CTIEJN - Teologia Básica
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016
Livros Proféticos do Antigo Testamento
CTIEJN
Curso
de Teologia da Igreja Evangélica Jesus para as Nações
Nível Básico
Apostila
|
Curso de Teologia da Igreja Evangélica Jesus para as
Nações
Nível Básico
Apostila dos Livros Proféticos
Organizadores:
Diretor Pr. José Iracet
Profª Dra. Adriana Röhrig
|
|
Introdução aos livros proféticos
Os 17 livros do Antigo Testamento, de Isaías
a Malaquias, são classificados como proféticos. Antigos eruditos dividiram
estes livros em dois grupos: profetas maiores e profetas menores. A divisão
entre profetas “Maiores” e “Menores” consiste, não que esse profeta seja maior
ou menor que aquele, mas em que, uns proferiram maior ou menor número de
profecias.
O último conjunto de livros do Antigo
Testamento refere-se a uma das instituições mais antigas da cultura dos povos
semíticos: a profecia. A própria convicção de acreditar-se povo escolhido por
Deus já constituía uma premissa suficiente para o surgimento de profetas, como intermediários especialmente enviados
para transmitir a palavra divina. Os profetas representaram um papel
decisivo para a propagação da moralidade judaica e do monoteísmo. A filosofia
mosaica determinou o caráter fundamental das profecias, que é seu conteúdo
moralizante. O motivo central do discurso profético é o ataque à corrupção religiosa
e social, vista
como prenúncio de
graves problemas para
a nação. Na perspectiva, porém, do castigo anunciado, surge sempre
à esperança de uma futura conversão, e da eterna fidelidade de Deus a
sua aliança com Israel, garantia de felicidade perene, na era messiânica. As
declarações dos profetas eram inicialmente verbais, mas a partir do século VIII
a.C. passaram a contar com registros escritos.
O profeta, como homem que tem uma comunicação
direta e imediata com Deus, recebe a revelação de seus desígnios, que julga o
presente e prevê o futuro, e é enviado por Deus para conduzir os homens a seu
amor. É por essas características que se considera Moisés o primeiro profeta, o
maior de todos, que inaugura a linhagem dos herdeiros de seu dom, a começar por
seu sucessor, Josué. O Antigo Testamento apresenta os profetas em duas grandes
divisões: os maiores e os menores. No primeiro grupo figuram Isaías, Jeremias,
Ezequiel e Daniel. Os profetas menores, assim chamados não por serem
considerados de menor importância, mas pela pouca extensão de seus escritos,
são Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias,
Ageu, Zacarias e Malaquias.
Profetas
Maiores
As palavras de Isaías ressoam como uma profissão de fé em sua missão profética:
"O espírito do Senhor Iavé está sobre mim, porque Iavé me ungiu; enviou-me
a anunciar a boa nova aos pobres, a curar os quebrantados de coração e
proclamar a liberdade aos cativos, a libertação aos que estão presos..."
Nascido em 765 a.C., aos 25 anos Isaías recebeu, no templo de Jerusalém, a
missão de anunciar a ruína de Judá e Israel, em castigo pelas infidelidades de
seu povo. A vida do profeta divide se em quatro períodos: o primeiro vai do
início de sua vocação até à posse do rei Acaz e como principal preocupação à
corrupção do reino de Judá, nascida do luxo decorrente da prosperidade
econômica; o segundo é o da oposição à aliança de Acaz com a Assíria e a
retirada de Isaías da vida pública; o terceiro é também de oposição a qualquer
aliança militar, e de exortação à confiança em Deus; o quarto marca-se pelo
apoio ao rei de Judá em sua resistência ao inimigo e em seu apoio a
Jerusalém.
O livro de Isaías compõe-se de duas partes: a
primeira é uma advertência ao povo sobre os castigos decorrentes de sua
impiedade; a segunda, uma apresentação das revelações da misericórdia de Deus
em predição da vinda de um messias e seu reino "porque Iavé irá a vossa
frente, o Deus de Israel será a vossa retaguarda (...) entregou a sua alma à
morte e foi contado com os transgressores, mas na verdade levou sobre si o
pecado de muitos e pelos transgressores fez intercessão". Por isso mesmo,
o livro teve enorme influência sobre o Novo Testamento, que o cita textualmente
mais de cinquenta vezes.
Jeremias escreveu suas
profecias entre os anos 620 e 590 a.C. e seu relato, embora não constitua uma
autobiografia, dá a conhecer, como nenhum outro profeta, seu caráter e sua
vida. Jeremias viveu no período trágico em que se consumou a ruína do reino de
Judá. Dirigiu seus oráculos a todas as classes, aos sacerdotes, aos governantes e
até às crianças.
Os militares acusaram no
de derrotismo, pela
força de suas
profecias. Após a tomada de
Jerusalém, permaneceu na Palestina, de onde foi obrigado a fugir para o
Egito. Seu drama pessoal está não somente nos episódios catastróficos que foi
obrigado a testemunhar, mas também na contradição entre sua índole pacífica e
terna e a obrigação de lutar contra reis, sacerdotes e falsos profetas, e
predizer tantas desgraças para seu povo.
O livro de Jeremias divide-se em quatro
partes: as admoestações e ameaças; a salvação universal, em virtude da nova
aliança; as profecias individuais; e as profecias das nações. A importância do
texto decorre principalmente de sua concepção de Deus e da possibilidade de sua
íntima união com o homem. A profecia de maior influência sobre o Novo Testamento
é a da nova aliança, prometida por Iavé, "não como a aliança que selei com
seus pais, no dia em que os tomei pela mão e os fiz sair da terra do Egito
(...) porque esta é a aliança que selarei com a casa de Israel depois desses
dias (...) porque vou perdoar sua culpa e não me lembrarei mais de seu
pecado". Para os cristãos, esse é um dos oráculos do Velho Testamento que
prefiguram a vinda de Cristo.
Ezequiel foi um sacerdote de
educação esmerada, mandado para o exílio por Nabucodonosor, em 597 a.C. Aos
trinta anos, recebeu o chamado profético, e durante 25 anos exerceu sua missão.
O livro de Ezequiel divide- se em quatro partes, além da introdução: a primeira
contém repreensões e ameaças contra os judeus antes do cerco de Jerusalém; na
segunda, o profeta estende as maldições divinas às nações infiéis e seus
cúmplices; a terceira passa-se durante e após o cerco e está cheia de
consolações; a quarta encerra uma previsão da era messiânica. Suas visões darão
origem à corrente escatológica, com nítida influência sobre o profeta Daniel e
sobre o Apocalipse de João.
O profeta Daniel pertencia a uma família importante de Judá. Deportado para
Babel por Nabucodonosor, conseguiu um posto na corte. Graças a sua fiel
observância da lei de Deus, foi favorecido com uma grande sabedoria, e com a
capacidade de interpretar sonhos e mistérios. O conteúdo principal do livro de
Daniel é a narrativa dos sucessos por que passou o profeta: a conquista da
confiança do rei; o sonho de Nabucodonosor e sua interpretação; Daniel com seus
amigos Sadraque, Mesaque e Abedenego, lançados na fornalha, e sua caminhada
ilesos no meio das chamas; a previsão, a partir de outro sonho, da loucura de
Nabucodonosor; o festim de Baltasar com os cálices de ouro saqueados do templo,
a interpretação das palavras aparecidas na parede e as previsões da tomada do
reino por Dario e da morte de Baltasar; Daniel na cova dos leões, a mando de
Dario, por força de intriga palaciana, e sua salvação miraculosa. O principal
objetivo do livro foi sustentar a fé e a esperança dos judeus em meio às
vicissitudes.
Profetas Menores
Os 12 livros dos profetas menores foram
escritos durante um período muito extenso
do século VIII ao III a.C. e por
isso constituem fonte inestimável para o conhecimento da antiga civilização
judaica, em seus aspectos sociais, religiosos e políticos. São eles: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas,
Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.
.
Quem
eram esses Profetas?
Os livros dos profetas, formando quase um
terço do Velho Testamento, contêm
a doutrina e,
em certos casos,
a história pessoal
dos profetas que apareceram isolados, a intervalos ou contemporaneamente,
desde o séc. VIII ao séc. IV a.C. Este período é notável pelo largo
desenvolvimento do pensar humano, e pelo aparecimento de ilustres orientadores
do espírito em todos os países do globo.
Quando Sofonias previa a desgraça que devia
cair sobre Jerusalém, e Naum descrevia a ruína de Nínive, Zoroastro, segundo um
cálculo provável, empenhava-se a fundo na reforma da antiga religião iraniana.
Quando Jeremias e Ezequiel insistiam na pregação do culto interior e puro a
Deus, na conduta sincera e na responsabilidade pessoal, Confúcio dava à
religião da China uma forma definitiva, enquanto Sidarta na Índia lançava os
fundamentos do Budismo.
Na era dos profetas que surgiram depois do
exílio, encontrava-se em elaboração a antiga religião grega, enquanto os
filósofos da Jônia concebiam novos e elevados conceitos do universo e os
dramaturgos da Ática representavam os mistérios da vida humana, sem esquecerem
o espírito de justiça a que devia subordinar-se.
Atravessava-se, então, um período de
grandes acontecimentos
políticos: Israel, deixava de
existir; a Assíria
perdia a sua
independência; Babilônia era submetida pelos persas; Jerusalém, após
ter sofrido uma destruição total, vivia um período de ressurgimento nacional. A
Grécia, depois de se libertar galhardamente do inimigo invasor, via-se a braços
com a praga das lutas internas. Roma, a expandir-se avassaladoramente. Enfim,
uma época brilhante em todos os ramos da ciência, da política e da estratégia, sem que, todavia, nenhum sábio, nenhum político, nenhum
herói tenham superado esses homens de poder e de visão, que foram os profetas
de Israel e de Judá.
A
Vocação de um Profeta
Os pregadores do séc. VIII a.C. não foram os
primeiros profetas, no sentido que normalmente lhe atribuímos. Vêm de longe,
pois desde os tempos remotos de Abraão se vêm verificando esses testemunhos
duma doutrina fixa, que, revelada gradualmente, se baseou, sobretudo, na
pregação de Moisés. Os profetas, tal como este patriarca, foram "chamados"
por Deus, que os encarregou duma missão altamente espiritual.
Os diferentes nomes que a Escritura atribui
aos profetas dizem algo do caráter e da natureza da obra desses homens
excepcionais.
O que
vinha a ser então o profeta?
Primeiramente um "homem de Deus",
quer dizer mais intimamente ligado a Deus do que os outros homens, e, portanto,
mais reto e mais justo do que eles. Em segundo lugar o profeta é um "servo
DO SENHOR", com uma missão especial a cumprir, a de entregar uma mensagem
aos povos. Daí ser o profeta o "mensageiro DO SENHOR". As suas
palavras tinham uma autoridade e uma força que só podiam advir de Deus.
Finalmente o profeta é um "homem de Espírito", no dizer de Oséias
(Veja: Os 9.7). Isto no que se refere ao poder e à autoridade do profeta. Mas,
se atendermos ao fato de que era esse homem que explicava aos povos a mensagem
divina, podemos ainda acrescentar às qualificações do profeta o de
"intérprete".
Mais três nomes vêm nos indicar como o
profeta recebia a sua mensagem, e a seguir como a tornava conhecida. Dois deles
roeh e chozeh significam "vidente". O profeta vê o que não é
dado ver aos restantes homens, mas não por mérito próprio devido a uma
excepcional perspicácia, ou a um poder de penetração, que são apanágio de
inteligências agudas e experientes. Também não se trata do emprego de meios
semelhantes aos que se utilizavam na adivinhação ou no ocultismo. A "visão" do profeta resulta
exclusivamente dum dom sobrenatural, independente da vontade do mesmo
profeta, pois o objeto dessa visão é revelado por Deus. Não vá julgar-se, porém,
que tal submissão a Deus pode implicar uma passividade absoluta. O uso das
faculdades normais do profeta não fica em suspenso, como se pode deduzir da
palavra "vidente", já que, quando mais não seja, a visão exige grande
esforço da parte do profeta, preparando-se para ela, as mais das vezes, com
oração e com rogos (cfr. Dn 9.3).
