Messias; ocorrerá um hiato de tempo, Jerusalém será destruída, as nações serão evangelizadas, e então Cristo retornará.
Mateus também nos apresenta Jesus como o intérprete infalível das Escrituras. Ele é o Mestre sem igual, que a partir da verdade e da autenticidade descobre a  falsidade  de  certas  atitudes  humanas  aparentemente  piedosas,  mas,  na realidade, cheias de avidez para receber o aplauso público (6.1). Recordemos a crítica de Jesus quanto a dar esmolas a toque de trombeta (6.2-4), a respeito da vaidosa ostentação das orações feitas nos cantos das praças (6.5-8; 23.14) e a hipocrisia dos jejuns praticados com o propósito primordial de impressionar o povo (6.16-18). 
Especialmente   interessante   é   o   tratamento   que   Mateus   dá   ao   aspecto pedagógico  da  atividade  de  Jesus.  Enquanto  Marcos  e  Lucas  associam  as palavras do Senhor à ocasião em que foram pronunciadas, Mateus as dispõe de modo ordenado.
O  tema  predominante  na  pregação  do  Senhor  é  o  Reino  de  Deus  (9.35), geralmente designado neste Evangelho como “reino dos céus” e focalizado na sua dupla realidade presente (4.17; 12.28) e futura (16.28). A proclamação da proximidade do Reino é também o anúncio de que Jesus encarrega aos seus discípulos   (10.7),   aos   quais,   depois   de   ressuscitado,   prometeu   a   sua permanência  duradoura  no  meio  deles:  “E  eis  que  estou  convosco  todos  os dias até à consumação do século” (28.20).

ESBOÇO SUMÁRIO DE MATEUS 
Tema: o Messias e o novel povo de Deus 
I. A NATIVIDADE DO MESSIAS (1:1 - 2:23)
 A. Sua genealogia (1:1-17)
 B. Seu nascimento (1:18-25)
 C. Sua adoração pelos magos (2:1-12)
 D. Fuga para o Egito para proteção das mãos de Herodes o Grande (2:13-18)
 E. Retorno e residência em Nazaré (2:19 - 23)
II. MINISTÉRIO DO MESSIAS EM PALAVRAS E OBRAS (3:1 - 25:46)
 A. Narrativa (3:1 - 4:25)
 1. Ministério preparatório de João Batista (3:1-17)
  a. Sua pregação (3:1-12)
  b. João batiza a Jesus (3:13-17)
 2. Tentação de Jesus por Satanás (4:1-11 )
 3. Primórdios da pregação messiânica e operações miraculosas na Galiléia com chamada de Simão Pedro. André, Tiago e João (4:12-25)

B. Primeiro discurso: o sermão da Montanha (5:1 - 7:29) 
C. Narrativa (8:1 - 9:34)
 1. Purificação de um leproso (8:1-4)
 2. Cura do servo do centurião (8:5-13)
 3. Cura da sogra de Pedro e outros (8:14-17)
 4. Preço e urgência do discipulado (8:18-22)
 5. A tempestade é acalmada (8:23-27)
 6. Livramento de dois endemoninhados gadarenos (8:28-34)
 7. Perdão e cura de um paralítico (9:1-8)
 8. Chamada de Mateus, e Jesus come com publicanos e pecadores (9:9-13)
 9. A questão sobre o jejum (9:14-17)
10. Cura da mulher hemorrágica e ressurreição da filha de um chefe (9:18-26)
11. Cura de dois cegos (9:27-31 )
12. Livramento de um endemoninhado mudo (9:32-34)

D. Segundo discurso: comissão e instrução aos doze discípulos para sua missão pela Galiléia (9:35 - 11:1)
 E. Narrativa (11:2 - 12:50)
 1. Testemunho de Jesus sobre João Batista (11:2-15)
 2. Jesus condena os impenitentes (11:16-24)
 3. Jesus agradece ao Pai e convida aos cansados (11:25-30)
 4. Jesus é senhor do sábado (12:1-14)
 a. Defende Seus discípulos por terem colhido e comido espigas num sábado (12: 1-8)
 b. Cura o homem de mão mirrada num sábado (12:9-14)
 5. Jesus retira-se e opera mais curas (12:15-21)
 6. Livramento de um endemoninhado cego e mudo, e defesa do exorcismo praticado por Jesus (12:22-37)
 7. Jesus recusa-se a dar outro sinal além do de Jonas, condena a justiça própria e identifica Seus verdadeiros parentes espirituais (12:38-50)
F. Terceiro discurso: sete parábolas sobre o reino (13:1-52)
1. A semente e os solos: mais comumente, o semeador (13:1-9)
 2. Razões do ensino por parábolas: confundir aos incrédulos e iluminar aos crentes (13:10-17)
3. Interpretação da semente e dos solos (13:18-23)
4. O trigo e o joio (13:24-30)
5. O grão de mostarda (13:31,32)
6. O fermento e o cumprimento das Escrituras pelo método de parábolas (13:33-35)
 7. Interpretação do trigo e do joio (13:36-43)
 8. O tesouro escondido (13:44)
 9. A pérola de grande preço (13:45,46)
 10. A rede com peixes bons e maus, e declaração final sobre a compreensão das parábolas (13:47-52)
G. Narrativa (13:53 - 17:27)
 1. Rejeição de Jesus em Nazaré (13:53-58)
 2. Morte de João Batista (14:1-12)
 3. Multiplicação de pães para cinco mil homens (14:13-21)
 4. Jesus e Pedro andam por sobre as águas (14:22-36)
 5. Contaminação cerimonial versus contaminação moral e ética (15:1-20)
 6. Livramento da filha endemoninhada da mulher cananéia, e outras curas (15:21-28)
7. Multiplicação de pães para quatro mil homens (15:32-39)
 8. Outra recusa a dar sinal, senão o de Jonas (16:1-4)
 9. Advertência contra fariseus e saduceus (16:5-12)
10. Pedro confessa a Jesus como o Messias e é abençoado (16:13-20)
11. Jesus prediz Seus sofrimentos, morte e ressurreição; repreende a Pedro por tentar dissuadi-lo: e convida os discípulos a levarem a cruz do discipulado (16:24-28)
12. Transfiguração de Jesus (17:1-13)
13. Cura do menino endemoninhado (17:14-21)
14. Jesus torna a predizer Sua morte e ressurreição (17:22,23)
15. Jesus paga a taxa do templo (17:24-27)
H. Quarto discurso: humildade e perdão, com a parábola dos dois devedores (18:1-35)
 I. Narrativa (19:1 - 22:46)
1. Questões do divórcio e do casamento (19:1-12) 
2. Jesus abençoa as crianças (19:13-15) 
3. O jovem rico e o preço e a recompensa do discipulado (19:16-30) 
4. Parábola do empregador e seus trabalhadores (20:1-16) 
5. Outra predição de Jesus sobre Sua morte e ressurreição (20:17-19)
6. Solicitação de posição de honra pela mãe de Tiago e João para seus filhos (20:20-28)
7. Cura de dois cegos perto de Jericó (20:29-34) 
8. Entrada triunfal em Jerusalém (21:1-11) 
9. Purificação do templo (21:12-17)
10. A figueira estéril é amaldiçoada (21:18-22)
11. Desafio à autoridade de Jesus (21:23-27)
12. Parábola do filho obediente e do desobediente (21:28-32)
13. Parábola dos lavradores maus (21:33-46)
14. Parábola das bodas reais e do traje nupcial (22:1-14)
15. Questão do pagamento de taxas a César (22:15-22)
16. Questão da ressurreição, exposta pelos saduceus (22:23-33)
17. Questão sobre o maior mandamento (22:34-40)
18. Jesus indaga sobre o Messias como descendente de Davi e Seu senhorio (22:41-46)

J. Quinto discurso (23:1 - 25:46)
1. Ais contra os escribas e fariseus (23:1-39) 


2. Discurso do monte das Oliveiras (24:1 - 25:46)
a. Previsão dos eventos pressagiadores até à volta de Cristo (24:1-31)
b. Exortações à vigilância, com as parábolas da figueira, do ladrão, dos servos fiéis e infiéis, das dez virgens e dos talentos (24:32 - 25:30) 
c. Julgamento das ovelhas e dos bodes (25:31-46)
II. MORTE E RESSURREIÇÃO DO MESSIAS (26:1 - 28:20)
A. Outra predição de Jesus sobre Sua morte, e a conspiração do Sinédrio, a unção de Jesus em Betânia e a resultante barganha de Judas, traidor de Jesus (26:1-16)
B. A última Ceia (26:17-35) 
C. Oração de Jesus no jardim do Getsêmani (26:36-46) 
D. Detenção de Jesus (26:47-56) 
E. O julgamento (26:57 - 27:26)  
1. Audição ante Caifás, com as negações de Pedro (26:57-75)  
2. Decisão condenatória do Sinédrio (27:1,2)  
3. Audição ante Pôncio Pilatos, o suicídio de Judas e a soltura de Barrabás  (27:3-26) 
F. Crucificação e morte de Jesus (27:27-56) 
G. Sepultamento de Jesus (27:57-66) 
H. A ressurreição (28:1-15)
 I. A Grande Comissão (28:16-20)


