Curso
de Teologia da Igreja Evangélica Jesus para as Nações
Nível Básico
Apostila
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Curso de Teologia da Igreja Evangélica Jesus para as
Nações
Nível Básico
Apostila dos Evangelhos e Atos dos Apóstolos
Organizadores:
Diretor Pr. José Iracet
Profª Dra. Adriana Röhrig
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Sumário
Introdução
aos evangelhos e atos
UNIDADE
1 Evangelho Segundo Marcos
UNIDADE
2 Evangelho Segundo Mateus
UNIDADE
3 . Evangelho Segundo Lucas
UNIDADE
4 Evangelho Segundo João
UNIDADE
5 Atos dos Apóstolos
BIBLIOGRAFIA
Introdução aos evangelhos e atos dos apóstolos
O que é o Evangelho
As
boas-novas a respeito
de Jesus Cristo,
o Filho de
Deus são-nos apresentadas por
quatro autores: Mateus,
Marcos, Lucas e
João, embora exista só um
Evangelho, a bela história da salvação
por Jesus Cristo, nosso
Senhor.
A palavra “Evangelho” nunca é usada no Novo
Testamento para referir-se a um livro. Significa sempre “boas-novas”. Quando
falamos do Evangelho de Lucas, devemos compreender que se trata das boas-novas
de Jesus Cristo conforme foram
registradas por Lucas.
Entretanto, desde os
tempos antigos o
termo, “evangelho,” tem sido usado com referência a cada uma das quatro
narrativas da vida de Cristo.
Originalmente
essas boas-novas eram
transmitidas pela palavra
falada. Os homens iam de lugar
em lugar, contando
a velha história.
Depois de algum tempo fez-se necessário um registro
escrito. Mais de uma pessoa tentou fazê-lo,
mais sem êxito.
Veja o que
Lucas diz: “Visto
que muitos houve
que empreenderam uma narração
coordenada dos fatos
que entre nós
se realizaram, conforme nos
transmitiram os que
desde o principio
foram deles testemunhas oculares,
e ministros da palavra, igualmente a mim me pareceu bem, depois de a curada
investigação de tudo desde a sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo,
uma exposição em
ordem, para que
tenhas perfeita certeza das verdades em que foste instruído” (Lc
1.1-4).
“Evangelho” é
uma palavra de
origem grega que
significa “boa notícia”.
Do ponto de vista da fé cristã, só há um evangelho: o de Jesus Cristo.
Porque ele mesmo, o Filho de Deus encarnado na natureza humana (Jo 1.14) e
autor da vida e da
salvação (At 3.15;
Hb 2.10; 12.2),
é a boa
notícia que constitui
o coração do Novo
Testamento o fundamenta
a pregação da
Igreja desde os tempos apostólicos até os nossos dias.
Os Evangelhos
Sinóticos
A simples leitura dos
Evangelhos conduz logo a uma
primeira classificação, que é
resultante da constatação,
de um lado,
de que existe
uma ampla coincidência da
parte de Mateus,
Marcos e Lucas
quanto aos temas
de que tratam e quanto à disposição
dos elementos narrativos que introduzem; e por outro, o
Evangelho de João,
cuja aparição foi
posterior à dos
outros três, parece ter
sido escrito com
o propósito de
suplementar os relatos
anteriores com uma nova e distinta visão da vida de Jesus. Porque, de
fato, com exceção dos acontecimentos que formavam a história da paixão de
Jesus, apenas três dos fatos referidos por João (1.19-28; 6.1-13 e 6.16-21)
encontram-se também consignados nos outros Evangelhos.
Daí se
conclui que, assim
como o Evangelho
Segundo João requer
uma consideração à parte,
os de Mateus,
Marcos e Lucas
estão estreitamente
relacionados. Seguindo vias
paralelas, oferecem nas
suas respectivas narrações três enfoques
diferentes da vida
do Senhor. Por
causa desse paralelismo,
pelas muitas analogias que aproximam esses Evangelhos tanto na matéria
exposta como na forma de dispô-la, vêm sendo designados desde o séc.
XVIII como “os
sinóticos”, palavra tomada
do grego e
equivalente a “visão simultânea”
de alguma coisa.
Os
sinóticos começaram a
aparecer provavelmente em
torno do ano
70. Depois da publicação do Evangelho segundo Marcos, escreveu-se
primeiro o de Mateus e
depois o de
Lucas. Ambos serviram-se, em
maior ou menor medida, da
quase totalidade dos
materiais incorporados em
Marcos, relembrando-os e ampliando-os
com outros. Por
essa razão, Marcos
está quase integralmente representado nas páginas de Mateus e de Lucas.
Quanto aos novos materiais mencionados, isto é, os que não se encontram em
Marcos, uma parte foi aproveitada simultaneamente por Mateus e Lucas, e a outra
foi usada por cada um deles de maneira exclusiva.
Apesar
de que os autores sinóticos tenham redigido textos paralelos, fizeram-no
de pontos de
vista diferentes e
contribuindo cada qual
com a sua
própria personalidade, cultura e estilo literário. Por isso, a obra dos
evangelistas não surge como o produto de uma elaboração conjunta, mas como um
feito singular. Quanto aos objetivos, também são diferentes em cada caso:
enquanto Mateus contempla a Jesus
de Nazaré como
o Messias anunciado
profeticamente, Marcos o vê
como a
manifestação do poder
de Deus, e
Lucas, como o
Salvador de um mundo perdido por causa do pecado.
Por que quatro
Evangelhos?
A
pergunta que naturalmente
surge é a
seguinte: Por que
quatro? Não teria bastado
uma só narrativa
direta e contínua?
Não teria sido
mais simples e claro? Isso não nos teria poupado algumas
das dificuldades surgidas em torno do que alguns têm chamado de narrativas divergentes?
A resposta é simples: Uma ou duas
pessoas não nos
teriam dado um
retrato completo da
vida de Cristo. O
Dr. Van Dyke
disse: “Suponhamos que
quatro testemunhas comparecessem
perante um juiz para depor sobre certo acontecimento e cada uma delas usasse as
mesmas palavras. O juiz provavelmente, concluiria, não que o testemunho delas
era de valor excepcional, mas que a única coisa certa, sem sombra de dúvida, é
que haviam concordado em contar a mesma história. Todavia, se cada uma tivesse
contado o que tinha visto e como o tinha visto, aí então a prova seria digna de
crédito.
Há quatro ofícios
distintos de Cristo apresentados
nos Evangelhos. Ele é apresentado
como: Rei em Mateus,
Servo em
Marcos, Filho do homem
em Lucas e Filho de
Deus em João.
É verdade que
os quatro Evangelhos
têm muita coisa em comum. Todos eles tratam do ministério terreno de
Jesus, sua morte e ressurreição,
seus ensinos e
milagres, porém cada
Evangelho tem suas diferenças. É
fácil ver que cada um dos autores procura apresentar um quadro diferente de
nosso único Salvador. Mateus, de propósito, acrescenta à sua narrativa o que
Marcos omite. Nenhum dos Evangelhos contém a narração completa da vida de
Cristo. João diz em 21.25: “Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus
fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem
no mundo inteiro
caberiam os livros
que seriam escritos”.
Existem vazios propositados que
nenhum dos evangelistas
pretendeu preencher. Por exemplo: todos omitem um registro de
dezoito anos da vida de Cristo, entre os doze
e os trinta
anos. Embora sejam
completos em si
mesmo, cada um registrou aquilo que era relevante ao seu
tema.
Os
quatro Evangelhos compreendem
cerca de 46
por cento no
Novo Testamento. A igreja
primitiva colocou os Evangelhos
no início do
Cânon do Novo Testamento,
não por serem
eles os primeiros
livros escritos, mas
por serem o fundamento
sobre o qual
Atos e as Epístolas são
edificados. Os Evangelhos ao
mesmo tempo se originam do Antigo Testamento e o cumprem, bem como fornecem um
cenário histórico e teológico para o restante do Novo Testamento.
A
palavra grega euaggelion se
refere às “boas
novas” ou “alegres
novas” acerca de Jesus Cristo, que foi oralmente proclamado. Mais tarde
veio a ser também sido escrito
depois, a igreja
primitiva considerou somente
os quatro Evangelhos, da
forma que os
conhecemos, como dotados
de autoridade e divinamente
inspirados. Foram distinguidos
uns dos outros
pela preposição grega kata (segundo), acompanhada pelo nome do
escritor. A presente ordem dos quatro Evangelhos remonta pelo menos ao final do
segundo século, e cria- se ser esta a ordem em que eles foram escritos. Embora
haja quem teorize que os Evangelhos foram originalmente
escritos em Aramaico,
não há evidência real para tal posição. Os
habitantes da Palestina eram primariamente bilíngues (aramaico e grego),
e muitos eram
trilíngues (hebraico ou
latim). O grego, porém,
era o idioma
comum de todo
o império, e
por isso o
mais adequado veículo para as
narrativas evangélicas.
Atos
dos Apóstolos
O título do livro de “Atos dos Apóstolos” tal
como o conhecemos não fazia parte do livro original, mas sim foi lhe dado
depois do ano 200 da era cristã. O Evangelho de Lucas e Os Atos são dois
volumes de uma só obra. Isso fica claro comparando Lc 1.1-4 com At 1.1-4. O
livro dos Atos contém a história do estabelecimento e desenvolvimento da igreja
cristã, e da proclamação do evangelho ao mundo então conhecido na época (At
1.8). Atos foi escrito particularmente a
Teófilo, um nobre cristão, mas de um modo geral a toda a igreja. Quanto aos propósitos do livro de Atos
podemos destacar: Informativo/ Evangelístico, Apologético (defesa da fé), Político,
Jurídico.
Unidade 1
evangelho segundo marcos
Evangelho Segundo
Marcos
Visto que os títulos somente mais tarde foram
adicionados aos evangelhos, dependemos da tradição antiga e das evidências
internas no que tange a questões de autoria.
O primeiro dos evangelhos a ser escrito deriva seu nome de João Marcos, o qual
figura como companheiro de Paulo, Barnabé e Pedro, no livro de Atos e nas
epístolas. Papias, pai da Igreja antiga, segundo se sabe, disse na primeira
metade do século II D. C. que Marcos anotou cuidadosamente, em seu evangelho,
as reminiscências de Pedro sobre a vida e os ensinamentos de Jesus, embora nem
sempre em ordem cronológica ou retórica, porquanto seu propósito era o da
instrução espiritual, e não fazer uma crônica artística dos acontecimentos.
Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes e Jerônimo confirmam a autoria de
Marcos, em associação com Pedro.
Embora a ordem do material de Marcos pareça ser
cronológica em suas linhas gerais, palavras chaves e similaridade de assunto
com frequência formam o princípio de arranjo no que concerne a relatos e
declarações isolados. Por exemplo, Marcos 2:1 3:6 contém as seguintes
narrativas: a cura do paralítico e o perdão de seus pecados, com a subsequente
discussão sobre a autoridade que Jesus tem de perdoar pecados; o argumento
acerca do fato que Jesus comia com publicanos, após o chamamento de Levi
(Mateus); o debate por causa do jejum; as críticas contra os discípulos por
terem colhido e comido espigas em dia de sábado, e a defesa dos mesmos por
parte de Jesus; e a cura de um homem de mão mirrada, contra as objeções dos
fariseus. Marcos reúne essas narrativas aparentemente porque tratam de
controvérsias de Jesus com os escribas e os fariseus.
Marcos,
o mais breve
e mais simples
dos quatro Evangelhos,
apresenta um relato conciso
e de cenas
rápidas da vida
de Cristo. Com pequenos comentários, Marcos deixa a
narrativa falar por si só, quando conta a história do servo que está
constantemente em movimento, ao pregar, curar, ensinar e, por fim, morrer pelos
pecadores. Seu ministério começa com as massas, logo restringindo-se aos doze
discípulos, e por fim culmina na cruz. Ali o Servo que “não veio
para ser servido,
mas para servir”
faz o supremo
sacrifício de serviçal, dando
“sua vida em
resgate de muitos”
(10.45). E esse
padrão de serviço altruísta
se torna o
modelo para aqueles
que seguem os
passos do Servo.
Com raras exceções, Marcos é o evangelho da
ação, e não dos longos discursos. Em uma narrativa de movimentos rápidos,
Marcos narra as atividades de Jesus na qualidade do poderoso e autorizado Filho
de Deus, particularizando Seus milagres de curas e exorcismos. O reino de Deus
invade o reino do mal, enquanto Jesus combate as forças satânicas e demoníacas.