A terceira palavra em questão, mais frequente
e que se traduz por profeta, é nabi,
e dá a entender que a pessoa assim designada é um verdadeiro intérprete.
Ao
contrário de Elias e Eliseu, os últimos profetas não operavam milagres.
Confiavam inteiramente nas palavras escritas ou proferidas, e reforçadas de vez
em quando por uma ação simbólica (cfr. Jr 28.10). Embora unidos ao passado,
interessavam-lhes, sobretudo, as circunstâncias do presente. Por isso, as suas
obras refletem a vida política, econômica, social, moral e
religiosa da época
em que viveram.
Assim se explicam
algumas das descrições de
reinados sucessivos dos livros dos Reis e das Crônicas.
O Que
Acontecia Na História
Durante os vários séculos da atividade dos
profetas, a história de Israel e de Judá foi largamente afetada pelas ambições
de três grandes países: Assíria, Babilônia e Pérsia. E de tal modo o domínio foi exercido pelos vencedores, que podemos
agrupar os acontecimentos conforme o período desse domínio exercido. As
datas são, por vezes, apenas aproximadas, e por isso não admira que nem sempre
concordem as cronologias apresentadas.
a) O
Período Assírio
Durante a maior parte do reinado de Jeroboão
II (783-743 A. C.) a Assíria encontrava-se plenamente absorvida com os seus
assuntos internos, de maneira a não incomodar as pequenas nações, que
prosseguiam tranquilamente na sua política individualista. Jeroboão estendera
as fronteiras do norte até aos limites do reinado de Davi, com exceção de Judá.
Este acontecimento, já foi anunciado por Jonas (Veja: 2Rs 14.25), foi seguido
por um largo período de prosperidade material, como se depreende da pregação de
Amós e Oséias. Estes profetas não deixam, todavia, de acentuar o declínio
espiritual e a corrupção dos costumes que então atingiram um nível nunca
alcançado.
Como Israel, no
reinado de Jeroboão,
Judá no tempo
de Uzias aproveitou
a relativa liberdade
e independência para
desenvolver o poderio
militar e intensificar o
comércio. Coroadas de êxito tais tentativas, não deixou, todavia, esta
prosperidade material de conduzir ao esquecimento de Deus. Isaías, que começou
a sua missão profética no ano da morte de Uzias (cfr. Is 6), oferece-nos uma
descrição real dos males sociais e religiosos do tempo de Jotão. Em virtude de
Acaz, seu sucessor, não ouvir as advertências do profeta na altura da guerra
entre a Síria e Efraim, Judá perdeu a sua independência, o que veio trazer
consequências desastrosas para a vida religiosa da nação.
Durante algum tempo, Ezequias continuou a
política de sujeição de seu pai e, quando o Egito pensou em fomentar uma
revolta entre as nações menores, Isaías opôs-se a uma aliança e previu a queda
do país.
Tempo depois Ezequias revoltou-se contra a
Assíria e atacou os filisteus, que eram seus tributários. A invasão de
Senaqueribe, que terminou pela libertação miraculosa de Jerusalém, causou uma
profunda impressão, e passou-se a confiar no Senhor, pelo amor que dedicava à
Cidade Santa. Durante o período difícil, Isaías encorajou o rei e o povo a
confiarem sempre no Senhor. Mais tarde, porém, vai censurar a nação por não dar
glória a Deus, que acabava de derrotar o inimigo. A reforma de Ezequias,
efetuada no tempo de Isaías e Miquéias, eliminou as práticas introduzidas por
seu pai Acaz (cfr. 2Rs 16.24) Seu filho Manassés, porém, prestou vassalagem à
Assíria e voltou ao paganismo, desta vez acompanhado duma série de perseguições
e de atos de violência, que tornaram detestável o seu reinado.
Sofonias, ao profetizar o reinado de Amom,
filho de Manassés, apresenta-nos também um esboço da sociedade do seu tempo.
Após dois anos de governo, Amom foi assassinado pelo chefe dum partido, que poderíamos
chamar reformador. Entretanto, o poder da Assíria entrava no seu declínio. Ao
findar o reinado de Assurbanípal (668 a 630 A. C.), a atenção do rei de tal
modo se concentrava nos acontecimentos do oriente e do sul, onde as invasões
citas se tornavam um perigo ameaçador, que o Egito podia à vontade consolidar a
sua posição de reino independente. Só depois da morte daquele rei em 625 a. C.
Nabopolassar fundava o Império neobabilônico. Como causa destes acontecimentos,
em Judá, o filho de Amom, Josias, podia executar a reforma indicada no livro
que encontrou no templo e estender a sua atividade até Samaria. Como Naum
previra, Nínive foi conquistada pelos medos e pelos babilônios em 612 A. C. O
império assírio perdia-se irremediavelmente, seguindo- se o domínio evidente de
Babilônia.
b) O
Período Neo Babilônico
Em 608 a. C. Faraó Neco (Egito) levou a cabo
uma expedição ao Eufrates, e Josias, receando talvez pela liberdade do seu
povo, saiu-lhe ao encontro e deu-lhe batalha em Megido. Os acontecimentos que
se seguiram em Judá têm uma estranha semelhança com a de Israel nos últimos
anos. Só um dos quatro restantes reis de Judá morreu de morte natural. Tal como
os profetas Oséias e Isaías um dentro e outro fora do reino estiveram em
contato com os acontecimentos de Israel, assim Jeremias e Ezequiel na luta
final de Judá foram os mensageiros da palavra de Deus ao povo.
Depois da morte de Josias subiu ao trono seu
filho Jeocaz, num reinado de curta duração, pois após três meses foi deposto, e
exilado por Faraó Neco, que entregou o trono a seu irmão Jeoaquim. Jeremias
compara a injustiça deste com o reto proceder do pai em relação aos pobres e
necessitados (Veja: Jr 22.13-19). E das suas
palavras se conclui, que neste reinado
também se levantou
uma onda de
paganismo gigantesca e
avassaladora. A série de reformas promulgadas não alteraram o espírito
da nação. Quem se beneficiou foi o Egito, que imediatamente aproveitou a sua
supremacia para influir nos ânimos mais tímidos.
Em 605 a. C. Neco perdeu a vida na batalha de
Carquémis em luta com os babilônios. Judá foi subjugada e durante três anos
Jeoaquim prestou vassalagem a Nabucodonosor, filho de Nabopolassar.
Pouco depois, Judá revoltou-se,
mas, antes que
Nabucodonosor interviesse para
dominar a situação,
faleceu Jeoaquim e subiu ao trono Joaquim, seu filho. Três meses mais
tarde, em 597 a. C., rendeu-se e Nabucodonosor levou-o cativo para Babilônia,
juntamente com as pessoas mais destacadas do país. Esse cativeiro durou trinta
e cinco anos.
A rendição do rei de Judá veio, no entanto,
prolongar a vida de Jerusalém por mais dez anos. Matanias, tio do rei cativo,
foi colocado no trono por Nabucodonosor que lhe mudou o nome para Zedequias. Em
594 a. C. surgem embaixadores dos pequenos estados vizinhos a solicitarem apoio
para uma revolta comum. Isto deu azo à discussão travada entre Jeremias e
Hananias, em virtude de o primeiro não ser favorável à dita revolta (Veja: Jr
28.17). No momento o motim não chegou a realizar-se, vindo, porém a suceder
mais tarde no tempo de Faraó Hofra com um novo cerco a Jerusalém. Faraó. O
resto do povo, conduzido por Joanã, dirigiu-se para o Egito e com ele seguiu
Jeremias. Estabelecendo-se nas cidades fronteiriças, depressa foi posto de lado
o culto DO SENHOR. É que os espíritos ficaram completamente transtornados após
a destruição de Jerusalém. Quando Jeremias protestou contra o culto da Rainha
do Céu, então frequente entre os judeus no Egito, as mulheres logo replicaram
que não podiam abandonar tal culto, uma vez que só a adversidade as perseguia,
desde que seus pais deixaram de o praticar.
Dos primeiros cativos levados para Babilônia
salientaram-se Daniel e seus companheiros, que, apesar de viverem na corte
pagã, ficaram sempre fiéis ao culto DO SENHOR. De dois passos de Ezequiel
(Veja: Ez 14.14,20) muitos concluem ser familiar à história de Daniel aos
outros exilados, que lhes servia de exemplo.
O livro de Ezequiel fala-nos largamente dum
grupo de judeus cativos que, levados com Joaquim, se tinham estabelecido num
lugar chamado Tel Abibe. O profeta era um membro desta colônia. Da carta que
Jeremias lhes dirigiu (Veja: Jr 29) pode deduzir-se que gozavam de grande
liberdade, pois é provável que vivessem
em bairros próprios ou então num extenso território demarcado, onde não
poderiam considerar-se prisioneiros no sentido rigoroso da palavra. Foram os
anciãos que aí organizaram a vida social e religiosa, enquanto outros se
entregavam livremente ao comércio, que prosperava cada vez mais, como podemos
verificar pelos impostos que mais tarde foram lançados para a reconstrução do
templo. Sob o aspecto religioso foi maior ainda o progresso. Longe de Canaã,
nunca mais se deixaram seduzir pelos seus Baals. Nada poderia conduzi-los ao
culto dos deuses dos vencedores assírios e egípcios. Graças à eficiente
pregação de Ezequiel, e esquecidos os deuses de Babilônia, depressa era fácil
regressar ao Deus de seus antepassados. Os sacrifícios não poderiam com
facilidade ser oferecidos ao SENHOR, mas a oração substituí-los-ia. Guardava-se
o sábado. Provavelmente lia-se a Bíblia com regularidade e em público, o que
vinha fortificar os espíritos e contribuir para a divulgação da verdade. Era o
princípio da sinagoga.
Em 561 A. C. morreu Nabucodonosor. Após
outros reinados de pouca expressão Ciro submeteu a Babilônia sem esforço, em
539 A. C. O gênio militar e outras virtudes guerreiras deste monarca
entusiasmaram a imaginação dos escritores antigos. E assim termina o período
babilônico com a subida ao poder do grande rei.
c) O
Período Persa
Inicia-se este período
por um fato
importante: o do
cumprimento das profecias
da restauração. Ciro simpatizava-se com
as aspirações religiosas
dos diferentes povos do seu império. Conta Josefo, que chegou a proteger
os judeus, só porque lhe tinham sido apresentadas as profecias de Isaías. Em
538 a. C. publicou mesmo um decreto autorizando-os a voltar e a reconstruir a
sua cidade. Partiram nesse ano os primeiros cinquenta mil, chefiados por
Sesbazar. Após sete meses de trabalhos intensos, estava restaurado o altar e já
ali se ofereciam sacrifícios ao Senhor. Dois anos depois cavavam-se as
fundações para a reconstrução do templo. Mas, devido à oposição da população
local, as obras foram interrompidas até 520 a.C., e só se iniciaram de novo
graças aos estímulos dos profetas Ageu e Zacarias. Zorobabel, neto de Joaquim,
passou a governar o reino de Judá. O império persa via-se agora a braços com
diversas revoltas que vieram ofuscar o alvorecer do reinado de Dario. Todas as
atividades invulgares passaram então a ser objeto de suspeita. Tatenai,
governador persa da Síria, mandou abrir um inquérito acerca da reconstrução do
templo, e os judeus viram-se obrigados a recorrer à autoridade do decreto de
Ciro, uma vez que a notícia confirmada chegara à corte persa. Dario, porém,
atendeu às reclamações dos judeus, por serem justas e conformes à lei, e o
templo ficou concluído em 516 a. C.
