sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Quem somos?


Livros Proféticos do Antigo Testamento

CTIEJN
Curso de Teologia da Igreja Evangélica Jesus para as Nações
Nível Básico

Apostila


dos Livros Proféticos

Curso de Teologia da Igreja Evangélica Jesus para as Nações
 Nível Básico
Apostila dos Livros Proféticos

Organizadores:
Diretor Pr. José Iracet
Profª  Dra. Adriana Röhrig






Introdução aos livros proféticos

Os 17 livros do Antigo Testamento, de Isaías a Malaquias, são classificados como proféticos. Antigos eruditos dividiram estes livros em dois grupos: profetas maiores e profetas menores. A divisão entre profetas “Maiores” e “Menores” consiste, não que esse profeta seja maior ou menor que aquele, mas em que, uns proferiram maior ou menor número de profecias.    
O último conjunto de livros do Antigo Testamento refere-se a uma das instituições mais antigas da cultura dos povos semíticos: a profecia. A própria convicção de acreditar-se povo escolhido por Deus já constituía uma premissa suficiente para o surgimento de profetas, como intermediários especialmente enviados para transmitir a palavra divina. Os profetas representaram um papel decisivo para a propagação da moralidade judaica e do monoteísmo. A filosofia mosaica determinou o caráter fundamental das profecias, que é seu conteúdo moralizante. O motivo central do discurso profético é o ataque à corrupção  religiosa  e  social,  vista  como  prenúncio  de  graves  problemas  para  a  nação.  Na perspectiva, porém, do castigo anunciado, surge  sempre  à esperança de uma futura conversão, e da eterna fidelidade de Deus a sua aliança com Israel, garantia de felicidade perene, na era messiânica. As declarações dos profetas eram inicialmente verbais, mas a partir do século VIII a.C. passaram a contar com registros escritos.    
O profeta, como homem que tem uma comunicação direta e imediata com Deus, recebe a revelação de seus desígnios, que julga o presente e prevê o futuro, e é enviado por Deus para conduzir os homens a seu amor. É por essas características que se considera Moisés o primeiro profeta, o maior de todos, que inaugura a linhagem dos herdeiros de seu dom, a começar por seu sucessor, Josué. O Antigo Testamento apresenta os profetas em duas grandes divisões: os maiores e os menores. No primeiro grupo figuram Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel. Os profetas menores, assim chamados não por serem considerados de menor importância, mas pela pouca extensão de seus escritos, são Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
      
Profetas Maiores    

As palavras de Isaías ressoam como uma profissão de fé em sua missão profética: "O espírito do Senhor Iavé está sobre mim, porque Iavé me ungiu; enviou-me a anunciar a boa nova aos pobres, a curar os quebrantados de coração e proclamar a liberdade aos cativos, a libertação aos que estão presos..." Nascido em 765 a.C., aos 25 anos Isaías recebeu, no templo de Jerusalém, a missão de anunciar a ruína de Judá e Israel, em castigo pelas infidelidades de seu povo. A vida do profeta divide se em quatro períodos: o primeiro vai do início de sua vocação até à posse do rei Acaz e como principal preocupação à corrupção do reino de Judá, nascida do luxo decorrente da prosperidade econômica; o segundo é o da oposição à aliança de Acaz com a Assíria e a retirada de Isaías da vida pública; o terceiro é também de oposição a qualquer aliança militar, e de exortação à confiança em Deus; o quarto marca-se pelo apoio ao rei de Judá em sua resistência ao inimigo e em seu apoio a Jerusalém.    
O livro de Isaías compõe-se de duas partes: a primeira é uma advertência ao povo sobre os castigos decorrentes de sua impiedade; a segunda, uma apresentação das revelações da misericórdia de Deus em predição da vinda de um messias e seu reino "porque Iavé irá a vossa frente, o Deus de Israel será a vossa retaguarda (...) entregou a sua alma à morte e foi contado com os transgressores, mas na verdade levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores fez intercessão". Por isso mesmo, o livro teve enorme influência sobre o Novo Testamento, que o cita textualmente mais de cinquenta vezes.    
Jeremias escreveu suas profecias entre os anos 620 e 590 a.C. e seu relato, embora não constitua uma autobiografia, dá a conhecer, como nenhum outro profeta, seu caráter e sua vida. Jeremias viveu no período trágico em que se consumou a ruína do reino de Judá. Dirigiu seus oráculos a todas as classes, aos sacerdotes, aos governantes  e  até  às  crianças.  Os  militares  acusaram no  de  derrotismo,  pela  força  de  suas  profecias.  Após a tomada  de  Jerusalém, permaneceu na Palestina, de onde foi obrigado a fugir para o Egito. Seu drama pessoal está não somente nos episódios catastróficos que foi obrigado a testemunhar, mas também na contradição entre sua índole pacífica e terna e a obrigação de lutar contra reis, sacerdotes e falsos profetas, e predizer tantas desgraças para seu povo.    
O livro de Jeremias divide-se em quatro partes: as admoestações e ameaças; a salvação universal, em virtude da nova aliança; as profecias individuais; e as profecias das nações. A importância do texto decorre principalmente de sua concepção de Deus e da possibilidade de sua íntima união com o homem. A profecia de maior influência sobre o Novo Testamento é a da nova aliança, prometida por Iavé, "não como a aliança que selei com seus pais, no dia em que os tomei pela mão e os fiz sair da terra do Egito (...) porque esta é a aliança que selarei com a casa de Israel depois desses dias (...) porque vou perdoar sua culpa e não me lembrarei mais de seu pecado". Para os cristãos, esse é um dos oráculos do Velho Testamento que prefiguram a vinda de Cristo.    
Ezequiel foi um sacerdote de educação esmerada, mandado para o exílio por Nabucodonosor, em 597 a.C. Aos trinta anos, recebeu o chamado profético, e durante 25 anos exerceu sua missão. O livro de Ezequiel divide- se em quatro partes, além da introdução: a primeira contém repreensões e ameaças contra os judeus antes do cerco de Jerusalém; na segunda, o profeta estende as maldições divinas às nações infiéis e seus cúmplices; a terceira passa-se durante e após o cerco e está cheia de consolações; a quarta encerra uma previsão da era messiânica. Suas visões darão origem à corrente escatológica, com nítida influência sobre o profeta Daniel e sobre o Apocalipse de João.    
O profeta Daniel pertencia a uma família importante de Judá. Deportado para Babel por Nabucodonosor, conseguiu um posto na corte. Graças a sua fiel observância da lei de Deus, foi favorecido com uma grande sabedoria, e com a capacidade de interpretar sonhos e mistérios. O conteúdo principal do livro de Daniel é a narrativa dos sucessos por que passou o profeta: a conquista da confiança do rei; o sonho de Nabucodonosor e sua interpretação; Daniel com seus amigos Sadraque, Mesaque e Abedenego, lançados na fornalha, e sua caminhada ilesos no meio das chamas; a previsão, a partir de outro sonho, da loucura de Nabucodonosor; o festim de Baltasar com os cálices de ouro saqueados do templo, a interpretação das palavras aparecidas na parede e as previsões da tomada do reino por Dario e da morte de Baltasar; Daniel na cova dos leões, a mando de Dario, por força de intriga palaciana, e sua salvação miraculosa. O principal objetivo do livro foi sustentar a fé e a esperança dos judeus em meio às vicissitudes.
    Profetas Menores  
 
Os 12 livros dos profetas menores foram escritos durante um período muito extenso  do século VIII ao III a.C.  e por isso constituem fonte inestimável para o conhecimento da antiga civilização judaica, em seus aspectos sociais, religiosos e políticos. São eles: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
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Quem eram esses Profetas?    
Os livros dos profetas, formando quase um terço do Velho  Testamento,  contêm  a  doutrina  e,  em  certos  casos,  a  história  pessoal  dos  profetas  que apareceram isolados, a intervalos ou contemporaneamente, desde o séc. VIII ao séc. IV a.C. Este período é notável pelo largo desenvolvimento do pensar humano, e pelo aparecimento de ilustres orientadores do espírito em todos os países do globo.    
Quando Sofonias previa a desgraça que devia cair sobre Jerusalém, e Naum descrevia a ruína de Nínive, Zoroastro, segundo um cálculo provável, empenhava-se a fundo na reforma da antiga religião iraniana. Quando Jeremias e Ezequiel insistiam na pregação do culto interior e puro a Deus, na conduta sincera e na responsabilidade pessoal, Confúcio dava à religião da China uma forma definitiva, enquanto Sidarta na Índia lançava os fundamentos do Budismo.    
Na era dos profetas que surgiram depois do exílio, encontrava-se em elaboração a antiga religião grega, enquanto os filósofos da Jônia concebiam novos e elevados conceitos do universo e os dramaturgos da Ática representavam os mistérios da vida humana, sem esquecerem o espírito de justiça a que devia subordinar-se.    
Atravessava-se, então, um período  de  grandes acontecimentos  políticos:  Israel, deixava  de  existir;  a  Assíria  perdia  a  sua  independência;  Babilônia  era submetida pelos persas; Jerusalém, após ter sofrido uma destruição total, vivia um período de ressurgimento nacional. A Grécia, depois de se libertar galhardamente do inimigo invasor, via-se a braços com a praga das lutas internas. Roma, a expandir-se avassaladoramente. Enfim, uma época brilhante em todos os ramos da ciência, da política e da estratégia, sem que,  todavia, nenhum sábio, nenhum político, nenhum herói tenham superado esses homens de poder e de visão, que foram os profetas de Israel e de Judá.
 
A Vocação de um Profeta    
Os pregadores do séc. VIII a.C. não foram os primeiros profetas, no sentido que normalmente lhe atribuímos. Vêm de longe, pois desde os tempos remotos de Abraão se vêm verificando esses testemunhos duma doutrina fixa, que, revelada gradualmente, se baseou, sobretudo, na pregação de Moisés. Os profetas, tal como este patriarca, foram "chamados" por Deus, que os encarregou duma missão altamente espiritual.    
Os diferentes nomes que a Escritura atribui aos profetas dizem algo do caráter e da natureza da obra desses homens excepcionais.

O que vinha a ser então o profeta?
Primeiramente um "homem de Deus", quer dizer mais intimamente ligado a Deus do que os outros homens, e, portanto, mais reto e mais justo do que eles. Em segundo lugar o profeta é um "servo DO SENHOR", com uma missão especial a cumprir, a de entregar uma mensagem aos povos. Daí ser o profeta o "mensageiro DO SENHOR". As suas palavras tinham uma autoridade e uma força que só podiam advir de Deus. Finalmente o profeta é um "homem de Espírito", no dizer de Oséias (Veja: Os 9.7). Isto no que se refere ao poder e à autoridade do profeta. Mas, se atendermos ao fato de que era esse homem que explicava aos povos a mensagem divina, podemos ainda acrescentar às qualificações do profeta o de "intérprete".    
Mais três nomes vêm nos indicar como o profeta recebia a sua mensagem, e a seguir como a tornava conhecida. Dois deles roeh e chozeh significam "vidente". O profeta vê o que não é dado ver aos restantes homens, mas não por mérito próprio devido a uma excepcional perspicácia, ou a um poder de penetração, que são apanágio de inteligências agudas e experientes. Também não se trata do emprego de meios semelhantes aos que se utilizavam na adivinhação ou no ocultismo. A "visão" do profeta resulta exclusivamente dum dom sobrenatural, independente da vontade do mesmo profeta, pois o objeto dessa visão é revelado por Deus. Não vá julgar-se, porém, que tal submissão a Deus pode implicar uma passividade absoluta. O uso das faculdades normais do profeta não fica em suspenso, como se pode deduzir da palavra "vidente", já que, quando mais não seja, a visão exige grande esforço da parte do profeta, preparando-se para ela, as mais das vezes, com oração e com rogos (cfr. Dn 9.3).    
A terceira palavra em questão, mais frequente e que se traduz por profeta, é nabi, e dá a entender que a pessoa assim designada é um verdadeiro intérprete.
    Ao contrário de Elias e Eliseu, os últimos profetas não operavam milagres. Confiavam inteiramente nas palavras escritas ou proferidas, e reforçadas de vez em quando por uma ação simbólica (cfr. Jr 28.10). Embora unidos ao passado, interessavam-lhes, sobretudo, as circunstâncias do presente. Por isso, as suas obras refletem a vida política, econômica, social, moral  e  religiosa  da  época  em  que  viveram.  Assim  se  explicam  algumas  das  descrições de  reinados sucessivos dos livros dos Reis e das Crônicas.  
 