Marcos é
o menor dos
Evangelhos, e não
contém nenhuma genealogia
e explicação do nascimento
e antigo ministério
de Jesus na
Judéia. É o evangelho
da ação, movendo-se
rapidamente de uma
cena para outra.
O Evangelho de João é um
retrato estudado do
Senhor, Mateus e
Lucas apresentam o que poderia ser descrito como uma série de imagens
coloridas, enquanto que Marcos
é como um
filme da vida
de Jesus. Ele
destaca as atividades dos
registros mediante o uso da palavra grega “euteos” que costuma ser traduzida
por “imediatamente”. Ou seja, um
advérbio, usualmente traduzido por "imediatamente" ou
"logo", ou alguma expressão semelhante, é a palavra chave. Marcos
gostava tanto de usar o termo que nem sempre ele quis dizer
"imediatamente" no sentido estrito, tendo-o usado simplesmente como
elemento de transição para transmitir a ideia que Jesus mostrava-se
constantemente atarefado, na qualidade de Servo trabalhador. A
palavra ocorre quarenta
e duas vezes, mais do que em todo o resto do NT. O
uso frequente do imperfeito por Marcos denotando ação contínua, também torna a
narrativa rápida. A atividade redentora
de Jesus culmina na narrativa da paixão, da morte e da ressurreição de Jesus, à
qual Marcos devota um espaço desproporcionalmente grande - tanto, na realidade,
que seu evangelho tem sido chamado de pouco mais que a narrativa da paixão, com
um prólogo. A confissão de Pedro a respeito do caráter messiânico de Jesus, em
Cesaréia de Filipe (8:27-30), forma um ponto nevrálgico nesse evangelho. Dali
por diante Jesus começou a predizer Seus sofrimentos e Sua morte, como o Filho do
homem, e a narrativa se movimenta inexoravelmente para o seu fim.
O romano era o povo dominador do mundo
daquele tempo. Marcos escreveu especialmente
para ele. O romano não
sabia nada do Antigo
Testamento. O cumprimento de
profecias não lhe interessava.
Mas estava profundamente interessado em
um líder notável
que surgira na
Palestina. A esse
líder se atribuía autoridade
fora do comum
e possuía poderes
extraordinários. Eles queriam
ouvir mais a respeito de Jesus -que tipo de pessoa ele realmente era, o que
tinha dito e o que tinha feito. Os romanos gostavam da mensagem direta de
alguém como Marcos. Mil e tantas vezes Marcos usa a conjunção “e”. É o
Evangelho do ministério
de Jesus. O
romano dos dias
de Jesus era
um tipo semelhante ao
homem de negócios
de hoje. Ele
não está interessado
na genealogia de um rei, mas num Deus capaz de suprir as necessidades
diárias do indivíduo. Marcos é o Evangelho do homem de negócios.
ESBOÇO SUMÁRIO DE
MARCOS
Tema:
as atividades remidoras de Jesus
INTRODUÇÃO
A. Ministério de João Batista (1:1-8)
B. O batismo de Jesus (1:9-I I )
C.
A tentação de Jesus (1:12,13)
I. ATIVIDADES
REMIDORAS DE JESUS, NA GALILÉIA E ARREDORES (1:14 - 9:50)
A. A primeira pregação (1:14,15)
B. Chamada de Simão, André, Tiago e João
(1:16-20)
C. Um grupo de milagres (1:21-45)
1. Exorcismo na sinagoga de Cafarnaum
(1:21-28)
2. Cura da sogra de Pedro e outros (1:29-39)
3. Purificação de um leproso (1:40-45)
D. Um grupo de controvérsias (2:1 - 3:35)
1. Perdão e cura de um paralítico (2:1-12)
2. Chamada de Levi (Mateus) e o fato que Jesus
comia com publicamos e pecadores (2:13-17)
3.
A questão do jejum (2:18-22)
4.
Colheita e ingestão de cereal em dia de sábado (2:23-27)
5.
Cura da mão mirrada em dia de sábado (3:1-6)
6.
Jesus retira-se e escolhe os Doze (3:7-19a)
7.
Acusações de que Jesus era insano e possesso por Belzebu (3:19b-35)
E._Um
grupo de parábolas (4:1-34)
1.
A semente e os solos: mais comumente, o semeador (4:1-20)
2.
A lâmpada (4:21-25)
3.
O grão em desenvolvimento (4:26-29)
4.
A semente de mostarda e outras (4:30-34)
F.
Mais milagres (4:35 - 5:43)
1.
Jesus acalma a tempestade (4:35-41)
2.
Exorcismo da legião do endemoninhado geraseno (5:1-20)
3.
Cura da mulher hemorrágica e ressurreição da filha de Jairo (5:21-43)
G.
Rejeição de Jesus em Nazaré (6:1-6)
H.
Missão dos Doze pela Galiléia (6:7-13)
I.
Decapitação de João Batista (6:14-29)
J.
Multiplicação dos pães para os cinco mil homens (6:30-44)
L.
Jesus anda por sobre as águas (6:45-52)
M.
Ministério em Genezaré, com controvérsia sobre a contaminação cerimonial (6:53
- 7:23)
N.
Mais milagres (7:24 - 8:26;
1.
Exorcismo de um demônio da filha da mulher siro-fenícia (7:24-30)
2.
Cura do surdo-mudo (7:31-37)
3.
Multiplicação dos pães para os quatro mil homens (8:1 - 10)
4.
Os fariseus exigem um sinal, em meio a milagres (8:11-21)
5.
Cura do cego (8:22-26)
O.
Pedro confessa ser Jesus o Messias (8:27-30)
P.
Conceito de Pedro sobre o caráter messiânico de Jesus e o discipulado corrigido
pela predição de Jesus sobre seus sofrimentos, morte e ressurreição (8:31 -9:1)
Q.
A transfiguração (9:2-13)
R.
Exorcismo de um demônio de um menino (9:14-29)
S.
Outra predição de Jesus sobre Sua morte e ressurreição (9:30-32)
T.
Jesus faz uma criança ser exemplo para Seus discípulos (9:33-50)
II. A ATIVIDADE REMIDORA DE JESUS NO CAMINHO
PARA JERUSALÉM ATRAVÉS DA TRANSJORDÂNI.A E DA JUDÉIA (10:1-52)
A.
A questão do divórcio (10:1-12)
B.
Jesus abençoa as crianças (10:13-16)
C.
O jovem rico (10:17-31)
D.
Uma nova predição por Jesus da Sua morte e ressurreição (10:32-34)
E.
O pedido de Tiago e João de lugares de honra e a resposta de Jesus acerca do
serviço sacrificial (10:35-45)
F.
A cura do cego Bartimeu (10:46-52)
III. ATIVIDADES
REMIDORAS DE JESUS DURANTE A SEMANA DE SUA PAIXÃO, MORTE E RESSURREIÇÃO (11:1 - 16:8)
A. Entrada triunfal em Jerusalém (11:1-11)
B. A figueira estéril é amaldiçoada (11:12-14)
C. Purificação do templo (11:15-19)
D. Ressecamento da figueira (11:20-26)
E. Debates no templo (11:27 - 12:44)
1. Requisitado um sinal da parte de Jesus
(11:27-33)
2. Parábola da vinha (12:1-12)
3. Questão do tributo pago a César (12:13-17)
4. Questão sobre a ressurreição (12:18-27)
5. Questão sobre o mais importante mandamento
(12:28-34)
6. Pergunta de Jesus sobre a descendência do
Messias de Davi, e Seu senhorio (12:35-37)
7. Jesus adverte sobre os escribas (12:38-40)
8. Moedinha da viúva versus polpudas ofertas
dos ricos (12:41-44)
F. O discurso do monte das Oliveiras (13:1-37)
G.
O Sinédrio conspira contra Jesus (.14:1.2)
H.
Unção de Jesus por Maria de Betânia (14:3-9)
I.
Barganha de Judas para trair a Jesus (14:10,11)
J.
A última Ceia (14:12-31)
L.
Jesus ora no horto do Getsêmani (14:32-52)
M.
Detenção de Jesus (14:43-52)
N.
Julgamento de Jesus (14:53 - 15:20)
1.
Audição ante o sinédrio, com negativas de Pedro (14:53-72)
2.
Audição ante Pôncio Pilatos, com soltura de Barrabás (15:1-20)
O.
Crucificação, morte e sepultamento de Jesus (15:21-47)
P.
Ressurreição de Jesus (16:1-8).
Unidade 2
evangelho segundo mateus
Evangelho Segundo
Mateus
Os
profetas do Antigo
Testamento predisseram e
ansiaram pela vinda
do Ungido que entraria na história para trazer redenção e livramento. O
primeiro versículo de Mateus
anuncia aquele evento
há muito esperado:
“Livro da genealogia de Jesus
Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”. Mateus fornece a ponte essencial
entre o Antigo
e o Novo
Testamento. Através de
uma série cuidadosamente selecionada
de citações do
Antigo Testamento, Mateus documenta a reivindicação de Jesus
Cristo de ser o Messias, Jesus possui as credenciais do
Messias, ministra no
modelo predito do
Messias, prega mensagens que
somente o Messias poderia pregar, e finalmente morre a morte que somente o
Messias poderia morrer. Por essa razão
esse evangelho inaugura o Novo Testamento. Outrossim, se Mateus valeu-se do
evangelho de Marcos, e este é do período de 45-55 d.C., então provavelmente
Mateus pertence a data levemente posterior, dentro daquele mesmo período, entre
60 d.C e 70 d.C.
Os
Cinco Discursos
Os discursos constantes em Mateus são
"sermões" mais ou menos longos, aos quais foram acrescentados ditos
isolados de Jesus, em lugares apropriados. Cada discurso termina com esta
fórmula: "Quando Jesus acabou de proferir estas palavras
..." Os discursos e seus temas
respectivos são conforme mostramos abaixo: (1) O Sermão da Montanha (capítulos
5 - 7): Significado da Verdadeira (Interna) Retidão. (2) A Comissão dos Doze
(capítulo 10): Significado do Testemunho em Prol de Cristo (Perseguição e
Galardões). (3) As Parábolas (capítulo 13): Significado do Reino. (4) Sem
qualquer título geral (capítulo 18): Significado da Humildade e do Perdão. (5)
A Denúncia contra os Escribas e Fariseus (capítulo 23) e o Discurso do monte
das Oliveiras, frequentemente chamado "O Pequeno Apocalipse"
(capítulos 24 e 25): Significado da Rejeição de Israel. Deus rejeitou a Israel,
por haver a nação rejeitado a Jesus, O Messias; ocorrerá um hiato de tempo,
Jerusalém será destruída, as nações serão evangelizadas, e então Cristo
retornará.
Mateus também nos apresenta Jesus como o
intérprete infalível das Escrituras. Ele é o Mestre sem igual, que a partir da
verdade e da autenticidade descobre a
falsidade de certas
atitudes humanas aparentemente
piedosas, mas, na realidade, cheias de avidez para receber o
aplauso público (6.1). Recordemos a crítica de Jesus quanto a dar esmolas a
toque de trombeta (6.2-4), a respeito da vaidosa ostentação das orações feitas
nos cantos das praças (6.5-8; 23.14) e a hipocrisia dos jejuns praticados com o
propósito primordial de impressionar o povo (6.16-18).
Especialmente interessante é
o tratamento que
Mateus dá ao
aspecto pedagógico da atividade
de Jesus. Enquanto
Marcos e Lucas
associam as palavras do Senhor à
ocasião em que foram pronunciadas, Mateus as dispõe de modo ordenado.
O
tema predominante na
pregação do Senhor
é o Reino
de Deus (9.35), geralmente designado neste Evangelho
como “reino dos céus” e focalizado na sua dupla realidade presente (4.17;
12.28) e futura (16.28). A proclamação da proximidade do Reino é também o
anúncio de que Jesus encarrega aos seus discípulos (10.7),
aos quais, depois
de ressuscitado, prometeu
a sua permanência duradoura
no meio deles:
“E eis que
estou convosco todos
os dias até à consumação do século” (28.20).