Nada mais se sabe dos restantes exilados, até
que em 458 a. C. chega Esdras com um novo grupo vindo de Babilônia e portadores
de consideráveis presentes para o culto do templo. É talvez melhor colocar o ministério de Malaquias
neste período desconhecido
antes do aparecimento
de Esdras, do que
propriamente na altura em que Neemias se encontrava ausente na Pérsia. Sendo
assim, facilmente se compreende que a missão de Esdras e a obra reformadora de
Neemias vêm completar a doutrina que encerram os livros, cujos autores são
aqueles profetas.
Artaxerxes encarregara Esdras de organizar o
culto do templo e de instruir o povo em conformidade com a Lei de Moisés.
Catorze anos após a sua chegada, Neemias era nomeado governador da província e
conseguiu restaurar as muralhas da cidade no curto espaço de cinquenta e dois
dias. Era o início da campanha reformadora, em que se empenhara, exterminando
os abusos e fazendo uma aliança solene com o povo. Esta implicava, em
princípio, a guarda da Lei Mosaica, a supressão dos casamentos com estrangeiros
e do comércio ao sábado, e finalmente uma contribuição pecuniária para o culto
do templo. A relação entre estas reformas, a que o povo se submetia, e as que
Malaquias lhe pregava, dão a entender que aquela aliança pode ser considerada
como o fruto da pregação do profeta.
Unidade 1
Livros de Isaías, Jeremias e Lamentações de Jeremias
O livro de Isaias
Isaías quer dizer
“Salvação de Jeová”.
Quem era Isaias?
Entre a "santa companhia dos
profetas", Isaías destaca-se como uma figura majestosa. Pela elevação e
originalidade do seu pensamento, bem como pela qualidade superlativa do seu
estilo, é único no Velho Testamento. Nenhum outro profeta há tão digno como ele
de ser chamado "o profeta evangélico". O seu nome significa "O
SENHOR Salva" ou "O SENHOR é Salvação" e, em dias de crise e
catástrofe sem precedentes na história do seu povo, exortava constantemente à
fé nAquele que é o único que nos pode livrar. Em horas em que a esperança
parecia morta, era uma inspiração e um repto para a coragem desfalecida dos
homens de Judá: O seu ministério foi longo, desde a sua chamada à missão
profética no reinado de Uzias, rei de Judá, através dos reinados de Jotão, Acaz
e Ezequias, com um possível interlúdio de serviço no tempo de Manassés. Durante
todos estes anos revelou-se um estadista que lia o significado geral dos
acontecimentos nos grandes problemas políticos da época
e também um profeta
verdadeiramente designado e escolhido pelo Senhor para proclamar o propósito divino com
convicção inabalável e coração ardente.
O nome
de seu pai
era Amós (Veja:
Is 1.1; Is
2.1), segundo uma
tradição judaica irmão
do rei Amazias;
nesse caso, Isaías
seria primo do
rei Uzias. Evidentemente que é
impossível alguém pronunciar-se com certeza a respeito deste problema, mas há
indicações nítidas de que Isaías desfrutava, de fato, de entrada imediata e
regular na casa real, além de ter acesso às pessoas mais influentes do seu
tempo. Apesar disso, continuou a ser um simples e indômito porta voz DO SENHOR,
motivo que ainda segundo reza a tradição levou à sua execução no reinado do
ímpio Manassés. Era casado e chama a sua mulher "a
profetisa" (Veja:
Is 8.3); teve
dois filhos. Fora disto, pouco
mais se sabe da sua vida além do que o livro que tem o seu nome nos revela. Não
é possível determinar com exatidão a duração do seu ministério; sabemos, porém,
que, durante pelo menos 40 anos, continuou ativo, desde o último ano de Uzias,
em 740 a.C., ao décimo quarto ano de Ezequias em 701 a.C., e que, durante todo
este tempo, a sua mensagem e o repto que lançava aos seus contemporâneos foram
inalteráveis e persistentes, fiéis a um propósito sempre claro e bem definido
estabelecer
a adoração do Senhor em justiça e verdade entre a raça escolhida.
Sua Formação e
influência
A influência mais destacada e mais perdurável
na vida de Isaías foi, sem dúvida, a sua chamada pessoal e direta ao ministério
profético dentro do recinto do templo depois da morte de Uzias. Este
acontecimento é registrado com uma beleza e um brilho tais que indicam
claramente a forte influência que essa visão exerceu sobre ele através de todo
o seu ministério. Provavelmente nada há em toda a literatura dos povos do
Oriente que exceda a grandeza e dignidade deste trecho imortal, em Is 6. Ao
entrar no recinto do templo, depara-se, de súbito, ao jovem Isaías esta visão
solene e aterrorizadora o Senhor nas alturas, o séquito celeste, os místicos
serafins, o "chequiná" da santidade, a voz anunciando ao profeta,
prostrado perante a majestade assim revelada, a missão de que era incumbido. No
meio duma cena política conturbada e incerta, ele contempla, com todo o poder
de uma revelação direta, o Senhor Deus entronizado nas alturas, e doravante
pousa sobre ele o selo da Sua ordem. Não havia que fugir daí. Embora isso
significasse que o profeta iria levar aos povos do seu tempo uma mensagem que
não receberiam, não havia que fugir à glória da revelação assim outorgada. Foi
deste modo que Isaías saiu do templo com uma nova visão e uma nova noção dos
altos e santos perigos da missão que lhe fora confiada e da incumbência que
ficava a seu cargo.
Antes
desta experiência notável e decisiva, houvera o fruto do ministério de Amós e
Oséias, o qual se devia encontrar ainda bem fresco na memória e experiência do
jovem Isaías. Em épocas de crise nacional, houvera sempre em Israel, como em
Judá, a mensagem do Senhor, numa ou noutra conjuntura, através da voz dos
profetas, e nas palavras de Isaías descortinam-se vestígios dos elementos
característicos das suas mensagens. Para alguém que resolvera firmemente no seu
coração percorrer o caminho do Senhor, essas vozes deviam constituir uma
inspiração incalculável, e as palavras calorosas e comoventes do profeta
evangélico, ao apontar para o Redentor de todo Israel fazem lembrar os termos
em que esses servos mais antigos DO SENHOR haviam proclamado a mensagem
divina.
Além desses fatores, Isaías deve ter sido
profundamente agitado pelos poderosos movimentos históricos do seu tempo.
Durante o reinado do bom rei Uzias, Judá esteve em paz durante muitos anos e
pouco conheceu das dificuldades que o reino do norte teve de enfrentar.
Externamente havia paz e piedade, mas por debaixo, e no próprio âmago da vida
da nação, havia desassossego e um afastamento pronunciado da realidade da
adoração instituída no Concerto.
Fora da pátria, o horizonte apresentava já
prenúncios sombrios de invasão e crise e, apesar de todos os eleitos, Isaías
deve ter visto claramente, na fase mais formativa da sua vida, que, se não
houvesse um movimento de regresso ao Senhor, a catástrofe era inevitável. Em
certo sentido, todos nós somos produto do nosso ambiente; chegamos à hora de
provação, ou para a enfrentar em toda a sua magnitude e determinar o seu curso,
ou então para sermos moldados pela sua força titânica. No caso de Isaías, temos
um dos exemplos mais frisantes de uma hora grave que encontrou um homem à sua
altura, e de uma voz que se ergueu no próprio momento em que mais necessário
era proclamar a mensagem de Deus.
Isaías pôde trazer à tarefa que foi chamado a
desempenhar um dom extraordinário, uma felicidade de expressão e uma penetração
que, sob a mão de Deus, se deveriam transformar no veículo das verdades mais
íntimas e profundas da revelação. Assim, equipado de forma única para o
ministério a que era chamado, e preparado na escola da experiência para a prova
que se avizinhava, no ano em que o rei Uzias morreu e em que o trono, havia
tanto ocupado com tal distinção, vagou uma vez mais, o profeta estava pronto
para a alta missão do Senhor transcendente nas alturas, e não desobedeceu à
visão celestial.
Os Reis de Judá que
Isaías conviveu
Isaías nasceu no reinado do bom rei Uzias, e
foi no último ano da vida desse monarca que recebeu a chamada ao ministério
profético. Por consenso geral, o caráter de Uzias era exemplar, mostrando em
tudo um espírito de verdadeira piedade e desejo de honrar as coisas de Deus,
embora, nos seus últimos anos, o rei fosse atacado de lepra devido a um ato de
orgulho (ver 2Cr 26.16-21). Durante o seu reinado, toda a nação atravessou uma
fase de prosperidade e desenvolvimento material e foi com dor que o seu povo o
viu desaparecer da cena numa altura em que a sua presença parecia mais
necessária. Promoveu-se a adoração DO SENHOR, mas o rei não foi suficientemente
forte para conseguir que se destruíssem os altos, onde se celebravam práticas
idólatras. O seu reinado classifica-se necessariamente entre um dos mais
distintos do reino do Sul. Depois dele, subiu ao trono Jotão, seu filho, que já
fora regente durante o isolamento
de Uzias. Trilhou
as mesmas veredas
que seu pai,
e sob o
seu cetro o povo continuou a
adorar o Senhor de
acordo com os mandamentos. Seguiu-se lhe Acaz, cujo
reinado foi, de princípio a fim, uma autêntica crônica de catástrofes e de
destruição (ver 2Rs 16).
Impetuosamente, Acaz empenhou-se em derrubar
a forma estabelecida de adoração, quebrou os mandamentos em quase todos os seus
pormenores, impediu a adoração no templo e acabou por fechar as portas da Casa
de Deus. Deliberadamente, conspirou para obliterar a memória do culto do Senhor
de todo o Israel, do Redentor, do Deus Santo. Todos os seus atos foram como que
um aguilhão para o caráter devoto e franco do profeta Isaías que, em público,
censurou o rei pelos seus atos extravagantes em matéria de religião, reprovando
os seus pecados e apontando-o ao povo como inimigo do verdadeiro caminho. Isto
de nada serviu; os seus avisos e conselhos foram desprezados pela nação, à
frente da qual se encontrava o rei. Depois, veio Ezequias. Ao contrário de seu
pai, Ezequias procurou de muitas formas restaurar a adoração no santuário; fez
todos os esforços para abolir a idolatria e para libertar o povo que governava
do poder do domínio estrangeiro. No seu reinado, começou-se a fazer justiça a
Isaías, que passou a ser considerado com grande favor, sendo-lhe dadas todas as
oportunidades de aplicar as suas penetrantes e divinamente inspiradas
faculdades de discernimento à análise dos fatos da situação sua contemporânea.
Mas as sementes da loucura passada da nação começavam agora a dar fruto, e era
já tarde demais para pôr em prática reformas eficazes e salutares. Estava
próximo o derrubamento de Judá, acontecimento havia muito profetizado par
Isaías e que nada poderia deter.
Não
foi fácil à tarefa do profeta durante o seu longo e ativo ministério. A missão
que lhe foi confiada no dia da sua chamada ficou amplamente realizada, pois a
mensagem que transmitiu foi, de fato, uma mensagem de condenação, e a profecia
então feita, de que anunciaria a Palavra do Senhor mas que esta, embora ouvida
seria incompreendida, teve cumprimento cabal. A glória da vida de Isaías é que
não se esquivou ao problema quando recebeu a chamada. Através de todos aqueles
anos sombrios, enquanto a nação caminhava sem parar e com rapidez crescente
para o abismo e para a catástrofe, ele continuou a proclamar a mensagem do
Senhor, mantendo-se firme como uma rocha da verdade no meio das marés e
redemoinhos da infidelidade e irreligião do mundo.
O livro de Jeremias
Jeremias quer dizer
“Jeová estabelece”.