Unidade 3
evangelho segundo lucas



Evangelho Segundo Lucas

 O EVANGELHO DA CERTEZA HISTÓRICA 

O autor do terceiro evangelho começa com uma referência a narrativas prévias sobre os primórdios do movimento cristão, baseadas sobre relatórios de quem havia sido "testemunhas oculares e ministros da palavra" (1:1,2). Em seguida, ele refina o seu projeto, declarando-o "uma exposição em ordem" sobre aquela fidedigna tradição, além de esclarecer seu propósito, que é o de convencer seus leitores, sobre a exatidão histórica das tradições cristãs (1:3,4). 
O evangelho de Lucas e o Livro de Atos dos Apóstolos forçosamente saíram da pena de um mesmo autor, porquanto começam ambos com uma dedicatória a Teófilo, além de compartilharem de interesses comuns e de um só estilo de redação. Outrossim, o livro de Atos faz alusão ao “primeiro livro”  (Atos 1:1). E visto que o terceiro evangelho e o livro de Atos devem ter vindo do mesmo autor, deduzimos a autoria lucana de Lucas-Atos do fato de ter sido ele o único dos companheiros de viagem de Paulo, mencionados nas epístolas, que poderia haver escrito as chamadas seções - "nós" do livro de Atos. Todas as demais personagens estão excluídas por terem sido mencionadas na terceira pessoa, no livro de Atos, ou devido à impossibilidade de harmonizar seus movimentos geográficos em consonância com as seções - "nós" do livro de Atos.
Mui provavelmente Lucas era um gentio (ou, pelo menos, um judeu helenista), podendo ter-se convertido em Antioquia da Síria. Seu nome é de origem grega. Nas despedidas constantes em Colossenses 4:10-14, Paulo parece distingui-lo de judeus (hebraístas?), vinculando-o com os gentios. Sua facilidade no uso do idioma grego sugere que era gentio (ou judeu helenista), mais afeito ao idioma grego que a maioria cios judeus tê-lo-ia sido. O estilo grego de Lucas, juntamente com o estilo da epístola aos Hebreus, é o mais refinado de todo o Novo Testamento. As exceções têm lugar quando parece que ele seguia fontes informativas semíticas, orais ou escritas, ou então quando adotava um estilo semítico de grego, para que soasse como grego "bíblico" da Septuaginta. Por outra parte, ambos os livros de autoria lucana começam com uma dedicatória formal, ao estilo literário greco-romano - os únicos livros do Novo Testamento que assim fazem.
Paulo chama Lucas de "médico amado", em Colossenses 4:14, descrição essa confirmada pelo interesse acima do normal que Lucas demonstrou por enfermidades, mediante seu uso frequente de termos médicos(Vide, por exemplo, o comentário de Lucas sobre o fato que a mulher hemorrágica gastara todo o seu dinheiro com médicos (Lucas 8:43, segundo alguns manuscritos antigos).) - embora esse aspecto de sua redação possa ser exagerada por nós. 
Lucas dedica a sua obra a Teófilo, talvez um convertido recente ou em potencial, ou então um patrono que patrocinou a circulação do terceiro evangelho (e do livro de Atos), fazendo ambos os seus livros penderem mais para os gentios, sobretudo aqueles dotados de um interesse franco nas origens históricas do cristianismo. Assim sendo, Lucas estava interessado em estabelecer a inocência política de Jesus sob as leis romanas.(Vide especialmente a narrativa lucana sobre a cena do julgamento perante Pilatos, onde o governador romano repetidamente absolveu a Jesus de qualquer culpa (23:1-25).)
Ele mostra que o evangelho é universal, que Jesus derrubara a barreira entre judeus e gentios e inaugurara uma comunidade de âmbito mundial na qual as antigas desigualdades entre escravos e libertos, entre homens e mulheres, não mais existem. Porquanto Lucas se dirigiu a uma audiência gentílica, ele não demonstra o interesse judaico pelas profecias messiânicas cumpridas, com o mesmo grau de intensidade com que o faz Mateus. E também modificou expressões peculiarmente judaicas, juntamente com alusões a costumes judaicos, a fim de que seus leitores gentios pudessem compreender melhor o que lessem. (Por exemplo, "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados" (Mateus 23:27), onde há alusão ao costume judaico de caiar os túmulos para torná-los claramente visíveis, para que ninguém viesse a contrair contaminação cerimonial inadvertidamente, ao tocar em algum deles. Lucas faz uma paráfrase a fim de desvencilhar-se do costume distintivo, mas mantém o pensamento essencial: "Ai de vós! que sois como as sepulturas invisíveis, sobre as quais os homens passam sem o saber" (Lucas 11:44).) Há muitas indicações específicas desse universalismo que inclui os povos gentílicos, indicações quase todas elas ausentes nos demais evangelhos. Verifica-se um interesse especial em vincular episódios da carreira de Jesus a datas da história secular (1:5; 2:1 e 3:1,2). Jesus é "luz para revelação aos gentios" (2:32). A citação do trecho de lsaías 40 inclui as palavras "e toda a carne verá a salvação de Deus" (3:6).
A genealogia de Jesus não remonta somente até Abraão (consoante se vê em Mateus), mas até Adão, progenitor da raça humana inteira (3:23-38). Jesus chamou atenção para o fato que Elias foi abrigado por uma viúva fenícia, e não por uma israelita, e para o fato que Eliseu curou a um leproso sírio (Naamã), e não um leproso israelita (4:25-27). Em comum com Mateus, Lucas inclui a Grande Comissão de evangelizar "a todas as nações" (24:47; comparar com Mateus 28:19,20). Todavia, o universalismo que transparece no evangelho de Mateus é um universalismo no qual os cristãos judeus haviam dado seu colorido paroquial. O de Lucas, porém, é um universalismo helenista, que desconhece os estreitos limites judaicos. 