ESBOÇO SUMÁRIO DE
MATEUS
Tema:
o Messias e o novel povo de Deus
I. A NATIVIDADE DO
MESSIAS (1:1 - 2:23)
A. Sua genealogia (1:1-17)
B. Seu nascimento (1:18-25)
C. Sua adoração pelos magos (2:1-12)
D. Fuga para o Egito para proteção das mãos de
Herodes o Grande (2:13-18)
E. Retorno e residência em Nazaré (2:19 - 23)
II. MINISTÉRIO DO
MESSIAS EM PALAVRAS E OBRAS (3:1 - 25:46)
A. Narrativa (3:1 - 4:25)
1. Ministério preparatório de João Batista
(3:1-17)
a. Sua
pregação (3:1-12)
b. João batiza a Jesus (3:13-17)
2. Tentação de Jesus por Satanás (4:1-11 )
3. Primórdios da pregação messiânica e
operações miraculosas na Galiléia com chamada de Simão Pedro. André, Tiago e
João (4:12-25)
B. Primeiro discurso:
o sermão da Montanha (5:1 - 7:29)
C.
Narrativa (8:1 - 9:34)
1. Purificação de um leproso (8:1-4)
2. Cura do servo do centurião (8:5-13)
3. Cura da sogra de Pedro e outros (8:14-17)
4. Preço e urgência do discipulado (8:18-22)
5. A tempestade é acalmada (8:23-27)
6. Livramento de dois endemoninhados gadarenos
(8:28-34)
7. Perdão e cura de um paralítico (9:1-8)
8. Chamada de Mateus, e Jesus come com
publicanos e pecadores (9:9-13)
9. A questão sobre o jejum (9:14-17)
10.
Cura da mulher hemorrágica e ressurreição da filha de um chefe (9:18-26)
11.
Cura de dois cegos (9:27-31 )
12.
Livramento de um endemoninhado mudo (9:32-34)
D. Segundo discurso:
comissão e instrução aos doze discípulos para sua missão pela Galiléia (9:35 - 11:1)
E. Narrativa (11:2 - 12:50)
1. Testemunho de Jesus sobre João Batista
(11:2-15)
2. Jesus condena os impenitentes (11:16-24)
3. Jesus agradece ao Pai e convida aos
cansados (11:25-30)
4. Jesus é senhor do sábado (12:1-14)
a. Defende Seus discípulos por terem colhido e
comido espigas num sábado (12: 1-8)
b. Cura o homem de mão mirrada num sábado
(12:9-14)
5. Jesus retira-se e opera mais curas
(12:15-21)
6. Livramento de um endemoninhado cego e mudo,
e defesa do exorcismo praticado por Jesus (12:22-37)
7. Jesus recusa-se a dar outro sinal além do
de Jonas, condena a justiça própria e identifica Seus verdadeiros parentes
espirituais (12:38-50)
F. Terceiro discurso:
sete parábolas sobre o reino (13:1-52)
1.
A semente e os solos: mais comumente, o semeador (13:1-9)
2. Razões do ensino por parábolas: confundir
aos incrédulos e iluminar aos crentes (13:10-17)
3.
Interpretação da semente e dos solos (13:18-23)
4.
O trigo e o joio (13:24-30)
5.
O grão de mostarda (13:31,32)
6.
O fermento e o cumprimento das Escrituras pelo método de parábolas (13:33-35)
7. Interpretação do trigo e do joio (13:36-43)
8. O tesouro escondido (13:44)
9. A pérola de grande preço (13:45,46)
10. A rede com peixes bons e maus, e
declaração final sobre a compreensão das parábolas (13:47-52)
G.
Narrativa (13:53 - 17:27)
1. Rejeição de Jesus em Nazaré (13:53-58)
2. Morte de João Batista (14:1-12)
3. Multiplicação de pães para cinco mil homens
(14:13-21)
4. Jesus e Pedro andam por sobre as águas
(14:22-36)
5. Contaminação cerimonial versus contaminação
moral e ética (15:1-20)
6. Livramento da filha endemoninhada da mulher
cananéia, e outras curas (15:21-28)
7.
Multiplicação de pães para quatro mil homens (15:32-39)
8. Outra recusa a dar sinal, senão o de Jonas
(16:1-4)
9. Advertência contra fariseus e saduceus
(16:5-12)
10.
Pedro confessa a Jesus como o Messias e é abençoado (16:13-20)
11.
Jesus prediz Seus sofrimentos, morte e ressurreição; repreende a Pedro por
tentar dissuadi-lo: e convida os discípulos a levarem a cruz do discipulado
(16:24-28)
12.
Transfiguração de Jesus (17:1-13)
13.
Cura do menino endemoninhado (17:14-21)
14.
Jesus torna a predizer Sua morte e ressurreição (17:22,23)
15.
Jesus paga a taxa do templo (17:24-27)
H. Quarto discurso:
humildade e perdão, com a parábola dos dois devedores (18:1-35)
I. Narrativa (19:1 - 22:46)
1.
Questões do divórcio e do casamento (19:1-12)
2.
Jesus abençoa as crianças (19:13-15)
3.
O jovem rico e o preço e a recompensa do discipulado (19:16-30)
4.
Parábola do empregador e seus trabalhadores (20:1-16)
5.
Outra predição de Jesus sobre Sua morte e ressurreição (20:17-19)
6.
Solicitação de posição de honra pela mãe de Tiago e João para seus filhos
(20:20-28)
7.
Cura de dois cegos perto de Jericó (20:29-34)
8.
Entrada triunfal em Jerusalém (21:1-11)
9.
Purificação do templo (21:12-17)
10.
A figueira estéril é amaldiçoada (21:18-22)
11.
Desafio à autoridade de Jesus (21:23-27)
12.
Parábola do filho obediente e do desobediente (21:28-32)
13.
Parábola dos lavradores maus (21:33-46)
14.
Parábola das bodas reais e do traje nupcial (22:1-14)
15.
Questão do pagamento de taxas a César (22:15-22)
16.
Questão da ressurreição, exposta pelos saduceus (22:23-33)
17.
Questão sobre o maior mandamento (22:34-40)
18.
Jesus indaga sobre o Messias como descendente de Davi e Seu senhorio (22:41-46)
J. Quinto discurso
(23:1 - 25:46)
1.
Ais contra os escribas e fariseus (23:1-39)
2.
Discurso do monte das Oliveiras (24:1 - 25:46)
a.
Previsão dos eventos pressagiadores até à volta de Cristo (24:1-31)
b.
Exortações à vigilância, com as parábolas da figueira, do ladrão, dos servos
fiéis e infiéis, das dez virgens e dos talentos (24:32 - 25:30)
c.
Julgamento das ovelhas e dos bodes (25:31-46)
II. MORTE E
RESSURREIÇÃO DO MESSIAS (26:1 - 28:20)
A.
Outra predição de Jesus sobre Sua morte, e a conspiração do Sinédrio, a unção
de Jesus em Betânia e a resultante barganha de Judas, traidor de Jesus
(26:1-16)
B.
A última Ceia (26:17-35)
C.
Oração de Jesus no jardim do Getsêmani (26:36-46)
D.
Detenção de Jesus (26:47-56)
E.
O julgamento (26:57 - 27:26)
1.
Audição ante Caifás, com as negações de Pedro (26:57-75)
2.
Decisão condenatória do Sinédrio (27:1,2)
3.
Audição ante Pôncio Pilatos, o suicídio de Judas e a soltura de Barrabás (27:3-26)
F.
Crucificação e morte de Jesus (27:27-56)
G.
Sepultamento de Jesus (27:57-66)
H.
A ressurreição (28:1-15)
I. A Grande Comissão (28:16-20)
Unidade 3
evangelho segundo lucas
Evangelho Segundo
Lucas
O EVANGELHO DA CERTEZA HISTÓRICA
O autor do terceiro evangelho começa com uma
referência a narrativas prévias sobre os primórdios do movimento cristão,
baseadas sobre relatórios de quem havia sido "testemunhas oculares e
ministros da palavra" (1:1,2). Em seguida, ele refina o seu projeto,
declarando-o "uma exposição em ordem" sobre aquela fidedigna
tradição, além de esclarecer seu propósito, que é o de convencer seus leitores,
sobre a exatidão histórica das tradições cristãs (1:3,4).
O evangelho de Lucas e o Livro de Atos dos
Apóstolos forçosamente saíram da pena de um mesmo autor, porquanto começam
ambos com uma dedicatória a Teófilo, além de compartilharem de interesses
comuns e de um só estilo de redação. Outrossim, o livro de Atos faz alusão ao
“primeiro livro” (Atos 1:1). E visto que
o terceiro evangelho e o livro de Atos devem ter vindo do mesmo autor,
deduzimos a autoria lucana de Lucas-Atos do fato de ter sido ele o único dos
companheiros de viagem de Paulo, mencionados nas epístolas, que poderia haver
escrito as chamadas seções - "nós" do livro de Atos. Todas as demais
personagens estão excluídas por terem sido mencionadas na terceira pessoa, no
livro de Atos, ou devido à impossibilidade de harmonizar seus movimentos
geográficos em consonância com as seções - "nós" do livro de Atos.
Mui provavelmente Lucas era um gentio (ou,
pelo menos, um judeu helenista), podendo ter-se convertido em Antioquia da
Síria. Seu nome é de origem grega. Nas despedidas constantes em Colossenses
4:10-14, Paulo parece distingui-lo de judeus (hebraístas?), vinculando-o com os
gentios. Sua facilidade no uso do idioma grego sugere que era gentio (ou judeu
helenista), mais afeito ao idioma grego que a maioria cios judeus tê-lo-ia sido. O estilo grego de Lucas, juntamente com o
estilo da epístola aos Hebreus, é o mais refinado de todo o Novo Testamento.
As exceções têm lugar quando parece que ele seguia fontes informativas
semíticas, orais ou escritas, ou então quando adotava um estilo semítico de
grego, para que soasse como grego "bíblico" da Septuaginta. Por outra
parte, ambos os livros de autoria lucana começam com uma dedicatória formal, ao
estilo literário greco-romano - os únicos livros do Novo Testamento que assim
fazem.
Paulo chama Lucas de "médico
amado", em Colossenses 4:14, descrição essa confirmada pelo interesse
acima do normal que Lucas demonstrou por enfermidades, mediante seu uso frequente
de termos médicos(Vide, por exemplo, o comentário de Lucas sobre o fato que a
mulher hemorrágica gastara todo o seu dinheiro com médicos (Lucas 8:43, segundo
alguns manuscritos antigos).) - embora esse aspecto de sua redação possa ser
exagerada por nós.
Lucas dedica a sua obra a Teófilo, talvez um
convertido recente ou em potencial, ou então um patrono que patrocinou a
circulação do terceiro evangelho (e do livro de Atos), fazendo ambos os seus
livros penderem mais para os gentios, sobretudo aqueles dotados de um interesse
franco nas origens históricas do cristianismo. Assim sendo, Lucas estava
interessado em estabelecer a inocência política de Jesus sob as leis
romanas.(Vide especialmente a narrativa lucana sobre a cena do julgamento
perante Pilatos, onde o governador romano repetidamente absolveu a Jesus de
qualquer culpa (23:1-25).)
Ele mostra que o evangelho é universal, que
Jesus derrubara a barreira entre judeus e gentios e inaugurara uma comunidade
de âmbito mundial na qual as antigas desigualdades entre escravos e libertos,
entre homens e mulheres, não mais existem. Porquanto Lucas se dirigiu a uma
audiência gentílica, ele não demonstra o interesse judaico pelas profecias
messiânicas cumpridas, com o mesmo grau de intensidade com que o faz Mateus. E
também modificou expressões peculiarmente judaicas, juntamente com alusões a
costumes judaicos, a fim de que seus leitores gentios pudessem compreender
melhor o que lessem. (Por exemplo, "Ai de vós, escribas e fariseus,
hipócritas! porque sois semelhantes aos sepulcros caiados" (Mateus 23:27),
onde há alusão ao costume judaico de caiar os túmulos para torná-los claramente
visíveis, para que ninguém viesse a contrair contaminação cerimonial
inadvertidamente, ao tocar em algum deles. Lucas faz uma paráfrase a fim de
desvencilhar-se do costume distintivo, mas mantém o pensamento essencial:
"Ai de vós! que sois como as sepulturas invisíveis, sobre as quais os homens
passam sem o saber" (Lucas 11:44).) Há muitas indicações específicas desse
universalismo que inclui os povos gentílicos, indicações quase todas elas
ausentes nos demais evangelhos. Verifica-se um interesse especial em vincular
episódios da carreira de Jesus a datas da história secular (1:5; 2:1 e 3:1,2).