(O livro contém a biografia e a mensagem do "
PROFETA CHORÃO").
A vida de Jeremias
Ao contrário de muitos profetas,
Jeremias tem muito a dizer de si mesmo. Era sacerdote por nascimento, 1:1, e foi chamado
pelo Senhor para o ministério da profecia, muito jovem ainda, 1:6. Alegando sua
mocidade, (apenas 21 anos), inexperiência e deficiência no falar, 1:6, como razões para
não atender à chamada, Deus revelou-lhe que o consagrara para este serviço
antes do seu nascimento, 1:5, então recebeu a
unção divina, 1:9, e logo a seguir a
comissão, 1:10. Não lhe foi
permitido casar-se, cap.
16.
A mensagem que teve de transmitir era tão severa e solene que custou amargura a
esse coração terno, patriótico, e de um verdadeiro homem de Deus. O entregar desta
mensagem de julgamento feria-lhe o coração. Seu ministério não foi aceito, sua
própria família e seus próprios patrícios conspiraram contra ele, 12:6 e 38:8-9. O povo de
Jerusalém tam’bem conspirou contra ele, 18:18, sendo por fim,
açoitado e acorrentado ao cepo, 20:1-3. Solto, foi
agredido com risco de sua vida, Cap.
26.
Sofreu encarceramento diversas vezes, 37:11-15, 38. Na queda de
Jerusalém foi solto por Nabucodonosor, e ajudou o novo governador, mas, morto
este, Jeremias viu-se obrigado a acompanhar, sem quere, os refugiados ao Egito,
onde encontrou a morte pelo apedrejamento ao contar 40 anos de ministério.
O caráter de Jeremias
Não era poderoso como Elias,
eloqüente como Isaías ou místico como Ezequiel, mas, um tímido, acanhado,
cônscio de sua incapacidade, anelando por uma simpatia e um amor que jamais
conheceria, - tal era o instrumento escolhido, pelo qual veio a Palavra do
Senhor, àquela geração corrupta e degenerada. Por quê a escolha de tal homem
para tão árdua missão? Ah! Somente um homem de coração boníssimo poderia transmitir
com poder e carinho a tremenda mensagem do juízo divino. O importante residia
na força da Palavra. Jeremias falou sempre com acerto e distingue-se como o
profeta de coração quebrantado.
Quando Deus chamou Jeremias ao ministério
profético em 626 a.C., a Assíria, senhora do mundo, sujeitara Judá ao seu
domínio, cobrando lhe tributo. Todavia, a própria Assíria gradualmente
enfraqueceu, após a morte de Assurbanipal em 633 A. C. Certas províncias do
império perderam se em 614 A. C., e outras no cerco final de dois anos.
Assurubalut foi o último monarca reinante, conservando-se em Harran durante,
pelo menos, dois anos após a destruição de Nínive em 612 a. C.
Potencialmente,
o trono da Assíria estava aberto a qualquer cabo de guerra do tempo. Neco, do
Egito, conduziu as suas forças até ao norte da Palestina, defrontando e matando
Josias, rei de Judá, em Megido em 609 A. C., subjugando a Síria e pondo-se
novamente em marcha até ao Eufrates. Foi, porém, enfrentado por Nabucodonosor
da Babilônia, que desbaratou os seus exércitos na histórica batalha de
Carquemis e o obrigou a recuar para as suas próprias fronteiras, pondo,
assim, termo temporário
à ambição egípcia
de dominar o
Oriente. Foi deste
modo que Judá,
até ali sujeito
à Assíria, passou automaticamente para o controle da
Babilônia.
Muitos comentadores têm afirmado que
Jeremias, com outros profetas, se opunha ao ritual de sacrifícios, considerando-o
algo que não fora ordenado pelo SENHOR e que Lhe repugnava. Todavia, a atitude
de Jeremias será melhor interpretada se nós descortinarmos a lição de que,
sempre que um sacrifício não constitui um verdadeiro índice da adoração e
arrependimento do indivíduo, então esse sacrifício não terá valor, sendo,
portanto, contrário ao desejo e vontade do SENHOR. Quando muito, um sacrifício
só poderia ser um meio para atingir o fim espiritual de um regresso contrito ao
Senhor, jamais podendo constituir um fim suficiente em si.
Período:
Os dias obscuros do reino de Judá, a partir do ano décimo terceiro de Josias (o
último dos reis bons) até vários anos depois do cativeiro.
Temas
principais: A
reincidência, a escravidão e a restauração dos judeus.
O livro é uma entrosagem de história, biografia e profecia. Não está
escrito em ordem cronológica.
A) Chamada
a. Jeremias, sua chamada e comissão – Cap.
1
1) Introdução (1-3)
2) Chamada (4-8)
3) Unção (9-10)
4) Encorajamento (11-19)
1) Introdução (1-3)
2) Chamada (4-8)
3) Unção (9-10)
4) Encorajamento (11-19)
B) Ministério
a. Em Judá, antes da queda de
Jerusalém – Cap.
2-38
Tomando a fórmula profética usual “Veio a palavra do Senhor” , como guia, parece que, neste livro, temos 51 profecias distintas.
b. Queda de Jerusalém – Cap. 39
Alguns detalhes da queda.
c. Aos remanescentes no país após o Cativeiro – Cap. 40-42
História e profecia em conjunto
d. No Egito – Cap. 43-51
1) Aos judeus (43-45)
2) As nações gentias (46-51)
Tomando a fórmula profética usual “Veio a palavra do Senhor” , como guia, parece que, neste livro, temos 51 profecias distintas.
b. Queda de Jerusalém – Cap. 39
Alguns detalhes da queda.
c. Aos remanescentes no país após o Cativeiro – Cap. 40-42
História e profecia em conjunto
d. No Egito – Cap. 43-51
1) Aos judeus (43-45)
2) As nações gentias (46-51)
C) Retrospecto
a. Cativeiro de Judá
O livro começa com a predição do Juízo, e termina com seu cumprimento.
O livro começa com a predição do Juízo, e termina com seu cumprimento.
Mensagem
Na leitura do livro, algumas palavras
são frequentes: “deixai”, “deixado”, “apostata”, “apostatado”, 13 vezes; -
estas últimas, só se encontram em Jeremias, salvo uma vez em Provérbios e três
vezes em Oséias – “voltai”, 47 vezes; por isso, Jeremias é um livro cheio de
mensagens para os apóstatas. Judá deixara o Senhor – Jeremias advertiu-o quanto
ao Juízo iminente, e instou para que voltasse ao Senhor e endireitasse suas
veredas, pois o Senhor ainda o amava ternamente.
Jeremias era um jovem tímido e
sensível e foi chamado por Deus para uma missão duríssima, anunciar o juízo de
Deus contra Judá (Jr. 1-18) Durante o reinado de Jeoaquim, Jeremias profetiza o
que aparece registrado nos capítulos 13 a 20; 25 a 27.1; 35 e 36. Intensamente
anuncia o juízo de Deus, combate ferrenhamente os falsos profetas e também
anuncia o cativeiro babilônico. Ele era, de fato, um homem de Deus, sensível a
toda a influência espiritual, suscetível de profunda emoção, dotado de visão
clara e critério cristalino. Seguia o caminho traçado pelo seu espírito, este
sempre apoiado no sentimento de adoração que vivia dentro dele. Foi um homem de
Deus do princípio ao fim e, portanto, um patriota fiel até à tragédia. Não era
cego para o pecado e loucura do seu povo.
Sinopse- (1) A chamada do
profeta, cap. 1.
- (2) Repreensões,
advertências e promessas aos judeus, caps. 2-20.
- (3) Denúncia de
governantes e também de falsos pastores e falsos profetas, caps. 21-23.
- (4) Predições
dos juízos divinos, a destruição de Jerusalém e os setentas anos de
cativeiro, caps. 25-29.
- (5) Promessas de
restauração dos judeus, caps. 30-33.
- (6) Profecias
ocasionadas pelos pecados de Zedequias e Jeoiaquim, caps. 34-39.
- (7) A condição
miserável do restante que ficou em Judá, e as profecias contra eles, caps. 40-44.
- (8) A consolação
a Baruque, cap. 45.
- (9) Profecias
acerca das nações hostis, caps. 46-51.
- (1) ALGUNS PONTOS IMPORTANTES.
- (a) A fonte e a
cisterna, 2:13.
- (b) A indelével
mancha do pecado, 2:22.
- (c) Deus busca
um homem, 5:1.
- (d) As veredas
antigas são melhores, 6:16.
- (e) A
oportunidade perdida, 8:20.
- (f) O chamado
com lágrimas ao arrependimento, 9:1.
- (g) A
depravação do coração humano, 17:9.
- (h) O barro e o
oleiro, cap. 18.
- (i) Os falsos pastores,
cap. 23.
- (j) Como
encontrar a Deus, 29:13.
- (k) A nova
aliança, 31:31-34.
- (l) A mutilação
da Palavra de Deus, 36:21-24.
- (2) FOI
REJEITADO
O livro de Lamentações
de Jeremias
O
título mais completo, "As Lamentações de Jeremias" é encontrado nos
manuscritos gregos e na Septuaginta. Mas o Talmude e os escritores rabínicos se
referem a ele simplesmente como "Lamentações" (qinoth) ou como
"Como!" (’ ekhah), a palavra inicial no hebraico.
Sua Posição Na
Bíblia
Consoante o título mais longo, a Septuaginta
coloca o livro imediatamente após as profecias de Jeremias, tal como em nossas
versões portuguesas. Na Bíblia hebraica esse livro não é encontrado entre os
livros proféticos, mas ocupa a posição média entre os Rolos Festivos
(Megilloth) que seguem imediatamente os três livros poéticos da Hagiógrafa, ou
seja, a terceira divisão do cânon hebreu.. No Talmude, os livros poéticos e o
Megilloth aparecem rearranjados numa ordem que parece ser a ordem cronológica,
a saber, Rute, Salmos, Jó, Provérbios, Eclesiastes, Cantares de Salomão,
Lamentações, Daniel, Ester, etc.
Autor e Data Da
Composição
A
tradição que Jeremias compôs esses poemas recua até à posição e ao título do
livro na Septuaginta, onde é introduzido mediante as palavras: "E sucedeu,
após Israel ter sido levado cativo, e Jerusalém ter ficado desolada, que
Jeremias se assentou a chorar, e lamentou com esta lamentação por causa de
Jerusalém e disse...". Também é asseverado no Targum Siríaco e no Talmude
(Baba Bathra) que: "Jeremias escreveu seu próprio livro, Reis, e
Lamentações". Em 2Cr 35.25 é feita referência às lamentações desse profeta
por causa da morte do rei Josias, e ali se acha escrito que tal lamentação foi
registrada e ficou como "estatuto em Israel"; com isso cfr. Lm 4.20 e
Lm 2.6. Porém, nosso presente livro gira não tanto em torno da morte de um rei
como em torno da destruição de uma cidade, e Lm 4.20 com igual justiça poderia
referir- se a Zedequias, a despeito de sua falta de dignidade (cfr. o
sentimento em 2Sm 1.14,21). Não obstante,
na qualidade de
profeta chorão (ver
Jr 9.1; Jr
14.17-22; Jr 15.10-18,
etc.), Jeremias bem
poderia ser concebido
como autor, igualmente, do livro
de Lamentações, não fosse o fato de existirem certas dificuldades para que se
aceite essa opinião. O estilo é muito mais elaborado e artificial que o do
próprio livro de Jeremias e, nos capítulos 2 e 4, é mais parecido com o estilo
de Ezequiel. O capítulo 3 faz lembrar Sl 119 e 143. A atitude para com os
poderes estrangeiros, subentendida em Lm 4.17, certamente não é a do
"colaboracionista" Jeremias e não reflete a própria experiência do
profeta.