ESBOÇO SUMÁRIO DE LUCAS 
Tema: a certeza histórica do evangelho
Prólogo: Dedicatória a Teófilo e definição de propósitos ao escrever uma narrativa em ordem sobre fatos históricos dignos de confiança (1:1-4)
 I.- NATIVIDADE E INFÂNCIA DE JOÃO BATISTA E DE JESUS (1:5 -2:52)
 A. Anúncio do nascimento de João Batista a Zacarias e Isabel (1:5-2:25)
 B. Anúncio do nascimento de Jesus a Maria (1:26-38)
 C. Visita de Maria a Isabel, e o Magnificat (1:39-56).
 D. Nascimento, circuncisão e outorga do nome a João Batista, e o Benedictus (1:57-79)
E. João Batista cresce no deserto (1:80) 
F. Nascimento de Jesus (2:1-7) 
G. A visita dos pastores (2:8-20) 
H. Circuncisão e outorga do nome a Jesus (2:21).
I. Apresentação no templo, e o Nunc Dimittis de Simeão, e a adoração de Ana  (2:22-40). 
J. Jesus visita o templo com doze anos (2:41-52).
II. PRIMÓRDIOS DO MINISTÉRIO DE JESUS (3:1 - 4:13)
A. Ministério preparatório de João Batista (3:1-20) 
B. O batismo de Jesus (3:21,22) 
C. A genealogia de Jesus (3:23-38) 
D. A tentação de Jesus (4:1-13)
III. MINISTÉRIO NA GALILÉIA (4:14 - 9:50)
A. Jesus é rejeitado em Nazaré (4:14-30) 
B. Exorcismo na sinagoga de Cafarnaum (4:31-37) 
C. Cura da sogra de Pedro, outros milagres e pregação (4:38-44)
D. Pesca miraculosa e chamada de Simão Pedro. Tiago e João ao discipulado (5:1-11)
E. Purificação de um leproso (5:12-16)
F. Perdão e cura de um paralítico (5:17-26)
G. Chamada de Levi (Mateus), e Jesus come com publicanos e pecadores  (5:27-32)
H. Observações sobre o jejum (5:33-39)
I. Jesus defende Seus discípulos por terem colhido e comido espigas em dia de  sábado (6:1-5)
J. Cura do homem de mão mirrada, em dia de sábado (6:6-11) 
L. A escolha dos Doze (6:12-16) 
M. O sermão no "lugar plano" no monte (6:17-49) 
N. Cura do servo de um centurião (7:1-10) 
O. Ressurreição do filho da viúva (7:11-17) 
P. Indagação de João Batista e a resposta de Jesus, com elogio a João (7:18-35)  Q. Jesus é ungido pela pecadora, que é perdoada (7:36-50) 
R. Jesus prega com apoio financeiro de certas mulheres (8:1-3)
S. Parábola da semente e dos solos (mais comumente, do semeador) e da lâmpada (8:4-18)
T. Tentativa dos familiares de Jesus por vê-Lo, Sua observação sobre Seus verdadeiros parentes espirituais (8:19-21)
U. A tempestade é acalmada (8:22-25) 
V. Livramento do endemoninhado geraseno (8:26-39) 
X. Cura da mulher hemorrágica e ressurreição da filha de Jairo (8:40-56) 
Z. A missão dos Doze (9 :1-6) 
AA O temor culposo de Herodes Antipas ante a morte de João Batista (9:7-9) 
BB. Multiplicação dos pães para os cinco mil homens (9:10-17)
CC. Confissão de Pedro sobre o caráter messiânico de Jesus e a predição deste sobre a Sua morte e ressurreição, com convite a que levemos a cruz do discipulado (9:18-27) DD. A transfiguração (9:28-36) 
EE. Livramento de um menino endemoninhado (9:37-45)
FF. Observações sobre a humildade (com uma criança a servir de exemplo) e a tolerância (9:46-50)
IV. ÚLTIMA JORNADA A JERUSALÉM (9:51 - 19:27)
A Determinação de Jesus de ir a Jerusalém, e a falta de hospitalidade em uma aldeia de samaritanos (9:51-56)
B. Observações sobre o discipulado ante discípulos em potencial (9:57-62) 
C. A missão dos setenta (10:1-24) 
D. A parábola do bom samaritano (10:25-37) 
E. Jesus é hospedado por Maria e Marta (10:38-42)
F. Ensino sobre a oração, incluindo o Pai Nosso, e a parábola do amigo que viera à meia noite (11:1-13)
G. Episódios polêmicos (11:36 - 12:12)
1. Defesa contra a acusação de ser possuído pelo diabo, recusa de dar qual quer sinal salvo o de Jonas, e parábola da lâmpada (I 1:33-36) 
2. Desmascaramento dos fariseus e escribas (11:37-54)
3. Advertência contra o farisaísmo (12:1-12) 
H. Observações sobre a cobiça, a ansiedade, a confiança e a vigilância escatológica, incluindo a parábola do rico insensato (12:13-59)
I. Convite ao arrependimento, incluindo a parábola da figueira (13:1-9) 
J. Cura de uma mulher corcunda, em dia de sábado (13:10-17) 
L. Parábolas da semente de mostarda, do fermento e da porta estreita (13:18-30) M. Jesus recusa-se a entrarem pânico por causa de Herodes Antipas, e Sua Lamentação por Jerusalém (13:31-35)
N. Cura de um hidrópico, em dia de sábado (14:1-6)
O. Parábola dos convites a uma festa de casamento (14:7-14) 
P. Parábola do grande banquete (14:15-24) 
Q. Parábolas do edificador da torre e do rei em época de guerra (14:25-35) 
R. Três Parábolas em defesa da acolhida dada a pecadores (15:1-32)
1. Parábola da ovelha perdida (15:1-7)
2. Parábola da moeda perdida (15:8-10)
3. Parábola do filho pródigo e seu irmão mais velho (15:11-32)
S. Duas parábolas sobre o uso do dinheiro (16:1-31)
1. Parábola do gerente injusto, com mais comentários sobre os fariseus (16:1- 18) 2. Parábola do rico e Lázaro (16:19-31)
T. Observações sobre o perdão, a fé e o senso do dever (17:1-10) 
U. Cura dos dez leprosos e a gratidão de um deles, um samaritano (17:11-19) 
V. Vinda do reino de Deus e do Filho do homem, incluindo a parábola da viúva e do juiz injusto (17:20 - 18:8)
X. Parábola do fariseu e do publicano (18:9-14) 
Z. Jesus acolhe as criancinhas (18:15-17)
AA. O jovem rico (18:18-30) 
BB. Jesus prediz Sua morte e ressurreição (18:31-34) 
CC. Cura do cego, perto de Jericó (18:35-43) 
DD. A conversão de Zaqueu (19:1-10) 
EE. A parábola das minas (19:11-27)
V. SEMANA DA PAIXÃO E A MORTE, RESSURREIÇÃO E MINISTÉRIO PÓS-RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO DE JESUS EM JERUSALÉM E CERCANIAS (19:28 - 24:53)
A. A semana da paixão e a morte de Jesus (19:28 - 23:56)
1. Entrada triunfal em Jerusalém, incluindo a purificação do templo (19:28-48)
2. Debate teológico no recinto do templo (20:1 - 21:4)
a. Desafio à autoridade de Jesus (20:1-8) 
b. Parábola dos lavradores maus e dá vinha (20:9-18) 
c. Questão do pagamento de taxas a César (20:19-26) 
d. Pergunta dos saduceus sobre a ressurreição (20:27-40)
e. Pergunta de Jesus sobre o Messias ser descendente de Davi e Seu senhorio (20:41-44)
f. Advertência contra os escribas (20:45-47) 
g. As duas moedinhas da viúva (21:1-4) 
h. Discurso do monte das Oliveiras (21:5-38)
3. O Sinédrio planeja matar a Jesus e a barganha de Judas Iscariotes (22:1-6)
4. A última Ceia (22:7-38)
5. Jesus ora no horto do Getsêmani (22:39-46)
6. Detenção de Jesus (22:47-53)
7. Julgamento de Jesus (22:54 - 23:25)
a. Audição noturna na casa do sumo sacerdote e as negações de Pedro (22:54-65)
b. Condenação pelo Sinédrio, cedo de manhã (22:66-71) 
c. Primeira audição ante Pilatos (23:1-5) 
d. Audição ante Herodes Antipas (23:6-12)
e. Segunda audição ante Pilatos, quando Pilatos, contra a vontade, solta a Barrabás e entrega a Jesus à crucificação (23:13-25)
8. A crucificação de Jesus
a. Simão o cireneu leva a cruz de Jesus e as mulheres se lamentam (23:26-31)
b. Jesus é crucificado e escarnecido (23:32-38) 
c. O criminoso penitente (23:39-43) 
d. Morte de Jesus (23:44-49)
9. Sepultamento de Jesus (23:50-56) B. Ressurreição de Jesus (24:1-12)  C. Ministério pós-ressurreição (24:13-49)
1. Jornada a Emaús, com Cleopas e outro discípulo (24:13-35)
2. Aparecimento de Jesus em Jerusalém (24:36-43) 
3. Jesus ensina sobre Si mesmo, com base no Antigo Testamento, e dá a Grande Comissão (24:44-49) 
D. Ascensão de Jesus (24:50-53)


Em outros termos, a partir do prólogo, o texto de Lucas pode-se distribuir em cinco seções: 
A  primeira  seção  (1.5-2.52),  sem  paralelo  em  Mateus  e  Marcos,  contém  os relatos entrelaçados do nascimento de João Batista e de Jesus. Ocorrem aqui algumas circunstâncias que os tornam semelhantes: a apresentação de dados históricos (1.5 e 2.1-5); a aparição do anjo Gabriel a Zacarias e Maria (1.19 e 1.26); as respectivas mensagens de que o anjo é portador (1.11-20 e 1.26-38); os cânticos de Maria e Zacarias em louvor ao Senhor (1.46-55 e 1.67- 79);  o  nascimento  de  João  e  o  de  Jesus  e  a  circuncisão  de  ambos  em cumprimento do que foi estabelecido pela Lei Mosaica (1.57-59 e 2.21-24). 
Começa a segunda seção (3.1-4) situando historicamente (3.1-2) um conjunto de fatos: a pregação e o encarceramento de João Batista (3.1-20), o batismo de Jesus (3.21-22) e a tentação no deserto (4.1-13). Lucas, tal qual Mateus (Mt 1.1-17),  insere  uma  genealogia;  mas,  em  lugar  de  limitá-la  à  ascendência hebraica  de  Jesus,  a  faz  remontar  até  Adão  (3.23-38),  para  dar  ênfase  ao caráter universal da obra do Senhor. 
A terceira seção do Evangelho (4.14-9.50), compreende o ministério público de Jesus  na  Galiléia,  onde  ensinou,  pregou,  reuniu  os  seus  discípulos,  curou  a enfermos e possessos, fez milagres e anunciou que haveria de sofrer, morrer e ressuscitar.  Há  aqui  textos  muito  importantes:  a  parábola  do  semeador  (8.4- 15), a ressurreição da filha de Jairo (8.40-56), a confissão de Pedro (9.18-20) e a transfiguração do Senhor (9.28-36). Também temos aqui relatos que Mateus e Marcos não incluem, como a ressurreição do filho da
viúva de Naim (7.11-17) e a visita do Senhor à casa de Simão, o fariseu (7.36- 50). 
Na  quarta  seção  (9.51-19.27)  agrupam-se  numerosas  passagens  exclusivas deste   terceiro   Evangelho.   Entre   outras,   uma   série   de   parábolas   muito conhecidas: o bom samaritano (10.25-37), a figueira estéril (13.6-9), a grande ceia (14.15-24), o filho pródigo (15.11-32), o rico e Lázaro (16.19-31), a viúva e o juiz iníquo (18.1-8), o fariseu e o publicano (18.9-14) e as dez minas (19.11- 27). 
A quinta seção (19.28-24.53) narra os acontecimentos finais da vida terrena de Jesus. São os seus últimos dias, que têm Jerusalém por cenário único. Todos os fatos ocorrem nessa cidade, desde o dia em que o povo recebe em triunfo o Senhor (19.28-38) até que é preso, processado, crucificado, morto e sepultado.  
Os sofrimentos, a morte e a ressurreição do Senhor (22.47-24.49) constituem o ponto culminante do relato dos quatro Evangelhos, cada um dos quais traz alguma informação exclusiva que não se encontra nos demais.