Jesus é "luz para revelação aos gentios" (2:32). A citação do trecho
de lsaías 40 inclui as palavras "e toda a carne verá a salvação de
Deus" (3:6).
A genealogia de Jesus não remonta somente até
Abraão (consoante se vê em Mateus), mas até Adão, progenitor da raça humana
inteira (3:23-38). Jesus chamou atenção para o fato que Elias foi abrigado por
uma viúva fenícia, e não por uma israelita, e para o fato que Eliseu curou a um
leproso sírio (Naamã), e não um leproso israelita (4:25-27). Em comum com
Mateus, Lucas inclui a Grande Comissão de evangelizar "a todas as
nações" (24:47; comparar com Mateus 28:19,20). Todavia, o universalismo
que transparece no evangelho de Mateus é um universalismo no qual os cristãos
judeus haviam dado seu colorido paroquial. O de Lucas, porém, é um
universalismo helenista, que desconhece os estreitos limites judaicos.
ESBOÇO SUMÁRIO DE LUCAS
Tema:
a certeza histórica do evangelho
Prólogo:
Dedicatória a Teófilo e definição de propósitos ao escrever uma narrativa em
ordem sobre fatos históricos dignos de confiança (1:1-4)
I.- NATIVIDADE E INFÂNCIA DE JOÃO BATISTA E DE
JESUS (1:5 -2:52)
A. Anúncio do nascimento de João Batista a
Zacarias e Isabel (1:5-2:25)
B. Anúncio do nascimento de Jesus a Maria
(1:26-38)
C. Visita de Maria a Isabel, e o Magnificat
(1:39-56).
D. Nascimento, circuncisão e outorga do nome a
João Batista, e o Benedictus (1:57-79)
E.
João Batista cresce no deserto (1:80)
F.
Nascimento de Jesus (2:1-7)
G.
A visita dos pastores (2:8-20)
H.
Circuncisão e outorga do nome a Jesus (2:21).
I.
Apresentação no templo, e o Nunc Dimittis de Simeão, e a adoração de Ana (2:22-40).
J.
Jesus visita o templo com doze anos (2:41-52).
II. PRIMÓRDIOS DO MINISTÉRIO
DE JESUS (3:1 - 4:13)
A.
Ministério preparatório de João Batista (3:1-20)
B.
O batismo de Jesus (3:21,22)
C.
A genealogia de Jesus (3:23-38)
D.
A tentação de Jesus (4:1-13)
III. MINISTÉRIO NA GALILÉIA
(4:14 - 9:50)
A.
Jesus é rejeitado em Nazaré (4:14-30)
B.
Exorcismo na sinagoga de Cafarnaum (4:31-37)
C.
Cura da sogra de Pedro, outros milagres e pregação (4:38-44)
D.
Pesca miraculosa e chamada de Simão Pedro. Tiago e João ao discipulado (5:1-11)
E.
Purificação de um leproso (5:12-16)
F.
Perdão e cura de um paralítico (5:17-26)
G.
Chamada de Levi (Mateus), e Jesus come com publicanos e pecadores (5:27-32)
H.
Observações sobre o jejum (5:33-39)
I.
Jesus defende Seus discípulos por terem colhido e comido espigas em dia de sábado (6:1-5)
J.
Cura do homem de mão mirrada, em dia de sábado (6:6-11)
L.
A escolha dos Doze (6:12-16)
M.
O sermão no "lugar plano" no monte (6:17-49)
N.
Cura do servo de um centurião (7:1-10)
O.
Ressurreição do filho da viúva (7:11-17)
P.
Indagação de João Batista e a resposta de Jesus, com elogio a João
(7:18-35) Q. Jesus é ungido pela
pecadora, que é perdoada (7:36-50)
R.
Jesus prega com apoio financeiro de certas mulheres (8:1-3)
S.
Parábola da semente e dos solos (mais comumente, do semeador) e da lâmpada
(8:4-18)
T.
Tentativa dos familiares de Jesus por vê-Lo, Sua observação sobre Seus
verdadeiros parentes espirituais (8:19-21)
U.
A tempestade é acalmada (8:22-25)
V.
Livramento do endemoninhado geraseno (8:26-39)
X.
Cura da mulher hemorrágica e ressurreição da filha de Jairo (8:40-56)
Z.
A missão dos Doze (9 :1-6)
AA
O temor culposo de Herodes Antipas ante a morte de João Batista (9:7-9)
BB.
Multiplicação dos pães para os cinco mil homens (9:10-17)
CC.
Confissão de Pedro sobre o caráter messiânico de Jesus e a predição deste sobre
a Sua morte e ressurreição, com convite a que levemos a cruz do discipulado
(9:18-27) DD. A transfiguração (9:28-36)
EE.
Livramento de um menino endemoninhado (9:37-45)
FF.
Observações sobre a humildade (com uma criança a servir de exemplo) e a
tolerância (9:46-50)
IV. ÚLTIMA JORNADA A
JERUSALÉM (9:51 - 19:27)
A
Determinação de Jesus de ir a Jerusalém, e a falta de hospitalidade em uma
aldeia de samaritanos (9:51-56)
B.
Observações sobre o discipulado ante discípulos em potencial (9:57-62)
C.
A missão dos setenta (10:1-24)
D.
A parábola do bom samaritano (10:25-37)
E.
Jesus é hospedado por Maria e Marta (10:38-42)
F.
Ensino sobre a oração, incluindo o Pai Nosso, e a parábola do amigo que viera à
meia noite (11:1-13)
G.
Episódios polêmicos (11:36 - 12:12)
1.
Defesa contra a acusação de ser possuído pelo diabo, recusa de dar qual quer
sinal salvo o de Jonas, e parábola da lâmpada (I 1:33-36)
2.
Desmascaramento dos fariseus e escribas (11:37-54)
3.
Advertência contra o farisaísmo (12:1-12)
H.
Observações sobre a cobiça, a ansiedade, a confiança e a vigilância
escatológica, incluindo a parábola do rico insensato (12:13-59)
I.
Convite ao arrependimento, incluindo a parábola da figueira (13:1-9)
J.
Cura de uma mulher corcunda, em dia de sábado (13:10-17)
L.
Parábolas da semente de mostarda, do fermento e da porta estreita (13:18-30) M.
Jesus recusa-se a entrarem pânico por causa de Herodes Antipas, e Sua
Lamentação por Jerusalém (13:31-35)
N.
Cura de um hidrópico, em dia de sábado (14:1-6)
O.
Parábola dos convites a uma festa de casamento (14:7-14)
P.
Parábola do grande banquete (14:15-24)
Q.
Parábolas do edificador da torre e do rei em época de guerra (14:25-35)
R.
Três Parábolas em defesa da acolhida dada a pecadores (15:1-32)
1.
Parábola da ovelha perdida (15:1-7)
2.
Parábola da moeda perdida (15:8-10)
3.
Parábola do filho pródigo e seu irmão mais velho (15:11-32)
S.
Duas parábolas sobre o uso do dinheiro (16:1-31)
1.
Parábola do gerente injusto, com mais comentários sobre os fariseus (16:1- 18)
2. Parábola do rico e Lázaro (16:19-31)
T.
Observações sobre o perdão, a fé e o senso do dever (17:1-10)
U.
Cura dos dez leprosos e a gratidão de um deles, um samaritano (17:11-19)
V.
Vinda do reino de Deus e do Filho do homem, incluindo a parábola da viúva e do
juiz injusto (17:20 - 18:8)
X.
Parábola do fariseu e do publicano (18:9-14)
Z.
Jesus acolhe as criancinhas (18:15-17)
AA.
O jovem rico (18:18-30)
BB.
Jesus prediz Sua morte e ressurreição (18:31-34)
CC.
Cura do cego, perto de Jericó (18:35-43)
DD.
A conversão de Zaqueu (19:1-10)
EE.
A parábola das minas (19:11-27)
V. SEMANA DA PAIXÃO E A
MORTE, RESSURREIÇÃO E MINISTÉRIO PÓS-RESSURREIÇÃO E ASCENSÃO DE JESUS EM
JERUSALÉM E CERCANIAS (19:28 - 24:53)
A.
A semana da paixão e a morte de Jesus (19:28 - 23:56)
1.
Entrada triunfal em Jerusalém, incluindo a purificação do templo (19:28-48)
2.
Debate teológico no recinto do templo (20:1 - 21:4)
a.
Desafio à autoridade de Jesus (20:1-8)
b.
Parábola dos lavradores maus e dá vinha (20:9-18)
c.
Questão do pagamento de taxas a César (20:19-26)
d.
Pergunta dos saduceus sobre a ressurreição (20:27-40)
e.
Pergunta de Jesus sobre o Messias ser descendente de Davi e Seu senhorio
(20:41-44)
f.
Advertência contra os escribas (20:45-47)
g.
As duas moedinhas da viúva (21:1-4)
h.
Discurso do monte das Oliveiras (21:5-38)
3.
O Sinédrio planeja matar a Jesus e a barganha de Judas Iscariotes (22:1-6)
4.
A última Ceia (22:7-38)
5.
Jesus ora no horto do Getsêmani (22:39-46)
6.
Detenção de Jesus (22:47-53)
7.
Julgamento de Jesus (22:54 - 23:25)
a.
Audição noturna na casa do sumo sacerdote e as negações de Pedro (22:54-65)
b.
Condenação pelo Sinédrio, cedo de manhã (22:66-71)
c.
Primeira audição ante Pilatos (23:1-5)
d.
Audição ante Herodes Antipas (23:6-12)
e.
Segunda audição ante Pilatos, quando Pilatos, contra a vontade, solta a
Barrabás e entrega a Jesus à crucificação (23:13-25)
8.
A crucificação de Jesus
a.
Simão o cireneu leva a cruz de Jesus e as mulheres se lamentam (23:26-31)
b.
Jesus é crucificado e escarnecido (23:32-38)
c.
O criminoso penitente (23:39-43)
d.
Morte de Jesus (23:44-49)
9.
Sepultamento de Jesus (23:50-56) B. Ressurreição de Jesus (24:1-12) C. Ministério pós-ressurreição (24:13-49)
1.
Jornada a Emaús, com Cleopas e outro discípulo (24:13-35)
2.
Aparecimento de Jesus em Jerusalém (24:36-43)
3.
Jesus ensina sobre Si mesmo, com base no Antigo Testamento, e dá a Grande
Comissão (24:44-49)
D.
Ascensão de Jesus (24:50-53)
Em
outros termos, a partir do prólogo, o texto de Lucas pode-se distribuir em
cinco seções:
A primeira
seção (1.5-2.52), sem
paralelo em Mateus
e Marcos, contém
os relatos entrelaçados do nascimento de João Batista e de Jesus.
Ocorrem aqui algumas circunstâncias que os tornam semelhantes: a apresentação
de dados históricos (1.5 e 2.1-5); a aparição do anjo Gabriel a Zacarias e
Maria (1.19 e 1.26); as respectivas mensagens de que o anjo é portador (1.11-20
e 1.26-38); os cânticos de Maria e Zacarias em louvor ao Senhor (1.46-55 e
1.67- 79); o nascimento
de João e
o de Jesus
e a circuncisão
de ambos em cumprimento do que foi estabelecido pela
Lei Mosaica (1.57-59 e 2.21-24).
Começa
a segunda seção (3.1-4) situando historicamente (3.1-2) um conjunto de fatos: a
pregação e o encarceramento de João Batista (3.1-20), o batismo de Jesus
(3.21-22) e a tentação no deserto (4.1-13). Lucas, tal qual Mateus (Mt
1.1-17), insere uma
genealogia; mas, em
lugar de limitá-la
à ascendência hebraica de
Jesus, a faz
remontar até Adão
(3.23-38), para dar
ênfase ao caráter universal da
obra do Senhor.
A
terceira seção do Evangelho (4.14-9.50), compreende o ministério público de
Jesus na
Galiléia, onde ensinou,
pregou, reuniu os
seus discípulos, curou
a enfermos e possessos, fez milagres e anunciou que haveria de sofrer,
morrer e ressuscitar. Há aqui
textos muito importantes:
a parábola do
semeador (8.4- 15), a
ressurreição da filha de Jairo (8.40-56), a confissão de Pedro (9.18-20) e a
transfiguração do Senhor (9.28-36). Também temos aqui relatos que Mateus e
Marcos não incluem, como a ressurreição do filho da
viúva
de Naim (7.11-17) e a visita do Senhor à casa de Simão, o fariseu (7.36-
50).