O Que Acontecia Na História    
Durante os vários séculos da atividade dos profetas, a história de Israel e de Judá foi largamente afetada pelas ambições de três grandes países: Assíria, Babilônia e Pérsia. E de tal modo o domínio foi exercido pelos vencedores, que podemos agrupar os acontecimentos conforme o período desse domínio exercido. As datas são, por vezes, apenas aproximadas, e por isso não admira que nem sempre concordem as cronologias apresentadas.    

a) O Período Assírio    
Durante a maior parte do reinado de Jeroboão II (783-743 A. C.) a Assíria encontrava-se plenamente absorvida com os seus assuntos internos, de maneira a não incomodar as pequenas nações, que prosseguiam tranquilamente na sua política individualista. Jeroboão estendera as fronteiras do norte até aos limites do reinado de Davi, com exceção de Judá. Este acontecimento, já foi anunciado por Jonas (Veja: 2Rs 14.25), foi seguido por um largo período de prosperidade material, como se depreende da pregação de Amós e Oséias. Estes profetas não deixam, todavia, de acentuar o declínio espiritual e a corrupção dos costumes que então atingiram um nível nunca alcançado.
  Como  Israel,  no  reinado  de  Jeroboão,  Judá  no  tempo  de  Uzias  aproveitou  a  relativa  liberdade  e  independência  para  desenvolver  o  poderio  militar  e intensificar o comércio. Coroadas de êxito tais tentativas, não deixou, todavia, esta prosperidade material de conduzir ao esquecimento de Deus. Isaías, que começou a sua missão profética no ano da morte de Uzias (cfr. Is 6), oferece-nos uma descrição real dos males sociais e religiosos do tempo de Jotão. Em virtude de Acaz, seu sucessor, não ouvir as advertências do profeta na altura da guerra entre a Síria e Efraim, Judá perdeu a sua independência, o que veio trazer consequências desastrosas para a vida religiosa da nação.    
Durante algum tempo, Ezequias continuou a política de sujeição de seu pai e, quando o Egito pensou em fomentar uma revolta entre as nações menores, Isaías opôs-se a uma aliança e previu a queda do país.
Tempo depois Ezequias revoltou-se contra a Assíria e atacou os filisteus, que eram seus tributários. A invasão de Senaqueribe, que terminou pela libertação miraculosa de Jerusalém, causou uma profunda impressão, e passou-se a confiar no Senhor, pelo amor que dedicava à Cidade Santa. Durante o período difícil, Isaías encorajou o rei e o povo a confiarem sempre no Senhor. Mais tarde, porém, vai censurar a nação por não dar glória a Deus, que acabava de derrotar o inimigo. A reforma de Ezequias, efetuada no tempo de Isaías e Miquéias, eliminou as práticas introduzidas por seu pai Acaz (cfr. 2Rs 16.24) Seu filho Manassés, porém, prestou vassalagem à Assíria e voltou ao paganismo, desta vez acompanhado duma série de perseguições e de atos de violência, que tornaram detestável o seu reinado.    
Sofonias, ao profetizar o reinado de Amom, filho de Manassés, apresenta-nos também um esboço da sociedade do seu tempo. Após dois anos de governo, Amom foi assassinado pelo chefe dum partido, que poderíamos chamar reformador. Entretanto, o poder da Assíria entrava no seu declínio. Ao findar o reinado de Assurbanípal (668 a 630 A. C.), a atenção do rei de tal modo se concentrava nos acontecimentos do oriente e do sul, onde as invasões citas se tornavam um perigo ameaçador, que o Egito podia à vontade consolidar a sua posição de reino independente. Só depois da morte daquele rei em 625 a. C. Nabopolassar fundava o Império neobabilônico. Como causa destes acontecimentos, em Judá, o filho de Amom, Josias, podia executar a reforma indicada no livro que encontrou no templo e estender a sua atividade até Samaria. Como Naum previra, Nínive foi conquistada pelos medos e pelos babilônios em 612 A. C. O império assírio perdia-se irremediavelmente, seguindo- se o domínio evidente de Babilônia.    

b) O Período Neo Babilônico    
Em 608 a. C. Faraó Neco (Egito) levou a cabo uma expedição ao Eufrates, e Josias, receando talvez pela liberdade do seu povo, saiu-lhe ao encontro e deu-lhe batalha em Megido. Os acontecimentos que se seguiram em Judá têm uma estranha semelhança com a de Israel nos últimos anos. Só um dos quatro restantes reis de Judá morreu de morte natural. Tal como os profetas Oséias e Isaías um dentro e outro fora do reino estiveram em contato com os acontecimentos de Israel, assim Jeremias e Ezequiel na luta final de Judá foram os mensageiros da palavra de Deus ao povo.    
Depois da morte de Josias subiu ao trono seu filho Jeocaz, num reinado de curta duração, pois após três meses foi deposto, e exilado por Faraó Neco, que entregou o trono a seu irmão Jeoaquim. Jeremias compara a injustiça deste com o reto proceder do pai em relação aos pobres e necessitados (Veja: Jr 22.13-19).  E das suas palavras se conclui, que  neste  reinado  também  se  levantou  uma  onda  de  paganismo  gigantesca  e  avassaladora. A série de reformas promulgadas não alteraram o espírito da nação. Quem se beneficiou foi o Egito, que imediatamente aproveitou a sua supremacia para influir nos ânimos mais tímidos.    
Em 605 a. C. Neco perdeu a vida na batalha de Carquémis em luta com os babilônios. Judá foi subjugada e durante três anos Jeoaquim prestou vassalagem a Nabucodonosor, filho de  Nabopolassar.  Pouco depois, Judá revoltou-se,  mas,  antes  que  Nabucodonosor  interviesse  para  dominar  a  situação,  faleceu Jeoaquim e subiu ao trono Joaquim, seu filho. Três meses mais tarde, em 597 a. C., rendeu-se e Nabucodonosor levou-o cativo para Babilônia, juntamente com as pessoas mais destacadas do país. Esse cativeiro durou trinta e cinco anos.    
A rendição do rei de Judá veio, no entanto, prolongar a vida de Jerusalém por mais dez anos. Matanias, tio do rei cativo, foi colocado no trono por Nabucodonosor que lhe mudou o nome para Zedequias. Em 594 a. C. surgem embaixadores dos pequenos estados vizinhos a solicitarem apoio para uma revolta comum. Isto deu azo à discussão travada entre Jeremias e Hananias, em virtude de o primeiro não ser favorável à dita revolta (Veja: Jr 28.17). No momento o motim não chegou a realizar-se, vindo, porém a suceder mais tarde no tempo de Faraó Hofra com um novo cerco a Jerusalém. Faraó. O resto do povo, conduzido por Joanã, dirigiu-se para o Egito e com ele seguiu Jeremias. Estabelecendo-se nas cidades fronteiriças, depressa foi posto de lado o culto DO SENHOR. É que os espíritos ficaram completamente transtornados após a destruição de Jerusalém. Quando Jeremias protestou contra o culto da Rainha do Céu, então frequente entre os judeus no Egito, as mulheres logo replicaram que não podiam abandonar tal culto, uma vez que só a adversidade as perseguia, desde que seus pais deixaram de o praticar.    
Dos primeiros cativos levados para Babilônia salientaram-se Daniel e seus companheiros, que, apesar de viverem na corte pagã, ficaram sempre fiéis ao culto DO SENHOR. De dois passos de Ezequiel (Veja: Ez 14.14,20) muitos concluem ser familiar à história de Daniel aos outros exilados, que lhes servia de exemplo.    
O livro de Ezequiel fala-nos largamente dum grupo de judeus cativos que, levados com Joaquim, se tinham estabelecido num lugar chamado Tel Abibe. O profeta era um membro desta colônia. Da carta que Jeremias lhes dirigiu (Veja: Jr 29) pode deduzir-se que gozavam de grande liberdade, pois é provável que  vivessem em bairros próprios ou então num extenso território demarcado, onde não poderiam considerar-se prisioneiros no sentido rigoroso da palavra. Foram os anciãos que aí organizaram a vida social e religiosa, enquanto outros se entregavam livremente ao comércio, que prosperava cada vez mais, como podemos verificar pelos impostos que mais tarde foram lançados para a reconstrução do templo. Sob o aspecto religioso foi maior ainda o progresso. Longe de Canaã, nunca mais se deixaram seduzir pelos seus Baals. Nada poderia conduzi-los ao culto dos deuses dos vencedores assírios e egípcios. Graças à eficiente pregação de Ezequiel, e esquecidos os deuses de Babilônia, depressa era fácil regressar ao Deus de seus antepassados. Os sacrifícios não poderiam com facilidade ser oferecidos ao SENHOR, mas a oração substituí-los-ia. Guardava-se o sábado. Provavelmente lia-se a Bíblia com regularidade e em público, o que vinha fortificar os espíritos e contribuir para a divulgação da verdade. Era o princípio da sinagoga.    
Em 561 A. C. morreu Nabucodonosor. Após outros reinados de pouca expressão Ciro submeteu a Babilônia sem esforço, em 539 A. C. O gênio militar e outras virtudes guerreiras deste monarca entusiasmaram a imaginação dos escritores antigos. E assim termina o período babilônico com a subida ao poder do grande rei.   

c) O Período Persa    
Inicia-se este  período  por  um  fato  importante:  o  do  cumprimento  das  profecias  da  restauração.  Ciro simpatizava-se  com  as  aspirações  religiosas  dos diferentes povos do seu império. Conta Josefo, que chegou a proteger os judeus, só porque lhe tinham sido apresentadas as profecias de Isaías. Em 538 a. C. publicou mesmo um decreto autorizando-os a voltar e a reconstruir a sua cidade. Partiram nesse ano os primeiros cinquenta mil, chefiados por Sesbazar. Após sete meses de trabalhos intensos, estava restaurado o altar e já ali se ofereciam sacrifícios ao Senhor. Dois anos depois cavavam-se as fundações para a reconstrução do templo. Mas, devido à oposição da população local, as obras foram interrompidas até 520 a.C., e só se iniciaram de novo graças aos estímulos dos profetas Ageu e Zacarias. Zorobabel, neto de Joaquim, passou a governar o reino de Judá. O império persa via-se agora a braços com diversas revoltas que vieram ofuscar o alvorecer do reinado de Dario. Todas as atividades invulgares passaram então a ser objeto de suspeita. Tatenai, governador persa da Síria, mandou abrir um inquérito acerca da reconstrução do templo, e os judeus viram-se obrigados a recorrer à autoridade do decreto de Ciro, uma vez que a notícia confirmada chegara à corte persa. Dario, porém, atendeu às reclamações dos judeus, por serem justas e conformes à lei, e o templo ficou concluído em 516 a. C.    
Nada mais se sabe dos restantes exilados, até que em 458 a. C. chega Esdras com um novo grupo vindo de Babilônia e portadores de consideráveis presentes para o culto do templo.  É talvez melhor colocar o ministério de  Malaquias  neste  período  desconhecido  antes  do  aparecimento  de  Esdras,  do  que propriamente na altura em que Neemias se encontrava ausente na Pérsia. Sendo assim, facilmente se compreende que a missão de Esdras e a obra reformadora de Neemias vêm completar a doutrina que encerram os livros, cujos autores são aqueles profetas.    
Artaxerxes encarregara Esdras de organizar o culto do templo e de instruir o povo em conformidade com a Lei de Moisés. Catorze anos após a sua chegada, Neemias era nomeado governador da província e conseguiu restaurar as muralhas da cidade no curto espaço de cinquenta e dois dias. Era o início da campanha reformadora, em que se empenhara, exterminando os abusos e fazendo uma aliança solene com o povo. Esta implicava, em princípio, a guarda da Lei Mosaica, a supressão dos casamentos com estrangeiros e do comércio ao sábado, e finalmente uma contribuição pecuniária para o culto do templo. A relação entre estas reformas, a que o povo se submetia, e as que Malaquias lhe pregava, dão a entender que aquela aliança pode ser considerada como o fruto da pregação do profeta. 