Por
conseguinte, muitos consideram que o autor do livro de Lamentações tenha sido
um contemporâneo mais jovem de Jeremias, o qual, à semelhança dele, fora
testemunha ocular das entristecedoras calamidades que sobrevieram a Jerusalém
por ocasião da captura efetuada pelos exércitos de Babilônia em 587-586 a.C.
Composição
Os
comentadores rabínicos se
referem aos "sete
acrósticos" e pode
ser observado de
imediato que cada
capítulo tem vinte
e dois versículos,
que correspondem ao número e à ordem das letras no alfabeto hebraico,
fazendo exceção o capítulo 3, que possui sessenta e seis versículos, no qual
cada letra sucessiva conta com três versículos dedicados à mesma, em lugar de
um versículo. Diz-se que esse arranjo alfabético tem o propósito de mostrar que
"Israel pecou de álefe a tau", isto é, como diríamos, de A a Z, assim
como em Sl 119 a implicação é que a lei deve merecer a atenção e o desejo
totais do homem. No capítulo 5, entretanto, não são empregadas as letras do
alfabeto em ordem sucessiva ainda que alguns eruditos afirmem que esse deve ter
sido o caso, originalmente. Os quatro primeiros poemas fazem uso do ritmo
desigual, conhecido como canto fúnebre (qinah), isto é, Lm 3.2, e que também se
encontra no livro de Jeremias.
Unidade 2
Livros de Ezequiel e Daniel
O
livro de Ezequiel
O nome desse livro
significa "Deus fortalece".
Mensagem: “A bondade e
severidade de Deus”.
Este
livro, como Daniel e
apocalipse, pode ser chamado um livro de mistério. Contém muita linguagem
figurada que é difícil de interpretar. Sem dúvida, muitos de seus ensinos são
claros e de grande valor.
Sinopse
- (a) Era filho de
um sacerdote, 1:3.
- (b)
Foi levado cativo a Babilônia, 1:1; II Reis 24:11-16.
- (c)
Sua visão de Deus, cap. 1.
- (d)
Sua chamada, 1:3.
- (e)
Sua comissão e sua dotação de poder, caps. 2-3.
- (f)
Alimento espiritual, 3:1-3.
- (g)
Sua tarefa, ser um atalaia espiritual, 3:4-11, 17-21.
- (h)
Ezequiel recebeu o mais alto grau de inspiração. As palavras "Assim
diz o Senhor Deus" são usadas repetidamente através do livro.
II.
Uma descrição da condição apóstata de Judá antes do cativeiro.
- (a) Faz
referência principalmente a visões, advertências e predições acerca da
culpabilidade do povo e da destruição vindoura de Jerusalém, caps. 4-24.
- (b)
Os juízos divinos sobre as sete nações vizinhas, caps. 25-32.
III. Principalmente
predições e promessas acerca dos meios pelos quais a glória da nação será
restaura da, caps. 33-48.
- (a) Ao escutar
as advertências dos guardas espirituais e arrepender-se do pecado, cap. 33.
- (b)
Pela remoção dos falsos pastores e a vinda do Bom Pastor, que alimentará o
rebanho, cap. 34.
- (c)
Por um avivamento e uma ressurreição espiritual no vale dos ossos secos, caps. 36-37.
- (d)
Pela destruição dos inimigos da nação, caps. 38-39.
- (e)
Pela edificação de um novo santuário, caps. 40-42.
- (f)
Pela volta da glória do Senhor, 43:4-5; 44:4.
- (g)
Pelo ministério de um sacerdócio leal, 44:9-31.
- (h)
Pelas águas vivificantes que emanam do santuário, cap. 47.
Em outras palavras, o livro relata a
atividade do profeta Ezequiel durante o exílio na Babilônia, que dirige suas
mensagens a seus compatriotas cativos e também ao povo hebreu que ainda reside
na Palestina. Ambos os grupos permaneceram obstinados e impenitentes, mesmo
depois da captura de Jerusalém levada a cabo pelo rei babilônio Nabucodonosor,
e do exílio de Joaquim, rei de Judá, que levou para Babilônia as pessoas
preeminentes do país e os tesouros da casa de Deus e da casa do rei. Entre os
cativos se achavam a família do rei e os príncipes; os valentes, poderosos; os
artífices e construtores; uma considerável parte da população e Ezequiel, filho
de Buzi, o sacerdote (2 Re 24:11-17; Ez 1:1-3), no ano de 597 a.C.
Pesarosos, estes israelitas exilados haviam completado
a sua cansativa jornada, de uma terra de colinas, fontes e vales para uma de
vastas planícies. Moravam então junto ao rio Quebar, no meio dum poderoso
império, cercados de um povo de costumes estranhos e de adoração pagã.
Portanto, Deus atribuiu a Ezequiel a tarefa de denunciar a casa rebelde de
Israel e predizer a destruição de Jerusalém e a deportação de um número ainda
maior. Seis anos depois de Ezequiel haver começado a pregar, suas palavras se
cumpriram. No ano de 586 a.C., Nabucodonosor destruiu Jerusalém e levou cativos
para a Babilônia quase todos os sobreviventes. Mas, a despeito da infidelidade
de Israel, Deus mostrou-se misericordioso. Ezequiel recebeu instruções no
sentido de proclamar as boas novas de que o exílio terminaria e Israel recuperaria
sua posição de instrumento da salvação de Deus para todos os homens.
Nabucodonosor
permitiu que os israelitas tivessem as suas próprias casas, servos, e que
praticassem o comércio. (Ez 8:1; Jr 29:5-7; Es 2:65) Se fossem diligentes,
poderiam prosperar. Cairiam nos laços da religião e do materialismo
babilônicos? Continuariam rebeldes contra Deus? Aceitariam o seu exílio como
disciplina procedente dele? Haviam de enfrentar novas provações na terra de seu
exílio.
Durante
esses anos críticos que culminaram na destruição de Jerusalém, Deus não privou
a si nem aos israelitas dos serviços de um profeta. Jeremias atuava na própria
Jerusalém, Daniel na corte de Babilônia e Ezequiel era o profeta para os
exilados judeus em Babilônia. Ezequiel era tanto sacerdote como profeta,
distinção que gozava também Jeremias e, mais tarde, Zacarias. (Ez 1:3) Do
começo ao fim de seu livro dirige-se mais de 90 vezes a ele como “filho do
homem”, um ponto importante quando se estuda a sua profecia, porque, nas Escrituras
Gregas, Jesus também é chamado de “Filho do homem” cerca de 80 vezes. (Ez 2:1
;Mt 8:20)
Ezequiel tem sido considerado, com
freqüência, uma pessoa severa, insensível. Tem- se dito que é impessoal,
indiferente a seus ouvintes, e só lhe preocupa a vindicação da glória de Deus,
mesmo na proclamação da misericórdia. Conquanto seus sentimentos não aflorem à
superfície, como no caso de Jeremias, a afirmativa de que ele não é compassivo
equivaleria a ir além das evidências. Os atos simbólicos que ele executa e as
visões que recebe não são, em essência, diferentes dos que os outros profetas
registram.
A partir de anotações biográficas deixadas
por Ezequiel, podemos deduzir que tipo de pessoa era.
O
Senhor lhe disse: “Mas eu tornarei a tua face tão inflexível como a deles (a
face dos israelitas) e a tua fronte tão inflexível como a sua. Farei a tua
fronte semelhante ao diamante que é mais duro do que uma rocha” (Ez 3, 8-9).Tão
inflexível que foi capaz de suportar, sem nenhum sinal de aflição, a dor pela morte
da esposa, "o desejo dos teus olhos" lhe foi tirado de um golpe,
enquanto realizava sua missão por ordem de Deus, no dia em que Nabucodonosor
começou o seu cerco final de Jerusalém. (24:2,18). Enfim, um indomável cabeça
dura,
capaz das ações mais incompreensíveis para chamar a atenção de seu povo para as
mensagens do seu Senhor. Agia de maneira muito estranha, como quando, para
expiar as culpas dos reinos de Israel e de Judá, ficou deitado por 390 dias
sobre o lado esquerdo e 40 dias sobre o direito. Para evitar a tentação de se
mover, amarrou-se com cordas. Imaginem a reação dos deportados quando viam esse
profeta manter-se obstinadamente naquela posição estranha e, além disso, tomar
aquele tipo de refeição, obedecendo às ordens de Deus: “Este alimento tu o
comerás sob a forma de pães de cevada, assados à vista deles com excrementos humanos
secos” (Ez 4, 12).
O caráter de Ezequiel como escritor e poeta é
admiravelmente descrito pelo hábil Bispo Lowth da seguinte maneira:
"Ezequiel é bem inferior em elegância do que Jeremias. No que diz respeito
à sublimidade, porém, Ezequiel não é sobrepujado nem mesmo por Isaías. Mas sua
sublimidade é de um tipo totalmente diferente. É profundo, incisivo, trágico.
Seus sentimentos são de ânimo, entusiasmo, inflamação e cheios de indignação.
As imagens usadas são múltiplas, grandiosas, assustadoras. Sua linguagem é
grandiosa, austera, rude, e, às vezes, indelicada. Repetições são comuns, não
para dar graça ou elegância ao texto, mas por causa da veemência e indignação
do profeta. Todos os assuntos são abordados com diligência. Dificilmente deixa
de proceder assim, mas atém-se aos assuntos. Por isso fica clara a conexão
entre um assunto e outro. Em outros aspectos, talvez Ezequiel seja excedido por
outros profetas. Porém, nas peculiaridades da composição, provindas de seus
dons naturais a força, o ímpeto, a seriedade e a grandeza nenhum dos escritores
sacros é superior a Ezequiel. Seu estilo é bastante perspicaz. A obscuridade se
deve à natureza dos assuntos. Visões (como por exemplo as de Oséias, Amós e
Zacarias) são forçosamente obscuras e confusas. A maior parte de Ezequiel,
especialmente a parte do meio do livro, é poética, se considerarmos a natureza
da linguagem."
Cada um
dos três grandes profetas enfatizou uma pessoa da Santíssima Trindade. Ezequiel
é o profeta do Espírito; como Isaías o é do Filho e Jeremias do Pai. O
ministério do Espírito é muito notável neste livro. Há, pelo menos, 25
referências ao Espírito. Veja-se: 2:2, 3:12, 14, 24, etc. O nome Ezequiel significa “a quem Deus
fortalece”, e o agente neste fortalecer foi o Espírito Santo.
O livro de Daniel
Sua posição na Bíblia
Na Bíblia hebraica o livro de Daniel se
encontra na terceira divisão, os Hagiographa, e não na segunda, na qual
aparecem os livros proféticos. A razão disso não é que Daniel tenha sido
escrito depois dos livros proféticos. Em algumas listas, pode-se observar,
Daniel é incluído na segunda divisão do "cânon". Entretanto, o motivo
pelo qual Daniel veio a ser colocado na posição que atualmente ocupa depende da
posição de seu escritor na economia do Antigo Testamento.
Os autores dos livros proféticos eram homens
que ocupavam a posição técnica de profeta; isto é, eram homens especialmente
levantados por Deus para servir de mediadores entre Deus e a nação, declarando
ao povo as palavras idênticas que Deus lhes tinha revelado. Daniel, porém, não
foi profeta nesse sentido restrito e técnico. Foi antes um estadista na corte
de monarcas pagãos. Na qualidade de estadista, possuía realmente o dom
profético, embora não tenha ocupado o ofício profético, e é nesse sentido,
aparentemente, que o Novo Testamento o chama de profeta (Veja: Mt 24.15).
Portanto, Daniel foi estadista, inspirado por Deus para escrever o livro que
tem seu nome, pelo que também esse livro aparece no "cânon" do Antigo
Testamento na terceira divisão, entre os escritos de outros homens inspirados
que não ocuparam o ofício profético.