Na quarta
seção (9.51-19.27) agrupam-se
numerosas passagens exclusivas deste terceiro
Evangelho. Entre outras,
uma série de
parábolas muito conhecidas: o
bom samaritano (10.25-37), a figueira estéril (13.6-9), a grande ceia
(14.15-24), o filho pródigo (15.11-32), o rico e Lázaro (16.19-31), a viúva e o
juiz iníquo (18.1-8), o fariseu e o publicano (18.9-14) e as dez minas (19.11-
27).
A
quinta seção (19.28-24.53) narra os acontecimentos finais da vida terrena de
Jesus. São os seus últimos dias, que têm Jerusalém por cenário único. Todos os
fatos ocorrem nessa cidade, desde o dia em que o povo recebe em triunfo o
Senhor (19.28-38) até que é preso, processado, crucificado, morto e
sepultado.
Os
sofrimentos, a morte e a ressurreição do Senhor (22.47-24.49) constituem o
ponto culminante do relato dos quatro Evangelhos, cada um dos quais traz alguma
informação exclusiva que não se encontra nos demais.
unidade 4
evangelho segundo joão
JOÃO: O EVANGELHO DA FÉ EM
JESUS PARA A VIDA ETERNA
Escrito em estilo simples, o último dos
quatro evangelhos exibe uma profundeza teológica que ultrapassa à dos
evangelhos sinópticos. As tradições da Igreja primitiva indicam que o apóstolo
João escreveu o quarto evangelho já no término do primeiro século da era
cristã, em Éfeso, cidade da Ásia Menor. Particularmente importante quanto a
isso é o testemunho de Irineu, discípulo de Policarpo, o qual, por sua vez,
fora discípulo do apóstolo João - uma direta linha de tradição, com um elo de
ligação entre Irineu e o próprio João.
Outrossim, o autor escreve como "aquele
a quem Jesus amava", não movido pelo egoísmo - porquanto nunca se
identifica por seu próprio nome! - mas a fim de ressaltar que o conteúdo do
evangelho merece crença, porquanto proveio de alguém em quem Jesus confiava.
Acresça-se a isso que o discípulo amado repetidas vezes aparece em chegada
associação com Pedro (13:23,24; 20:2-10; 21:2,7,20 ss.). Os evangelistas
sinópticos informam-nos que Tiago e João eram filhos de Zebedeu, que
trabalhavam como pescadores juntamente com Pedro, e que com ele formaram o
círculo mais interior dos Doze. Visto que desde há muito Tiago morrera como
mártir (vide Atos 12:1-5), e visto que Pedro figura como uma pessoa diferente
da do discípulo amado, resta-nos somente João para ser o discípulo amado e
autor do quarto evangelho. Pois se alguma outra pessoa, fora do discípulo
amado, escreveu o quarto evangelho, então por que ele não vinculou o nome de
João ao "discípulo a quem Jesus amava"? O anonimato do discípulo
amado dificilmente poderia ser explicado, a menos que ele mesmo tivesse sido
autor desse evangelho, e o processo de eliminação o identifica com o apóstolo
João.
O quarto evangelho contém discursos mais
longos, feitos por Jesus, do que os outros evangelhos sinópticos. Os discursos,
tendem por eliminar porções históricas. Perguntas e objeções feitas pelos ouvintes
de Jesus com frequência pontuam os discursos, e João, de maneira regular,
apresenta-nos um Cristo que falava em estilo bastante diferente, em muitos
particulares, daquilo que os evangelistas sinópticos nos dão a entender. Essas
diferenças se originam em parte da própria maneira pela qual João traduzia para
o grego, em ensinamentos dominicais, aquilo que originalmente fora dito em
aramaico e hebraico (bem como em grego), e em parte pelo próprio hábito que
João tinha de parafrasear, com o resultado que o vocabulário e o estilo do
próprio evangelista com frequência aparecem no seu registro sobre os
ensinamentos de Jesus. Nos evangelhos sinópticos, a tradução evidentemente é
mais literal e as paráfrases são menos extensas.
Percorrendo todo o quarto evangelho, muitos
importantes temas teológicos aparecem e reaparecem, em diferentes combinações,
algumas vezes figurando novamente em I - III João e no Apocalipse. João expõe
esses temas mediante uma habilidosa alternância de narrativas e discursos, de
tal maneira que as palavras de Jesus ressaltam o sentido mais interior de Suas
obras. Grande proporção das ações constantes nesse evangelho, pois, se reveste
de papel simbólico. Por exemplo, a lavagem dos pés dos discípulos, por parte de
Jesus, representa o efeito purificador de Sua obra remidora. Também se nota um frequente
toque irônico, como aquele que atinge a pergunta feita por Jesus:
."Tenho-vos mostrado muitas obras boas da parte do Pai; por qual delas me
apedrejais?" (10:32). E tal como os atos de Jesus envolvem um significado
simbólico, assim também as Suas palavras com frequência encerram um segundo e
mesmo um terceiro significados. "Nascer de novo" também significa
"nascer do alto" (3:3 ss.), e a referência ao fato que Jesus seria
"levantado" salienta não só o método de Sua execução, mas também a
Sua ressurreição e exaltação de volta aos céus (12:20-36, especialmente
32).
Os temas teológicos joaninos começam sob a
categoria de revelação. Jesus é a Palavra (ou Logos) revelatória de Deus. Nesse papel, ele revela a verdade, a qual é
mais que mera veracidade.
ESBOÇO
SUMÁRIO DE JOÃO
O
Evangelho de João
é singular. Como já foi dito, Mateus, Marcos
e Lucas são
chamados Evangelhos
Sinóticos porque, a
despeito de suas
ênfases individuais, descrevem
muitos dos mesmos eventos da vida de Jesus de Nazaré. João se volta principalmente para
eventos e discursos
não comuns aos
outros evangelhos, com intuito de provar a seus leitores que Jesus é
Deus na carne, a eterna Palavra vinda à terra, que nasceu para morrer como
sacrifício oferecido a Deus para
tirar o pecado
humano. Sete sinais
miraculosos provam que “Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e
para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (20.31). Jamais se escreveu um
tratado evangélico mais excelente que a narrativa inspirada que João elaborou
sobre a vida, morte e ressurreição de Cristo.
João deixa claro o propósito do seu
Evangelho, em 20.31, a saber: “para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho
de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome”. Alguns manuscritos
gregos deste Evangelho apresentam, nesta passagem, formas verbais distintas
para “crer”. Uns contêm o aoristo subjuntivo (“para que
comecem a crer”);
outros contêm o
presente do subjuntivo
(“para que continuem crendo”), No primeiro caso, João teria escrito para
convencer os incrédulos a crer em Jesus Cristo e serem salvos. No segundo caso,
João teria escrito para consolidar
os fundamentos da
fé de modo
que os crentes continuassem firmes, apesar dos
falsos ensinos de então, e assim terem plena comunhão com o Pai e o Filho (cf.
17.3). Estes dois propósitos são vistos no Evangelho segundo João.
O
autor do quarto
Evangelho, como que
dialogando figuradamente com os seus futuros leitores, explica-lhes que os
sinais milagrosos feitos por Jesus e recolhidos neste livro...
foram registrados para
que creiais que
Jesus é o
Cristo, o Filho
de Deus... (20.30-31). Esta
é a intenção
que guia o
evangelista a coligir
também o conjunto de ensinamentos
e discursos reveladores da natureza e razão de ser da atividade desenvolvida
por Jesus, o Messias, o Filho unigênito (1.14), enviado pelo Pai para tirar “o
pecado do mundo” (1.29) o para dar vida eterna a “todo o que nele crê”
(3.13-17).
O ponto de partida do quarto evangelista para
as suas considerações sobre o Messias não é o mesmo que o de Mateus, Marcos e
Lucas. João busca outros enfoques, de maneira que, freqüentemente, se refere a
situações e eventos ou inclui
palavras, ensinamentos e
discursos de Jesus,
não testificados pelos sinóticos. Isso permite supor que,
provavelmente, João, contando com alguma fonte
de informação própria,
tenha podido ampliar
determinados dados conhecidos e
transmitidos por aqueles, admitindo-se sobretudo, que, de acordo com o
critério mais amplamente
aceito, a redação
do quarto Evangelho
teve lugar depois da aparição dos outros três, em datas próximas ao
final do séc. I.
Um
aspecto singular deste
Evangelho é o
persistente interesse em
fixar os lugares dos
acontecimentos. E curiosamente,
enquanto Mateus, Marcos
e Lucas dão maior atenção às atividades de Jesus na Galiléia, João
fixa-se de modo especial nos fatos que têm lugar em Jerusalém (cf. Jo 2.12;
4.43-54; 6.1; 7.9). Ao mesmo tempo enfatiza que determinadas festas do
calendário judaico parecem marcar os momentos escolhidos pelo Senhor para
entrar na cidade: a Páscoa (2.23; 11.55), a Festa dos Tabernáculos (7.2), a
Festa da Dedicação do Templo (10.22) e, inclusive, uma festa não referida com
precisão (5.1).
Essa
relação simultânea de
Jesus com Jerusalém
e com as
festividades judaicas é um
dos elementos de
composição que contribuem
a dar ao
texto deste Evangelho o
seu colorido peculiar.
Além disso, vale destacar que o Evangelho
segundo João é o mais teológico dos quatro Evangelhos. Trata da natureza e da
pessoa de Cristo, e do significado da fé nEle. A apresentação que João faz de
Cristo como o divino
Filho de Deus
se vê nos títulos que
Jesus recebe no
livro: “o Verbo era Deus” (1.1),
“o Cordeiro de Deus” (1.29), “o Messias” (1.41), “o Filho de Deus” e “o Rei de
Israel” (1.49), “o Salvador do mundo” (4.42), “Senhor”...e Deus” (20.28). Sua
divindade também é afirmada na série de pronunciamentos “Eu Sou...”
(6.35; 8.12; 10.7,9,11,14; 11.25;
14.6; 15.1,5). Em
outros pronunciamentos “Eu Sou”, Cristo deixou implícito e explícita Sua
reivindicação de ser o
EU SOU -Javé
do Antigo Testamento
(4.24,26; 8.24,28,58; 13.19). Estas eram as mais fortes
reivindicações de divindade que Jesus poderia ter feito.
A estrutura e o estilo deste Evangelho são
diferentes daqueles dos outros três (os
sinópticos). Menciona apenas
sete milagres (cinco
dos quais não registrados em nenhum dos sinópticos) e
registra várias entrevistas pessoais. O
autor enfatiza a
realidade física da
fome, sede, cansaço,
dor e morte
de Cristo como uma defesa contra a alegação gnóstica de que Jesus não
possuíra verdadeira natureza humana.
Tema:
a fé em Jesus, como o Cristo e o Filho de Deus, com vistas à vida eterna.
PRÓLOGO:
Jesus Cristo, a Palavra (Logos) revelatória (1:1-18)
I. O IMPACTO PRODUTOR DE FÉ
DO MINISTÉRIO INICIAL DE JESUS (1:19 - 4:42)
A.
Narrativa (1:19 - 2:25)
1.
Testemunho de João Batista e os primeiros discípulos (1:19-51)
2.
Transformação de água em vinho, no casamento em Caná (2:1-12)
3.
A purificação do templo e a realização de sinais miraculosos em Jerusalém
(2:13-25).
B.
Discurso (3:1 - 4:42) (A palavra "discurso" com frequência envolve
certo grau de diálogo.)
1.
O novo nascimento, em conversa com Nicodemos (3:1-21)
2.
A superioridade de Jesus, testificada por João Batista durante seus ministérios
paralelos de batismos (3:22-36)
3.
A água da vida, em conversa com a mulher samaritana, com a resultante conversão
dela mesma e de seus concidadãos (4:1-42)
II. AUTORIDADE DAS PALAVRAS
DOADORAS DE VIDA DE JESUS (4:43 - 5:47)
A.
Narrativa (4:43 - 5:18)
1.
Cura do filho de um oficial (4:43-54)
2.
Cura do inválido, num poço de Jerusalém, em dia de sábado (5:1-9a)
B.
Discurso: a autoridade das palavras de Jesus (5:9b-47) I
II. OUTORGA DO CORPO E DO
SANGUE DE JESUS PELA VIDA DO MUNDO
(6:1-71)
A.
Narrativa: multiplicação dos pães para os cinco mil homens e o caminhar por
sobre as águas (6:1 :21)
B.