Unidade 1

Livros de Isaías, Jeremias e Lamentações de Jeremias

O livro de Isaias

Isaías quer dizer “Salvação de Jeová”.

Quem era Isaias?    
Entre a "santa companhia dos profetas", Isaías destaca-se como uma figura majestosa. Pela elevação e originalidade do seu pensamento, bem como pela qualidade superlativa do seu estilo, é único no Velho Testamento. Nenhum outro profeta há tão digno como ele de ser chamado "o profeta evangélico". O seu nome significa "O SENHOR Salva" ou "O SENHOR é Salvação" e, em dias de crise e catástrofe sem precedentes na história do seu povo, exortava constantemente à fé nAquele que é o único que nos pode livrar. Em horas em que a esperança parecia morta, era uma inspiração e um repto para a coragem desfalecida dos homens de Judá: O seu ministério foi longo, desde a sua chamada à missão profética no reinado de Uzias, rei de Judá, através dos reinados de Jotão, Acaz e Ezequias, com um possível interlúdio de serviço no tempo de Manassés. Durante todos estes anos revelou-se um estadista que lia o significado geral dos acontecimentos  nos  grandes problemas políticos da  época  e  também um  profeta  verdadeiramente  designado e  escolhido pelo Senhor  para proclamar o propósito divino com convicção inabalável e coração ardente.    
O  nome  de  seu  pai  era  Amós  (Veja:  Is  1.1;  Is  2.1),  segundo  uma  tradição  judaica  irmão  do  rei  Amazias;  nesse  caso,  Isaías  seria  primo  do  rei  Uzias. Evidentemente que é impossível alguém pronunciar-se com certeza a respeito deste problema, mas há indicações nítidas de que Isaías desfrutava, de fato, de entrada imediata e regular na casa real, além de ter acesso às pessoas mais influentes do seu tempo. Apesar disso, continuou a ser um simples e indômito porta voz DO SENHOR, motivo que ainda segundo reza a tradição levou à sua execução no reinado do ímpio Manassés. Era casado e chama a sua mulher "a
profetisa"  (Veja:  Is  8.3);  teve  dois  filhos. Fora disto, pouco mais se sabe da sua vida além do que o livro que tem o seu nome nos revela. Não é possível determinar com exatidão a duração do seu ministério; sabemos, porém, que, durante pelo menos 40 anos, continuou ativo, desde o último ano de Uzias, em 740 a.C., ao décimo quarto ano de Ezequias em 701 a.C., e que, durante todo este tempo, a sua mensagem e o repto que lançava aos seus contemporâneos foram inalteráveis e persistentes, fiéis a um propósito sempre claro e bem definido
estabelecer a adoração do Senhor em justiça e verdade entre a raça escolhida.
   
Sua Formação e influência   
A influência mais destacada e mais perdurável na vida de Isaías foi, sem dúvida, a sua chamada pessoal e direta ao ministério profético dentro do recinto do templo depois da morte de Uzias. Este acontecimento é registrado com uma beleza e um brilho tais que indicam claramente a forte influência que essa visão exerceu sobre ele através de todo o seu ministério. Provavelmente nada há em toda a literatura dos povos do Oriente que exceda a grandeza e dignidade deste trecho imortal, em Is 6. Ao entrar no recinto do templo, depara-se, de súbito, ao jovem Isaías esta visão solene e aterrorizadora o Senhor nas alturas, o séquito celeste, os místicos serafins, o "chequiná" da santidade, a voz anunciando ao profeta, prostrado perante a majestade assim revelada, a missão de que era incumbido. No meio duma cena política conturbada e incerta, ele contempla, com todo o poder de uma revelação direta, o Senhor Deus entronizado nas alturas, e doravante pousa sobre ele o selo da Sua ordem. Não havia que fugir daí. Embora isso significasse que o profeta iria levar aos povos do seu tempo uma mensagem que não receberiam, não havia que fugir à glória da revelação assim outorgada. Foi deste modo que Isaías saiu do templo com uma nova visão e uma nova noção dos altos e santos perigos da missão que lhe fora confiada e da incumbência que ficava a seu cargo.    
Antes desta experiência notável e decisiva, houvera o fruto do ministério de Amós e Oséias, o qual se devia encontrar ainda bem fresco na memória e experiência do jovem Isaías. Em épocas de crise nacional, houvera sempre em Israel, como em Judá, a mensagem do Senhor, numa ou noutra conjuntura, através da voz dos profetas, e nas palavras de Isaías descortinam-se vestígios dos elementos característicos das suas mensagens. Para alguém que resolvera firmemente no seu coração percorrer o caminho do Senhor, essas vozes deviam constituir uma inspiração incalculável, e as palavras calorosas e comoventes do profeta evangélico, ao apontar para o Redentor de todo Israel fazem lembrar os termos em que esses servos mais antigos DO SENHOR haviam proclamado a mensagem divina.    
Além desses fatores, Isaías deve ter sido profundamente agitado pelos poderosos movimentos históricos do seu tempo. Durante o reinado do bom rei Uzias, Judá esteve em paz durante muitos anos e pouco conheceu das dificuldades que o reino do norte teve de enfrentar. Externamente havia paz e piedade, mas por debaixo, e no próprio âmago da vida da nação, havia desassossego e um afastamento pronunciado da realidade da adoração instituída no Concerto.
Fora da pátria, o horizonte apresentava já prenúncios sombrios de invasão e crise e, apesar de todos os eleitos, Isaías deve ter visto claramente, na fase mais formativa da sua vida, que, se não houvesse um movimento de regresso ao Senhor, a catástrofe era inevitável. Em certo sentido, todos nós somos produto do nosso ambiente; chegamos à hora de provação, ou para a enfrentar em toda a sua magnitude e determinar o seu curso, ou então para sermos moldados pela sua força titânica. No caso de Isaías, temos um dos exemplos mais frisantes de uma hora grave que encontrou um homem à sua altura, e de uma voz que se ergueu no próprio momento em que mais necessário era proclamar a mensagem de Deus.    
Isaías pôde trazer à tarefa que foi chamado a desempenhar um dom extraordinário, uma felicidade de expressão e uma penetração que, sob a mão de Deus, se deveriam transformar no veículo das verdades mais íntimas e profundas da revelação. Assim, equipado de forma única para o ministério a que era chamado, e preparado na escola da experiência para a prova que se avizinhava, no ano em que o rei Uzias morreu e em que o trono, havia tanto ocupado com tal distinção, vagou uma vez mais, o profeta estava pronto para a alta missão do Senhor transcendente nas alturas, e não desobedeceu à visão celestial.


Os Reis de Judá que Isaías conviveu
Isaías nasceu no reinado do bom rei Uzias, e foi no último ano da vida desse monarca que recebeu a chamada ao ministério profético. Por consenso geral, o caráter de Uzias era exemplar, mostrando em tudo um espírito de verdadeira piedade e desejo de honrar as coisas de Deus, embora, nos seus últimos anos, o rei fosse atacado de lepra devido a um ato de orgulho (ver 2Cr 26.16-21). Durante o seu reinado, toda a nação atravessou uma fase de prosperidade e desenvolvimento material e foi com dor que o seu povo o viu desaparecer da cena numa altura em que a sua presença parecia mais necessária. Promoveu-se a adoração DO SENHOR, mas o rei não foi suficientemente forte para conseguir que se destruíssem os altos, onde se celebravam práticas idólatras. O seu reinado classifica-se necessariamente entre um dos mais distintos do reino do Sul. Depois dele, subiu ao trono Jotão, seu filho, que já fora regente durante o isolamento  de  Uzias.  Trilhou  as  mesmas  veredas  que  seu  pai,  e  sob  o  seu  cetro  o  povo  continuou  a  adorar  o  Senhor de  acordo  com  os mandamentos. Seguiu-se lhe Acaz, cujo reinado foi, de princípio a fim, uma autêntica crônica de catástrofes e de destruição (ver 2Rs 16).
Impetuosamente, Acaz empenhou-se em derrubar a forma estabelecida de adoração, quebrou os mandamentos em quase todos os seus pormenores, impediu a adoração no templo e acabou por fechar as portas da Casa de Deus. Deliberadamente, conspirou para obliterar a memória do culto do Senhor de todo o Israel, do Redentor, do Deus Santo. Todos os seus atos foram como que um aguilhão para o caráter devoto e franco do profeta Isaías que, em público, censurou o rei pelos seus atos extravagantes em matéria de religião, reprovando os seus pecados e apontando-o ao povo como inimigo do verdadeiro caminho. Isto de nada serviu; os seus avisos e conselhos foram desprezados pela nação, à frente da qual se encontrava o rei. Depois, veio Ezequias. Ao contrário de seu pai, Ezequias procurou de muitas formas restaurar a adoração no santuário; fez todos os esforços para abolir a idolatria e para libertar o povo que governava do poder do domínio estrangeiro. No seu reinado, começou-se a fazer justiça a Isaías, que passou a ser considerado com grande favor, sendo-lhe dadas todas as oportunidades de aplicar as suas penetrantes e divinamente inspiradas faculdades de discernimento à análise dos fatos da situação sua contemporânea. Mas as sementes da loucura passada da nação começavam agora a dar fruto, e era já tarde demais para pôr em prática reformas eficazes e salutares. Estava próximo o derrubamento de Judá, acontecimento havia muito profetizado par Isaías e que nada poderia deter.
            Não foi fácil à tarefa do profeta durante o seu longo e ativo ministério. A missão que lhe foi confiada no dia da sua chamada ficou amplamente realizada, pois a mensagem que transmitiu foi, de fato, uma mensagem de condenação, e a profecia então feita, de que anunciaria a Palavra do Senhor mas que esta, embora ouvida seria incompreendida, teve cumprimento cabal. A glória da vida de Isaías é que não se esquivou ao problema quando recebeu a chamada. Através de todos aqueles anos sombrios, enquanto a nação caminhava sem parar e com rapidez crescente para o abismo e para a catástrofe, ele continuou a proclamar a mensagem do Senhor, mantendo-se firme como uma rocha da verdade no meio das marés e redemoinhos da infidelidade e irreligião do mundo.  