A intenção do livro
No monte Sinai, no deserto, o Deus do céu e
da terra depositou Sua afeição de modo peculiar sobre Israel, escolhendo essa
nação para ser Seu povo e declarando que Ele seria seu Deus. Dessa maneira
entrou em relação de concerto com Israel, manifestando tal relação por um
poderoso ato de livramento. Seu propósito para com essa nação era que ela fosse
um "reino de sacerdotes" e que Deus fosse seu governante. Assim foi
estabelecida a teocracia (governo de Deus). Israel deveria ser uma nação santa,
uma luz para iluminar os gentios e dar testemunho do conhecimento salvador do
verdadeiro Deus a todos.
Israel,
todavia, não foi fiel a esse alto propósito. Depois que já se achava por algum
tempo na Terra Prometida, exibiu insatisfação com os princípios fundamentais da
teocracia ao solicitar um rei humano, para que fosse semelhante às nações ao
seu derredor. Em primeiro lugar lhe foi dado um homem mau como rei, e então um
homem segundo o próprio coração de Deus. Davi, entretanto, era homem de guerra,
pelo que não foi senão durante o reinado pacífico de Salomão que o templo, o
símbolo externo do reino de Deus, foi edificado. Após a morte de Salomão
rebelaramse as tribos do norte, renunciando às promessas da aliança. Dessa
ocasião em diante, tanto nos reinos do norte como do sul, a iniqüidade passou a
caracterizar o povo, pelo que Deus anunciou Sua intenção de destruí-los (cfr.
Os 1.6; Am 2.13-16; Is 6.11-12, etc.). Os instrumentos que o Deus soberano
empregou para realizar Seu propósito de fazer ponto final na teocracia foram os
assírios e babilônios. Sob o poder dessas nações o povo teocrático foi levado
em cativeiro, e o exílio ou período de "Indignação" foi iniciado
(Veja: Is 10.25; Dn 8.19). O próprio exílio foi seguido por um período de
expectativa e preparação para a vinda do Messias. Foi revelado que um período
de setenta vezes sete tinha sido determinado por Deus para a materialização da
obra messiânica (Veja: Dn 9.24-27).
O livro de Daniel, um produto do exílio,
serve para mostrar que o próprio exílio não seria permanente. Pelo contrário, a
própria nação que havia conquistado Israel desapareceria da cena da história
para ser substituída por outra e, de fato, por três outros grandes impérios humanos.
Enquanto esses impérios estivessem em existência, entretanto, o Deus do céu
erigiria outro reino que, diferentemente dos reinos humanos, seria ao mesmo
tempo universal e eterno. O propósito de Daniel, por conseguinte, é ensinar a
verdade que, embora o povo de Deus esteja escravizado em uma nação pagã, o
próprio Deus é seu soberano e aquele que em última análise dispõe dos destinos,
tanto dos indivíduos como das nações.
Essa
verdade é ensinada por meio de um rico uso de símbolos e comparações, e o
motivo dessa característica se encontra no fato que as revelações feitas a
Daniel tiveram a forma de visão. O livro de Daniel, pois, pode assim ser
chamado de obra apocalíptica, mas se eleva muito acima dos apocalipses pós-canônicos.
A única obra que pode com justiça ser-lhe comparada é o livro neo-testamentário
do Apocalipse. Essencialmente, Daniel exibe as qualidades de um livro
verdadeiramente profético e suas comparações são usadas tendo em vista um
propósito didático.
Unidade 3
Profetas
menores
Oséias viveu no século VIII
a.C., no reinado de Jeroboão II, que retomou os territórios anexados pela
Assíria. No plano interno, apesar da prosperidade econômica, seu governo foi
marcado pela corrupção e pela busca desenfreada de prazer e lucro. É nesse
ambiente que Oséias como também Amós vai exercer sua atividade profética e
anunciar o processo que Iavé vai abrir "contra os habitantes do país,
porque não há fidedignidade, nem amor, nem conhecimento de Deus (...) aumentam
o perjúrio, a mentira, o assassínio, o roubo e o adultério; sangue derramado
soma- se a sangue derramado".
O segundo dos profetas menores é Joel, que faz uma descrição da praga de
gafanhotos que se abaterá primeiro sobre os campos e depois sobre a cidade,
como castigo de Iavé. O país, que antes da praga era "como um jardim do
Éden, depois dele será um deserto desolado". Mas depois do flagelo, Iavé
terá zelo e piedade: "Eis que vos envio trigo, vinho e óleo. Saciar-vos-ei
deles. Não mais farei de vós um opróbrio entre as nações." Em seguida,
Iavé derramará seu espírito sobre todo o povo: "Vossos filhos e filhas
profetizarão, vossos anciãos terão sonhos, vossos jovens terão visões." E
conclui com a promessa de que "Iavé habitará em Sião".
Pastor e podador de sicômoros, a vida profissional de Amós, terceiro dos profetas menores, se
revela em seu estilo, cheio de imagens retiradas da natureza e da vida
campestre. Consciente da corrupção interna do reino de Jeroboão II, e de que a
moralidade social é um fator determinante da vida de um povo, repreende as
classes ricas, que exploram os trabalhadores. Em consequência desses pecados,
"porque oprimis o fraco e tomais dele um imposto de trigo", para
proveito próprio, muitos castigos sobrevirão. O penúltimo capítulo do livro
relata as visões de pragas de gafanhotos, seca, fome e luto; no último, vêm as
perspectivas de recuperação e de fecundidade paradisíaca, em que as cidades
serão restauradas, os habitantes "plantarão vinhas e beberão o seu vinho,
cultivarão pomares e comerão os seus frutos".
O livro que contém as profecias de Obadias, quarto dos profetas menores,
consiste em um único capítulo, e é o menor da Bíblia. Sua profecia se apresenta
em duas partes: o castigo de Edom, anunciado em pequenos oráculos dispersos pelo
livro; e o dia de Iavé, em que Israel se vingará de Edom. O plano histórico em
que desenvolvem essas profecias é o da invasão do sul da Judéia pelos edomitas,
após a ruína de Jerusalém. Constitui na verdade um clamor de vingança, de
espírito nacionalista, embora exalte a justiça e o poder de Iavé, a quem
pertencerá finalmente o reino.
O livro de Jonas é atípico em relação aos outros profetas menores, por dois
motivos: seu título não se refere ao autor, mas ao personagem principal; não
apresenta fatos históricos, mas uma parábola. Jonas, encarregado por Iavé de
pregar a penitência em Nínive, capital da Assíria, toma outro destino e embarca
para Társis. Uma tempestade surpreende o navio, e os marinheiros suspeitam de
que alguém atrai uma maldição divina. Jonas acusa-se, pede para ser lançado ao
mar, é engolido por um grande peixe e cuspido na praia. Vai para Nínive, onde
prega nas ruas, obtém o arrependimento do rei e do povo e assim evita o
castigo. O livro é tido como uma preparação à revelação evangélica do amor de
Deus, pela piedade demonstrada em relação a Jonas, salvo da morte, e a Nínive,
salva da destruição.
Contemporâneo de Isaías, Miquéias é um homem do campo, conhece as agruras do trabalho na
terra e as injustas relações de dominação que os donos impõem aos empregados.
Por isso, investe contra "os que comeram a carne do meu povo, arrancaram-lhe
a pele e quebraram-lhe os ossos". Ameaça os usurários, que roubam os
campos, tomam as casas, oprimem "o homem e sua herança". O livro
apresenta, em duas sequências, as profecias de castigos e as promessas de
salvação, e conclui por um apelo ao perdão divino, ao Deus que "tira a
culpa e perdoa o crime, que calcará aos pés as nossas faltas e lançará ao fundo
do mar todos os nossos pecados".
Diferentemente dos profetas menores já citados, Naum dirige suas críticas apenas aos estrangeiros, contra quem roga
a vingança de Iavé. Em atividade no século VII a.C., entre a queda de Tebas e a
de Nínive, por ele prevista, o profeta é um apaixonado cantor da liberdade. Seu
livro, de apenas dois capítulos, começa por um canto de glorificação a Iavé,
como o deus vingador; segue-se um poema satírico contra Judá e Nínive, ameaças
e palavras de consolação a Israel; no final, um canto de lamentação fúnebre aos
assírios, com o comentário de que todos os povos aplaudem sua desgraça, pois
sobre todos se abatera continuamente sua maldade.
O oitavo profeta menor é Habacuque, cuja mensagem é uma profecia de salvação. O livro não
traz nenhuma informação sobre sua pessoa nem sobre a época em que viveu.
Compreende três capítulos: o primeiro é um protesto à vitória dos caldeus sobre
Nínive e ao domínio da iniquidade no mundo; o segundo, também sobre Nínive,
apresenta-se na forma de um diálogo entre Deus e o seu profeta, e traz uma
série de maldições contra o opressor, em forma de duras críticas aos
arrogantes, aos que acumulam o que não lhes pertence, aos que ajuntam ganhos
ilegítimos e "constroem uma cidade com sangue e injustiça"; o
terceiro é um apelo à intervenção de Iavé: "Espero tranquilo o dia da
angústia que se levantará contra o povo que nos ataca."
Contemporâneo de Naum e dos primeiros anos de
Jeremias, Sofonias profetizou em
Judá, ao tempo do rei Josias. Seu livro segue a maior parte dos escritos
proféticos, com antevisões de calamidades, oráculos contra povos estrangeiros e
profecias de salvação. Em quatro capítulos, começa por uma longa série de
anunciações do dia de Iavé em Judá, quando se levantarão urros e gritos, e os
homens serão castigados. O segundo capítulo dirige-se contra as nações dos
filisteus, moabitas, no ocidente, amonitas no oriente, etíopes no sul e
assírios no norte. O terceiro concentra suas imprecações contra Jerusalém e o
templo; a terceira prediz que o esplendor do segundo templo será maior que o do
primeiro; a quarta é uma consulta aos sacerdotes sobre as impurezas que ameaçam
o templo; a última, uma profecia da escolha de Zorobabel como eleito de
Iavé.
As exortações à reconstrução do templo,
proferidas por Ageu, encontram eco em seu contemporâneo Zacarias, sacerdote e penúltimo dos profetas menores. Seu livro
contém três profecias: uma conclamação à conversão, quando então Iavé se
voltará para seu povo; uma narração de visões noturnas; um apelo à continuação
do jejum do quinto mês, comemorativo do incêndio do templo. Os oráculos, também
em número de três, apresentam-se nessa ordem: a vinda do reino de Iavé, com a
aniquilação dos poderes terrestres e o recolhimento dos israelitas dispersos;
uma alegoria, que descreve o bom pastor, desprezado pelo rebanho, e o mau
pastor, cuja morte iniciará um processo doloroso de purificação; e dois ataques
contra Jerusalém.
O último dos profetas menores, Malaquias, viveu por volta do século V
a.C. Há dúvidas se esse era mesmo seu nome, ou um designativo da função de
mensageiro. O livro é um longo diálogo, iniciado com a palavra de Iavé, ou de
seu profeta, que é contraditado pelo povo, ou pelos sacerdotes, e volta a
afirmar o que dissera, de modo mais categórico. O diálogo se desenrola ao longo
de seis alocuções, na seguinte ordem: Iavé assegura seu amor por Israel;
censura os sacerdotes por seu desleixo nos sacrifícios; censura os judeus por
seus matrimônios mistos, com "filhas de um deus estrangeiro", e os
divórcios; avisa que só
virá como juiz
depois que seu
mensageiro purificar o
sacerdócio e o
templo; promete que
tão logo os
dízimos sejam pagos,
pontual e integralmente, cessarão
as pragas de gafanhotos e a perda de colheitas; promete também que no dia do
juízo os justos serão recompensados e os pecadores castigados; finaliza com uma
exortação à observância da lei de Moisés e com a previsão da vinda de Elias, o
profeta, "antes que chegue o dia de Iavé, grande e terrível".