unidade 4
evangelho segundo joão

JOÃO: O EVANGELHO DA FÉ EM JESUS PARA A VIDA ETERNA 

Escrito em estilo simples, o último dos quatro evangelhos exibe uma profundeza teológica que ultrapassa à dos evangelhos sinópticos. As tradições da Igreja primitiva indicam que o apóstolo João escreveu o quarto evangelho já no término do primeiro século da era cristã, em Éfeso, cidade da Ásia Menor. Particularmente importante quanto a isso é o testemunho de Irineu, discípulo de Policarpo, o qual, por sua vez, fora discípulo do apóstolo João - uma direta linha de tradição, com um elo de ligação entre Irineu e o próprio João.
Outrossim, o autor escreve como "aquele a quem Jesus amava", não movido pelo egoísmo - porquanto nunca se identifica por seu próprio nome! - mas a fim de ressaltar que o conteúdo do evangelho merece crença, porquanto proveio de alguém em quem Jesus confiava. Acresça-se a isso que o discípulo amado repetidas vezes aparece em chegada associação com Pedro (13:23,24; 20:2-10; 21:2,7,20 ss.). Os evangelistas sinópticos informam-nos que Tiago e João eram filhos de Zebedeu, que trabalhavam como pescadores juntamente com Pedro, e que com ele formaram o círculo mais interior dos Doze. Visto que desde há muito Tiago morrera como mártir (vide Atos 12:1-5), e visto que Pedro figura como uma pessoa diferente da do discípulo amado, resta-nos somente João para ser o discípulo amado e autor do quarto evangelho. Pois se alguma outra pessoa, fora do discípulo amado, escreveu o quarto evangelho, então por que ele não vinculou o nome de João ao "discípulo a quem Jesus amava"? O anonimato do discípulo amado dificilmente poderia ser explicado, a menos que ele mesmo tivesse sido autor desse evangelho, e o processo de eliminação o identifica com o apóstolo João. 
O quarto evangelho contém discursos mais longos, feitos por Jesus, do que os outros evangelhos sinópticos. Os discursos, tendem por eliminar porções históricas. Perguntas e objeções feitas pelos ouvintes de Jesus com frequência pontuam os discursos, e João, de maneira regular, apresenta-nos um Cristo que falava em estilo bastante diferente, em muitos particulares, daquilo que os evangelistas sinópticos nos dão a entender. Essas diferenças se originam em parte da própria maneira pela qual João traduzia para o grego, em ensinamentos dominicais, aquilo que originalmente fora dito em aramaico e hebraico (bem como em grego), e em parte pelo próprio hábito que João tinha de parafrasear, com o resultado que o vocabulário e o estilo do próprio evangelista com frequência aparecem no seu registro sobre os ensinamentos de Jesus. Nos evangelhos sinópticos, a tradução evidentemente é mais literal e as paráfrases são menos extensas.
Percorrendo todo o quarto evangelho, muitos importantes temas teológicos aparecem e reaparecem, em diferentes combinações, algumas vezes figurando novamente em I - III João e no Apocalipse. João expõe esses temas mediante uma habilidosa alternância de narrativas e discursos, de tal maneira que as palavras de Jesus ressaltam o sentido mais interior de Suas obras. Grande proporção das ações constantes nesse evangelho, pois, se reveste de papel simbólico. Por exemplo, a lavagem dos pés dos discípulos, por parte de Jesus, representa o efeito purificador de Sua obra remidora. Também se nota um frequente toque irônico, como aquele que atinge a pergunta feita por Jesus: ."Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me apedrejais?" (10:32). E tal como os atos de Jesus envolvem um significado simbólico, assim também as Suas palavras com frequência encerram um segundo e mesmo um terceiro significados. "Nascer de novo" também significa "nascer do alto" (3:3 ss.), e a referência ao fato que Jesus seria "levantado" salienta não só o método de Sua execução, mas também a Sua ressurreição e exaltação de volta aos céus (12:20-36, especialmente 32). 
Os temas teológicos joaninos começam sob a categoria de revelação. Jesus é a Palavra (ou Logos) revelatória de Deus. Nesse papel, ele revela a verdade, a qual é mais que mera veracidade.


ESBOÇO SUMÁRIO DE JOÃO 
O  Evangelho  de  João  é  singular.  Como já foi dito, Mateus,  Marcos  e  Lucas  são  chamados Evangelhos   Sinóticos   porque,   a   despeito   de   suas   ênfases   individuais, descrevem muitos dos mesmos eventos da vida de Jesus de Nazaré. João se volta   principalmente   para   eventos   e   discursos   não   comuns   aos   outros evangelhos, com intuito de provar a seus leitores que Jesus é Deus na carne, a eterna Palavra vinda à terra, que nasceu para morrer como sacrifício oferecido a  Deus  para  tirar  o  pecado  humano.  Sete  sinais  miraculosos  provam  que “Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (20.31). Jamais se escreveu um tratado evangélico mais excelente que a narrativa inspirada que João elaborou sobre a vida, morte e ressurreição de Cristo. 
João deixa claro o propósito do seu Evangelho, em 20.31, a saber: “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. Alguns manuscritos gregos deste Evangelho apresentam, nesta passagem, formas verbais distintas para “crer”. Uns contêm o aoristo subjuntivo (“para  que  comecem  a  crer”);  outros  contêm  o  presente  do  subjuntivo  (“para que continuem crendo”), No primeiro caso, João teria escrito para convencer os incrédulos a crer em Jesus Cristo e serem salvos. No segundo caso, João teria escrito  para  consolidar  os  fundamentos  da  fé  de  modo  que  os  crentes continuassem firmes, apesar dos falsos ensinos de então, e assim terem plena comunhão com o Pai e o Filho (cf. 17.3). Estes dois propósitos são vistos no Evangelho segundo João. 
O  autor  do  quarto  Evangelho,  como  que  dialogando  figuradamente  com  os  seus futuros leitores, explica-lhes que os sinais milagrosos feitos por Jesus e recolhidos neste  livro...  foram  registrados  para  que  creiais  que  Jesus  é  o  Cristo,  o  Filho  de Deus...  (20.30-31).  Esta  é  a  intenção  que  guia  o  evangelista  a  coligir  também  o conjunto de ensinamentos e discursos reveladores da natureza e razão de ser da atividade desenvolvida por Jesus, o Messias, o Filho unigênito (1.14), enviado pelo Pai para tirar “o pecado do mundo” (1.29) o para dar vida eterna a “todo o que nele crê” (3.13-17).
O ponto de partida do quarto evangelista para as suas considerações sobre o Messias não é o mesmo que o de Mateus, Marcos e Lucas. João busca outros enfoques, de maneira que, freqüentemente, se refere a situações e eventos ou inclui  palavras,  ensinamentos  e  discursos  de  Jesus,  não  testificados  pelos sinóticos. Isso permite supor que, provavelmente, João, contando com alguma fonte   de   informação   própria,   tenha   podido   ampliar   determinados   dados conhecidos e transmitidos por aqueles, admitindo-se sobretudo, que, de acordo com  o  critério  mais  amplamente  aceito,  a  redação  do  quarto  Evangelho  teve lugar depois da aparição dos outros três, em datas próximas ao final do séc. I.  
Um  aspecto  singular  deste  Evangelho  é  o  persistente  interesse  em  fixar  os lugares  dos  acontecimentos.  E  curiosamente,  enquanto  Mateus,  Marcos  e Lucas dão maior atenção às atividades de Jesus na Galiléia, João fixa-se de modo especial nos fatos que têm lugar em Jerusalém (cf. Jo 2.12; 4.43-54; 6.1; 7.9). Ao mesmo tempo enfatiza que determinadas festas do calendário judaico parecem marcar os momentos escolhidos pelo Senhor para entrar na cidade: a Páscoa (2.23; 11.55), a Festa dos Tabernáculos (7.2), a Festa da Dedicação do Templo (10.22) e, inclusive, uma festa não referida com precisão (5.1).  
Essa  relação  simultânea  de  Jesus  com  Jerusalém  e  com  as  festividades judaicas  é  um  dos  elementos  de  composição  que  contribuem  a  dar  ao  texto deste  Evangelho  o  seu  colorido  peculiar.
Além disso, vale destacar que o Evangelho segundo João é o mais teológico dos quatro Evangelhos. Trata da natureza e da pessoa de Cristo, e do significado da fé nEle. A apresentação que João faz de Cristo como  o  divino  Filho  de  Deus  se  vê  nos  títulos  que  Jesus  recebe  no  livro:  “o Verbo era Deus” (1.1), “o Cordeiro de Deus” (1.29), “o Messias” (1.41), “o Filho de Deus” e “o Rei de Israel” (1.49), “o Salvador do mundo” (4.42), “Senhor”...e Deus” (20.28). Sua divindade também é afirmada na série de pronunciamentos “Eu   Sou...”   (6.35;   8.12;   10.7,9,11,14;   11.25;   14.6;   15.1,5).   Em   outros pronunciamentos “Eu Sou”, Cristo deixou implícito e explícita Sua reivindicação de  ser  o  EU  SOU  -Javé  do  Antigo  Testamento  (4.24,26;  8.24,28,58;  13.19). Estas eram as mais fortes reivindicações de divindade que Jesus poderia ter feito.
A estrutura e o estilo deste Evangelho são diferentes daqueles dos outros três (os   sinópticos).   Menciona   apenas   sete   milagres   (cinco   dos   quais   não registrados em nenhum dos sinópticos) e registra várias entrevistas pessoais. O  autor  enfatiza  a  realidade  física  da  fome,  sede,  cansaço,  dor  e  morte  de Cristo como uma defesa contra a alegação gnóstica de que Jesus não possuíra verdadeira natureza humana.