O livro de Jeremias


Jeremias quer dizer “Jeová estabelece”.
(O livro contém a biografia e a mensagem do " PROFETA CHORÃO").
A vida de Jeremias
Ao contrário de muitos profetas, Jeremias tem muito a dizer de si mesmo. Era sacerdote por nascimento, 1:1, e foi chamado pelo Senhor para o ministério da profecia, muito jovem ainda, 1:6. Alegando sua mocidade, (apenas 21 anos), inexperiência e deficiência no falar, 1:6, como razões para não atender à chamada, Deus revelou-lhe que o consagrara para este serviço antes do seu nascimento, 1:5, então recebeu a unção divina, 1:9, e logo a seguir a comissão, 1:10. Não lhe foi permitido casar-se, cap. 16. A mensagem que teve de transmitir era tão severa e solene que custou amargura a esse coração terno, patriótico, e de um verdadeiro homem de Deus. O entregar desta mensagem de julgamento feria-lhe o coração. Seu ministério não foi aceito, sua própria família e seus próprios patrícios conspiraram contra ele, 12:6 e 38:8-9. O povo de Jerusalém tam’bem conspirou contra ele, 18:18, sendo por fim, açoitado e acorrentado ao cepo, 20:1-3. Solto, foi agredido com risco de sua vida, Cap. 26. Sofreu encarceramento diversas vezes, 37:11-15, 38. Na queda de Jerusalém foi solto por Nabucodonosor, e ajudou o novo governador, mas, morto este, Jeremias viu-se obrigado a acompanhar, sem quere, os refugiados ao Egito, onde encontrou a morte pelo apedrejamento ao contar 40 anos de ministério.
O caráter de Jeremias
          Não era poderoso como Elias, eloqüente como Isaías ou místico como Ezequiel, mas, um tímido, acanhado, cônscio de sua incapacidade, anelando por uma simpatia e um amor que jamais conheceria, - tal era o instrumento escolhido, pelo qual veio a Palavra do Senhor, àquela geração corrupta e degenerada. Por quê a escolha de tal homem para tão árdua missão? Ah! Somente um homem de coração boníssimo poderia transmitir com poder e carinho a tremenda mensagem do juízo divino. O importante residia na força da Palavra. Jeremias falou sempre com acerto e distingue-se como o profeta de coração quebrantado.
Quando Deus chamou Jeremias ao ministério profético em 626 a.C., a Assíria, senhora do mundo, sujeitara Judá ao seu domínio, cobrando lhe tributo. Todavia, a própria Assíria gradualmente enfraqueceu, após a morte de Assurbanipal em 633 A. C. Certas províncias do império perderam se em 614 A. C., e outras no cerco final de dois anos. Assurubalut foi o último monarca reinante, conservando-se em Harran durante, pelo menos, dois anos após a destruição de Nínive em 612 a. C.    
Potencialmente, o trono da Assíria estava aberto a qualquer cabo de guerra do tempo. Neco, do Egito, conduziu as suas forças até ao norte da Palestina, defrontando e matando Josias, rei de Judá, em Megido em 609 A. C., subjugando a Síria e pondo-se novamente em marcha até ao Eufrates. Foi, porém, enfrentado por Nabucodonosor da Babilônia, que desbaratou os seus exércitos na histórica batalha de Carquemis e o obrigou a recuar para as suas próprias fronteiras,  pondo,  assim,  termo  temporário  à  ambição  egípcia  de  dominar  o  Oriente.  Foi  deste  modo  que  Judá,  até  ali  sujeito  à  Assíria,  passou automaticamente para o controle da Babilônia.    
         Muitos comentadores têm afirmado que Jeremias, com outros profetas, se opunha ao ritual de sacrifícios, considerando-o algo que não fora ordenado pelo SENHOR e que Lhe repugnava. Todavia, a atitude de Jeremias será melhor interpretada se nós descortinarmos a lição de que, sempre que um sacrifício não constitui um verdadeiro índice da adoração e arrependimento do indivíduo, então esse sacrifício não terá valor, sendo, portanto, contrário ao desejo e vontade do SENHOR. Quando muito, um sacrifício só poderia ser um meio para atingir o fim espiritual de um regresso contrito ao Senhor, jamais podendo constituir um fim suficiente em si.
   Período: Os dias obscuros do reino de Judá, a partir do ano décimo terceiro de Josias (o último dos reis bons) até vários anos depois do cativeiro.
Temas principais: A reincidência, a escravidão e a restauração dos judeus.
    O livro é uma entrosagem de história, biografia e profecia. Não está escrito em ordem cronológica.

A) Chamada
a. Jeremias, sua chamada e comissão – Cap. 1
1) Introdução (
1-3)
2) Chamada (
4-8)
3) Unção (
9-10)
4) Encorajamento (
11-19)
B) Ministério
a. Em Judá, antes da queda de Jerusalém – Cap. 2-38
Tomando a fórmula profética usual “Veio a palavra do Senhor” , como guia, parece que, neste livro, temos 51 profecias distintas.
b. Queda de Jerusalém –
Cap. 39
Alguns detalhes da queda.
c. Aos remanescentes no país após o Cativeiro –
Cap. 40-42
História e profecia em conjunto
d. No Egito –
Cap. 43-51
1) Aos judeus (
43-45)
2) As nações gentias (
46-51)
C) Retrospecto
a. Cativeiro de Judá
O livro começa com a predição do Juízo, e termina com seu cumprimento.

Mensagem

          Na leitura do livro, algumas palavras são frequentes: “deixai”, “deixado”, “apostata”, “apostatado”, 13 vezes; - estas últimas, só se encontram em Jeremias, salvo uma vez em Provérbios e três vezes em Oséias – “voltai”, 47 vezes; por isso, Jeremias é um livro cheio de mensagens para os apóstatas. Judá deixara o Senhor – Jeremias advertiu-o quanto ao Juízo iminente, e instou para que voltasse ao Senhor e endireitasse suas veredas, pois o Senhor ainda o amava ternamente.
         Jeremias era um jovem tímido e sensível e foi chamado por Deus para uma missão duríssima, anunciar o juízo de Deus contra Judá (Jr. 1-18) Durante o reinado de Jeoaquim, Jeremias profetiza o que aparece registrado nos capítulos 13 a 20; 25 a 27.1; 35 e 36. Intensamente anuncia o juízo de Deus, combate ferrenhamente os falsos profetas e também anuncia o cativeiro babilônico. Ele era, de fato, um homem de Deus, sensível a toda a influência espiritual, suscetível de profunda emoção, dotado de visão clara e critério cristalino. Seguia o caminho traçado pelo seu espírito, este sempre apoiado no sentimento de adoração que vivia dentro dele. Foi um homem de Deus do princípio ao fim e, portanto, um patriota fiel até à tragédia. Não era cego para o pecado e loucura do seu povo.
Sinopse
  • (1) A chamada do profeta, cap. 1.
  • (2) Repreensões, advertências e promessas aos judeus, caps. 2-20.
  • (3) Denúncia de governantes e também de falsos pastores e falsos profetas, caps. 21-23.
  • (4) Predições dos juízos divinos, a destruição de Jerusalém e os setentas anos de cativeiro, caps. 25-29.
  • (5) Promessas de restauração dos judeus, caps. 30-33.
  • (6) Profecias ocasionadas pelos pecados de Zedequias e Jeoiaquim, caps. 34-39.
  • (7) A condição miserável do restante que ficou em Judá, e as profecias contra eles, caps. 40-44.
  • (8) A consolação a Baruque, cap. 45.
  • (9) Profecias acerca das nações hostis, caps. 46-51.
  •  (1) ALGUNS PONTOS IMPORTANTES.
    • (a) A fonte e a cisterna, 2:13.
    • (b) A indelével mancha do pecado, 2:22.
    • (c) Deus busca um homem, 5:1.
    • (d) As veredas antigas são melhores, 6:16.
    • (e) A oportunidade perdida, 8:20.
    • (f) O chamado com lágrimas ao arrependimento, 9:1.
    • (g) A depravação do coração humano, 17:9.
    • (h) O barro e o oleiro, cap. 18.
    • (i) Os falsos pastores, cap. 23.
    • (j) Como encontrar a Deus, 29:13.
    • (k) A nova aliança, 31:31-34.
    • (l) A mutilação da Palavra de Deus, 36:21-24.
  • (2) FOI REJEITADO
    • (a) Por seus vizinhos, 11:19-21.
    • (b) Por sua própria família, 12:6.
    • (c) Pelos sacerdotes e profetas, 20:1-2.
    • (d) Por seus amigos, 20:10.
    • (e) Por todo o povo, 26:8.
    • (f) Pelo rei, 36:23.


O livro de Lamentações de Jeremias

O título mais completo, "As Lamentações de Jeremias" é encontrado nos manuscritos gregos e na Septuaginta. Mas o Talmude e os escritores rabínicos se referem a ele simplesmente como "Lamentações" (qinoth) ou como "Como!" (’ ekhah), a palavra inicial no hebraico.    

Sua Posição Na Bíblia    
Consoante o título mais longo, a Septuaginta coloca o livro imediatamente após as profecias de Jeremias, tal como em nossas versões portuguesas. Na Bíblia hebraica esse livro não é encontrado entre os livros proféticos, mas ocupa a posição média entre os Rolos Festivos (Megilloth) que seguem imediatamente os três livros poéticos da Hagiógrafa, ou seja, a terceira divisão do cânon hebreu.. No Talmude, os livros poéticos e o Megilloth aparecem rearranjados numa ordem que parece ser a ordem cronológica, a saber, Rute, Salmos, Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cantares de Salomão, Lamentações, Daniel, Ester, etc.  
 
Autor e Data Da Composição
            A tradição que Jeremias compôs esses poemas recua até à posição e ao título do livro na Septuaginta, onde é introduzido mediante as palavras: "E sucedeu, após Israel ter sido levado cativo, e Jerusalém ter ficado desolada, que Jeremias se assentou a chorar, e lamentou com esta lamentação por causa de Jerusalém e disse...". Também é asseverado no Targum Siríaco e no Talmude (Baba Bathra) que: "Jeremias escreveu seu próprio livro, Reis, e Lamentações". Em 2Cr 35.25 é feita referência às lamentações desse profeta por causa da morte do rei Josias, e ali se acha escrito que tal lamentação foi registrada e ficou como "estatuto em Israel"; com isso cfr. Lm 4.20 e Lm 2.6. Porém, nosso presente livro gira não tanto em torno da morte de um rei como em torno da destruição de uma cidade, e Lm 4.20 com igual justiça poderia referir- se a Zedequias, a despeito de sua falta de dignidade (cfr. o sentimento em 2Sm 1.14,21).  Não  obstante,  na  qualidade  de  profeta  chorão  (ver  Jr  9.1;  Jr  14.17-22;  Jr  15.10-18,  etc.),  Jeremias  bem  poderia  ser  concebido  como  autor, igualmente, do livro de Lamentações, não fosse o fato de existirem certas dificuldades para que se aceite essa opinião. O estilo é muito mais elaborado e artificial que o do próprio livro de Jeremias e, nos capítulos 2 e 4, é mais parecido com o estilo de Ezequiel. O capítulo 3 faz lembrar Sl 119 e 143. A atitude para com os poderes estrangeiros, subentendida em Lm 4.17, certamente não é a do "colaboracionista" Jeremias e não reflete a própria experiência do profeta.    
Por conseguinte, muitos consideram que o autor do livro de Lamentações tenha sido um contemporâneo mais jovem de Jeremias, o qual, à semelhança dele, fora testemunha ocular das entristecedoras calamidades que sobrevieram a Jerusalém por ocasião da captura efetuada pelos exércitos de Babilônia em 587-586 a.C.