Esboços dos livros
O Livro de
Oséias
I.
O Casamento de Oséias Ilustra a Infidelidade de Israel, e a Rejeição e
Restauração da Nação (1.2—3.5)
A.
O Casamento com Gomer (1.2)
B. O Nascimento dos Três Filhos (1.3-9)
C. Profecia da Restauração (1.10—2.1)
D. Gômer Como Símbolo de Israel (2.2-23)
1.
O Adultério de Israel (2.2-5)
2.
O Juízo Divino (2.6-13)
3.
Deus Promete a Restauração de Israel (2.14-23)
E.
A Redenção de Gomer (3.1-5)
II.
A Mensagem de Oséias Descreve a Infidelidade, Rejeição e Restauração de Israel
(4.1—14.9)
A.
O Adultério Espiritual de Israel (4.1-19)
B.
O Juízo Divino Sobre Israel (5.1-14)
C.
O Arrependimento Insincero de Israel (5.15—6.3) D. O Registro dos Pecados de
Israel (6.4—8.6)
1.
Violação do Concerto (6.4-10)
2.
Recusa em Confiar em Deus, e Obedecê-lo (6.11—7.16)
3. Servir a Falsos Deuses (8.1-6)
E.
A Predição do Juízo de Israel (8.7—10.15)
1.
Será Devorada pelas Nações (8.7-14)
2.
A Prosperidade Evaporará (9.1-9)
3.
A Madre se Tornará Estéril (9.10-17)
4.
A Nação Será Destruída (10.1-15)
F.
O Amor Persistente de Deus por Israel (11.1-11)
G.
Repetição dos Pecados de Israel (11.12—12.14) H. O Cuidado Passado de Deus e
Sua Ira Presente (13.1-16)
1.
A Idolatria de Israel (13.1-3)
2.
O Cuidado Divino no Êxodo (13.4-6)
3.
O Plano Divino em Destruir Israel (13.7-13)
4.
O Plano Divino para a Restauração Final de Israel (13.14) 5. Insistência na
Destruição Iminente de Israel (13.15,16)
I.
Deus Promete Restaurar Israel (14.1-9)
1.
A Chamada ao Arrependimento (14.1-3)
2.
A Promessa de Bênçãos Abundantes (14.4-9)
O Livro Joel
I.
A Calamidade Atual de Judá (1.2-20)
A.
Uma Praga Devastadora de Gafanhotos (1.2-12)
B.
A Chamada ao Arrependimento Nacional (1.13,14)
C.
A Situação Desesperadora de Judá (1.15-20)
II.
A Iminência de um Juízo Ainda Maior (2.1-17)
A.
Um Exército Ameaçador Preparado para Marchar contra Judá (2.1-11)
B.
A Chamada ao Arrependimento Nacional (2.12-17)
III.
O Futuro Dia do Senhor (2.18—3.21)
A.
Promessa da Restauração (2.18-27)
B.
Promessa do Derramamento do Espírito Santo (2.28-32)
C.
Promessa do Juízo e da Salvação (3.1-21)
1.
Para as Nações (3.1-15)
2.
Para Sião (3.16-21)
O Livro de Amós
I.
Oito Oráculos de Julgamentos às Nações (1.3—2.16)
A.
Damasco (1.3-5)
B.
Gaza (Filístia) (1.6-8)
C.
Tiro (Fenícia) (1.9,10)
D.
Edom (1.11,12)
E.
Amom (1.13-15)
F.
Moabe (2.1-3)
G.
Judá (2.4,5)
H.
Israel (2.6-16)
II.
Três Mensagens Proféticas a Israel (3.1—6.14)
A.
O Pecado de Israel Torna-o Réu do Juízo Vindouro (3.1-15)
B.
A Corrupção de Israel Está em Todos os Níveis (4.1-13)
C.
O Justo Castigo de Israel Será a Destruição e o Exílio (5.1—6.14)
1.
O Cântico da Morte (5.1-3)
2.
Israel Recusa-se a Buscar ao Senhor (5.4-17)
3.
A Religião Pervertida de Israel (5.18-27)
4.
Repreensão e Ais contra Israel (6.1-14)
III.
Cinco Visões da Retribuição Vindoura pelo Pecado (7.1—9.10)
A.
Visão dos Gafanhotos Devoradores (7.1-3)
B.
Visão do Fogo Consumidor (7.4-6)
C.
Visão do Prumo (7.7-9)
D.
Parêntese Histórico: Amazias e Seu Castigo (7.10-17)
E.
Visão de um Cesto de Frutos de Verão (8.1-14)
F.
Visão do Senhor Julgando (9.1-10)
Epílogo:
Restauração Futura de Israel (9.11-15)
O Livro de
Obadias
I.
O Juízo de Edom (1-14)
A.
A Destruição Que Virá sobre Edom (1-4)
B.
A Devastação Será Completa (5-9)
C.
Motivo: A Alegria de Edom pelas Aflições de Judá (10-14)
II.
O Dia do Senhor (15-21)
A.
Julgamento de Edom e Outras Nações (15,16)
B.
O Lugar de Israel no “Dia do Senhor” (17-21)
1.
Salvação para Israel (17,18a)
2.
Destruição para Edom (18b)
3.
As Fronteiras de Israel Alargadas Como Parte do Reino de Deus (19- 21)
O Livro de Jonas
I.
Primeira Chamada de Deus a Jonas (1.1—2.10)
A.
Chamada de Jonas: “Vai à Nínive” (1.1-2)
B.
Desobediência de Jonas (1.3)
C.
Consequências da Desobediência de Jonas (1.4-17)
1.
Para os Outros (1.4-11)
2.
Para Si Mesmo (1.12-17)
D.
A Oração de Jonas no Meio da Calamidade (2.1-9)
E.
O Livramento de Jonas (2.10)
II.
Segunda Chamada de Deus a Jonas (3.1—4.11)
A.
A Chamada de Jonas: “Vai à Nínive” (3.1,2)
B.
A Missão Obediente de Jonas (3.3,4)
C.
Resultados da Obediência de Jonas (3.5-10)
1.Os
Ninivitas Arrependem-se (3.5-9)
2.Os
Ninivitas Poupados do Juízo Divino (3.10)
D.
A Queixa de Jonas (4.1-3)
E.
A Repreensão e a Lição de Jonas (4.4-11)
O Livro de
Miquéias
I.
Juízo contra Israel e Judá (1.1—3.12)
A.
Introdução (1.1)
B.
Predição da Destruição de Samaria (1.2-7)
C.
Predição da Destruição de Judá (1.8-16)
D.
Pecados Específicos do Povo de Deus Que Requerem Castigo (2.1-11)
1.
Cobiça e Orgulho (2.1-5)
2.
Falsos Profetas (2.6-11)
E.
Primeiro Vislumbre do Livramento Prometido (2.12,13)
F.
Pecados Específicos dos Líderes do Povo de Deus (3.1-12)
1.
Injustiça e Opressão (3.1-4)
2.
Falsa Profecia (3.5-7)
3.
Miquéias, Um Profeta Verdadeiro (3.8)
4.
Resumo dos Pecados dos Líderes (3.9-12)
II.
Mensagem Profética de Esperança (4.1—5.15)
A.
A Promessa do Reino Vindouro (4.1-5)
B.
Derrota dos Inimigos de Israel (4.9-13)
C.
O Rei Que Virá de Belém (5.1-8) D. A Natureza do Novo Reino (5.6-15)
III.
O Litígio de Deus contra Israel e Sua Misericórdia Final (6.1—7.20).
A.
O pleito de Deus contra Seu Povo (6.1-8)
B.
A Culpa de Israel e o Castigo Divino (6.9-16)
C.
O Lamento Doloroso do Profeta (7.1-6)
D.
A Esperança Pessoal do Profeta (7.7)
E.
Israel Será Reestabelecido (7.8-13)
F.
As Bênçãos Finais de Deus para Seu Povo (7.14-20)
O Livro de Naum
I.
A Natureza de Deus e do Seu Juízo (1.2-15)
A.
Características da Administração da Justiça de Deus (1.2-7)
B.
A Ruína Iminente de Nínive (1.8–11.14)
C.
Consolo para Judá (1.12,13, 15)
II.
Vaticínio a Respeito da Queda de Nínive (2.1-13)
A.
Introdução (2.1,2)
B.
O Combate Armado (2.3-5)
C.
A Cidade é Invadida e Devastada (2.6-12)
D.
A Voz do Senhor (2.13)
III.
Razões da Queda de Nínive (3.1-19)
A.Os
Pecados da Crueldade de Nínive (3.1-4)
B.A
Justa Recompensa da Parte de Deus (3.5-19)
O Livro de
Habacuque
I.
As Perguntas de Habacuque (1.2—2.20)
A. Primeira
Pergunta: Como Deus
Pode Permitir Que
a Ímpia Judá
Fique sem Castigo? (1.2-4)
B.
Resposta: Deus Usará a Babilônia para Castigar Judá (1.5-11)
C.
Segunda Pergunta: Como Deus Pode Usar uma Nação Mais Ímpia Que Judá Como
Instrumento de Juízo? (1.12—2.1)
D.
Resposta: Deus Também Julgará Babilônia (2.2-20)
1.
Introdução à Resposta (2.2,3)
2.
Pecados de Babilônia (2.4,5)
3.
Série de Cinco “Ais” contra Babilônia (2.6-19)
4.
O Senhor de Toda a Terra (2.20)
II.
O Cântico de Habacuque (3.1-19)
A.
A Oração de Habacuque, Pedindo Misericórdia (3.1,2)
B.
O Poder do Senhor (3.3-7)
C.
Os Atos Salvíficos do Senhor (3.8-15)
D.
A Fé Inabalável de Habacuque (3.16-19)
O Livro de
Sofonias
I.
O Julgamento e o Dia do Senhor (1.2—3.8)
A.
Julgamento sobre a Terra (1.2,3)
B.
Julgamento contra o Povo de Judá (1.4-18)
1.
Descrição dos Pecados de Judá (1.4-9)
2.
Advertência a Jerusalém (1.10-13)
3.
O Grande Dia do Senhor (1.14-18)
C.
Chamada ao Arrependimento (2.1-3)
D.
Julgamento das Nações (2.4-15)
1.
Os Filisteus (2.4-7)
2.
Os Amonitas e Moabitas (2.8-11)
3.
Os Etíopes (2.12)
4.
Os Assírios (2.13-15)
E.
Julgamento de Jerusalém (3.1-7)
1.
Pecados de Jerusalém (3.1-4)
2.
A Justiça Divina contra Jerusalém (3.5-7)
3.
Julgamento de Toda a Terra (3.8)
II.
A Salvação e o Dia do Senhor (3.9-20)
A.
O Remanescente Restaurado e Jerusalém Purificada (3.9-13)
B.
O Povo Jubiloso com Deus no Seu Meio (3.14-17)
C.
Promessas Finais a Respeito da Restauração (3.18-20)
O Livro de Ageu
I.
A Primeira Mensagem: Concluir a Construção do Templo (1.1-15)
A.
Data: 1º de Elul (29 de agosto) de 520 a.C. (1.1)
B. O Profeta Repreende
o Povo por
Não Ter Concluído
a Construção do Templo (1.2-11)
C.
A Reação do Povo (1.12-15)
II.
A Segunda Mensagem: A Promessa de Maior Glória (2.1-9)
A.
Data: 21 de Tisri (17 de outubro) de 520 a.C. (2.1)
B.
O Último Templo Comparado ao Anterior (2.2-4)
C.
A Glória do Último Templo Será Maior (2.5-9)
III.
A Terceira Mensagem: A Chamada à Santidade com Bênçãos (2.10-19)
A.