Tema: a fé em Jesus, como o Cristo e o Filho de Deus, com vistas à vida eterna.
PRÓLOGO: Jesus Cristo, a Palavra (Logos) revelatória (1:1-18)

I. O IMPACTO PRODUTOR DE FÉ DO MINISTÉRIO INICIAL DE JESUS (1:19 - 4:42)
A. Narrativa (1:19 - 2:25)
1. Testemunho de João Batista e os primeiros discípulos (1:19-51)
2. Transformação de água em vinho, no casamento em Caná (2:1-12)
3. A purificação do templo e a realização de sinais miraculosos em Jerusalém (2:13-25).
B. Discurso (3:1 - 4:42) (A palavra "discurso" com frequência envolve certo grau de diálogo.)
1. O novo nascimento, em conversa com Nicodemos (3:1-21)
2. A superioridade de Jesus, testificada por João Batista durante seus ministérios paralelos de batismos (3:22-36)
3. A água da vida, em conversa com a mulher samaritana, com a resultante conversão dela mesma e de seus concidadãos (4:1-42)
II. AUTORIDADE DAS PALAVRAS DOADORAS DE VIDA DE JESUS (4:43 - 5:47)
A. Narrativa (4:43 - 5:18)
1. Cura do filho de um oficial (4:43-54)
2. Cura do inválido, num poço de Jerusalém, em dia de sábado (5:1-9a)
B. Discurso: a autoridade das palavras de Jesus (5:9b-47) I
II. OUTORGA DO CORPO E DO SANGUE DE JESUS PELA VIDA DO  MUNDO (6:1-71)
A. Narrativa: multiplicação dos pães para os cinco mil homens e o caminhar por sobre as águas (6:1 :21)
B. Discurso: o pão da vida (6:22-71)
IV. ILUMINAÇÃO DA HUMANIDADE POR JESUS, COM A RESULTANTE DIVISÃO EM: INCRÉDULOS, DESTINADOS AO JUÍZO, E CRENTES, DESTINADOS À VIDA ETERNA (7:1 - 8:59)
A. Narrativa: Jesus se faz presente à festa dos Tabernáculos, e divisão das opiniões a Seu respeito (7:1-52)
B. Discurso: a luz do mundo e os verdadeiros filhos de Abraão (8:12-59)
V. A TERNURA DE JESUS, EM CONTRASTE COM A CRUELDADE DAS AUTORIDADES RELIGIOSAS DOS JUDEUS (9:1 - 19:39)
A. Narrativa: cura do cego e sua exclusão da sinagoga (9:1-41)
B. Discurso: o bom pastor, os mercenários, os assaltantes e os ladrões (10:1-39) VI. O DOM DA VIDA MEDIANTE A MORTE DE JESUS (10:40 - 12:50)
A. Narrativa (10:40 - 12:19)
1. A ressurreição de Lázaro e a consequente conspiração do Sinédrio para tirar a vida de Jesus (10:40 - 11:57)
2. Jesus é ungido por Maria de Betânia, e a conspiração do Sinédrio para tirar a vida a Lázaro (12:1-11)
3. A entrada triunfal em Jerusalém (12:12-19).
B. Discurso: o grão de trigo que morre, ressurgindo depois para uma vida frutífera (12:20-50).
VII. RETIRADA E RETORNO DE JESUS (13:1 - 20:29) 
A. Discurso (13:1 - 17:26)
1. Purificação dos discípulos e seu serviço manual mútuo, simbolizados pelo lava-pés (13:1 -20)
2. Anúncio sobre a traição e desligamento de Judas Iscariotes (13:21 - 30)
3. Vantagens da retirada de Jesus para os discípulos, e a vinda do Paracleto (Consolador): Discurso do Cenáculo (13:31 - 16:33)
4. Oração sumo-sacerdotal de Jesus por Seus discípulos (17:1-26) 
B. Narrativa (18:1 - 20:29)
1. Detenção de Jesus (18:1 - 11)
2. Audições ante Anás e Caifas, com as negações de Pedro (18:12-27)
3. Audição ante Pilatos (18:28 - 19:16)
4. Crucificação e sepultamento de Jesus (19:17-42)
5. O túmulo vazio e duas aparições pós ressurreição, primeiro a Maria, e então aos discípulos (20:1-29)
CONCLUSÃO: O propósito da escrita do quarto evangelho, inspirar a fé doadora de vida, em Jesus, o Cristo, o Filho de Deus (20:30,31) EPILOGO (21:1-25)
A. Narrativa: terceira aparição pós ressurreição, aos discípulos, com pesca miraculosa e desjejum nas praias do mar de Tiberíades - Galiléia (21:1-14)
B. Discurso: Pedro é recomissionado (21:15-23)
AUTENTICAÇÃO FINAL (21:24,25).  


As sete últimas palavras. 
Os evangelistas registram sete declarações feitas por Cristo, estando Ele encravado na cruz, e que por isso mesmo são conhecidas por "Sete últimas Palavras".
(1) A primeira foi uma oração solicitando perdão para os Seus inimigos: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." (Lucas 23:34.)
(2) A segunda assegurou ao assaltante penitente de que ele estaria em companhia de Jesus naquele mesmo dia: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso." (Lucas 23:43). A ênfase recai sobre o vocábulo "hoje", pois o ladrão falara como se o reino ainda estivesse no futuro distante.
(3) A terceira é a entrega da mãe de Jesus aos cuidados do apóstolo João. Ao manter-se perto da cruz, com alguns dos discípulos, Maria confessava sua lealdade a Jesus. Visto que os meio-irmãos de Jesus ainda não criam Nele, Maria estava se separando de seus outros filhos, dos quais ela haveria de depender em sua idade avançada. À guisa de última vontade e testamento, pois, Jesus entregou a responsabilidade de cuidar de Sua mãe desolada e solitária a João: "Mulher, eis aí o teu filho... Eis aí a tua mãe." (João 19:26,27.)
(4) O grito de desamparo: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?", expressou um senso de abandono por parte de Deus (vide Marcos 15:34 e Mateus 27:46, com derivação de Salmos 22:1 ). Não obstante, a fé de Jesus não se abalara, pois Ele disse: "Meu Deus..." O abandono à morte foi motivado pelo fato que Jesus estava levando nossos pecados sobre Si mesmo.
(5) "Tenho sede!" teve origem na angústia física (João 19:28).
(6) "Está consumado!" (João 19:30) foi um brado de vitória. O original grego traz aqui uma única palavra, que algumas vezes era usada em recibos, significando "Pago". Jesus não estava apenas morrendo. Mas, ao morrer, Ele também realizou a nossa redenção. Ele pagou a nossa dívida pelo pecado.
(7) O brado final dado na cruz antecipou a restauração da comunhão com Deus, imediatamente após Jesus expirar: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito!" (Lucas 23:46.) Ler Marcos 15:33 - 37; Mateus 27.45 - 50; Lucas 23.44 - 46 e João 19. 28 – 30.




Unidade 5
atos dos apóstolos

Palavras chaves de Atos: “Ascensão”, “descida” e  “expansão”. 

                       
 Escritor do livro: Considerando a dedicatória do livro a Teófilo (At 1:1; comparemos com Lc 1:3), a referência a um tratado anterior (1:1), o seu estilo, o fato de o autor ter sido companheiro de Paulo, o que fica muito claro por estarem certas partes do livro escritas na primeira pessoa do plural (“nós”), e ter acompanhado Paulo à Roma (At 27:1; comparemos com Cl 4:14; Fm 24; 2 Tm 4:11), chegamos a conclusão que o livro de Atos foi escrito por Lucas. A impressão que se dá é que ele teria usado o diário de viagem como fonte de material.
 b) Quem foi Lucas? Pouco se sabe dele. Seu nome é mencionado só três vezes no NT . Paulo chama-o de “médico amado”. O único escritor da Bíblia que não era judeu. A tradição e os estudiosos dizem que Lucas era homem de cultura e erudição científica, versado nos clássicos hebraicos e gregos. É possível que tivesse estudado medicina na Universidade de Atenas.  c) Relação de Lucas com Paulo: Ficou em Filipos até à volta de Paulo, seis ou sete anos depois, At 16:40 (“dirigiram-se”), quando tornou a se juntar a ele, 20:6 (“navegamos”) e com ele ficou até o fim, possivelmente até a morte de Paulo em Roma.