Composição    
Os  comentadores  rabínicos  se  referem  aos  "sete  acrósticos"  e  pode  ser  observado  de  imediato  que  cada  capítulo  tem  vinte  e  dois  versículos,  que correspondem ao número e à ordem das letras no alfabeto hebraico, fazendo exceção o capítulo 3, que possui sessenta e seis versículos, no qual cada letra sucessiva conta com três versículos dedicados à mesma, em lugar de um versículo. Diz-se que esse arranjo alfabético tem o propósito de mostrar que "Israel pecou de álefe a tau", isto é, como diríamos, de A a Z, assim como em Sl 119 a implicação é que a lei deve merecer a atenção e o desejo totais do homem. No capítulo 5, entretanto, não são empregadas as letras do alfabeto em ordem sucessiva ainda que alguns eruditos afirmem que esse deve ter sido o caso, originalmente. Os quatro primeiros poemas fazem uso do ritmo desigual, conhecido como canto fúnebre (qinah), isto é, Lm 3.2, e que também se encontra no livro de Jeremias.




Unidade 2

Livros de Ezequiel e Daniel

O livro de Ezequiel
O nome desse livro significa "Deus fortalece".
Mensagem: “A bondade e severidade de Deus”.
Versos-Chave: 1:28, 10:4 e 18, 43:2.
          Este livro, como Daniel e apocalipse, pode ser chamado um livro de mistério. Contém muita linguagem figurada que é difícil de interpretar. Sem dúvida, muitos de seus ensinos são claros e de grande valor.
Sinopse
I. A preparação e a chamada do profeta, caps. 1-3.
  • (a) Era filho de um sacerdote, 1:3.
  • (b) Foi levado cativo a Babilônia, 1:1; II Reis 24:11-16.
  • (c) Sua visão de Deus, cap. 1.
  • (d) Sua chamada, 1:3.
  • (e) Sua comissão e sua dotação de poder, caps. 2-3.
  • (f) Alimento espiritual, 3:1-3.
  • (g) Sua tarefa, ser um atalaia espiritual, 3:4-11, 17-21.
  • (h) Ezequiel recebeu o mais alto grau de inspiração. As palavras "Assim diz o Senhor Deus" são usadas repetidamente através do livro.
 II. Uma descrição da condição apóstata de Judá antes do cativeiro.
  • (a) Faz referência principalmente a visões, advertências e predições acerca da culpabilidade do povo e da destruição vindoura de Jerusalém, caps. 4-24.
  • (b) Os juízos divinos sobre as sete nações vizinhas, caps. 25-32.
III. Principalmente predições e promessas acerca dos meios pelos quais a glória da nação será restaura da, caps. 33-48.
  • (a) Ao escutar as advertências dos guardas espirituais e arrepender-se do pecado, cap. 33.
  • (b) Pela remoção dos falsos pastores e a vinda do Bom Pastor, que alimentará o rebanho, cap. 34.
  • (c) Por um avivamento e uma ressurreição espiritual no vale dos ossos secos, caps. 36-37.
  • (d) Pela destruição dos inimigos da nação, caps. 38-39.
  • (e) Pela edificação de um novo santuário, caps. 40-42.
  • (f) Pela volta da glória do Senhor, 43:4-5; 44:4.
  • (g) Pelo ministério de um sacerdócio leal, 44:9-31.
  • (h) Pelas águas vivificantes que emanam do santuário, cap. 47.
Em outras palavras, o livro relata a atividade do profeta Ezequiel durante o exílio na Babilônia, que dirige suas mensagens a seus compatriotas cativos e também ao povo hebreu que ainda reside na Palestina. Ambos os grupos permaneceram obstinados e impenitentes, mesmo depois da captura de Jerusalém levada a cabo pelo rei babilônio Nabucodonosor, e do exílio de Joaquim, rei de Judá, que levou para Babilônia as pessoas preeminentes do país e os tesouros da casa de Deus e da casa do rei. Entre os cativos se achavam a família do rei e os príncipes; os valentes, poderosos; os artífices e construtores; uma considerável parte da população e Ezequiel, filho de Buzi, o sacerdote (2 Re 24:11-17; Ez 1:1-3), no ano de 597 a.C. 
Pesarosos, estes israelitas exilados haviam completado a sua cansativa jornada, de uma terra de colinas, fontes e vales para uma de vastas planícies. Moravam então junto ao rio Quebar, no meio dum poderoso império, cercados de um povo de costumes estranhos e de adoração pagã. Portanto, Deus atribuiu a Ezequiel a tarefa de denunciar a casa rebelde de Israel e predizer a destruição de Jerusalém e a deportação de um número ainda maior. Seis anos depois de Ezequiel haver começado a pregar, suas palavras se cumpriram. No ano de 586 a.C., Nabucodonosor destruiu Jerusalém e levou cativos para a Babilônia quase todos os sobreviventes. Mas, a despeito da infidelidade de Israel, Deus mostrou-se misericordioso. Ezequiel recebeu instruções no sentido de proclamar as boas novas de que o exílio terminaria e Israel recuperaria sua posição de instrumento da salvação de Deus para todos os homens.    
Nabucodonosor permitiu que os israelitas tivessem as suas próprias casas, servos, e que praticassem o comércio. (Ez 8:1; Jr 29:5-7; Es 2:65) Se fossem diligentes, poderiam prosperar. Cairiam nos laços da religião e do materialismo babilônicos? Continuariam rebeldes contra Deus? Aceitariam o seu exílio como disciplina procedente dele? Haviam de enfrentar novas provações na terra de seu exílio.    
Durante esses anos críticos que culminaram na destruição de Jerusalém, Deus não privou a si nem aos israelitas dos serviços de um profeta. Jeremias atuava na própria Jerusalém, Daniel na corte de Babilônia e Ezequiel era o profeta para os exilados judeus em Babilônia. Ezequiel era tanto sacerdote como profeta, distinção que gozava também Jeremias e, mais tarde, Zacarias. (Ez 1:3) Do começo ao fim de seu livro dirige-se mais de 90 vezes a ele como “filho do homem”, um ponto importante quando se estuda a sua profecia, porque, nas Escrituras Gregas, Jesus também é chamado de “Filho do homem” cerca de 80 vezes. (Ez 2:1 ;Mt 8:20)
Ezequiel tem sido considerado, com freqüência, uma pessoa severa, insensível. Tem- se dito que é impessoal, indiferente a seus ouvintes, e só lhe preocupa a vindicação da glória de Deus, mesmo na proclamação da misericórdia. Conquanto seus sentimentos não aflorem à superfície, como no caso de Jeremias, a afirmativa de que ele não é compassivo equivaleria a ir além das evidências. Os atos simbólicos que ele executa e as visões que recebe não são, em essência, diferentes dos que os outros profetas registram.    
A partir de anotações biográficas deixadas por Ezequiel, podemos deduzir que tipo de pessoa era. 
O Senhor lhe disse: “Mas eu tornarei a tua face tão inflexível como a deles (a face dos israelitas) e a tua fronte tão inflexível como a sua. Farei a tua fronte semelhante ao diamante que é mais duro do que uma rocha” (Ez 3, 8-9).Tão inflexível que foi capaz de suportar, sem nenhum sinal de aflição, a dor pela morte da esposa, "o desejo dos teus olhos" lhe foi tirado de um golpe, enquanto realizava sua missão por ordem de Deus, no dia em que Nabucodonosor começou o seu cerco final de Jerusalém. (24:2,18). Enfim, um indomável cabeça
dura, capaz das ações mais incompreensíveis para chamar a atenção de seu povo para as mensagens do seu Senhor. Agia de maneira muito estranha, como quando, para expiar as culpas dos reinos de Israel e de Judá, ficou deitado por 390 dias sobre o lado esquerdo e 40 dias sobre o direito. Para evitar a tentação de se mover, amarrou-se com cordas. Imaginem a reação dos deportados quando viam esse profeta manter-se obstinadamente naquela posição estranha e, além disso, tomar aquele tipo de refeição, obedecendo às ordens de Deus: “Este alimento tu o comerás sob a forma de pães de cevada, assados à vista deles com excrementos humanos secos” (Ez 4, 12).    
O caráter de Ezequiel como escritor e poeta é admiravelmente descrito pelo hábil Bispo Lowth da seguinte maneira: "Ezequiel é bem inferior em elegância do que Jeremias. No que diz respeito à sublimidade, porém, Ezequiel não é sobrepujado nem mesmo por Isaías. Mas sua sublimidade é de um tipo totalmente diferente. É profundo, incisivo, trágico. Seus sentimentos são de ânimo, entusiasmo, inflamação e cheios de indignação. As imagens usadas são múltiplas, grandiosas, assustadoras. Sua linguagem é grandiosa, austera, rude, e, às vezes, indelicada. Repetições são comuns, não para dar graça ou elegância ao texto, mas por causa da veemência e indignação do profeta. Todos os assuntos são abordados com diligência. Dificilmente deixa de proceder assim, mas atém-se aos assuntos. Por isso fica clara a conexão entre um assunto e outro. Em outros aspectos, talvez Ezequiel seja excedido por outros profetas. Porém, nas peculiaridades da composição, provindas de seus dons naturais a força, o ímpeto, a seriedade e a grandeza nenhum dos escritores sacros é superior a Ezequiel. Seu estilo é bastante perspicaz. A obscuridade se deve à natureza dos assuntos. Visões (como por exemplo as de Oséias, Amós e Zacarias) são forçosamente obscuras e confusas. A maior parte de Ezequiel, especialmente a parte do meio do livro, é poética, se considerarmos a natureza da linguagem."

Cada um dos três grandes profetas enfatizou uma pessoa da Santíssima Trindade. Ezequiel é o profeta do Espírito; como Isaías o é do Filho e Jeremias do Pai. O ministério do Espírito é muito notável neste livro. Há, pelo menos, 25 referências ao Espírito. Veja-se: 2:2, 3:12, 14, 24, etc. O nome Ezequiel significa “a quem Deus fortalece”, e o agente neste fortalecer foi o Espírito Santo.


O livro de Daniel

Sua posição na Bíblia  
Na Bíblia hebraica o livro de Daniel se encontra na terceira divisão, os Hagiographa, e não na segunda, na qual aparecem os livros proféticos. A razão disso não é que Daniel tenha sido escrito depois dos livros proféticos. Em algumas listas, pode-se observar, Daniel é incluído na segunda divisão do "cânon". Entretanto, o motivo pelo qual Daniel veio a ser colocado na posição que atualmente ocupa depende da posição de seu escritor na economia do Antigo Testamento.    
Os autores dos livros proféticos eram homens que ocupavam a posição técnica de profeta; isto é, eram homens especialmente levantados por Deus para servir de mediadores entre Deus e a nação, declarando ao povo as palavras idênticas que Deus lhes tinha revelado. Daniel, porém, não foi profeta nesse sentido restrito e técnico. Foi antes um estadista na corte de monarcas pagãos. Na qualidade de estadista, possuía realmente o dom profético, embora não tenha ocupado o ofício profético, e é nesse sentido, aparentemente, que o Novo Testamento o chama de profeta (Veja: Mt 24.15). Portanto, Daniel foi estadista, inspirado por Deus para escrever o livro que tem seu nome, pelo que também esse livro aparece no "cânon" do Antigo Testamento na terceira divisão, entre os escritos de outros homens inspirados que não ocuparam o ofício profético.
 