Discurso: o pão da vida (6:22-71)
IV. ILUMINAÇÃO DA HUMANIDADE
POR JESUS, COM A RESULTANTE DIVISÃO EM: INCRÉDULOS, DESTINADOS AO JUÍZO, E
CRENTES, DESTINADOS À VIDA ETERNA (7:1 - 8:59)
A.
Narrativa: Jesus se faz presente à festa dos Tabernáculos, e divisão das
opiniões a Seu respeito (7:1-52)
B.
Discurso: a luz do mundo e os verdadeiros filhos de Abraão (8:12-59)
V. A TERNURA DE JESUS, EM
CONTRASTE COM A CRUELDADE DAS AUTORIDADES RELIGIOSAS DOS JUDEUS
(9:1 - 19:39)
A.
Narrativa: cura do cego e sua exclusão da sinagoga (9:1-41)
B.
Discurso: o bom pastor, os mercenários, os assaltantes e os ladrões (10:1-39) VI. O DOM DA VIDA MEDIANTE A MORTE DE JESUS
(10:40 - 12:50)
A.
Narrativa (10:40 - 12:19)
1.
A ressurreição de Lázaro e a consequente conspiração do Sinédrio para tirar a
vida de Jesus (10:40 - 11:57)
2.
Jesus é ungido por Maria de Betânia, e a conspiração do Sinédrio para tirar a
vida a Lázaro (12:1-11)
3.
A entrada triunfal em Jerusalém (12:12-19).
B.
Discurso: o grão de trigo que morre, ressurgindo depois para uma vida frutífera
(12:20-50).
VII. RETIRADA E RETORNO DE
JESUS (13:1 - 20:29)
A.
Discurso (13:1 - 17:26)
1.
Purificação dos discípulos e seu serviço manual mútuo, simbolizados pelo
lava-pés (13:1 -20)
2.
Anúncio sobre a traição e desligamento de Judas Iscariotes (13:21 - 30)
3.
Vantagens da retirada de Jesus para os discípulos, e a vinda do Paracleto
(Consolador): Discurso do Cenáculo (13:31 - 16:33)
4.
Oração sumo-sacerdotal de Jesus por Seus discípulos (17:1-26)
B.
Narrativa (18:1 - 20:29)
1.
Detenção de Jesus (18:1 - 11)
2.
Audições ante Anás e Caifas, com as negações de Pedro (18:12-27)
3.
Audição ante Pilatos (18:28 - 19:16)
4.
Crucificação e sepultamento de Jesus (19:17-42)
5.
O túmulo vazio e duas aparições pós ressurreição, primeiro a Maria, e então aos
discípulos (20:1-29)
CONCLUSÃO:
O propósito da escrita do quarto evangelho, inspirar a fé doadora de vida, em
Jesus, o Cristo, o Filho de Deus (20:30,31) EPILOGO (21:1-25)
A.
Narrativa: terceira aparição pós ressurreição, aos discípulos, com pesca
miraculosa e desjejum nas praias do mar de Tiberíades - Galiléia (21:1-14)
B.
Discurso: Pedro é recomissionado (21:15-23)
AUTENTICAÇÃO
FINAL (21:24,25).
As
sete últimas palavras.
Os
evangelistas registram sete declarações feitas por Cristo, estando Ele
encravado na cruz, e que por isso mesmo são conhecidas por "Sete últimas
Palavras".
(1)
A primeira foi uma oração solicitando perdão para os Seus inimigos: "Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem." (Lucas 23:34.)
(2)
A segunda assegurou ao assaltante penitente de que ele estaria em companhia de
Jesus naquele mesmo dia: "Em verdade te digo que hoje estarás comigo no
paraíso." (Lucas 23:43). A ênfase recai sobre o vocábulo "hoje",
pois o ladrão falara como se o reino ainda estivesse no futuro distante.
(3)
A terceira é a entrega da mãe de Jesus aos cuidados do apóstolo João. Ao
manter-se perto da cruz, com alguns dos discípulos, Maria confessava sua
lealdade a Jesus. Visto que os meio-irmãos de Jesus ainda não criam Nele, Maria
estava se separando de seus outros filhos, dos quais ela haveria de depender em
sua idade avançada. À guisa de última vontade e testamento, pois, Jesus
entregou a responsabilidade de cuidar de Sua mãe desolada e solitária a João:
"Mulher, eis aí o teu filho... Eis aí a tua mãe." (João 19:26,27.)
(4)
O grito de desamparo: "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?",
expressou um senso de abandono por parte de Deus (vide Marcos 15:34 e Mateus
27:46, com derivação de Salmos 22:1 ). Não obstante, a fé de Jesus não se
abalara, pois Ele disse: "Meu Deus..." O abandono à morte foi
motivado pelo fato que Jesus estava levando nossos pecados sobre Si mesmo.
(5)
"Tenho sede!" teve origem na angústia física (João 19:28).
(6)
"Está consumado!" (João 19:30) foi um brado de vitória. O original
grego traz aqui uma única palavra, que algumas vezes era usada em recibos,
significando "Pago". Jesus não estava apenas morrendo. Mas, ao
morrer, Ele também realizou a nossa redenção. Ele pagou a nossa dívida pelo
pecado.
(7)
O brado final dado na cruz antecipou a restauração da comunhão com Deus,
imediatamente após Jesus expirar: "Pai, nas tuas mãos entrego o meu
espírito!" (Lucas 23:46.) Ler Marcos 15:33 - 37; Mateus 27.45 - 50; Lucas
23.44 - 46 e João 19. 28 – 30.
Unidade 5
atos dos apóstolos
Palavras
chaves de Atos: “Ascensão”, “descida” e
“expansão”.
Escritor do livro: Considerando a dedicatória
do livro a Teófilo (At 1:1; comparemos com Lc 1:3), a referência a um tratado
anterior (1:1), o seu estilo, o fato de o autor ter sido companheiro de Paulo,
o que fica muito claro por estarem certas partes do livro escritas na primeira
pessoa do plural (“nós”), e ter acompanhado Paulo à Roma (At 27:1; comparemos
com Cl 4:14; Fm 24; 2 Tm 4:11), chegamos a conclusão que o livro de Atos foi
escrito por Lucas. A impressão que se dá é que ele teria usado o diário de
viagem como fonte de material.
b) Quem foi Lucas? Pouco se sabe dele. Seu
nome é mencionado só três vezes no NT . Paulo chama-o de “médico amado”. O
único escritor da Bíblia que não era judeu. A tradição e os estudiosos dizem
que Lucas era homem de cultura e erudição científica, versado nos clássicos
hebraicos e gregos. É possível que tivesse estudado medicina na Universidade de
Atenas. c) Relação de Lucas com Paulo:
Ficou em Filipos até à volta de Paulo, seis ou sete anos depois, At 16:40
(“dirigiram-se”), quando tornou a se juntar a ele, 20:6 (“navegamos”) e com ele
ficou até o fim, possivelmente até a morte de Paulo em Roma.
1. A comissão dos
Apóstolos
Entende-se por comissão o ato de cometer;
encarregar; também significa encargo, incumbência. Os missiólogos chamam a missão dada por Jesus
aos seus primeiros discípulos de “Grande Comissão”. Ele ordenou aos onze
homens, com os quais mais dividira seu ministério terreno, que fossem ao mundo
inteiro e fizessem discípulos em todas as nações, Ele lhes disse que ensinassem
a esses novos discípulos tudo que haviam aprendido d’Ele (Mateus 28:18-20).
Mais tarde, o apóstolo Paulo deu as mesmas instruções a Timóteo: "E o que
de minha parte ouviste, através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a
homens fiéis e também idôneos para instruir a outros" (2 Timóteo 2:2).
Mas, somente em
nossas
próprias forças não poderemos cumprir nossa comissão. Por isso, o Senhor nos
deus uma capacitação além da natural: “Mas recebereis poder, ao descer sobre
vós o Espírito Santo, e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em
toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”.
Ma
podemos questionar: Qual o coração da Grande Comissão? Infelizmente, não
aparece na Versão Corrigida, que traduz assim o começo do versículo 19:
“Portanto, ide e ensinai”. Na Atualizada, podemos descobrir o coração da Grande
Comissão, identificando os imperativos (tempos verbais que expressam ordem,
determinação) nela: “Ide” e “fazei discípulos”. Assim como nas traduções
inglesas e espanholas, a Versão Atualizada em português traz dois imperativos.
Mas não é assim na linguagem original. No grego, matheteusate ou “fazei
discípulos” é o único imperativo nesse texto. Os outros três verbos nos
versículos 19 e 20 são gerúndios, ou seja, traduzindo literalmente, teríamos,
por exemplo, indo, em lugar de ide. Os três gerúndios - “indo”, “batizando” e
“ensinando” - são as três funções indispensáveis de como fazer discípulos. Assim, uma vez que esses versículos não são a
Grande Sugestão, mas, sim, a Grande Comissão, o discipulado é imprescindível na
vida da igreja e na vida de cada cristão. Para David Kornfield, hoje,
infelizmente, a Grande Comissão muitas vezes passa a ser a Grande Omissão. E
teremos de prestar contas a Jesus a esse respeito.
Essa
Comissão de Mateus 28.18-20 e
paralelamente em Atos 1:8 é grande por, pelo menos, por cinco razões:
a)
É Grande em sua Autoridade. Das dezenas ou centenas de mandamentos de Jesus,
este é o único em que Jesus se veste de toda a autoridade do Universo. Ele se
coloca como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Na época bíblica, um súdito que
ignorasse ou negligenciasse um mandato declarado com toda a autoridade real
arriscava a própria vida. É com essa autoridade que fazemos a obra do Senhor
(At 1:8).
b)
É Grande em seu Efeito Multiplicador. É assim que o reino de Deus pode
explodir! Até então, havia só um discipulador multiplicando-se em outros -
Jesus Cristo. Agora vem a Comissão para começar um movimento multiplicador,
contra o qual nem as portas do inferno prevalecerão. Pouco depois, os
discipuladores não eram só 11, mas 120. Um pouco mais depois não eram só 120,
mas milhares. De pouco em pouco!
c)
É Grande por sua Extensão Geográfica. Estende-se a todas as nações. Várias
vezes o próprio Jesus limitou seu ministério e ordenou que os apóstolos também
limitassem seus ministérios aos judeus. Aqui, ele abre o leque e abraça todo o
mundo. na Comissão de fazer discípulos em todas as nações, encontramos o
coração de missões mundiais. Deus não admitiu que Sua igreja entrasse em um
ostracismo, vivendo só para si, e encapsulada em um único ponto geográfico. Ele
quer, na verdade, que Seu povo se expanda territorialmente e anuncie o
evangelho a toda criatura, tanto é que esse
foi o objetivo da perseguição
de Atos 8: 1-4. A ordem que
aparece em Atos 1:8 não é cronológica, ou seja, Cristo não falou para
evangelizar primeiro Jerusalém, segundo
Judéia, terceiro Samaria e por último os confins da Terra. Essa interpretação é
errada, perigosa, e fora da vontade do Senhor. O próprio texto de Atos 1:8
deixa claro que Jesus determinou que a obra da Sua igreja na Terra deveria ser
desenvolvida simultaneamente nas três dimensões que Ele deseja que o Evangelho
seja pregado. Isso fica claro nas expressões: “tanto em”; “como em”; e “até
os”.
d)
É Grande por sua Extensão a todos os aspectos da vida. Jesus nos chama a
ensinar outros a guardarem tudo o que Ele ensinou. Esse mandato inclui toda a
humanidade e, mais do que isso, implica não apenas o ensino, mas a prática
desses mandamentos. No discipulado, o ensino sempre tem por fim a prática. Ou
seja, o ensino que não leva à pratica não é discipulado.
e)
É Grande por sua Extensão no Tempo. Estende-se até a consumação do século, até
a volta de Cristo. Cada pastor e igreja que se envolve no discipulado conforme
o exemplo de Jesus constrói os alicerces para um movimento que fluirá de sua
igreja a todas as nações, até a consumação dos séculos.
2. A Fundação da
Igreja de Jerusalém:
a)
Na festa de Pentecostes, em 30 ou 33 d.C, deu-se o aniversário da Igreja. 50
dias depois da crucifixão de Jesus. 10 dias após sua Ascensão. Pensa-se que
esse Pentecostes caiu no primeiro dia da semana. A festa de Pentecostes era
também chamada festa das Primícias da colheita eram por essa ocasião
apresentadas a Deus. Outrossim, comemorava a promulgação da Lei no Sinai.