Data: 24 de Quisleu (18 de dezembro) de 520 a.C. (2.10)
B.
O Efeito Corruptor do Pecado (2.11-14)
C.
A Bênção da Obediência (2.15-19)
IV.
A Quarta Mensagem: Uma Promessa Profética (2.20-23)
A.
Data: 24 de Quisleu (18 de dezembro) de 520 a.C. (2.20)
B.
A Ruína Futura das Nações (2.21,22)
C.
O Significado Profético de Zorobabel (2.23)
O Livro de
Zacarias
I.
Primeira Parte: Palavras Proféticas no Contexto da Reedificação do Templo
(520—518 a.C.) (1.1—8.23)
A.
Introdução (1.1-6)
B.
Série de Oito Visões Noturnas (1.7—6.8)
1.
Visão do Cavaleiro entre as Murtas (1.7-17)
2.
Visão dos Quatro Chifres e dos Quatro Ferreiros (1.18-21)
3.
Visão de um Homem Medindo Jerusalém (2.1-13)
4.
Visão da Purificação de Josué, o Sumo Sacerdote (3.1-10)
5.
Visão do Castiçal de Ouro e das Duas Oliveirs (4.1-14)
6.
Visão do Rolo Voante (5.1-4)
7.
Visão da Mulher num Efa (5.5-11)
8.
Visão dos Quatro Carros (6.1-8)
C.
A Coroação de
Josué como Sumo
Sacerdote e o
Seu Significado Profético
(6.9-15)
D.
Duas Mensagens (7.1—8.23)
1.
O Jejum e a Justiça Social (7.1-14)
2.
A Restauração de Sião (8.1-23)
II.
Segunda Parte: A Palavra Profética a Respeito de Israel e do Messias (sem data)
(9.1—14.21)
A.
Primeira Profecia do Senhor (9.1—11.17)
1.
A Intervenção Triunfal do Senhor (9.1-10)
2.
Anunciada a Salvação Messiânica (9.11—10.12)
3.
Rejeição do Messias (11.1-17)
B.
Segunda Profecia do Senhor (12.1—14.21)
1.
Luto e Conversão de Israel (12.1—13.9)
2.
A Entronização do Rei Messias (14.1-21)
Considerações
Preliminares
O Livro de
Malaquias
I.
A Mensagem do Senhor e as Perguntas Israel (1.2—3.18)
A.
Primeira Mensagem: Deus Amou Israel (1.2-5) Pergunta de Israel: “Em que nos
amaste?” (1.2)
B. Segunda
Mensagem: Israel Tem
Desonrado ao Senhor
(1.6—2.9) Perguntas de Israel: “Em que desprezamos nós o teu nome?”
(1.6); “Em que te havemos profanado?” (1.7)
C.
Terceira Mensagem: Deus Não Aceita as Oferendas de Israel (2.10-16) Pergunta de
Israel: “Por quê?” (2.14)
D.
Quarta Mensagem: O Senhor Virá de Repente (2.17—3.6) Perguntas de
Israel: “Em que
o enfadamos?” “Onde
está o Deus do juízo?” (2.17).
E. Quinta
Mensagem: Voltai para
o Senhor (3.7-12) Perguntas de
Israel: “Em que
havemos de tornar?”
(3.7); “em que te roubamos?” (3.8)
F.
Sexta Mensagem: Declarações Injustificáveis de Israel contra Deus (3.13-18)
Perguntas de Israel: “Que temos falado contra ti?” (3.13); “Que nos aproveitou
termos cuidado em guardar os seus preceitos?”
(3.14)
II.
O Dia do Senhor (4.1-6)
A.
Será um Dia de Juízo para o Arrogante e o Malfeitor (4.1)
B.
Será um Dia de Triunfo para os Justos (2,3)
C.
Será Precedido por uma Restauração Sobrenatural dos Relacionamentos entre Pais
e Filhos e entre o Povo de Deus (4.4-6)
apêndice
Profecias Messiânicas
Como estamos estudando sobre os profetas
maiores e, especialmente o profeta Isaias, podemos observar na continuação do
estudo, como é que ele e os demais livros bíblicos falam sobre a vinda do
“Messias”.
A Vinda do Senhor Jesus Cristo, o Messias,
como salvador da humanidade, bem como sua obra e sofrimento foram profetizados
muitos séculos antes do Seu nascimento.
Deus usou homens santos para predizerem detalhadamente como seria o
Messias, sua vinda e manifestação do Reino dos céus. Como sabemos, o Messias
foi rejeitado e morto pelos judeus. Ressuscitado, está ao lado do Pai e em breve
retornará para conduzir os eleitos à morada eterna.
Legenda:
a. Profecia
b.
Onde
c.
Cumprimento
a.Como Filho de Deus
b.Sl
2.7
c.Lc
1.32,35
a.Como descendente de
mulher
b.Gn
3.15
c.Gl
4.4
a.Como descendente de
Abraão
b.Gn
17.7; 22.18
c.Gl
3.16
a.Como descendente de
Isaque
b.Gn
21.12
c.Hb
11.17-19
a.Como descendente de
Davi
b.Sl
132.11; Jr 23.5
c.At
13.23; Rm 1.3
a.Sua vinda em tempo
certo
b.Gn
49.10; Dn 9.23,25
c.Lc
2.1
a.Seu nascer de uma
virgem
b.Is
7.14
c.Mt
1.18; Lc 2.7
a.Ser chamado
Emanuel
b.Is
7.14
c.Mt
1.22,23
a.Nascer em
Belém
b.Mq
5.2
c.Mt
2.1; Lc 2.4-6
a.Grandes viriam
adorá-lo
b.Sl
72.10
c.Mt
2.1-11
a.Matança dos meninos
de Belém
b.Jr
31.15
c.Lc
2.16-18
a.Ter chamado do
Egito
b.Os
11.1
c.Mt
2.15
a.Ser precedido por
João
b.Is
40.3; Ml 3.1
c.Mt
3.1-3; Lc 1.17
a.Sua unção com o
Espírito
b.Sl
45.7; Is 11.2, 61.1
c.Mt
3.16; Jo 3.34; At 10.38
a.Ser profeta
semelhante a Moisés
b.Dt
18.15-18
c.At
3.20-22
a.Ser sacerdote
segundo a ordem de Melquisedeque
b.Sl
110.4
c.Hb
5.5,6
a.Sua entrada no
ministério publico
b.Is
61.1,2
c.Lc
4.16-21, 43
a.Se ministério
iniciado na Galiléia
b.Is
9.1,2
c.Mt
4.12-16, 23
a.Sua entrada publica
em Jerusalém
b.Zc
9.9
c.Mt
21.1-5
a.Sua vinda ao
templo
b.Ag
2.7,9; Ml 3.1
c.Mt
21.12; Lc 2.27-32;
Jo
2.13-16
a.Sua pobreza
b.Is
53.2
c.Mc
6.3; Lc 9.58
a.Sua humildade e
falta de ostentação
b.Is
42.2
c.Mt
12.15,16,19
a.Sua ternura e
compaixão
b.Is
40.11; 42.3
c.Mt
12.15, 20; Hb 4.15
a.Sua ausência de
engano
b.Is
53.9
c.1Pe
2.22
a.Seu zelo
b.Sl
69.9
c.Jo
2.17
a.Sua pregação por
parábola
b.Sl
78.2
c.Mt
13.34,35
a.Seus milagres
b.Is
35.5,6
c.Mt
11.4-6; Jo 11.47
a.Ter sido
injuriado
b.Sl
22.6; 69.7,9,20
c.Rm
15.3
a.Ter sido rejeitado
por seus irmãos
b.Sl
69.8; Is 63.3
c.Jo
1.11; 7.3
a.Ser uma pedra de
escândalo aos judeus
b.Is
8.14
c.Rm
9.32; 1Pe 2.8
a.Ter sido odiado
pelos judeus
b.Sl
69.4; Is 49.7
c.Jo
15.24,25
a.Ter sido rejeitado
pelos lideres judeus
b.Sl
118.22
c.Mt
21.42; Jo 7.48
a.Os judeus e os
gentios contra Ele
b.Sl
2.1,2
c.Lc
23.12; At 4.27
a.Seria traído por um
amigo
b.Sl
41.9; 55.12-14
c.Jo
13.18-21
a.Seus discípulos O
abandonariam
b.Zc
13.7
c.Mt
26.31-56
a.Seria vendido por
trinta moedas
b.Zc
11.12
c.Mt
26.15
a.Seu preço seria
dado pelo campo do oleiro
b.Zc
11.13
c.Mt
27.7
a.A intensidade de
seus sofrimentos
b.Sl
22.14,15
c.Lc
22.42,44
a.Seu sofrimento em
lugar de outros
b.Is
53.4-6,12
c.Mt
20.28
a.Sua paciência e
silêncio sob os sofrimentos
b.Is
53.7
c.Mt
26.63; 27 12-14
a.Ser
esbofeteado
b.Mq
5.1
c.Mt
27.30
a.Sua aparência
maltratada
b.Is
52.14; 53.3
c.Jo
19.5
a.Terem-no cuspido e
flagelado
b.Is
50.6
c.Mt
14.65; Jo 19.1
a.Cravação de seus
pés e mãos à cruz
b.Sl
22.16
c.Jo
19.18; 20.25
a.Ter sido esquecido
por Deus
b.Sl
22.1
c.Mt
27.46
a.Ter sido
zombado
b.Sl
22.7,8
c.Mt
27.39-44
a.Mel e vinagre
ser-Lhe-iam dados
b.Sl
69.21
c.Mt
27.34
a.Suas vestes seriam
divididas e sortes lançadas
b.Sl
22.18
c.Mt
27.35
a.Seria contado com
os transgressores
b.Is
53.12
c.Mc
15.28
a.Sua intercessão
pelos Seus assassinos
b.Is
53.12
c.Lc
23.34
a.Sua morte
b.Is
53.12
c.Mt
27.50
a.Nenhum dos Seus
ossos seria quebrado
b.Ex
12.46; Sl 34.20
c.Jo
19.33,36
a.Seria
traspassado
b.Zc
12.10
c.Jo
19.34,37
a.Seria sepultado com
o rico
b.Is
53.9
c.Mt
27.57-60
a.Não veria a
corrupção
b.Sl
16.10
c.At
2.31
a.Sua
ressurreição
b.Sl
16.10; Is 26.19
c.Lc
2.6,31,34
a.Sua ascensão
b.Sl
68.18
c.Lc
24.51; At 1.9
a.Seu assentar à
direita de Deus
b.Sl
110.1
c.Hb
1.3
a.Seu exercer o
oficio sacerdotal, no céu
b.Zc
6.13
c.Rm
8.34
a.Seria a pedra
principal da igreja
b.Is
28.16
c.1Pe
2.6,7
a.Seria Rei em
Sião
b.Sl
2.6
c.Lc
1.32; Jo 18.33-37
a.Conversão dos
gentios a Ele
b.Is
11.10; 42.1
c.Mt
1.17-21; Jo 10.16;
At
10.45-47
a.Seu governo
reto
b.Sl
45.6,7
c.Jo
5.30; Ap 19.11
a.Seu domínio
universal
b.Sl
72.8; Dn 7.14
c.Fp
2.9-11
a.A perpetuidade de
Seu reino
b.Is
9.7; Dn 7.14
c.Lc
1.32,33
Fonte:
Bíblia Vida Nova
BIBLIOGRAFIA
ARCHER,
Gleason L. Jr. Merece Confiança o Antigo
Testamento. São Paulo: Ed. Vida Nova, 2000.
GAGLIARDI,
Ângelo Jr. Panorama do Antigo Testamento.
RJ: vinde, 1995.
NUNES,
Flávio. Livros Proféticos. Instituto
Teológico Gamaliel. S/d.
Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
Bíblia Vida Nova.
Assinar:
Postagens (Atom)