A intenção do livro  
No monte Sinai, no deserto, o Deus do céu e da terra depositou Sua afeição de modo peculiar sobre Israel, escolhendo essa nação para ser Seu povo e declarando que Ele seria seu Deus. Dessa maneira entrou em relação de concerto com Israel, manifestando tal relação por um poderoso ato de livramento. Seu propósito para com essa nação era que ela fosse um "reino de sacerdotes" e que Deus fosse seu governante. Assim foi estabelecida a teocracia (governo de Deus). Israel deveria ser uma nação santa, uma luz para iluminar os gentios e dar testemunho do conhecimento salvador do verdadeiro Deus a todos.    
Israel, todavia, não foi fiel a esse alto propósito. Depois que já se achava por algum tempo na Terra Prometida, exibiu insatisfação com os princípios fundamentais da teocracia ao solicitar um rei humano, para que fosse semelhante às nações ao seu derredor. Em primeiro lugar lhe foi dado um homem mau como rei, e então um homem segundo o próprio coração de Deus. Davi, entretanto, era homem de guerra, pelo que não foi senão durante o reinado pacífico de Salomão que o templo, o símbolo externo do reino de Deus, foi edificado. Após a morte de Salomão rebelaramse as tribos do norte, renunciando às promessas da aliança. Dessa ocasião em diante, tanto nos reinos do norte como do sul, a iniqüidade passou a caracterizar o povo, pelo que Deus anunciou Sua intenção de destruí-los (cfr. Os 1.6; Am 2.13-16; Is 6.11-12, etc.). Os instrumentos que o Deus soberano empregou para realizar Seu propósito de fazer ponto final na teocracia foram os assírios e babilônios. Sob o poder dessas nações o povo teocrático foi levado em cativeiro, e o exílio ou período de "Indignação" foi iniciado (Veja: Is 10.25; Dn 8.19). O próprio exílio foi seguido por um período de expectativa e preparação para a vinda do Messias. Foi revelado que um período de setenta vezes sete tinha sido determinado por Deus para a materialização da obra messiânica (Veja: Dn 9.24-27).
O livro de Daniel, um produto do exílio, serve para mostrar que o próprio exílio não seria permanente. Pelo contrário, a própria nação que havia conquistado Israel desapareceria da cena da história para ser substituída por outra e, de fato, por três outros grandes impérios humanos. Enquanto esses impérios estivessem em existência, entretanto, o Deus do céu erigiria outro reino que, diferentemente dos reinos humanos, seria ao mesmo tempo universal e eterno. O propósito de Daniel, por conseguinte, é ensinar a verdade que, embora o povo de Deus esteja escravizado em uma nação pagã, o próprio Deus é seu soberano e aquele que em última análise dispõe dos destinos, tanto dos indivíduos como das nações.
       Essa verdade é ensinada por meio de um rico uso de símbolos e comparações, e o motivo dessa característica se encontra no fato que as revelações feitas a Daniel tiveram a forma de visão. O livro de Daniel, pois, pode assim ser chamado de obra apocalíptica, mas se eleva muito acima dos apocalipses pós-canônicos. A única obra que pode com justiça ser-lhe comparada é o livro neo-testamentário do Apocalipse. Essencialmente, Daniel exibe as qualidades de um livro verdadeiramente profético e suas comparações são usadas tendo em vista um propósito didático.  



Unidade 3

Profetas menores

Oséias viveu no século VIII a.C., no reinado de Jeroboão II, que retomou os territórios anexados pela Assíria. No plano interno, apesar da prosperidade econômica, seu governo foi marcado pela corrupção e pela busca desenfreada de prazer e lucro. É nesse ambiente que Oséias como também Amós vai exercer sua atividade profética e anunciar o processo que Iavé vai abrir "contra os habitantes do país, porque não há fidedignidade, nem amor, nem conhecimento de Deus (...) aumentam o perjúrio, a mentira, o assassínio, o roubo e o adultério; sangue derramado soma- se a sangue derramado".    
O segundo dos profetas menores é Joel, que faz uma descrição da praga de gafanhotos que se abaterá primeiro sobre os campos e depois sobre a cidade, como castigo de Iavé. O país, que antes da praga era "como um jardim do Éden, depois dele será um deserto desolado". Mas depois do flagelo, Iavé terá zelo e piedade: "Eis que vos envio trigo, vinho e óleo. Saciar-vos-ei deles. Não mais farei de vós um opróbrio entre as nações." Em seguida, Iavé derramará seu espírito sobre todo o povo: "Vossos filhos e filhas profetizarão, vossos anciãos terão sonhos, vossos jovens terão visões." E conclui com a promessa de que "Iavé habitará em Sião".
  Pastor e podador de sicômoros, a vida profissional de Amós, terceiro dos profetas menores, se revela em seu estilo, cheio de imagens retiradas da natureza e da vida campestre. Consciente da corrupção interna do reino de Jeroboão II, e de que a moralidade social é um fator determinante da vida de um povo, repreende as classes ricas, que exploram os trabalhadores. Em consequência desses pecados, "porque oprimis o fraco e tomais dele um imposto de trigo", para proveito próprio, muitos castigos sobrevirão. O penúltimo capítulo do livro relata as visões de pragas de gafanhotos, seca, fome e luto; no último, vêm as perspectivas de recuperação e de fecundidade paradisíaca, em que as cidades serão restauradas, os habitantes "plantarão vinhas e beberão o seu vinho, cultivarão pomares e comerão os seus frutos".    
O livro que contém as profecias de Obadias, quarto dos profetas menores, consiste em um único capítulo, e é o menor da Bíblia. Sua profecia se apresenta em duas partes: o castigo de Edom, anunciado em pequenos oráculos dispersos pelo livro; e o dia de Iavé, em que Israel se vingará de Edom. O plano histórico em que desenvolvem essas profecias é o da invasão do sul da Judéia pelos edomitas, após a ruína de Jerusalém. Constitui na verdade um clamor de vingança, de espírito nacionalista, embora exalte a justiça e o poder de Iavé, a quem pertencerá finalmente o reino.    
O livro de Jonas é atípico em relação aos outros profetas menores, por dois motivos: seu título não se refere ao autor, mas ao personagem principal; não apresenta fatos históricos, mas uma parábola. Jonas, encarregado por Iavé de pregar a penitência em Nínive, capital da Assíria, toma outro destino e embarca para Társis. Uma tempestade surpreende o navio, e os marinheiros suspeitam de que alguém atrai uma maldição divina. Jonas acusa-se, pede para ser lançado ao mar, é engolido por um grande peixe e cuspido na praia. Vai para Nínive, onde prega nas ruas, obtém o arrependimento do rei e do povo e assim evita o castigo. O livro é tido como uma preparação à revelação evangélica do amor de Deus, pela piedade demonstrada em relação a Jonas, salvo da morte, e a Nínive, salva da destruição. 
Contemporâneo de Isaías, Miquéias é um homem do campo, conhece as agruras do trabalho na terra e as injustas relações de dominação que os donos impõem aos empregados. Por isso, investe contra "os que comeram a carne do meu povo, arrancaram-lhe a pele e quebraram-lhe os ossos". Ameaça os usurários, que roubam os campos, tomam as casas, oprimem "o homem e sua herança". O livro apresenta, em duas sequências, as profecias de castigos e as promessas de salvação, e conclui por um apelo ao perdão divino, ao Deus que "tira a culpa e perdoa o crime, que calcará aos pés as nossas faltas e lançará ao fundo do mar todos os nossos pecados".
    Diferentemente dos profetas menores já citados, Naum dirige suas críticas apenas aos estrangeiros, contra quem roga a vingança de Iavé. Em atividade no século VII a.C., entre a queda de Tebas e a de Nínive, por ele prevista, o profeta é um apaixonado cantor da liberdade. Seu livro, de apenas dois capítulos, começa por um canto de glorificação a Iavé, como o deus vingador; segue-se um poema satírico contra Judá e Nínive, ameaças e palavras de consolação a Israel; no final, um canto de lamentação fúnebre aos assírios, com o comentário de que todos os povos aplaudem sua desgraça, pois sobre todos se abatera continuamente sua maldade.    
O oitavo profeta menor é Habacuque, cuja mensagem é uma profecia de salvação. O livro não traz nenhuma informação sobre sua pessoa nem sobre a época em que viveu. Compreende três capítulos: o primeiro é um protesto à vitória dos caldeus sobre Nínive e ao domínio da iniquidade no mundo; o segundo, também sobre Nínive, apresenta-se na forma de um diálogo entre Deus e o seu profeta, e traz uma série de maldições contra o opressor, em forma de duras críticas aos arrogantes, aos que acumulam o que não lhes pertence, aos que ajuntam ganhos ilegítimos e "constroem uma cidade com sangue e injustiça"; o terceiro é um apelo à intervenção de Iavé: "Espero tranquilo o dia da angústia que se levantará contra o povo que nos ataca."    
Contemporâneo de Naum e dos primeiros anos de Jeremias, Sofonias profetizou em Judá, ao tempo do rei Josias. Seu livro segue a maior parte dos escritos proféticos, com antevisões de calamidades, oráculos contra povos estrangeiros e profecias de salvação. Em quatro capítulos, começa por uma longa série de anunciações do dia de Iavé em Judá, quando se levantarão urros e gritos, e os homens serão castigados. O segundo capítulo dirige-se contra as nações dos filisteus, moabitas, no ocidente, amonitas no oriente, etíopes no sul e assírios no norte. O terceiro concentra suas imprecações contra Jerusalém e o templo; a terceira prediz que o esplendor do segundo templo será maior que o do primeiro; a quarta é uma consulta aos sacerdotes sobre as impurezas que ameaçam o templo; a última, uma profecia da escolha de Zorobabel como eleito de Iavé.    
As exortações à reconstrução do templo, proferidas por Ageu, encontram eco em seu contemporâneo Zacarias, sacerdote e penúltimo dos profetas menores. Seu livro contém três profecias: uma conclamação à conversão, quando então Iavé se voltará para seu povo; uma narração de visões noturnas; um apelo à continuação do jejum do quinto mês, comemorativo do incêndio do templo. Os oráculos, também em número de três, apresentam-se nessa ordem: a vinda do reino de Iavé, com a aniquilação dos poderes terrestres e o recolhimento dos israelitas dispersos; uma alegoria, que descreve o bom pastor, desprezado pelo rebanho, e o mau pastor, cuja morte iniciará um processo doloroso de purificação; e dois ataques contra Jerusalém.    
O último dos profetas menores, Malaquias, viveu por volta do século V a.C. Há dúvidas se esse era mesmo seu nome, ou um designativo da função de mensageiro. O livro é um longo diálogo, iniciado com a palavra de Iavé, ou de seu profeta, que é contraditado pelo povo, ou pelos sacerdotes, e volta a afirmar o que dissera, de modo mais categórico. O diálogo se desenrola ao longo de seis alocuções, na seguinte ordem: Iavé assegura seu amor por Israel; censura os sacerdotes por seu desleixo nos sacrifícios; censura os judeus por seus matrimônios mistos, com "filhas de um deus estrangeiro", e os divórcios; avisa  que  só  virá  como  juiz  depois  que  seu  mensageiro  purificar  o  sacerdócio  e  o  templo;  promete  que  tão  logo  os  dízimos  sejam  pagos,  pontual  e integralmente, cessarão as pragas de gafanhotos e a perda de colheitas; promete também que no dia do juízo os justos serão recompensados e os pecadores castigados; finaliza com uma exortação à observância da lei de Moisés e com a previsão da vinda de Elias, o profeta, "antes que chegue o dia de Iavé, grande e terrível".