Apropriava-se, pois, para ser o dia da promulgação do Evangelho e da recepção
das primícias da colheita mundial do mesmo Evangelho. Jesus, em Jo 16:17-24,
tinha falado da inauguração da época do Espírito Santo. E agora, está sendo de
fato inaugurada, numa poderosa manifestação milagrosa do Espírito Santo, com o
som como de um vento impetuoso, e com línguas como de fogo pousando sobre cada
um dos Apóstolos, esta feita para representantes do mundo inteiro, a judeus e a
prosélitos ao judaísmo reunidos em Jerusalém para celebrar o Pentecostes, vindo
de todas as terras do mundo que então se conheciam (mencionando-se 15 nações,
2:9-11) – e os Apóstolos da Galiléia falavam para eles nas suas próprias
línguas.
b)
O Sermão de Pedro (2:14-16). O
espetáculo espantoso de Apóstolos falando, sob a influência das línguas de
fogo, nas línguas de todas as nações ali representadas. Isto, segundo a
explicação de Pedro, vv. 15-21, era o cumprimento da Profecia registrada em Jl
2:28-32. Pode ser o que aconteceu naquele dia não foi o cumprimento total e
final daquela profecia, e que aquilo seria o começo apenas, de uma era
grandiosa e notável que foi iniciada; a profecia pode se aplicada também, ao
fim desta era.
c)
O Cumprimento das Profecias. Nota-se as declarações repetidas que o que
acontecia já tinha sido predito: A traição de Judas, 1:16-20; a Crucifixão,
3:18; a Ressurreição, 2:25-28; a Ascensão de Jesus, 2:33-35; a vinda do
Espírito Santo, 2:17. "Todos os profetas", 3:18-24.
3. A Descida do
Espírito Santo (1:12-2.13)
O
rei Davi planejou a edificação do templo e reuniu os materiais necessários. Mas
foi Salomão, seu sucessor, quem o erigiu (1 Cr 29: 1,2). Jesus igualmente
planejou a Igreja durante seu ministério terreno (Mt 16:18; 18:17). Preparou os
materiais humanos, porém deixou ao seu sucessor e representante, o Espírito
Santo, o trabalho de erigi-la. Foi no dia de Pentecoste que esse templo espiritual
foi construído e cheio da glória do Senhor (cf. Êx 40:34,35; 1 Rs 8:10,11; Ef
2:20). O dia de Pentecoste era a inauguração da Igreja, e o cenáculo, o local
dessa comemoração.
a)
O Dia de Pentecostes
"E,
cumprindo-se o dia de Pentecostes…" O nome "Pentecoste"
(derivado da palavra grega "cinqüenta") era dado a uma festa
religiosa do Antigo Testamento. A festa era assim denominada por ser realizada
50 dias após a Páscoa (ver Lv 23:15-21). Observe sua posição no calendário das
festas. Em primeiro lugar festejava-se a Páscoa. Nela se comemorava a
libertação de Israel no Egito. Celebravam a noite em que o anjo da morte
alcançou os primogênitos egípcios, enquanto o povo de Deus comia o cordeiro em
casas marcadas com sangue. Esta festa tipifica a morte de Cristo, o Cordeiro de
Deus, cujo sangue nos protege do juízo divino. No sábado, após a noite de
Páscoa, os sacerdotes colhiam o molho da cevada, previamente selecionado. Eram
as primícias da colheita, que deviam ser oferecidas ao Senhor. Cumprido isto, o
restante da colheita podia ser ceifado. A festa tipifica Cristo, "as
primícias dos que dormem" (1 Co 15:20). O Senhor foi o primeiro ceifado
dos campos da morte para subir ao Pai e nunca mais morrer. Sendo as primícias,
é a garantia de que todos quantos nele crêem seguí-lo-ão pela ressurreição,
entrando na vida eterna.
Quarenta
e nove dias eram contados após o oferecimento do molho movido diante do Senhor.
E no qüinquagésimo dia – o Pentecoste – eram movidos diante de Deus dos pães.
Os primeiros feitos da ceifa de trigo. Não se podia preparar e comer nenhum pão
antes de oferecer os dois primeiros a Deus. Isto mostrava que se aceitava sua
soberania sobre O mundo. Depois, outros pães podiam ser assados e comidos. O
significado típico é que os 120 discípulos no cenáculo eram as primícias da
igreja cristã, oferecidas diante do Senhor por meio do Espírito santo, 50 dias
após a ressurreição de Cristo. Era a primeira das inúmeras igrejas
estabelecidas durante os últimos 19 séculos.
O
Pentecoste foi a evidência da glorificação de Cristo. Para Myer Pearlman, a
descida do Espírito era como um "telegrama" sobrenatural, informando
a chegada de Cristo à mão direita de Deus. Também testemunhava que o sacrifício
de Cristo fora aceito no Céu. Havia chegado a hora de proclamar sua obra
consumada. O Pentecoste era a habilitação do Espírito no meio da Igreja. Após a
organização de Israel, no Sinai, o Senhor veio morar no seu meio, sendo sua
presença localizada no Tabernáculo. No dia de Pentecoste, o Espírito Santo veio
habitar na Igreja, a fim de administrar, dali, os assuntos de Cristo.
b)
O Falar em Línguas
Apareceu em seguida a realidade da qual o
vento é símbolo: "E todos foram cheios do Espírito Santo, e começaram a
falar noutras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que
falassem". O que produz esta manifestação? O impacto do Espírito de Deus
sobre a alma humana. É tão direto e com tanto poder, que a pessoa fica
extasiada, falando de modo sobrenatural. Isto pelo fato de a mente ficar
totalmente controlada pelo Espírito. Para os discípulos, era evidência de
estarem completamente controlados pelo poder do Espírito prometido por Cristo.
Quando a pessoa fala uma língua que nunca aprendeu, pode ter a certeza de que
algum poder sobrenatural assumiu o controle sobre ela. Alguns argumentaram que
a manifestação do falar em línguas limitou-se à época dos apóstolos. Aconteceu
para ajudá-los a estabelecer o Cristianismo, uma novidade naquela época. Não
existe, no entanto, limites à continuidade dessa manifestação no Novo
Testamento.
Mesmo
no quarto século depois de Cristo, Agostinho, o notável teólogo do
Cristianismo, escreveu: "Ainda fazemos como fizeram os apóstolos, quando
impuseram as mãos sobre os samaritanos, invocando sobre eles o Espírito
mediante a imposição das mãos. Espera-se por parte dos convertidos que falem em
novas línguas". Ireneu (115-202 d.C.), notável líder da Igreja, era
discípulo de Policarpo, que por sua vez foi discípulo do apóstolo João. Ireneu
escreveu: "Temos em nossas igrejas muitos irmãos que possuem dons
espirituais e que, por meio do Espírito, falam toda sorte de
línguas".
A Enciclopédia Britânica declara que a
glossalália (o falar em línguas) "ocorreu em reavivamentos cristãos
durante todas as eras: por exemplo, entre os frades mendicantes do século XIII,
entre os jansenistas e os primeiros quaquers, entre os convertidos de Wesley e
Whitefield, entre os protestantes perseguidos de Cevennes, e entre os
irvingistas". Podemos multiplicar as referências, demonstrando que o falar
em línguas, por meios sobrenaturais, tem ocorrido em toda a história da Igreja.
(Nota: O falar em línguas nem sempre é em língua conhecida. Ver 1 Co
14.2).
4.
A conversão de Saulo de Tarso
Conquanto a tivesse precedido um longo
período de "incubação" inconsciente, sem dúvida alguma a conversão de
Paulo foi repentina. Ele não conseguira banir da mente o rosto do mártir
moribundo – "como se fosse rosto de anjo". Nem podia ele esquecer-se
da última oração pungente de Estevão: "Senhor, não lhes imputes este
pecado" (Atos 7:6).
O
Espírito Santo, sempre ativo, havia preparado o palco, no decorrer dos anos,
para este grandioso confronto e capitulação. O raio luminoso cegante encontrou
uma vasta quantidade de material inflamável no coração do jovem perseguidor. O
milagre aconteceu em pleno meio-dia. Paulo viu a Jesus em toda a sua glória e
majestade messiânicas. Não se tratava de mera visão, pois ele classifica o fato
como a última aparição do Salvador a seus discípulos, e o coloca no mesmo nível
de suas aparições aos outros apóstolos. Sua declaração é clara e
inequívoca.
E
apareceu a Cefas, e, depois, aos doze. Depois foi visto por mais de quinhentos
irmãos de uma só vez, dos quais a maioria sobrevive até agora, porém alguns já
dormem. Depois foi visto por Tiago, mais tarde por todos os apóstolos, e,
afinal, depois de todos, foi visto também por mim, como por um nascido fora de
tempo (I Coríntios 15:5-8).
Não foi um êxtase, mas uma aparição real e
objetiva do Cristo ressurreto e exaltado, vestido de sua humanidade
glorificada. Paulo convenceu-se de imediato de que Cristo não era um impostor.
Quão diferente foi a entrada em Damasco daquela que o inquisidor havia
imaginado! "E, caindo por terra, ouviu uma voz que lhe dizia… mas,
levanta-te, e entra na cidade, onde te dirão o que te convém fazer… Então se
levantou Saulo da terra e, abrindo os olhos, nada podia ver. E, guiando-o pela
mão, levaram-no para Damasco" (Atos 9:4-8). Paulo entrou cativo em Damasco,
acorrentado à roda da carruagem de seu Senhor vencedor. Fora tudo estava
escuro, mas dentro tudo era luz.
A rendição de Paulo ao Senhorio de Cristo foi
imediata e absoluta. Desde o momento em que ele reconheceu que Jesus não era um
impostor, mas o Messias dos judeus, ele ficou sabendo que só poderia haver uma
resposta. Toda a história se resume nas suas duas primeiras perguntas:
"Quem és tu, Senhor?" "Que farei, Senhor?" (Atos 22:8,10).
A verdadeira conversão sempre resulta em rendição à vontade de Deus, pois a fé
salvadora implica obediência (Romanos 1:5).
Quão
surpreendente foi a estratégia vitoriosa de Deus! C.E. Macartney escreve:
"O mais amargo inimigo tornou-se o maior amigo. A mão que escrevia a
acusação dos discípulos de Cristo, levando-os à presença dos magistrados e para
a prisão, agora escrevia epístolas do amor redentor de Deus. O coração que
bateu de júbilo quando Estêvão caiu sobre as pedras sangrentas, agora se
regozijava em açoites e apedrejamentos por amor de Cristo. Do outrora inimigo,
perseguidor, blasfemador proveio a maior parte do Novo Testamento, as mais
nobres declarações de teologia, os mais doces poemas de amor cristão"
(J.O. Sanders, p.28).
5. A Chamada de
Paulo
O chamado de Deus veio a Paulo de forma tão
clara e específica que não lhe foi possível confundi-lo, enquanto jazia deitado
no chão cego pela luz celestial. Ananias também comunicou-lhe a mensagem que
havia recebido de Deus: "O Deus de nossos pais de antemão te escolheu para
conheceres a sua vontade, ver o Justo e ouvir uma voz da sua própria boca,
porque terás de ser sua testemunha diante de todos os homens, das coisas que
tens visto e ouvido" (Atos 22:14-15).
Mais
tarde, quando Paulo voltava para Jerusalém, sobreveio-lhe um êxtase, e viu
aquele que lhe falava e que lhe disse: "vai, porque eu te enviarei para
longe aos gentios" (Atos 22:17,18,21). A Ananias, cujo temor bem podemos
compreender, comissionado por Deus para dar as boas-vindas ao notório
perseguidor da Igreja cristã, Deus também indicou a esfera de testemunho para a
qual ele havia chamado Paulo: "Mas o Senhor lhe disse [a Ananias]: Vai,
porque este é para mim um instrumento escolhido para levar o meu nome perante
os gentios e reis, bem como perante os filhos de Israel; pois eu lhe mostrarei
quanto importa sofrer pelo meu nome" (Atos 9:15-16).
Paulo revelou outra faceta de seu chamado ao
se defender perante Agripa: "Ouvi uma voz que me falava… Levanta-te e
firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci para te constituir ministro
e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te
aparecerei ainda; livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio,
para lhes abrir os olhos e convertê-los das trevas para a luz e da potestade de
Satanás para Deus" (Atos 26:14-18).