1. A comissão dos Apóstolos 
Entende-se por comissão o ato de cometer; encarregar; também significa encargo, incumbência.  Os missiólogos chamam a missão dada por Jesus aos seus primeiros discípulos de “Grande Comissão”. Ele ordenou aos onze homens, com os quais mais dividira seu ministério terreno, que fossem ao mundo inteiro e fizessem discípulos em todas as nações, Ele lhes disse que ensinassem a esses novos discípulos tudo que haviam aprendido d’Ele (Mateus 28:18-20). Mais tarde, o apóstolo Paulo deu as mesmas instruções a Timóteo: "E o que de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e também idôneos para instruir a outros" (2 Timóteo 2:2). Mas, somente em
nossas próprias forças não poderemos cumprir nossa comissão. Por isso, o Senhor nos deus uma capacitação além da natural: “Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”.  
Ma podemos questionar: Qual o coração da Grande Comissão? Infelizmente, não aparece na Versão Corrigida, que traduz assim o começo do versículo 19: “Portanto, ide e ensinai”. Na Atualizada, podemos descobrir o coração da Grande Comissão, identificando os imperativos (tempos verbais que expressam ordem, determinação) nela: “Ide” e “fazei discípulos”. Assim como nas traduções inglesas e espanholas, a Versão Atualizada em português traz dois imperativos. Mas não é assim na linguagem original. No grego, matheteusate ou “fazei discípulos” é o único imperativo nesse texto. Os outros três verbos nos versículos 19 e 20 são gerúndios, ou seja, traduzindo literalmente, teríamos, por exemplo, indo, em lugar de ide. Os três gerúndios - “indo”, “batizando” e “ensinando” - são as três funções indispensáveis de como fazer discípulos.  Assim, uma vez que esses versículos não são a Grande Sugestão, mas, sim, a Grande Comissão, o discipulado é imprescindível na vida da igreja e na vida de cada cristão. Para David Kornfield, hoje, infelizmente, a Grande Comissão muitas vezes passa a ser a Grande Omissão. E teremos de prestar contas a Jesus a esse respeito. 

Essa Comissão de Mateus 28.18-20  e paralelamente em Atos 1:8 é grande por, pelo menos, por cinco razões: 
a) É Grande em sua Autoridade. Das dezenas ou centenas de mandamentos de Jesus, este é o único em que Jesus se veste de toda a autoridade do Universo. Ele se coloca como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Na época bíblica, um súdito que ignorasse ou negligenciasse um mandato declarado com toda a autoridade real arriscava a própria vida. É com essa autoridade que fazemos a obra do Senhor (At 1:8). 
b) É Grande em seu Efeito Multiplicador. É assim que o reino de Deus pode explodir! Até então, havia só um discipulador multiplicando-se em outros - Jesus Cristo. Agora vem a Comissão para começar um movimento multiplicador, contra o qual nem as portas do inferno prevalecerão. Pouco depois, os discipuladores não eram só 11, mas 120. Um pouco mais depois não eram só 120, mas milhares. De pouco em pouco! 
c) É Grande por sua Extensão Geográfica. Estende-se a todas as nações. Várias vezes o próprio Jesus limitou seu ministério e ordenou que os apóstolos também limitassem seus ministérios aos judeus. Aqui, ele abre o leque e abraça todo o mundo. na Comissão de fazer discípulos em todas as nações, encontramos o coração de missões mundiais. Deus não admitiu que Sua igreja entrasse em um ostracismo, vivendo só para si, e encapsulada em um único ponto geográfico. Ele quer, na verdade, que Seu povo se expanda territorialmente e anuncie o evangelho a toda criatura,  tanto é que esse foi o objetivo  da  perseguição  de       Atos 8: 1-4. A ordem que aparece em Atos 1:8 não é cronológica, ou seja, Cristo não falou para evangelizar primeiro Jerusalém,  segundo Judéia, terceiro Samaria e por último os confins da Terra. Essa interpretação é errada, perigosa, e fora da vontade do Senhor. O próprio texto de Atos 1:8 deixa claro que Jesus determinou que a obra da Sua igreja na Terra deveria ser desenvolvida simultaneamente nas três dimensões que Ele deseja que o Evangelho seja pregado. Isso fica claro nas expressões: “tanto em”; “como em”; e “até os”.  
d) É Grande por sua Extensão a todos os aspectos da vida. Jesus nos chama a ensinar outros a guardarem tudo o que Ele ensinou. Esse mandato inclui toda a humanidade e, mais do que isso, implica não apenas o ensino, mas a prática desses mandamentos. No discipulado, o ensino sempre tem por fim a prática. Ou seja, o ensino que não leva à pratica não é discipulado. 
e) É Grande por sua Extensão no Tempo. Estende-se até a consumação do século, até a volta de Cristo. Cada pastor e igreja que se envolve no discipulado conforme o exemplo de Jesus constrói os alicerces para um movimento que fluirá de sua igreja a todas as nações, até a consumação dos séculos.  

2. A Fundação da Igreja de Jerusalém:  
a) Na festa de Pentecostes, em 30 ou 33 d.C, deu-se o aniversário da Igreja. 50 dias depois da crucifixão de Jesus. 10 dias após sua Ascensão. Pensa-se que esse Pentecostes caiu no primeiro dia da semana. A festa de Pentecostes era também chamada festa das Primícias da colheita eram por essa ocasião apresentadas a Deus. Outrossim, comemorava a promulgação da Lei no Sinai. Apropriava-se, pois, para ser o dia da promulgação do Evangelho e da recepção das primícias da colheita mundial do mesmo Evangelho. Jesus, em Jo 16:17-24, tinha falado da inauguração da época do Espírito Santo. E agora, está sendo de fato inaugurada, numa poderosa manifestação milagrosa do Espírito Santo, com o som como de um vento impetuoso, e com línguas como de fogo pousando sobre cada um dos Apóstolos, esta feita para representantes do mundo inteiro, a judeus e a prosélitos ao judaísmo reunidos em Jerusalém para celebrar o Pentecostes, vindo de todas as terras do mundo que então se conheciam (mencionando-se 15 nações, 2:9-11) – e os Apóstolos da Galiléia falavam para eles nas suas próprias línguas.  
b) O Sermão de Pedro (2:14-16).  O espetáculo espantoso de Apóstolos falando, sob a influência das línguas de fogo, nas línguas de todas as nações ali representadas. Isto, segundo a explicação de Pedro, vv. 15-21, era o cumprimento da Profecia registrada em Jl 2:28-32. Pode ser o que aconteceu naquele dia não foi o cumprimento total e final daquela profecia, e que aquilo seria o começo apenas, de uma era grandiosa e notável que foi iniciada; a profecia pode se aplicada também, ao fim desta era.  
c) O Cumprimento das Profecias. Nota-se as declarações repetidas que o que acontecia já tinha sido predito: A traição de Judas, 1:16-20; a Crucifixão, 3:18; a Ressurreição, 2:25-28; a Ascensão de Jesus, 2:33-35; a vinda do Espírito Santo, 2:17. "Todos os profetas", 3:18-24.   

3. A Descida do Espírito Santo (1:12-2.13) 
O rei Davi planejou a edificação do templo e reuniu os materiais necessários. Mas foi Salomão, seu sucessor, quem o erigiu (1 Cr 29: 1,2). Jesus igualmente planejou a Igreja durante seu ministério terreno (Mt 16:18; 18:17). Preparou os materiais humanos, porém deixou ao seu sucessor e representante, o Espírito Santo, o trabalho de erigi-la. Foi no dia de Pentecoste que esse templo espiritual foi construído e cheio da glória do Senhor (cf. Êx 40:34,35; 1 Rs 8:10,11; Ef 2:20). O dia de Pentecoste era a inauguração da Igreja, e o cenáculo, o local dessa comemoração. 

a) O Dia de Pentecostes 
"E, cumprindo-se o dia de Pentecostes…" O nome "Pentecoste" (derivado da palavra grega "cinqüenta") era dado a uma festa religiosa do Antigo Testamento. A festa era assim denominada por ser realizada 50 dias após a Páscoa (ver Lv 23:15-21). Observe sua posição no calendário das festas. Em primeiro lugar festejava-se a Páscoa. Nela se comemorava a libertação de Israel no Egito. Celebravam a noite em que o anjo da morte alcançou os primogênitos egípcios, enquanto o povo de Deus comia o cordeiro em casas marcadas com sangue. Esta festa tipifica a morte de Cristo, o Cordeiro de Deus, cujo sangue nos protege do juízo divino. No sábado, após a noite de Páscoa, os sacerdotes colhiam o molho da cevada, previamente selecionado. Eram as primícias da colheita, que deviam ser oferecidas ao Senhor. Cumprido isto, o restante da colheita podia ser ceifado. A festa tipifica Cristo, "as primícias dos que dormem" (1 Co 15:20). O Senhor foi o primeiro ceifado dos campos da morte para subir ao Pai e nunca mais morrer. Sendo as primícias, é a garantia de que todos quantos nele crêem seguí-lo-ão pela ressurreição, entrando na vida eterna.  
Quarenta e nove dias eram contados após o oferecimento do molho movido diante do Senhor. E no qüinquagésimo dia – o Pentecoste – eram movidos diante de Deus dos pães. Os primeiros feitos da ceifa de trigo. Não se podia preparar e comer nenhum pão antes de oferecer os dois primeiros a Deus. Isto mostrava que se aceitava sua soberania sobre O mundo. Depois, outros pães podiam ser assados e comidos. O significado típico é que os 120 discípulos no cenáculo eram as primícias da igreja cristã, oferecidas diante do Senhor por meio do Espírito santo, 50 dias após a ressurreição de Cristo. Era a primeira das inúmeras igrejas estabelecidas durante os últimos 19 séculos. 
O Pentecoste foi a evidência da glorificação de Cristo. Para Myer Pearlman, a descida do Espírito era como um "telegrama" sobrenatural, informando a chegada de Cristo à mão direita de Deus. Também testemunhava que o sacrifício de Cristo fora aceito no Céu. Havia chegado a hora de proclamar sua obra consumada. O Pentecoste era a habilitação do Espírito no meio da Igreja. Após a organização de Israel, no Sinai, o Senhor veio morar no seu meio, sendo sua presença localizada no Tabernáculo. No dia de Pentecoste, o Espírito Santo veio habitar na Igreja, a fim de administrar, dali, os assuntos de Cristo. 