Esboços dos livros

O Livro de Oséias 
I. O Casamento de Oséias Ilustra a Infidelidade de Israel, e a Rejeição e Restauração da Nação (1.2—3.5) 
A. O Casamento com Gomer (1.2)
 B. O Nascimento dos Três Filhos (1.3-9)
 C. Profecia da Restauração (1.10—2.1)
 D. Gômer Como Símbolo de Israel (2.2-23) 
1. O Adultério de Israel (2.2-5)
2. O Juízo Divino (2.6-13)
3. Deus Promete a Restauração de Israel (2.14-23)
E. A Redenção de Gomer (3.1-5)
II. A Mensagem de Oséias Descreve a Infidelidade, Rejeição e Restauração de Israel (4.1—14.9) 
A. O Adultério Espiritual de Israel (4.1-19)
B. O Juízo Divino Sobre Israel (5.1-14)
C. O Arrependimento Insincero de Israel (5.15—6.3) D. O Registro dos Pecados de Israel (6.4—8.6) 
1. Violação do Concerto (6.4-10)
2. Recusa em Confiar em Deus, e Obedecê-lo (6.11—7.16)
 3. Servir a Falsos Deuses (8.1-6) 
E. A Predição do Juízo de Israel (8.7—10.15) 
1. Será Devorada pelas Nações (8.7-14)
2. A Prosperidade Evaporará (9.1-9)
3. A Madre se Tornará Estéril (9.10-17)
4. A Nação Será Destruída (10.1-15)
F. O Amor Persistente de Deus por Israel (11.1-11)
G. Repetição dos Pecados de Israel (11.12—12.14) H. O Cuidado Passado de Deus e Sua Ira Presente (13.1-16)
1. A Idolatria de Israel (13.1-3)
2. O Cuidado Divino no Êxodo (13.4-6)
3. O Plano Divino em Destruir Israel (13.7-13)
4. O Plano Divino para a Restauração Final de Israel (13.14) 5. Insistência na Destruição Iminente de Israel (13.15,16) 
I. Deus Promete Restaurar Israel (14.1-9) 
1. A Chamada ao Arrependimento (14.1-3)
2. A Promessa de Bênçãos Abundantes (14.4-9)

O Livro Joel 
I. A Calamidade Atual de Judá (1.2-20) 
A. Uma Praga Devastadora de Gafanhotos (1.2-12)
B. A Chamada ao Arrependimento Nacional (1.13,14)
C. A Situação Desesperadora de Judá (1.15-20) 
II. A Iminência de um Juízo Ainda Maior (2.1-17) 
A. Um Exército Ameaçador Preparado para Marchar contra Judá (2.1-11)
B. A Chamada ao Arrependimento Nacional (2.12-17) 
III. O Futuro Dia do Senhor (2.18—3.21) 
A. Promessa da Restauração (2.18-27)
B. Promessa do Derramamento do Espírito Santo (2.28-32)
C. Promessa do Juízo e da Salvação (3.1-21) 
1. Para as Nações (3.1-15)
2. Para Sião (3.16-21)  

O Livro de Amós 
I. Oito Oráculos de Julgamentos às Nações (1.3—2.16)
A. Damasco (1.3-5)
B. Gaza (Filístia) (1.6-8)
C. Tiro (Fenícia) (1.9,10)
D. Edom (1.11,12)
E. Amom (1.13-15)
F. Moabe (2.1-3)
G. Judá (2.4,5)
H. Israel (2.6-16) 
II. Três Mensagens Proféticas a Israel (3.1—6.14) 
A. O Pecado de Israel Torna-o Réu do Juízo Vindouro (3.1-15)
B. A Corrupção de Israel Está em Todos os Níveis (4.1-13)
C. O Justo Castigo de Israel Será a Destruição e o Exílio (5.1—6.14) 
1. O Cântico da Morte (5.1-3)
2. Israel Recusa-se a Buscar ao Senhor (5.4-17)
3. A Religião Pervertida de Israel (5.18-27)
4. Repreensão e Ais contra Israel (6.1-14)
III. Cinco Visões da Retribuição Vindoura pelo Pecado (7.1—9.10)
A. Visão dos Gafanhotos Devoradores (7.1-3)
B. Visão do Fogo Consumidor (7.4-6)
C. Visão do Prumo (7.7-9)
D. Parêntese Histórico: Amazias e Seu Castigo (7.10-17)
E. Visão de um Cesto de Frutos de Verão (8.1-14)
F. Visão do Senhor Julgando (9.1-10) 
Epílogo: Restauração Futura de Israel (9.11-15)


O Livro de Obadias 
I. O Juízo de Edom (1-14) 
A. A Destruição Que Virá sobre Edom (1-4)
B. A Devastação Será Completa (5-9)
C. Motivo: A Alegria de Edom pelas Aflições de Judá (10-14) 
II. O Dia do Senhor (15-21) 
A. Julgamento de Edom e Outras Nações (15,16)
B. O Lugar de Israel no “Dia do Senhor” (17-21)  
1. Salvação para Israel (17,18a)
2. Destruição para Edom (18b)
3. As Fronteiras de Israel Alargadas Como Parte do Reino de Deus (19- 21)

O Livro de Jonas 
I. Primeira Chamada de Deus a Jonas (1.1—2.10)
A. Chamada de Jonas: “Vai à Nínive” (1.1-2)
B. Desobediência de Jonas (1.3)
C. Consequências da Desobediência de Jonas (1.4-17) 
1. Para os Outros (1.4-11)
2. Para Si Mesmo (1.12-17) 
D. A Oração de Jonas no Meio da Calamidade (2.1-9)
E. O Livramento de Jonas (2.10)
II. Segunda Chamada de Deus a Jonas (3.1—4.11)
A. A Chamada de Jonas: “Vai à Nínive” (3.1,2)
B. A Missão Obediente de Jonas (3.3,4)
C. Resultados da Obediência de Jonas (3.5-10) 
1.Os Ninivitas Arrependem-se (3.5-9)
2.Os Ninivitas Poupados do Juízo Divino (3.10) 
D. A Queixa de Jonas (4.1-3)
E. A Repreensão e a Lição de Jonas (4.4-11)

O Livro de Miquéias 
I. Juízo contra Israel e Judá (1.1—3.12)
A. Introdução (1.1)
B. Predição da Destruição de Samaria (1.2-7)
C. Predição da Destruição de Judá (1.8-16)
D. Pecados Específicos do Povo de Deus Que Requerem Castigo (2.1-11) 
1. Cobiça e Orgulho (2.1-5)
2. Falsos Profetas (2.6-11) 
E. Primeiro Vislumbre do Livramento Prometido (2.12,13)
F. Pecados Específicos dos Líderes do Povo de Deus (3.1-12) 
1. Injustiça e Opressão (3.1-4)
2. Falsa Profecia (3.5-7)
3. Miquéias, Um Profeta Verdadeiro (3.8)
4. Resumo dos Pecados dos Líderes (3.9-12)
II. Mensagem Profética de Esperança (4.1—5.15)
A. A Promessa do Reino Vindouro (4.1-5)
B. Derrota dos Inimigos de Israel (4.9-13)
C. O Rei Que Virá de Belém (5.1-8) D. A Natureza do Novo Reino (5.6-15) 
III. O Litígio de Deus contra Israel e Sua Misericórdia Final (6.1—7.20). 
A. O pleito de Deus contra Seu Povo (6.1-8)
B. A Culpa de Israel e o Castigo Divino (6.9-16)
C. O Lamento Doloroso do Profeta (7.1-6)
D. A Esperança Pessoal do Profeta (7.7)
E. Israel Será Reestabelecido (7.8-13)
F. As Bênçãos Finais de Deus para Seu Povo (7.14-20)   

O Livro de Naum 
I. A Natureza de Deus e do Seu Juízo (1.2-15) 
A. Características da Administração da Justiça de Deus (1.2-7)
B. A Ruína Iminente de Nínive (1.8–11.14)
C. Consolo para Judá (1.12,13, 15)
II. Vaticínio a Respeito da Queda de Nínive (2.1-13)
A. Introdução (2.1,2)
B. O Combate Armado (2.3-5)
C. A Cidade é Invadida e Devastada (2.6-12)
D. A Voz do Senhor (2.13) 
III. Razões da Queda de Nínive (3.1-19) 
A.Os Pecados da Crueldade de Nínive (3.1-4)
B.A Justa Recompensa da Parte de Deus (3.5-19)

O Livro de Habacuque 
I. As Perguntas de Habacuque (1.2—2.20) 
A.  Primeira  Pergunta:  Como  Deus  Pode  Permitir  Que  a  Ímpia  Judá  Fique sem Castigo? (1.2-4)
B. Resposta: Deus Usará a Babilônia para Castigar Judá (1.5-11)
C. Segunda Pergunta: Como Deus Pode Usar uma Nação Mais Ímpia Que Judá Como Instrumento de Juízo? (1.12—2.1)
D. Resposta: Deus Também Julgará Babilônia (2.2-20) 
1. Introdução à Resposta (2.2,3)
2. Pecados de Babilônia (2.4,5)
3. Série de Cinco “Ais” contra Babilônia (2.6-19)
4. O Senhor de Toda a Terra (2.20)
II. O Cântico de Habacuque (3.1-19)
A. A Oração de Habacuque, Pedindo Misericórdia (3.1,2)
B. O Poder do Senhor (3.3-7)
C. Os Atos Salvíficos do Senhor (3.8-15)
D. A Fé Inabalável de Habacuque (3.16-19)  

O Livro de Sofonias 
I. O Julgamento e o Dia do Senhor (1.2—3.8)
A. Julgamento sobre a Terra (1.2,3)
B. Julgamento contra o Povo de Judá (1.4-18) 
1. Descrição dos Pecados de Judá (1.4-9)
2. Advertência a Jerusalém (1.10-13)
3. O Grande Dia do Senhor (1.14-18) 
C. Chamada ao Arrependimento (2.1-3)
D. Julgamento das Nações (2.4-15) 
1. Os Filisteus (2.4-7)
2. Os Amonitas e Moabitas (2.8-11)
3. Os Etíopes (2.12)
4. Os Assírios (2.13-15) 
E. Julgamento de Jerusalém (3.1-7) 
1. Pecados de Jerusalém (3.1-4)
2. A Justiça Divina contra Jerusalém (3.5-7)
3. Julgamento de Toda a Terra (3.8)
II. A Salvação e o Dia do Senhor (3.9-20)
A. O Remanescente Restaurado e Jerusalém Purificada (3.9-13)
B. O Povo Jubiloso com Deus no Seu Meio (3.14-17)
C. Promessas Finais a Respeito da Restauração (3.18-20)

O Livro de Ageu 
I. A Primeira Mensagem: Concluir a Construção do Templo (1.1-15)
A. Data: 1º de Elul (29 de agosto) de 520 a.C. (1.1)
B.  O  Profeta  Repreende  o  Povo  por  Não  Ter  Concluído  a  Construção  do Templo (1.2-11)
C. A Reação do Povo (1.12-15)
II. A Segunda Mensagem: A Promessa de Maior Glória (2.1-9)
A. Data: 21 de Tisri (17 de outubro) de 520 a.C. (2.1)
B. O Último Templo Comparado ao Anterior (2.2-4)
C. A Glória do Último Templo Será Maior (2.5-9)
III. A Terceira Mensagem: A Chamada à Santidade com Bênçãos (2.10-19)
A. Data: 24 de Quisleu (18 de dezembro) de 520 a.C. (2.10)
B. O Efeito Corruptor do Pecado (2.11-14)
C. A Bênção da Obediência (2.15-19) 
IV. A Quarta Mensagem: Uma Promessa Profética (2.20-23) 
A. Data: 24 de Quisleu (18 de dezembro) de 520 a.C. (2.20)
B. A Ruína Futura das Nações (2.21,22)
C. O Significado Profético de Zorobabel (2.23)