Assim,
desde os primeiros dias de sua vida cristã, Paulo não somente sabia que era um
veículo escolhido por meio de quem Deus comunicaria sua revelação, mas tinha
uma ideia geral do que Deus havia planejado para seu futuro: (a) Seu ministério
o levaria para longe do lar; (b) Ele teria um ministério especial entre os
gentios; (c) Esse ministério lhe traria grande sofrimento. Só aos poucos ele
chegou a compreender que este chamado não era tanto um novo propósito de deus
para sua vida, quanto a culminação do processo preparatório iniciado antes de
seu nascimento. Assim é hoje. O chamado do dirigente cristão não é tanto um
novo propósito para sua vida quanto a descoberta do propósito para o qual Deus
o trouxe ao mundo. O Senhor havia dito aos seus discípulos que os postos de
liderança no seu Reino dependiam da soberana nomeação de seu Pai. "Quanto,
porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda… é para aqueles a
quem está preparado" (Marcos 10:40). Paulo reconhecia esta verdade, mas só
aos poucos ele chegou a um claro entendimento do trabalho que Deus tinha para
ele.
Só depois que os judeus rejeitaram de forma
consistente sua mensagem é que Paulo se devotou quase que exclusivamente aos
gentios. Sua experiência em Corinto chegou a uma fase decisiva. "Paulo se
entregou totalmente à palavra, testemunhando aos judeus que o Cristo é Jesus.
Opondo-se eles e blasfemando, sacudiu Paulo as vestes e disse-lhes. Sobre a
vossa cabeça o vosso sangue! eu dele estou limpo, e desde agora vou para os
gentios" (Atos 18:5-6).
Alguns
anos após a sua conversão, este chamado inicial foi renovado e confirmado pela
igreja de Antioquia onde ele havia trabalhado por um ano. "E, servindo ele
[os dirigentes] ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Separai-me agora
a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado" (Atos 13:2). De
modo que o chamado geral se tornou específico, e eles alegremente partiram,
"enviados pelo Espírito Santo". O primeiro passo no cumprimento da
grande comissão do Senhor e o começo do importante empreendimento missionário
de amplitude mundial havia sido realizado com segurança.
As missões do
apóstolo Paulo
Sabemos que o conceito teológico de Missões é
tríplice: a igreja tem uma missão de adorar a Deus em espírito em verdade; tem
uma incumbência de edificar a si própria; e tem a grande comissão de
evangelizar o mundo. Como referencial de obreiro que Paulo foi, atuou nessas
três obras. Entretanto, vamos delimitar a prática missiológica paulina somente
às suas heroicas viagens missionárias.
O
ambiente de trabalho missionário do apóstolo Paulo foi o Império Romano.
A
maneira abrupta pela qual termina o livro de Atos quase nos espanta. Lucas
descortina a história de Paulo até ao ponto em que o apóstolo, aprisionado em
Roma, já esperava por dois anos ser julgado na presença de César. Nisso, o
livro se encerra. Que teria sucedido a Paulo? Teria comparecido diante de
César? Em caso positivo, teria sido condenado? martirizado? absolvido? solto?
Lucas não nos informa. Muitas sugestões têm sido oferecidas para explanar esse
fim tão abrupto. É possível que Lucas tencionasse escrever um terceiro volume,
no qual teríamos as respostas para essas indagações. No entanto, o seu primeiro
volume, o evangelho de Lucas, termina com um senso de história terminada,
embora sem dúvida também tencionasse escrever o livro de Atos. Ou talvez Lucas
tenha chegado ao fim de seu rolo de papiro. Todavia, sem dúvida ele poderia ter
percebido que seu espaço disponível estava ficando curto, e poderia ter escrito
um final apropriado. Uma catástrofe pessoal pode
ter
impedido Lucas de concluir o seu livro. A verdade, porém, é que esse livro já é
suficientemente longo para ocupar um ponderoso rolo de papiro. E talvez Lucas
tivesse conseguido cumprir o seu propósito, isto é, mostrar o progresso do
cristianismo, a partir de Jerusalém, o lugar de sua origem, até Roma, a capital
do império. Contudo, o ministério de Paulo na prisão dificilmente foi um
coroamento; já existia ali uma comunidade cristã, e permanece de pé o problema
de por qual razão Lucas não registrou o que aconteceu a Paulo, a personagem
dominante em Atos 13 - 28. A melhor solução é aceitar que Lucas escreveu sobre
os eventos até onde eles tinham tido lugar. Em outras palavras, ao tempo em que
ele escreveu, Paulo continuava esperando julgamento. Por certo teria sido
irrelevante a Lucas provar a inocência política do cristianismo (vide abaixo),
se porventura escrevia o livro de Atos depois que o imperador Nero se voltara
contra os cristãos (64 D. C.). Pois seria tarde demais, então, apelar para
decisões favoráveis da parte de oficiais governamentais subalternos! Por
conseguinte, Lucas escreveu o livro de Atos quando Paulo já se encontrava em
Roma há dois anos (cerca de 61 D. C.).( Também favorece uma data antiga do Livro
a ausência de alusões à perseguição sob Nero, na década de 60 D. C., ao
martírio de Tiago, irmão do Senhor, na mesma década, e à destruição de
Jerusalém, em 70 D. C. A teologia ainda pouco desenvolvida e a controvérsia
acerca da situação dos cristãos gentios talvez apontem na mesma direção, mas
também reflitam, ao invés disso, a exatidão de Lucas ao descrever o estado da
Igreja primitiva, sem que haja nisso implicações quanto à data em que ele
escreveu seu livro.) O próprio final abrupto do livro de Atos sugere que a
tarefa da evangelização mundial estava incompleta. O que a Igreja primitiva
começou, pois, compete a nós terminar.
ESBOÇO SUMÁRIO DE ATOS
Tema:
o irresistível avanço do evangelho de Jerusalém a Roma
I. ATOS DO ESPÍRITO DE
CRISTO EM JERUSALÉM E CERCANIA (1:1 12:25) A. Em Jerusalém (1:1
- 8:3)
1.
Ministério pós-ressurreição e ascensão de Jesus (1:1-11)
2.
Substituição de Judas Iscariotes por Matias (1:12-26)
3.
O dia de Pentecoste: o derramamento do Espírito Santo, o falar em línguas, o
sermão de Pedro, as conversões em massa e o companheirismo cristão (2:1-47) 4.
A cura do aleijado e o sermão de Pedro (3:1-26)
5.
Aprisionamento e soltura de Pedro e João (4:1-31)
6.
Comunhão de bens na igreja de Jerusalém e a morte de Ananias e Safira (4:32 -
5:11)
7.
Milagres, conversões e aprisionamento e soltura dos apóstolos (5:12-42)
8.
A disputa por causa de rações e a escolha dos sete "diáconos" (6:1-7)
9.
Sermão e martírio de Estêvão, e a perseguição geral que se seguiu (6:8 8:3)
B.
Em redor de Jerusalém (principalmente) (8:4 - 12:25)
1.
Evangelização de Samaria por Filipe, os samaritanos recebem o Espírito, e o
relato sobre Simão, o mágico (8:4-25)
2.
Conversão do etíope eunuco, sob Filipe (8:26-40)
3.
A conversão de Saulo-Paulo, sua pregação e fuga de Damasco, seu retorno a
Jerusalém e fuga para Tarso (9:1-31)
4.
Pedro cura a Enéias e ressuscita a Tabita (9:32-43)
5.
Salvação de Cornélio e sua família gentílica, incluindo a visão de Pedro sobre
um lençol e o seu sermão sobre o recebimento do Espírito pelos gentios (10:1 -
I 1:18)
6.
Propagação do evangelho até Antioquia da Síria (11:19-26)
7.
Barnabé e Saulo-Paulo trazem víveres de Antioquia a Jerusalém, para aliviar a
fome (11:27-30)
8.
Herodes Agripa I executa a Tiago, o apóstolo, e encarcera a Pedro; a miraculosa
libertação deste e a morte de Herodes (12:1-25)
II. ATOS DO ESPIRITO DE
CRISTO, MEDIANTE PAULO, EM LUGARES DISTANTES (13:1 - 28:31)
A.
Primeira viagem missionária (13:1 - 14:28)
1.
Partida de Antioquia da Síria (13:1-3)
2.
Chipre: Elimas e sua cegueira temporária e a conversão de Sérgio Paulo
(13:4-12)
3.
Perge: João Marcos retorna (13:13)
4.
Antioquia da Pisídia: sermão de Paulo na sinagoga (13:14-52)
5.
Icônio, Listra e Derbe: cura de um aleijado, Barnabé e Paulo são adorados como
Zeus e Hermes, e apedrejamento de Paulo, em Listra (14:1-18)
6.
Regresso a Antioquia da Síria, com pregação em Perge (14:19-28)
B.
A controvérsia judaizante (15:1-35)
1.
Debates em Antioquia da Síria (15:1,2)
2.
O concílio de Jerusalém: a decisão em prol da liberdade gentílica da lei
mosaica (15:3-35)
C.
Segunda viagem missionária (15:36 - 18:21)
1.
Disputa com Barnabé por causa de João Marcos e a partida de Antioquia da Síria
em companhia de Silas (15:36-41)
2.
Jornada pelo sul da Galácia: a escolha de Timóteo (16:1-5)
3.
Trôade: a visão do homem da Macedônia (16:5-10)
4.
Filipos: conversão de Lídia, libertação da jovem escrava pitonisa, o
encarceramento de Paulo e Silas, o terremoto e a conversão do carcereiro e sua
família (16:11-40)
5.
Tessalônica: os judeus atacam a casa de Jasom, hospedeiro de Paulo (17:19) 6.
Beréia: averiguação da mensagem de Paulo, mediante o Antigo Testamento
(17:10-15)
7.
Atenas: sermão de Paulo diante do Areópago; mais comumente, colina de Marte
(17:16-34)
8.
Corinto: Paulo fabrica tendas com Áqüila e Priscila, decisão favorável do
governador romano, Gálio, e o sucesso geral do evangelho (18:1-17)
9.
Regresso a Antioquia da Síria através de Cencréia (18:18-21)
D.
Terceira viagem missionária (18:22 - 21:26)
1.
Jornada pela Galácia e Frigia (18:22,23
2.
Ministério preparatório de Apolo, em Efeso (18:24-28)
3.
Éfeso: discípulos de João Batista recebem o batismo cristão, evangelização bem
sucedida e levante encabeçado por Demétrio e os ourives (19:141)
4.
Jornada através da Macedônia até à Grécia, e daí de volta à Macedônia (20:1-5)
5.
Trôade: Êutico cai de uma janela, durante um sermão de Paulo (20:6-12)
6.
Jornada a Mileto e discurso de despedida de Paulo, perante os anciãos do Éfeso
(20:13-38)
7.
Viagem até Cesaréia e predições de infortúnios de Paulo em Jerusalém (21:1-14)
8.
Viagem até Jerusalém (21:14-16) E. Acontecimentos em Jerusalém (21:17 - 23:35)
1
Paulo faz votos judaicos (21:17-26)
2.
Agitação na área do templo, detenção de Paulo, sua defesa perante a multidão e
diálogo com Cláudio Lisias (21:27 - 22:29)
3.
Defesa de Paulo perante o Sinédrio (22:30 - 23:11)
4.
Conspiração dos judeus contra Paulo e sua transferência para Cesaréia
(23:12-35)
F.
Acontecimentos em Cesaréia (24:1 - 28:31)
1.
Julgamento de Paulo perante Félix (24:1-23)
2.
Audição particular de Paulo perante Félix e Drusila (24:24-27)
3.
Julgamento de Paulo perante Festo, e apelo a César (25:1-12)
4.
Audição de Paulo perante Festo e Herodes Agripa II (25:13 - 26.32)
G.
Viagem acidentada de Paulo a Roma, incluindo o naufrágio em Malta (27:1 -
28:16)
H.
Paulo prega a judeus e a gentios, em sua prisão domiciliar em Roma (28:17-31)
BIBLIOGRAFIA
GUNDRY,
Robert.
Panorama
do Novo Testamento. SP: Sociedade Religiosa Edições Vida Nova. 1997.
NUNES,
Flávio. Evangelhos. Instituto Teológico Gamaliel. S/d.
NUNES,
Flávio. Atos dos Apóstolos. Instituto Teológico Gamaliel. S/d.
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