b) O Falar em Línguas 
Apareceu em seguida a realidade da qual o vento é símbolo: "E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem". O que produz esta manifestação? O impacto do Espírito de Deus sobre a alma humana. É tão direto e com tanto poder, que a pessoa fica extasiada, falando de modo sobrenatural. Isto pelo fato de a mente ficar totalmente controlada pelo Espírito. Para os discípulos, era evidência de estarem completamente controlados pelo poder do Espírito prometido por Cristo. Quando a pessoa fala uma língua que nunca aprendeu, pode ter a certeza de que algum poder sobrenatural assumiu o controle sobre ela. Alguns argumentaram que a manifestação do falar em línguas limitou-se à época dos apóstolos. Aconteceu para ajudá-los a estabelecer o Cristianismo, uma novidade naquela época. Não existe, no entanto, limites à continuidade dessa manifestação no Novo Testamento.  
Mesmo no quarto século depois de Cristo, Agostinho, o notável teólogo do Cristianismo, escreveu: "Ainda fazemos como fizeram os apóstolos, quando impuseram as mãos sobre os samaritanos, invocando sobre eles o Espírito mediante a imposição das mãos. Espera-se por parte dos convertidos que falem em novas línguas". Ireneu (115-202 d.C.), notável líder da Igreja, era discípulo de Policarpo, que por sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ireneu escreveu: "Temos em nossas igrejas muitos irmãos que possuem dons espirituais e que, por meio do Espírito, falam toda sorte de línguas".  
A Enciclopédia Britânica declara que a glossalália (o falar em línguas) "ocorreu em reavivamentos cristãos durante todas as eras: por exemplo, entre os frades mendicantes do século XIII, entre os jansenistas e os primeiros quaquers, entre os convertidos de Wesley e Whitefield, entre os protestantes perseguidos de Cevennes, e entre os irvingistas". Podemos multiplicar as referências, demonstrando que o falar em línguas, por meios sobrenaturais, tem ocorrido em toda a história da Igreja. (Nota: O falar em línguas nem sempre é em língua conhecida. Ver 1 Co 14.2). 

4. A conversão de Saulo de Tarso 
Conquanto a tivesse precedido um longo período de "incubação" inconsciente, sem dúvida alguma a conversão de Paulo foi repentina. Ele não conseguira banir da mente o rosto do mártir moribundo – "como se fosse rosto de anjo". Nem podia ele esquecer-se da última oração pungente de Estevão: "Senhor, não lhes imputes este pecado" (Atos 7:6). 
O Espírito Santo, sempre ativo, havia preparado o palco, no decorrer dos anos, para este grandioso confronto e capitulação. O raio luminoso cegante encontrou uma vasta quantidade de material inflamável no coração do jovem perseguidor. O milagre aconteceu em pleno meio-dia. Paulo viu a Jesus em toda a sua glória e majestade messiânicas. Não se tratava de mera visão, pois ele classifica o fato como a última aparição do Salvador a seus discípulos, e o coloca no mesmo nível de suas aparições aos outros apóstolos. Sua declaração é clara e inequívoca. 
E apareceu a Cefas, e, depois, aos doze. Depois foi visto por mais de quinhentos irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora, porém alguns já dormem. Depois foi visto por Tiago, mais tarde por todos os apóstolos, e, afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de tempo (I Coríntios 15:5-8). 
Não foi um êxtase, mas uma aparição real e objetiva do Cristo ressurreto e exaltado, vestido de sua humanidade glorificada. Paulo convenceu-se de imediato de que Cristo não era um impostor. Quão diferente foi a entrada em Damasco daquela que o inquisidor havia imaginado! "E, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia… mas, levanta-te, e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer… Então se levantou Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando-o pela mão, levaram-no para Damasco" (Atos 9:4-8). Paulo entrou cativo em Damasco, acorrentado à roda da carruagem de seu Senhor vencedor. Fora tudo estava escuro, mas dentro tudo era luz. 
A rendição de Paulo ao Senhorio de Cristo foi imediata e absoluta. Desde o momento em que ele reconheceu que Jesus não era um impostor, mas o Messias dos judeus, ele ficou sabendo que só poderia haver uma resposta. Toda a história se resume nas suas duas primeiras perguntas: "Quem és tu, Senhor?" "Que farei, Senhor?" (Atos 22:8,10). A verdadeira conversão sempre resulta em rendição à vontade de Deus, pois a fé salvadora implica obediência (Romanos 1:5). 
Quão surpreendente foi a estratégia vitoriosa de Deus! C.E. Macartney escreve: "O mais amargo inimigo tornou-se o maior amigo. A mão que escrevia a acusação dos discípulos de Cristo, levando-os à presença dos magistrados e para a prisão, agora escrevia epístolas do amor redentor de Deus. O coração que bateu de júbilo quando Estêvão caiu sobre as pedras sangrentas, agora se regozijava em açoites e apedrejamentos por amor de Cristo. Do outrora inimigo, perseguidor, blasfemador proveio a maior parte do Novo Testamento, as mais nobres declarações de teologia, os mais doces poemas de amor cristão" (J.O. Sanders, p.28). 

5. A Chamada de Paulo 
O chamado de Deus veio a Paulo de forma tão clara e específica que não lhe foi possível confundi-lo, enquanto jazia deitado no chão cego pela luz celestial. Ananias também comunicou-lhe a mensagem que havia recebido de Deus: "O Deus de nossos pais de antemão te escolheu para conheceres a sua vontade, ver o Justo e ouvir uma voz da sua própria boca, porque terás de ser sua testemunha diante de todos os homens, das coisas que tens visto e ouvido" (Atos 22:14-15). 
Mais tarde, quando Paulo voltava para Jerusalém, sobreveio-lhe um êxtase, e viu aquele que lhe falava e que lhe disse: "vai, porque eu te enviarei para longe aos gentios" (Atos 22:17,18,21). A Ananias, cujo temor bem podemos compreender, comissionado por Deus para dar as boas-vindas ao notório perseguidor da Igreja cristã, Deus também indicou a esfera de testemunho para a qual ele havia chamado Paulo: "Mas o Senhor lhe disse [a Ananias]: Vai, porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei quanto importa sofrer pelo meu nome" (Atos 9:15-16). 
Paulo revelou outra faceta de seu chamado ao se defender perante Agripa: "Ouvi uma voz que me falava… Levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda; livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, para lhes abrir os olhos e convertê-los das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus" (Atos 26:14-18). 
Assim, desde os primeiros dias de sua vida cristã, Paulo não somente sabia que era um veículo escolhido por meio de quem Deus comunicaria sua revelação, mas tinha uma ideia geral do que Deus havia planejado para seu futuro: (a) Seu ministério o levaria para longe do lar; (b) Ele teria um ministério especial entre os gentios; (c) Esse ministério lhe traria grande sofrimento. Só aos poucos ele chegou a compreender que este chamado não era tanto um novo propósito de deus para sua vida, quanto a culminação do processo preparatório iniciado antes de seu nascimento. Assim é hoje. O chamado do dirigente cristão não é tanto um novo propósito para sua vida quanto a descoberta do propósito para o qual Deus o trouxe ao mundo. O Senhor havia dito aos seus discípulos que os postos de liderança no seu Reino dependiam da soberana nomeação de seu Pai. "Quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda… é para aqueles a quem está preparado" (Marcos 10:40). Paulo reconhecia esta verdade, mas só aos poucos ele chegou a um claro entendimento do trabalho que Deus tinha para ele. 
Só depois que os judeus rejeitaram de forma consistente sua mensagem é que Paulo se devotou quase que exclusivamente aos gentios. Sua experiência em Corinto chegou a uma fase decisiva. "Paulo se entregou totalmente à palavra, testemunhando aos judeus que o Cristo é Jesus. Opondo-se eles e blasfemando, sacudiu Paulo as vestes e disse-lhes. Sobre a vossa cabeça o vosso sangue! eu dele estou limpo, e desde agora vou para os gentios" (Atos 18:5-6). 
Alguns anos após a sua conversão, este chamado inicial foi renovado e confirmado pela igreja de Antioquia onde ele havia trabalhado por um ano. "E, servindo ele [os dirigentes] ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (Atos 13:2). De modo que o chamado geral se tornou específico, e eles alegremente partiram, "enviados pelo Espírito Santo". O primeiro passo no cumprimento da grande comissão do Senhor e o começo do importante empreendimento missionário de amplitude mundial havia sido realizado com segurança. 
As missões do apóstolo Paulo 
Sabemos que o conceito teológico de Missões é tríplice: a igreja tem uma missão de adorar a Deus em espírito em verdade; tem uma incumbência de edificar a si própria; e tem a grande comissão de evangelizar o mundo. Como referencial de obreiro que Paulo foi, atuou nessas três obras. Entretanto, vamos delimitar a prática missiológica paulina somente às suas heroicas viagens missionárias. 
O ambiente de trabalho missionário do apóstolo Paulo foi o Império Romano.