O Livro de Zacarias 
I. Primeira Parte: Palavras Proféticas no Contexto da Reedificação do Templo (520—518 a.C.) (1.1—8.23) 
A. Introdução (1.1-6)
B. Série de Oito Visões Noturnas (1.7—6.8) 
1. Visão do Cavaleiro entre as Murtas (1.7-17)
2. Visão dos Quatro Chifres e dos Quatro Ferreiros (1.18-21)
3. Visão de um Homem Medindo Jerusalém (2.1-13)
4. Visão da Purificação de Josué, o Sumo Sacerdote (3.1-10)
5. Visão do Castiçal de Ouro e das Duas Oliveirs (4.1-14)
6. Visão do Rolo Voante (5.1-4)
7. Visão da Mulher num Efa (5.5-11)
8. Visão dos Quatro Carros (6.1-8) 
C. A  Coroação  de  Josué  como  Sumo  Sacerdote  e  o  Seu  Significado Profético (6.9-15)
D. Duas Mensagens (7.1—8.23) 
1. O Jejum e a Justiça Social (7.1-14)
2. A Restauração de Sião (8.1-23) 
II. Segunda Parte: A Palavra Profética a Respeito de Israel e do Messias (sem data) (9.1—14.21) 
A. Primeira Profecia do Senhor (9.1—11.17) 
1. A Intervenção Triunfal do Senhor (9.1-10)
2. Anunciada a Salvação Messiânica (9.11—10.12)
3. Rejeição do Messias (11.1-17) 
B. Segunda Profecia do Senhor (12.1—14.21) 
1. Luto e Conversão de Israel (12.1—13.9)
2. A Entronização do Rei Messias (14.1-21)
Considerações Preliminares

O Livro de Malaquias 
I. A Mensagem do Senhor e as Perguntas Israel (1.2—3.18)
A. Primeira Mensagem: Deus Amou Israel (1.2-5) Pergunta de Israel: “Em que nos amaste?” (1.2) 
B.   Segunda   Mensagem:   Israel   Tem   Desonrado   ao   Senhor   (1.6—2.9) Perguntas de Israel: “Em que desprezamos nós o teu nome?” (1.6); “Em que te havemos profanado?” (1.7) 
C. Terceira Mensagem: Deus Não Aceita as Oferendas de Israel (2.10-16) Pergunta de Israel: “Por quê?” (2.14) 
D. Quarta Mensagem: O Senhor Virá de Repente (2.17—3.6) Perguntas  de  Israel:  “Em  que  o  enfadamos?”  “Onde  está  o Deus do juízo?” (2.17). 
E.   Quinta   Mensagem:   Voltai   para   o   Senhor   (3.7-12) Perguntas  de  Israel:  “Em  que  havemos  de  tornar?”  (3.7); “em que te roubamos?” (3.8) 
F. Sexta Mensagem: Declarações Injustificáveis de Israel contra Deus (3.13-18) Perguntas de Israel: “Que temos falado contra ti?” (3.13); “Que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos?” 
(3.14) 
II. O Dia do Senhor (4.1-6) 
A. Será um Dia de Juízo para o Arrogante e o Malfeitor (4.1)
B. Será um Dia de Triunfo para os Justos (2,3)
C. Será Precedido por uma Restauração Sobrenatural dos Relacionamentos entre Pais e Filhos e entre o Povo de Deus (4.4-6)



apêndice

Profecias  Messiânicas    
Como estamos estudando sobre os profetas maiores e, especialmente o profeta Isaias, podemos observar na continuação do estudo, como é que ele e os demais livros bíblicos falam sobre a vinda do “Messias”.
A Vinda do Senhor Jesus Cristo, o Messias, como salvador da humanidade, bem como sua obra e sofrimento foram profetizados muitos séculos antes do Seu nascimento.  Deus usou homens santos para predizerem detalhadamente como seria o Messias, sua vinda e manifestação do Reino dos céus. Como sabemos, o Messias foi rejeitado e morto pelos judeus. Ressuscitado, está ao lado do Pai e em breve retornará para conduzir os eleitos à morada eterna.  



                                                        Legenda:         
                                                     a. Profecia
                                                     b. Onde
                                                     c. Cumprimento
 

a.Como Filho de Deus
b.Sl 2.7 
c.Lc 1.32,35 

a.Como descendente de mulher 
b.Gn 3.15 
c.Gl 4.4 

a.Como descendente de Abraão 
b.Gn 17.7; 22.18 
c.Gl 3.16 

a.Como descendente de Isaque 
b.Gn 21.12 
c.Hb 11.17-19 

a.Como descendente de Davi 
b.Sl 132.11; Jr 23.5 
c.At 13.23; Rm 1.3 

a.Sua vinda em tempo certo 
b.Gn 49.10; Dn 9.23,25 
c.Lc 2.1
  
a.Seu nascer de uma virgem 
b.Is 7.14 
c.Mt 1.18; Lc 2.7 

a.Ser chamado Emanuel 
b.Is 7.14 
c.Mt 1.22,23 

a.Nascer em Belém 
b.Mq 5.2 
c.Mt 2.1; Lc 2.4-6 

a.Grandes viriam adorá-lo 
b.Sl 72.10 
c.Mt 2.1-11
 
a.Matança dos meninos de Belém 
b.Jr 31.15 
c.Lc 2.16-18
 
a.Ter chamado do Egito 
b.Os 11.1 
c.Mt 2.15

a.Ser precedido por João 
b.Is 40.3; Ml 3.1 
c.Mt 3.1-3; Lc 1.17
 
a.Sua unção com o Espírito  
b.Sl 45.7; Is 11.2, 61.1 
c.Mt 3.16; Jo 3.34; At 10.38

a.Ser profeta semelhante a Moisés 
b.Dt 18.15-18 
c.At 3.20-22

a.Ser sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque 
b.Sl 110.4 
c.Hb 5.5,6 

a.Sua entrada no ministério publico 
b.Is 61.1,2 
c.Lc 4.16-21, 43
  
a.Se ministério iniciado na Galiléia 
b.Is 9.1,2 
c.Mt 4.12-16, 23
 
a.Sua entrada publica em Jerusalém 
b.Zc 9.9 
c.Mt 21.1-5
  
a.Sua vinda ao templo  
b.Ag 2.7,9; Ml 3.1 
c.Mt 21.12; Lc 2.27-32;
Jo 2.13-16 

a.Sua pobreza 
b.Is 53.2 
c.Mc 6.3; Lc 9.58 

a.Sua humildade e falta de ostentação 
b.Is 42.2 
c.Mt 12.15,16,19 

a.Sua ternura e compaixão 
b.Is 40.11; 42.3 
c.Mt 12.15, 20; Hb 4.15 

a.Sua ausência de engano 
b.Is 53.9 
c.1Pe 2.22 

a.Seu zelo 
b.Sl 69.9 
c.Jo 2.17 

a.Sua pregação por parábola 
b.Sl 78.2 
c.Mt 13.34,35 

a.Seus milagres 
b.Is 35.5,6 
c.Mt 11.4-6; Jo 11.47 

a.Ter sido injuriado 
b.Sl 22.6; 69.7,9,20 
c.Rm 15.3
  
a.Ter sido rejeitado por seus irmãos 
b.Sl 69.8; Is 63.3 
c.Jo 1.11; 7.3 

a.Ser uma pedra de escândalo aos judeus 
b.Is 8.14 
c.Rm 9.32; 1Pe 2.8 

a.Ter sido odiado pelos judeus 
b.Sl 69.4; Is 49.7 
c.Jo 15.24,25 

a.Ter sido rejeitado pelos lideres judeus 
b.Sl 118.22 
c.Mt 21.42; Jo 7.48 

a.Os judeus e os gentios contra Ele 
b.Sl 2.1,2 
c.Lc 23.12; At 4.27 

a.Seria traído por um amigo 
b.Sl 41.9; 55.12-14 
c.Jo 13.18-21
 
a.Seus discípulos O abandonariam 
b.Zc 13.7 
c.Mt 26.31-56

a.Seria vendido por trinta moedas 
b.Zc 11.12 
c.Mt 26.15

a.Seu preço seria dado pelo campo do oleiro 
b.Zc 11.13 
c.Mt 27.7 

a.A intensidade de seus sofrimentos 
b.Sl 22.14,15 
c.Lc 22.42,44 

a.Seu sofrimento em lugar de outros 
b.Is 53.4-6,12 
c.Mt 20.28 

a.Sua paciência e silêncio sob os sofrimentos 
b.Is 53.7 
c.Mt 26.63; 27 12-14
  
a.Ser esbofeteado 
b.Mq 5.1 
c.Mt 27.30
 
a.Sua aparência maltratada 
b.Is 52.14; 53.3 
c.Jo 19.5 

a.Terem-no cuspido e flagelado 
b.Is 50.6 
c.Mt 14.65; Jo 19.1 

a.Cravação de seus pés e mãos à cruz 
b.Sl 22.16 
c.Jo 19.18; 20.25 

a.Ter sido esquecido por Deus 
b.Sl 22.1 
c.Mt 27.46 

a.Ter sido zombado 
b.Sl 22.7,8 
c.Mt 27.39-44 

a.Mel e vinagre ser-Lhe-iam dados 
b.Sl 69.21 
c.Mt 27.34 

a.Suas vestes seriam divididas e sortes lançadas 
b.Sl 22.18 
c.Mt 27.35 

a.Seria contado com os transgressores 
b.Is 53.12 
c.Mc 15.28 

a.Sua intercessão pelos Seus assassinos 
b.Is 53.12 
c.Lc 23.34 

a.Sua morte 
b.Is 53.12 
c.Mt 27.50 

a.Nenhum dos Seus ossos seria quebrado 
b.Ex 12.46; Sl 34.20 
c.Jo 19.33,36
  
a.Seria traspassado 
b.Zc 12.10 
c.Jo 19.34,37 

a.Seria sepultado com o rico 
b.Is 53.9 
c.Mt 27.57-60 

a.Não veria a corrupção 
b.Sl 16.10 
c.At 2.31 

a.Sua ressurreição 
b.Sl 16.10; Is 26.19 
c.Lc 2.6,31,34 

a.Sua ascensão 
b.Sl 68.18 
c.Lc 24.51; At 1.9 

a.Seu assentar à direita de Deus 
b.Sl 110.1 
c.Hb 1.3 

a.Seu exercer o oficio sacerdotal, no céu 
b.Zc 6.13 
c.Rm 8.34 

a.Seria a pedra principal da igreja 
b.Is 28.16 
c.1Pe 2.6,7 

a.Seria Rei em Sião 
b.Sl 2.6 
c.Lc 1.32; Jo 18.33-37
 
a.Conversão dos gentios a Ele  
b.Is 11.10; 42.1 
c.Mt 1.17-21; Jo 10.16;
At 10.45-47
 
a.Seu governo reto 
b.Sl 45.6,7 
c.Jo 5.30; Ap 19.11
   
a.Seu domínio universal 
b.Sl 72.8; Dn 7.14 
c.Fp 2.9-11 

a.A perpetuidade de Seu reino 
b.Is 9.7; Dn 7.14 
c.Lc 1.32,33

Fonte: Bíblia Vida Nova


BIBLIOGRAFIA

ARCHER, Gleason L. Jr. Merece Confiança o Antigo Testamento. São Paulo: Ed. Vida Nova, 2000.

GAGLIARDI, Ângelo Jr. Panorama do Antigo Testamento. RJ: vinde, 1995.

NUNES, Flávio. Livros Proféticos. Instituto Teológico Gamaliel. S/d.

Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.


Bíblia Vida Nova.