                       A maneira abrupta pela qual termina o livro de Atos quase nos espanta. Lucas descortina a história de Paulo até ao ponto em que o apóstolo, aprisionado em Roma, já esperava por dois anos ser julgado na presença de César. Nisso, o livro se encerra. Que teria sucedido a Paulo? Teria comparecido diante de César? Em caso positivo, teria sido condenado? martirizado? absolvido? solto? Lucas não nos informa. Muitas sugestões têm sido oferecidas para explanar esse fim tão abrupto. É possível que Lucas tencionasse escrever um terceiro volume, no qual teríamos as respostas para essas indagações. No entanto, o seu primeiro volume, o evangelho de Lucas, termina com um senso de história terminada, embora sem dúvida também tencionasse escrever o livro de Atos. Ou talvez Lucas tenha chegado ao fim de seu rolo de papiro. Todavia, sem dúvida ele poderia ter percebido que seu espaço disponível estava ficando curto, e poderia ter escrito um final apropriado. Uma catástrofe pessoal pode
ter impedido Lucas de concluir o seu livro. A verdade, porém, é que esse livro já é suficientemente longo para ocupar um ponderoso rolo de papiro. E talvez Lucas tivesse conseguido cumprir o seu propósito, isto é, mostrar o progresso do cristianismo, a partir de Jerusalém, o lugar de sua origem, até Roma, a capital do império. Contudo, o ministério de Paulo na prisão dificilmente foi um coroamento; já existia ali uma comunidade cristã, e permanece de pé o problema de por qual razão Lucas não registrou o que aconteceu a Paulo, a personagem dominante em Atos 13 - 28. A melhor solução é aceitar que Lucas escreveu sobre os eventos até onde eles tinham tido lugar. Em outras palavras, ao tempo em que ele escreveu, Paulo continuava esperando julgamento. Por certo teria sido irrelevante a Lucas provar a inocência política do cristianismo (vide abaixo), se porventura escrevia o livro de Atos depois que o imperador Nero se voltara contra os cristãos (64 D. C.). Pois seria tarde demais, então, apelar para decisões favoráveis da parte de oficiais governamentais subalternos! Por conseguinte, Lucas escreveu o livro de Atos quando Paulo já se encontrava em Roma há dois anos (cerca de 61 D. C.).( Também favorece uma data antiga do Livro a ausência de alusões à perseguição sob Nero, na década de 60 D. C., ao martírio de Tiago, irmão do Senhor, na mesma década, e à destruição de Jerusalém, em 70 D. C. A teologia ainda pouco desenvolvida e a controvérsia acerca da situação dos cristãos gentios talvez apontem na mesma direção, mas também reflitam, ao invés disso, a exatidão de Lucas ao descrever o estado da Igreja primitiva, sem que haja nisso implicações quanto à data em que ele escreveu seu livro.) O próprio final abrupto do livro de Atos sugere que a tarefa da evangelização mundial estava incompleta. O que a Igreja primitiva começou, pois, compete a nós terminar.

ESBOÇO SUMÁRIO DE ATOS 
Tema: o irresistível avanço do evangelho de Jerusalém a Roma 
I. ATOS DO ESPÍRITO DE CRISTO EM JERUSALÉM E CERCANIA (1:1 12:25) A. Em Jerusalém (1:1 - 8:3)
1. Ministério pós-ressurreição e ascensão de Jesus (1:1-11)
2. Substituição de Judas Iscariotes por Matias (1:12-26)
3. O dia de Pentecoste: o derramamento do Espírito Santo, o falar em línguas, o sermão de Pedro, as conversões em massa e o companheirismo cristão (2:1-47) 4. A cura do aleijado e o sermão de Pedro (3:1-26)
5. Aprisionamento e soltura de Pedro e João (4:1-31)
6. Comunhão de bens na igreja de Jerusalém e a morte de Ananias e Safira (4:32 - 5:11)
7. Milagres, conversões e aprisionamento e soltura dos apóstolos (5:12-42)
8. A disputa por causa de rações e a escolha dos sete "diáconos" (6:1-7)
9. Sermão e martírio de Estêvão, e a perseguição geral que se seguiu (6:8 8:3)
B. Em redor de Jerusalém (principalmente) (8:4 - 12:25)
1. Evangelização de Samaria por Filipe, os samaritanos recebem o Espírito, e o relato sobre Simão, o mágico (8:4-25)
2. Conversão do etíope eunuco, sob Filipe (8:26-40)
3. A conversão de Saulo-Paulo, sua pregação e fuga de Damasco, seu retorno a Jerusalém e fuga para Tarso (9:1-31)
4. Pedro cura a Enéias e ressuscita a Tabita (9:32-43)
5. Salvação de Cornélio e sua família gentílica, incluindo a visão de Pedro sobre um lençol e o seu sermão sobre o recebimento do Espírito pelos gentios (10:1 - I 1:18)
6. Propagação do evangelho até Antioquia da Síria (11:19-26)
7. Barnabé e Saulo-Paulo trazem víveres de Antioquia a Jerusalém, para aliviar a fome (11:27-30)
8. Herodes Agripa I executa a Tiago, o apóstolo, e encarcera a Pedro; a miraculosa libertação deste e a morte de Herodes (12:1-25)
II. ATOS DO ESPIRITO DE CRISTO, MEDIANTE PAULO, EM LUGARES DISTANTES (13:1 - 28:31)
A. Primeira viagem missionária (13:1 - 14:28)
1. Partida de Antioquia da Síria (13:1-3)
2. Chipre: Elimas e sua cegueira temporária e a conversão de Sérgio Paulo (13:4-12)
3. Perge: João Marcos retorna (13:13)
4. Antioquia da Pisídia: sermão de Paulo na sinagoga (13:14-52)
5. Icônio, Listra e Derbe: cura de um aleijado, Barnabé e Paulo são adorados como Zeus e Hermes, e apedrejamento de Paulo, em Listra (14:1-18)
6. Regresso a Antioquia da Síria, com pregação em Perge (14:19-28) 
B. A controvérsia judaizante (15:1-35)
1. Debates em Antioquia da Síria (15:1,2)
2. O concílio de Jerusalém: a decisão em prol da liberdade gentílica da lei mosaica (15:3-35)
C. Segunda viagem missionária (15:36 - 18:21)
1. Disputa com Barnabé por causa de João Marcos e a partida de Antioquia da Síria em companhia de Silas (15:36-41)
2. Jornada pelo sul da Galácia: a escolha de Timóteo (16:1-5)
3. Trôade: a visão do homem da Macedônia (16:5-10)
4. Filipos: conversão de Lídia, libertação da jovem escrava pitonisa, o encarceramento de Paulo e Silas, o terremoto e a conversão do carcereiro e sua família (16:11-40)
5. Tessalônica: os judeus atacam a casa de Jasom, hospedeiro de Paulo (17:19) 6. Beréia: averiguação da mensagem de Paulo, mediante o Antigo Testamento (17:10-15)
7. Atenas: sermão de Paulo diante do Areópago; mais comumente, colina de Marte (17:16-34)
8. Corinto: Paulo fabrica tendas com Áqüila e Priscila, decisão favorável do governador romano, Gálio, e o sucesso geral do evangelho (18:1-17)
9. Regresso a Antioquia da Síria através de Cencréia (18:18-21) 
D. Terceira viagem missionária (18:22 - 21:26)
1. Jornada pela Galácia e Frigia (18:22,23
2. Ministério preparatório de Apolo, em Efeso (18:24-28)
3. Éfeso: discípulos de João Batista recebem o batismo cristão, evangelização bem sucedida e levante encabeçado por Demétrio e os ourives (19:141)
4. Jornada através da Macedônia até à Grécia, e daí de volta à Macedônia (20:1-5)
5. Trôade: Êutico cai de uma janela, durante um sermão de Paulo (20:6-12)
6. Jornada a Mileto e discurso de despedida de Paulo, perante os anciãos do Éfeso (20:13-38)
7. Viagem até Cesaréia e predições de infortúnios de Paulo em Jerusalém (21:1-14)
8. Viagem até Jerusalém (21:14-16) E. Acontecimentos em Jerusalém (21:17 - 23:35)
1 Paulo faz votos judaicos (21:17-26)
2. Agitação na área do templo, detenção de Paulo, sua defesa perante a multidão e diálogo com Cláudio Lisias (21:27 - 22:29)
3. Defesa de Paulo perante o Sinédrio (22:30 - 23:11)
4. Conspiração dos judeus contra Paulo e sua transferência para Cesaréia (23:12-35)
F. Acontecimentos em Cesaréia (24:1 - 28:31)
1. Julgamento de Paulo perante Félix (24:1-23)
2. Audição particular de Paulo perante Félix e Drusila (24:24-27)
3. Julgamento de Paulo perante Festo, e apelo a César (25:1-12)
4. Audição de Paulo perante Festo e Herodes Agripa II (25:13 - 26.32)
G. Viagem acidentada de Paulo a Roma, incluindo o naufrágio em Malta (27:1 - 28:16)
H. Paulo prega a judeus e a gentios, em sua prisão domiciliar em Roma (28:17-31)





BIBLIOGRAFIA
GUNDRY, Robert. Panorama do Novo Testamento. SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova. 1997.

NUNES, Flávio. Evangelhos. Instituto Teológico Gamaliel. S/d.

NUNES, Flávio. Atos dos Apóstolos. Instituto Teológico Gamaliel. S/d.







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